Minha Meia-irmã é Minha Ex Japonesa

Tradução: LordAzure

Revisão: Imangonm, Shisuii


Volume 2

Capítulo 5: A Disputa do Ex-Casal

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"Como você me vê?!?!?!"

Em uma descrição que só poderia ser considerada uma tolice da juventude, eu tive o que se poderia chamar de namorado durante o oitavo e nono ano. Ele era uma pessoa lastimável, não apenas antissocial, mas também insensível e sem habilidades atléticas. Mas, contra todas as probabilidades, ele era extremamente inteligente, se nada mais. Como alguém que só fazia cochilar ou ler livros secretamente durante a aula conseguia tirar notas tão altas em suas provas?! Não importa o quão esquecível ele fosse, os professores o tratavam com tanta atenção quanto tratariam um delinquente, graças às suas boas notas.

Por outro lado, embora eu não fosse de forma alguma deficiente em termos de inteligência, nunca tirei notas mais altas do que ele em uma prova durante toda a duração de nosso relacionamento. Nem uma única vez. Bem, talvez eu tenha sempre tirado alguns pontos a mais do que ele na minha melhor disciplina, matemática, mas quando se tratava de tudo o mais, especialmente japonês moderno, a diferença era gritante.

Por mais que eu não queira, aceitei essa diferença de habilidade acadêmica entre nós como fato. Mas quando estávamos namorando, eu estupidamente o elogiava como se fosse uma garota de cabaré ao perceber que ele me vencia nas notas das provas.

Naquela época, eu não tinha habilidades sociais para ser falsamente simpática, então infelizmente, quando eu fazia isso, era genuíno. Olhando para trás, eu queria gritar para a minha versão mais jovem: "Você não está frustrada por ter perdido? Onde está o seu orgulho? Tudo saiu do seu cérebro, embriagado de romance, sua inválida?"

Foi só quando eu dominei completamente o exame de admissão do ensino médio que finalmente me senti como uma vencedora - como se eu realmente pudesse competir. Embora, eu acho que houve uma vez antes disso - apenas uma vez - que a covarde socialmente desajeitada conhecida como Yume Ayai realmente tentou vencer.

Isso foi no oitavo ano, durante as finais do primeiro semestre, bem antes das férias de verão - bem antes do nosso encontro.

O trabalho de um estudante é estudar, não sair com amigos ou flertar com seu parceiro romântico. As escolas são construídas com o único propósito de estudar, então, teoricamente, se alguém não tem amigos na escola, faria todo sentido ir à escola apenas para estudar. Tem algum problema com isso?! 

Eu era uma "viciada em estudo," o tipo de pessoa que encontrava realização em ir à escola estudar... não é como se eu tivesse realmente mais alguma coisa para fazer. No entanto, eu tinha um excelente domínio em matemática graças a algo extremamente trivial: eu realmente gostava de um personagem de um romance policial que era proficiente em disciplinas STEM.

(Shisuii: STEM é uma sigla que significar science, technology, engineering and mathematics(Ciência, tecnologia, engenharia e matemática) em outras palavras é a famosa área de exatas para os gringos.)

De qualquer forma, a única coisa que eu tinha orgulho era o fato de nunca perder para ninguém quando se tratava de provas de matemática... ou pelo menos não tinha até o meio do ano de matemática no oitavo ano. Foi a primeira vez que não consegui a pontuação mais alta em matemática, e a pessoa que me venceu foi um cara da mesma sala que eu, Mizuto Irido.

Ele era como eu, um solitário. Parecia reconhecer que éramos da mesma tribo, por assim dizer, ele me lançava uma boia salva-vidas de vez em quando quando me via lutando. Embora eu fosse muito grata por sua ajuda, isso não mudou o fato de ele ter tirado uma nota mais alta que eu. Meu fraco orgulho, como alguém que considerava matemática sua melhor disciplina, não permitiria que qualquer pessoa - especialmente não outro solitário como eu - me vencesse. Jurei que venceria na próxima vez.

Aquilo foi provavelmente a primeira vez na minha vida que senti uma competição. Reduzi as horas de sono para encaixar o máximo de estudo possível antes das finais. Não podia me permitir perder um único ponto. Todas as minhas contas tinham que estar corretas. Eu tinha que fazer tudo o que podia para vencer Mizuto Irido, e consegui. Tirei a pontuação mais alta da nossa turma.

Enquanto o professor me elogiava ao devolver minha prova, olhei casualmente para Mizuto Irido. Como está? Eu ganhei. Uma pena para você, mas eu não perco muito quando se trata de matemática. 

Qualquer sentimento de excitação dissipou-se ao olhar para ele. Ele não mostrava sinais de ouvir os elogios do professor, ou até mesmo de me reconhecer. Tudo o que fazia era olhar sem ânimo para fora da janela.

Como pude ser tão estúpido? Não havia motivo para eu pensar que estávamos na mesma sintonia só porque éramos solitários. Por que pensei que ele tinha percebido minha presença só porque eu percebi a dele? Ele nem sabe que sou bom em matemática em primeiro lugar, então o que eu estava esperando? Eu me senti tão vazio. Pensei que estávamos competindo, mas eu era o único tentando.

