Meu Mestre é um Bebê?? Brasileira

Autor(a): Zatojo


Volume 1

Capítulo 2 - Um invasor na festa

Voltando um pouco no tempo.

Na frente do portão da casa dos Rafara, havia dois guardas estacionados hoje, mas eles não eram guardas comuns. Hoje era um dia especial, um dia de festa, como poderia a segurança ser tão baixa.

Cada um dos dois guardas era um guerreiro do nível nobre da terra, classificado como visconde. O que é ótimo, eles poderiam facilmente resolver problemas pequenos com sua força, normalmente pessoas desse nível não seriam meros guardas, mas como hoje era um dia especial eles foram usados como guardas.

— Sabe, eu acho que a gente devia estar lá dentro também, comendo e bebendo. Somos melhores que vários dos convidados.

— Concordo com você, às vezes acho que deveria voltar a perambular pelo mundo, sabe, viver algumas aventuras.

— Sim, sim, bons tempos aqueles, ei, depois de hoje que largar o emprego? Vamos nos aventurar por aí.

— Claro, pode ser interessante.

Enquanto conversavam, um dos guardas mais velhos que atuavam sobre o comando da família Rafara, diziam que ele trabalhava ali desde o mandato do avô de Fernando, ouviu a conversa e achou hilário, “esses tolos não sabem o que estão falando” pensou o homem.

A maior dificuldade de um cultivador nos estágios iniciais não era encontrar recursos, talento ou a sorte, bem, esse último não diretamente. O maior obstáculo é sobreviver, quando eles superam o limiar que os separa de humanos comuns, a arrogância impregna em si, e isso quase sempre os mata.

Eles brigam por recursos sem a menor razão, uma vez que nesses níveis além de abundantes, os recursos eram baratos. Mas a maioria era idiota de mais para comprar ou dividir, eles se matavam por uma folha de chá que seria vendida por 10 pratas, roubavam itens do valor de 6 cobres, e morriam tentando fazer isso.

Essa é a realidade para pessoas que as leis não podem conter mais, que seu poder aumentará com cada ato bem-sucedido, e muitas vezes se cegam para os vários cadáveres que deixaram para trás.

O velho já tinha visto vários cultivadores