Então, chegaram as férias de verão, e eu visitei sem rumo a biblioteca da escola, o lugar onde tivemos nosso encontro. Irido-kun pegou um livro para mim em uma prateleira que eu não alcançava e perguntou: "Você também gosta de romances policiais?" Para ser honesta, eu não fiquei muito surpresa com isso.

Ele sempre estava lendo livros em sua mesa, e alguns desses livros eram romances policiais. Ouvir que ele gostava de mistérios já era algo conhecido para mim, então talvez ele tenha ficado com a impressão errada de que a armadilha que um poder superior havia preparado para nós era o fato de ambos gostarmos de livros. Na realidade, a verdadeira armadilha foi o que ele disse em voz tão baixa que mal ouvi.

"Não é de se admirar que você seja tão boa em matemática."

(Shisuii: o cara sabia muito e ela que não estava preparada pra isso)

Meu coração foi profundamente perfurado por isso. Eu não tinha ideia de por que romances policiais estavam ligados a matemática em sua mente, não havia como ele saber que eu tinha me interessado por matemática por causa de um romance policial. Mas mesmo assim, meus ouvidos não me enganaram. Eu sabia o que ouvi e o que ouvi foi um leve toque de frustração em sua voz.

Parece que eu não era a única tentando, afinal... Ele fingiu não se importar, mas na realidade, estava olhando diretamente para mim. Por trás de sua fachada calma, fria e coletada, havia alguém mais teimoso e pior perdedor do que eu.

Meu Deus. Olhando para trás, eu me pergunto se ele estava fazendo isso de propósito. Será que teria sido difícil para ele mostrar mais frustração de forma explícita? Ele poderia ter pelo menos escondido melhor. Por que ele só me deu um vislumbre de como realmente se sentia? O que foi isso, exposição emocional indecente?!

Eu interpretei erroneamente por causa de suas ações. Ele me fez pensar que éramos as únicas pessoas nos olhos um do outro, e se ele fez isso de propósito, era um cafajeste mulherengo. Se ele me fez pensar isso involuntariamente, era um idiota desinformado. Se eu pareço irritada, é porque com apenas uma frase, ele me fez me apaixonar pela primeira vez na minha vida.

(Shisuii: Eu achei fofo | Azure: Eu tbm)

O som de grafite arranhando o papel preenchia o silêncio tenso na sala de estudos autônomos. Aqui, cada cadeira era separada por divisórias para melhorar a concentração. Em um dia normal, esta sala não estaria tão ocupada, mas durante a preparação para as provas do meio do ano, ela estava cheia diariamente.

Se isso fosse um ensino médio normal, os alunos entrariam no modo festa quando os clubes entrassem em hiato de estudos, mas não aqui. Não em uma escola preparatória. Excluindo idiotas como eu que tinham o objetivo estúpido de tentar evitar o ex, as pessoas vieram para esta escola porque eram "viciadas em estudo" e gostavam realmente de competir entre si pelo primeiro lugar nessas grandes provas. Não eram o tipo de pessoas que improvisariam na noite anterior e deixariam as coisas ao acaso, e eu também não era. Ou talvez fosse ainda mais séria, já que eu queria tirar a maior nota nas provas do meio do ano e manter meu trono.

Estava quase na hora de acabar a escola para o dia. Vi alunos começando a arrumar as coisas, então achei que deveria fazer o mesmo. Guardei minha lapiseira  e, assim que o fiz, ouvi uma voz vinda de trás de mim.

"Yume-chan, vamos para casa juntas!"

Virei-me e lá estavam três das minhas amigas, incluindo a Akatsuki-san, segurando suas mochilas. Essas garotas não falavam muito sobre estudar com frequência, mas na época das provas, podia ter certeza de que estariam nos livros assim como todos os outros.

Elas podem não agir assim, mas nossa turma estava cheia de pessoas que tiraram notas altas no exame de admissão. Em sua essência, cada uma delas, excluindo Mizuto, era séria e diligente.

Rapidamente arrumei minhas coisas e saí com Akatsuki-san e mais duas amigas. Caminhamos da sala de estudos autônomos pelos corredores até nossos armários de sapatos e depois ultrapassamos os portões da escola. Durante todo o tempo, conversamos exclusivamente sobre a prova, o que fazia sentido, já que esse era o único tempo livre real que tínhamos. Todos estavam tão ocupados estudando que não tinham tempo para assistir a vídeos ou até mesmo mandar mensagens uns para os outros - no meu caso, eu simplesmente desligava meu celular completamente.

"Eu não estou confiante nas provas do meio do ano," disse uma das minhas amigas, Maki-san. "E se eu falhar?"

"Você está mirando o topo, não é, Irido-chan?" disse outra amiga, Nasuka-san.

"Bem, sim, eu poderia muito bem," respondi nervosamente.

Nasuka-san arregalou os olhos para mim. "Uau, isso é tão legal! Eu estou bem com ser acima da média."

"Isso é tão triste! Vamos mirar no topo! Poderíamos muito bem também!"?

"Hmm, não. O primeiro lugar já tem o nome de Irido-chan escrito."

Enquanto brincavam, senti minha expressão ficar tensa. É verdade. O primeiro lugar tinha o meu nome. Eu, Yume Irido, a prodígio de nossa turma de calouros.

Talvez fosse apenas minha imaginação, mas eu poderia jurar que Akatsuki-san me lançou um olhar. Assim que pensei nisso, ela bateu palmas como que para mudar completamente o rumo da conversa.

"Vamos pensar em coisas para fazer depois da prova! Isso será uma boa motivação, certo?"

"Sim, boa ideia!"

"Vamos a algum lugar para relaxar!"

Concordei, absorvendo a atmosfera descontraída.

"Cheguei em casa," anunciei ao entrar pela porta da frente depois de me despedir das minhas amigas. Embora eu tivesse ficado um pouco relaxada no caminho para casa, me tensionei novamente, me preparando para trocar de roupa rapidamente e mergulhar nos estudos. Mas primeiro, café.

Entrei na sala de estar e deitado no sofá, estava meu meio-irmãozinho lendo um livro.

Com licença? Não podia acreditar no que via. As provas do meio do ano estavam chegando, certo? Então, o que esse cara estava fazendo, simplesmente lendo um livro sem se importar com o mundo?! Eu estava me esforçando para não ler e ele estava deitado no sofá relaxando?!

"O que aconteceu com estudar?" perguntei em voz baixa.

"Praticamente terminei. Só preciso garantir que não esqueci nada," respondeu Mizuto, sem desviar os olhos do livro.

Terminou? Você pode "terminar" de estudar? Urgh, isso realmente me irrita! Ele sempre foi assim, até onde eu sabia. Claro, talvez ele não precisasse estudar, era algum tipo de gênio que tirava boas notas sem estudar. Mas ainda assim me irritava porque eu tinha que me esforçar tanto! Eu o odeio tanto!

"E é por isso que você nunca vai me vencer," disse apontadamente, palavras cheias de veneno.

"Você disse alguma coisa?"

"Hmph. Deixa pra lá."

Se eu continuasse falando com ele por mais tempo, minha motivação despencaria, então decidi guardar o café para mais tarde e me virei para sair.

"Sabe..." Justo quando eu estava prestes a sair, ele de repente falou novamente. "Tem algo que tenho me interessado ultimamente."

"O quê? Um novo livro?" Eu o olhei com desdém.

"O primeiro lugar na nossa turma." Mizuto se sentou e me lançou um sorriso provocador. "Imagino se o trono é confortável."

(Shisuii: Chamou no X1 ih rapaz aposto 5 no meu mano Mizuto | Azure: Eu aposto 10zão nele)

Oh? Entendi. Nossos olhares se chocaram.

"Desculpe, mas o primeiro lugar está reservado para mim."

"Então, eu vou apenas reservá-lo para a próxima vez."

Eu bufei para ele e virei as costas, quebrando nosso olhar fixo. "É mesmo? Tenta só. Duvido que você consiga." Saí da sala. Você tem coragem; vou te dar isso. Esta é a primeira vez que você me desafia cara a cara.

Qualquer tempo livre que eu conseguisse durante o dia, eu passava estudando. Acordava cedo para ir à escola e estudar. Nos intervalos, eu estudava. Quando a escola terminava, estudava nas salas de estudo ou na biblioteca da escola. Chegando em casa, me trancava no meu quarto e estudava. Para evitar ceder à tentação, empacotei todos os livros que tinha nas prateleiras.

Depois de jantar e tomar um banho, voltava direto para minha escrivaninha. Eu só dormia se sentisse minha concentração diminuindo devido ao cansaço. Essa era minha vida durante a época das provas do meio do ano.

"Yume! Seus hashis!"

"Oh." A voz da minha mãe me tirou do transe em que eu estava. Apertei rapidamente os hashis que estava prestes a deixar cair.

Parece que eu estava cochilando durante o jantar. Por pouco. Preciso me recompor.

"Parece que você está se esforçando demais," disse Mineaki-ojisan com uma expressão preocupada. "Eu sei que estudar é importante, mas se você não cuidar de si mesma, não será capaz de fazer a prova com toda a força, e todo o seu esforço será desperdiçado, Yume-chan."

"Ah, não, estou bem. Estou me esforçando apenas o suficiente." Ri, tentando dissipar suas preocupações.

"Se você diz..."

Mas é claro que eu estava me esforçando demais. Já estava ocupada como a melhor aluna do nosso ano, e agora que decidi permanecer no topo, era natural que precisasse me esforçar. Essa era a verdade, simples e direta.

Mizuto estava sentado em frente a mim, olhando-me sem emoção.

Como uma forma de me animar, decidi tomar um banho logo após o jantar. Sequei um pouco meu cabelo, troquei para meu pijama e saí do banheiro. Hora de estudar.

Contive um bocejo e segui em direção à escada, mas lá, sentado, estava Mizuto, esperando.

"Você parece cansada," ele disse.

Eu não conseguia decifrar o que ele estava pensando por trás daqueles olhos dele, mas eles estavam direcionados para mim. Seria um desperdício da pouca energia que eu tinha de responder a ele, então olhei para longe e tentei passar sem dizer uma palavra.

Assim que o fiz, Mizuto se levantou e bloqueou meu caminho. "Será que tirar a nota mais alta é realmente tão importante?"

Eu não conseguia fazer contato visual quando ele estava me encarando tão intensamente. Eu não tinha força para manter as aparências ou lutar contra o inimigo diante de mim. Precisava economizar toda essa energia para estudar.

"É importante..." Eu nem tinha força para mentir. Todo o medo e ansiedade que estavam dentro de mim transbordaram. "Eu conquistei o primeiro lugar... preciso mantê-lo."

Eu mudei minha personalidade e aprendi a ser sociável. Mas eu não estava sem limites. No final, eu estava apenas fingindo. Eu nasci tímida, desajeitada e reclusa. Será que realmente esperava que mudando a maneira como as pessoas pensavam de mim, eu realmente me tornaria sociável?

Por isso, eu precisava de algo extra para adicionar ao meu valor. Mesmo que eu ainda fosse um pouco desajeitada, as pessoas seriam capazes de olhar além disso. Eu precisava da indulgência que vinha ao ser uma estudante exemplar. Em uma escola preparatória, estudantes exemplares tinham o maior valor. Eu precisava ser a personagem de estudante exemplar que as pessoas conheciam.

"Não espero que você entenda. Afinal, você não se importa com ninguém ou nada ao seu redor. Você é apenas um aspirante a ser solitário." Talvez fosse o cansaço falando, mas parecia que eu estava dizendo coisas que não deveria. Independentemente disso, eu não tinha energia para gastar com arrependimentos agora.

Passei por Mizuto enquanto subia as escadas. Preciso estudar.

Então, de trás de mim, eu poderia jurar que ouvi ele murmurar algo como: "Sim, você está certa..."

Finalmente, era o primeiro dia das provas do meio do ano, e eu estava prestes a fazer a primeira prova de japonês moderno.

"Tudo fora de suas mesas."

Comecei a murchar tudo o que estudei até agora enquanto olhava para a folha de respostas virada para baixo.

Como leitora ávida, japonês moderno jogava a meu favor, então não estava muito preocupada. Havia apenas um aberrante que estava no meu caminho. Concentrei minha atenção no meu meio-irmãozinho, que estava sentado na cadeira atrás de mim. Por acaso, japonês moderno era a matéria em que ele se saía melhor.

Ele ficou entre os cem primeiros em um exame simulado nacional, mesmo não estudando muito para isso. Mas agora que ele tinha passado pelo inferno que era estudar para o vestibular, ele provavelmente poderia facilmente ficar entre os dez primeiros.

Suas respostas tinham uma precisão tão alta que fazia você se perguntar se ele realmente conseguia ler a mente do autor das perguntas. Isso significava que, quando se tratava de provas escritas pelos professores dele, ele quase sempre tirava notas perfeitas.

Se eu quisesse garantir meu lugar no topo, precisava de alguma forma manter nossas notas próximas, pelo menos nesta matéria. Eu tinha que garantir que eu não perdesse um único ponto.

"Tudo bem, podem começar." Enquanto o professor dizia isso, a sala se encheu com o som de dezenas de papéis sendo virados.

"Ugh..." Eu olhei frustrada para a folha de perguntas onde registrei minhas respostas para que eu pudesse me pontuar.

Agora era noite, e eu estava em meu quarto, revisando como me saí. Até onde pude perceber, tirei mais de noventa pontos em cada prova que fiz hoje. A única coisa era que tirei noventa e quatro na prova de japonês moderno. Se Mizuto tivesse tirado cem, teria que aceitar uma diferença de seis pontos.

Eu não conseguia acreditar que perdi dois pontos inteiros porque errei ao escrever um kanji tão simples! Em uma escola onde lutar por uma média de noventa é a norma, uma diferença de seis pontos era enorme... mas isso era apenas se ele tivesse tirado cem.

Saí silenciosamente do meu quarto, desci as escadas e olhei cuidadosamente para a sala de estar. Mizuto estava novamente no sofá, lendo um livro, o que significava que seu quarto estava vazio... Talvez, pensei, ele também tenha registrado suas respostas pelo mesmo motivo. Se eu pudesse ver isso, seria capaz de descobrir com certeza se ele realmente tirou pontos completos.

Isso não me deixou exatamente confortável, mas não é como se eu estivesse fazendo algo desonesto. Minhas notas não mudariam se eu olhasse ou não. A única coisa que eu tinha que ter cuidado era para não ser pega por ele, senão eu nunca ouviria o fim disso. Esta era a minha única chance de descobrir o que eu precisava.

Voltei para cima e entrei silenciosamente em seu quarto. Acendi as luzes, atravessei o mar de livros espalhados por seu quarto e encontrei sua mochila jogada em cima da cama.

Olhei para trás várias vezes para confirmar que ele ainda não estava voltando antes de abrir a mochila. Vi imediatamente uma folha de papel branco quando abri o fecho. É isso.

Havia algumas folhas de perguntas que haviam sido enfiadas na mochila e, como esperado, havia alguns rabiscos que pareciam respostas. Eu estava um pouco nervosa enquanto as tirava, mas me lembrei de que a mais importante era japonês moderno e descobrir se ele realmente tinha tirado cem.

Fechei os olhos com força e endureci minha vontade antes de olhar para sua folha de perguntas. Comparei suas respostas com a lista de respostas que eu trouxe e, para minha grande consternação, ele acertou todas, até mesmo aquelas que eu errei. Nem mesmo havia vestígios de ele apagar uma resposta para mudá-la.

Então, cheguei à última pergunta, uma pergunta de redação que valia dez pontos. Se você não alocasse seu tempo corretamente, poderia perder uma boa parte dos pontos da sua prova em um instante. Sempre havia a chance de receber crédito parcial, mas pelo menos da minha parte, eu sabia que tinha respondido à pergunta corretamente.

Eu não conseguia imaginar que ele tinha ficado sem tempo para escrever a resposta, o que significava que, muito provavelmente, ele tinha tirado a pontuação perfeita. Mas, assim que estava aceitando meu destino, olhei para a parte onde sua resposta deveria estar escrita, mas não havia nada.

"Hein?" Olhei novamente, imaginando se eu tinha olhado no lugar errado ou algo assim.

Não, ele havia realmente escrito todas as respostas, exceto esta. Será que ele não a escreveu porque achou que não precisava corrigi-la? Não, eu podia ver que havia marcas de borracha. Ele havia escrito uma resposta e depois apagado.

Ele nem apagou direito porque, contanto que eu piscasse os olhos um pouco, ainda conseguia ver vagamente o que estava lá antes. Estava certo. Ele apagou a resposta correta.

Será que ele apagou porque achou que estava errada e depois ficou sem tempo para escrever uma nova? Não, não havia como! Não havia como ele ter tropeçado em uma pergunta que eu poderia responder facilmente. Isso só deixava uma opção.

“De propósito...”

Ele apagou a resposta de propósito e a deixou em branco. Essa foi a única conclusão a que cheguei depois de ver o quão artificial foi o trabalho de apagar. Sem perceber, minhas mãos começaram a tremer. Sentia minha cabeça ferver.

“É importante...”

“Conquistei o primeiro lugar... preciso mantê-lo.”

Ele fez isso por causa do que eu disse?

“Urgh!” Eu gemi. Não estou feliz com isso!

Quando me recompus, saí pisando duro do quarto dele, desci as escadas e entrei na sala de estar. Ele deu um pequeno pulo no sofá e se virou para mim.

“O que? Por que você está fazendo tanto barulho—”

“Você acha o que de mim?!?!?!” Joguei a folha de perguntas que estava segurando em seu rosto.

Ele franziu a testa. O olhar culpado em seu rosto confirmou meus medos.

“O quê? Você está me dando o primeiro lugar?! Acha que isso vai me fazer feliz?! Vai se fuder!!! Você foi quem teve a coragem de me desafiar! Então, o quê? Está tentando dizer que eu ia perder se você não me desse uma mãozinha?! Quem diabos você pensa que é?!”

(Shisuii: Ih rapaz o clima está tenso entre os brothers |  Azure: Tenso e pouco slk)

“O que está acontecendo? Por que está gritando, Yume?” Mamãe, que deveria estar tomando banho, ouviu, mas eu não me importei.

Pisei mais perto de Mizuto. “O quê? Acha que se sacrificar é legal?! Bem, não é! Nem um pouco! Você está apenas mostrando o quanto pensa pouco de mim! Está me menosprezando! Eu nunca pedi para você fazer isso!!!”

“Pare! Okay, eu não entendo o que está acontecendo, mas pare!” Mamãe segurou meu braço, que eu tinha levantado para acertá-lo no rosto, antes de dobrar os braços ao meu redor por trás de mim para me segurar. Lutei para me soltar, mas em vão. “Eu sou sua mãe! Me diga o que está acontecendo! O que aconteceu? Explique para mim! M-Mizuto-kun, o que é—”

“Não é minha culpa...” Mizuto se levantou, esmagando sua folha de respostas na mão, e me lançou um olhar furioso.

“Hein?”

“Você é quem estará em apuros se não conseguir a pontuação mais alta...”

“Você é quem disse que isso era importante para você. Foi por isso que pensei em te dar! O que há de errado nisso?!”

“Q-Quê?! Mizuto-kun?! M-Mineaki-san, venha rápido!” mamãe chamou enquanto corria para fora da sala.

Mizuto veio até mim e segurou firmemente meus ombros. “O que acontece se eu não conseguir a pontuação mais alta? Nada! Você disse isso claramente — eu não dou a mínima para o que pensam de mim! Por isso, decidi te dar o primeiro lugar! Me diga o que há de errado com isso! Me diga! Vamos! Estou errado?!”

“Não...” Não havia nada de falso no que ele disse. Levando em consideração todas as vantagens e desvantagens, ele havia tomado uma decisão muito lógica. Mas... Mas ainda assim... “Isso não está certo.” Minha visão embaçou.

Eu sabia que isso não era justo, mas os sentimentos desenfreados dentro da minha cabeça e coração não se transformaram em palavras e, em vez disso, se transformaram em lágrimas.

“I-Isto não é como você, Irido-kun...”

Este não era o mesmo perdedor frustrado que eu tinha vislumbrado naquela época. Este não era o Mizuto Irido com quem eu pensei que compartilhava uma compreensão.

“Por que você está...” Parecia que Mizuto estava prestes a ficar bravo novamente, mas seja lá o que ele ia dizer, ele engoliu e soltou um suspiro exasperado.

Então ele passou por mim — dez vezes mais alto do que eu tinha sido — sem dizer mais uma palavra. Os únicos sons depois disso foram o rangido da porta da sala de estar se abrindo, os baques dele subindo as escadas e o estrondo dele batendo a porta do quarto.

Eu fiquei olhando para o chão enquanto saía da sala de estar.

“Y-Yume, você está bem?”

“O que aconteceu? Não é comum vocês dois brigarem.”

Mamãe e Mineaki-ojisan me chamaram preocupados, mas eu não conseguia realmente respondê-los. Tudo o que fiz foi subir em silêncio as escadas para o meu quarto. Quando cheguei à minha cama, simplesmente desabei nela como se o fio que me mantinha de pé tivesse se rompido.

O que eu esperava? Agora eu sabia que a nossa compreensão "mútua" tinha sido apenas coisa da minha cabeça. Isso era algo que eu deveria ter aprendido durante este turbulento meio ano. Eu deveria saber agora que tudo não passava de uma ilusão boa demais para ser verdade.

Não havia como ele, de todas as pessoas, me encarar como igual. Eu era louca por pensar que isso aconteceria algum dia. Eu realmente estava apenas competindo por mim mesma.

“Seja lá. Por que eu deveria me importar?”

(Shisuii: Tadinha da minha mana Yume isso foi mancada bixo | Azure: Meio sacana mesmo XD)

Isso significava apenas que eu tinha um concorrente a menos. Só isso. Eu deveria ficar feliz. Conseguiria manter meu primeiro lugar. Se eu não o mantivesse, não poderia continuar sendo a mesma pessoa que sou agora. Afinal, era isso que todos esperavam de mim.

Dia dois das provas finais.

Eu tinha adormecido assim, então não acabei estudando nada. Mas mesmo assim, eu já tinha estudado muito, então, se alguma coisa, uma boa noite de sono dissipou minha fadiga e me deixou em perfeitas condições.

Mizuto e eu não trocamos uma única palavra na mesa do café da manhã. Enquanto comíamos nosso pão em silêncio, tanto mamãe quanto Mineaki-ojisan nos lançavam olhares preocupados. Quem poderia culpá-los depois de ontem? Eu não tinha vontade de tentar fingir que estávamos em bons termos.

“Obrigada pela comida...” Depois de terminar meu café da manhã rapidamente, saí para a escola mais cedo do que o normal.

A maior ameaça para mim havia desistido por conta própria, e uma das provas de hoje era a minha melhor matéria: matemática. Desde que eu colocasse meu esforço habitual, eu estava certa de garantir a pontuação mais alta da nossa turma.

Calcei meus sapatos e, assim que estava prestes a sair, uma voz me interrompeu.

“Você não tem o direito de determinar o que é ou não é como eu.”

Meu coração deu um pulo. Virei-me e vi Mizuto em seu uniforme me encarando com olhos sonolentos.

“Da mesma forma, ninguém tem o direito de decidir o que é ou não é como você,” ele disse com raiva, fazendo meu coração pular mais ainda.

Sentia como se ele estivesse me enxergando completamente — como se eu estivesse usando meu coração na manga. Não consegui devolver palavras significativas no momento, e enquanto tentava encontrar alguma resposta, ele calçou os sapatos ao meu lado. Ele me lançou um olhar enquanto colocava a mão na maçaneta. Foi então que finalmente percebi que ele tinha olheiras.

“Estou acabando com o seu brilho no ensino médio, meia-irmãzinha. Saboreie enquanto pode.”

Então, sem me dar a chance de responder, ele desapareceu pela porta, me deixando completamente perplexa. Só havia uma coisa que eu podia dizer.

“Eu sou sua meia-irmã mais velha, meio-irmãozinho.”

Não vou deixar um cara como você decidir quem eu sou.

Conforme era costume, as cinquenta melhores notas da prova intermediária estavam sendo atualmente divulgadas no quadro de avisos pelo nosso professor. Conseguir que seu nome estivesse no quadro não era uma tarefa tão difícil, afinal, éramos cerca de duzentas pessoas no nosso ano. Bastava estar no percentil setenta e cinco.

O quadro de anúncios estava lotado de estudantes, e eu estava na frente. Assim que cheguei, as pessoas abriram caminho para mim. Era a prova de que todos me reconheciam como a pessoa que merecia verificar as classificações primeiro.

Na verdade, não havia realmente necessidade de eu conferir, pois não havia mais ninguém para me opor, já que meu maior concorrente, Mizuto, havia desistido. Eu estava praticamente garantido no topo.

É claro que isso se devia ao fato de que eu já havia me avaliado em casa, e era óbvio que eu havia conquistado uma quantidade muito confortável de pontos. Eu teria ido ainda melhor se não tivesse cometido alguns erros descuidados, mas agora não havia nada que eu pudesse fazer.

Assim que nosso professor terminou de afixar os resultados e se afastou para que todos pudessem ver, os estudantes ao meu redor começaram a murchar, e soltei um som de felicidade.

Ali, em primeiro lugar, estava o meu nome... ou pelo menos metade dele. "Irido" era certamente o sobrenome, mas essa era a única parte do meu nome que estava escrita.

1º Mizuto Irido: 777/800 pontos

2º Yume Irido: 774/800 pontos

Não havia engano. Isso era o que estava impresso no quadro. Não importava quantas vezes eu olhasse, não havia mudança.

Eu... Eu perdi? Perdi a liderança que consegui na prova de japonês moderno?

"Caraca, sério?"

"Irmãos Irido em primeiro e segundo lugar?!"

"Puxa, está acirrado."

"Irido-san foi destronada já?"

Por alguma razão, eu não conseguia realmente ouvir o que ninguém estava dizendo. Toda a minha atenção estava voltada para procurar Mizuto. Olhei para a direita, depois para a esquerda, e finalmente vi alguém se afastando lentamente da multidão.

"Com licença, eu preciso passar!"

Forcei meu caminho pela multidão e persegui o cara que se afastava casualmente. Agarrei seu ombro, forçando-o a me encarar.

Um sorriso realmente desagradável se espalhou por seu rosto. "Bem, bem, se não é o segundo melhor aluno do nosso ano. Como você está neste belo dia?"

Eu não estava no estado mental certo para continuar essa competição de insultos. Tinha muitas perguntas para tentar ser discreta, então simplesmente perguntei diretamente.

"Como, como você... Você me deu uma enorme vantagem e ainda saiu por cima? Você nem estudou tanto assim! Você conseguiu reverter a situação depois de apenas uma noite inteira?! Isso não é—"

"Tipo eu"? Era isso que você ia dizer?"

Fiquei em silêncio, o que fez Mizuto sorrir ainda mais maliciosamente para mim.

"Eu te disse desde o início que estava interessado em como é estar no topo."

"Hein?"

"Mas, eu estraguei tudo. Este trono não é confortável de jeito nenhum."

O quê? Será que ele poderia...

"Eu invejo você. O peso nos ombros do segundo melhor aluno deve ser bem mais leve." Meu meio-irmãozinho, que agora carregava o título de melhor aluno de nossa turma, virou as costas para mim depois de dizer isso.

"Até logo. Se você quer tanto o trono, melhor mostrar do que é capaz nos finais, Senhorita Estudante Exemplar." Ele nem sequer tentou esconder o quão sarcástico estava sendo ao me chamar assim.

Mas o fato de que isso realmente me incomodou quando ele me chamou assim era prova de que minha posição na escola havia mudado.

"Ah, você estava tão perto, Irido-san!" Eu dei um pulo e me virei quando senti alguém de repente segurar meu ombro. Duas de minhas amigas estavam lá.

"É chato que você não tenha ficado em primeiro com essa pontuação! Irido-kun tem um cérebro enorme," disse Maki Sakamizu-san, uma garota alta e descolada com cabelos curtos. Ela parecia ainda mais frustrada do que eu.

"Há sempre um pico mais alto. Não sei se conseguiremos acompanhar," disse Nasuka Kanai-san, uma garota com corte de cabelo estilo bob, em voz sonolenta, como um gato acordando depois de uma soneca, inclinando-se ligeiramente, como se tivesse uma premonição.

“Você é quem fala; você está em quadragésimo quinto! Isso é mais alto que eu!"

"É sério? Nem conferi. Obrigado por me contar."

"Argh, você realmente me irrita, nativa de Kyoto!"

Espera... O que está acontecendo? Eu não conseguia compreender o que estava acontecendo. Meus amigos estavam agindo da mesma forma que sempre agiam, fazendo piadas uns com os outros. Isso não era nada como eu tinha imaginado. Era completamente diferente do desastre que eu temia.

O que deveria acontecer se eu não mantivesse o primeiro lugar novamente? Nada tinha mudado. A maneira como eles falavam comigo, suas expressões — nem uma única coisa tinha mudado, mesmo que eu agora fosse o segundo colocado.

Ah. Agora eu entendo. Era eu o tempo todo. Eu era o único que estava tão obcecado com meu lugar como o melhor aluno.

As palavras de Mizuto de repente ecoaram em minha mente: "Da mesma forma, ninguém tem o direito de decidir o que é ou não como você."

As bolsas sob seus olhos que eu tinha visto no segundo dia das provas intermediárias deviam ser por causa do estudo que ele fez... Tudo tinha sido por isso.

"Ah..." Minha cabeça baixou, e eu cobri o rosto.

Meus amigos deram tapinhas em minhas costas em pânico.

"N-Não chore, Irido-san!"

"O segundo lugar ainda é muito impressionante!"

Não, não é disso que estou chorando. Não estou chorando porque perdi. Estou chorando porque não era o único competindo. Ele realmente me notou.

Como ele sabia? Como ele me entendia? Isso não deveria ser apenas um mal-entendido meu? Eu pensei que isso fosse tudo minha ilusão. Por que agora? Por que ele tinha que ser assim?

Quem mais além de você? Eu sou ruim em comunicar, sou ruim com palavras e não tenho habilidades sociais reais — quem mais além de um esquisito como você poderia ler minha mente tão facilmente? É como se você fosse um psíquico. Como eu vou viver sem você? Ei, me diga, o que você vai fazer sobre isso? Por favor, me diga.

(Azure Vait ter que assumir a responsabilidade meu mano n vai ter como | Gonm: Vish, ja nem sabe mais viver sem ele | Shisuii: Não vai ter jeito, vamos ter de obrigar o cara assumir a responsabilidade por ser muito bom)

Depois que as provas intermediárias terminaram, a paz voltou à escola. Agora eu estava andando com Mizuto, indo em direção à biblioteca da escola após o término das aulas.

"Por que você está me seguindo?" ele perguntou, olhando para mim.

"Não posso? Tem um livro que eu quero ler agora que as provas acabaram."

"Ahã."

Isso era uma mentira, no entanto. Minha verdadeira intenção era encontrar o momento certo para me desculpar por gritar com ele. As coisas voltaram ao normal em grande parte, mas nenhum de nós tinha se desculpado ainda. Eu seria a pessoa mais madura se fosse a primeira a pedir desculpas, então eu queria ter certeza de fazê-lo.

Para deixar claro, eu não estava ficando perto dele porque queria estar perto dele. Era porque estar por perto significava que eu teria todas as oportunidades do mundo para me desculpar.

"Oh, são os irmãos Irido."

"Hein? Os alunos número um e dois?"

"Hm? Então são eles?"

Desde que os resultados das provas foram anunciados, as pessoas nos notavam mais do que antes sempre que estávamos juntos. Eu estava acostumada com a atenção, mas Mizuto parecia absolutamente odiar isso. Bem feito. Isso é o que você ganha por roubar meu lugar. Eu ainda estava chateada por perder, mas isso era de se esperar.

Quando chegamos à biblioteca, Mizuto apontou para uma estante no fundo.

"A seção de mistério está por ali."

"Oh." Olhei para outra estante. "E ali?"

"Romances leves. Está principalmente cheio de antigos, mas há uma seleção bastante grande para escolher. Você finalmente está interessada neles?"

"Nem pensar. Não existem romances leves de mistério."

"Não me culpe se você for morta pelo clube de fãs de Livros de Mistério da Fujimi."

Fui para a seção de mistério enquanto Mizuto foi para o canto da biblioteca onde estavam os romances leves. Parecia que ele estava atualmente em uma fase de romances leves.

Eu olhei para cima e para baixo na estante cheia de uma variedade de livros. Fiquei surpresa com a diversidade da seleção e desejei ter vindo aqui antes.

Ao puxar um livro que nunca havia lido antes, espreitei por trás da estante e vi a seção no canto da biblioteca para onde ele tinha desaparecido.

E se eu simplesmente passasse por ele enquanto ele escolhe um livro e me desculpasse? Era apenas justo, já que ele passou por mim, falou qualquer bobagem que quis e me deixou aqui parada. Ele merecia o mesmo tratamento de um pedido de desculpas rápido. Eu posso ser uma gênia. Tudo bem, vamos fazer isso.

Carreguei o livro que escolhi e me aproximei do canto dos romances leves onde ele deveria estar. Assim que me aproximei, ouvi um gemido suave e o som de livros caindo.

"Desculpa," disse Mizuto em voz baixa.

Mizuto esbarrou em alguém? Ouvi um barulho alto. O que está acontecendo? Eu estava tendo uma sensação de déjà vu porque parecia que algo semelhante já tinha acontecido no passado. Acelerei o passo e espreitei ao redor da estante de livros.

Livros com capas coloridas estavam espalhados pelo chão, e uma garota - uma garota comum - estava tentando pegá-los todos em pânico.

Por um segundo, pensei que fosse a mesma garota que tinha visto com Mizuto antes do nosso encontro no aquário, mas eu estava errada. Em vez de dois rabos de cavalo baixos, ela tinha um corte de cabelo curto e frisado - imaginei que ela provavelmente não se incomodou em pentear os cabelos bagunçados ou algo assim. Ela também era cerca de cinco centímetros mais alta do que a garota de antes. Aposto que se Akatsuki-san visse o quanto ela era alta, ficaria com ciúmes.

Mas a maior diferença de longe era o seu peito, que parecia que estava carregando uma biblioteca de livros. Tão grande... Eram tão grandes que esticavam sua blusa escolar. Desnecessário dizer que realmente chamavam a atenção. Akatsuki-san frequentemente falava sobre o quanto tinha ciúmes do meu peito, mas isso era como uma situação de Davi e Golias. Como eu poderia me chamar de peituda na frente desses? Tamanho F? Talvez até G?

Enquanto eu começava a ser preenchida pelo medo desses seios enormes que eu só tinha visto na capa de romances leves, Mizuto pegou um livro do chão. Ela soltou outro gemido e olhou para Mizuto antes de olhar para o chão.

Ela devia estar envergonhada. Bem, isso só fazia sentido. Era embaraçoso para alguém descobrir do que você gosta.

"Essa série..." Enquanto Mizuto falava, tanto a garota quanto eu olhamos para Mizuto com surpresa.

A expressão dele não era falsa ou calculada de forma alguma - não, era a face genuína de alguém que encontrou outra pessoa interessada na mesma coisa.

"Você gosta dessa série também?"

E foi assim que vi esse momento em primeira mão - o momento em que a armadilha de um ser superior foi acionada em alguém que não era eu.


Notas Tradutores / Revisores:

Azure: Bom um cap bem razoavel e leve para vcs logo teremos mais coisa chegando para vcs e bom queria recomendar DameGal para vcs uma obra fantastica que na minha opinião bate de frente com Otonari No Tenshi viu slk leiam DameGal!

Gonm: Q cap levinho, espero q o próximo seja mais animado, dps de ler o cap 2 de DameGal esse foi bem simples kk… Se nao conhecem a obra, recomendo que leiam, começamos a traduzir ela recentemente, tem 2 caps, mas e muito boa de ler :D

Shisuii: Bom tivemos altos momentos nesse Ch foi muito bom do começo ao fim.


 

 



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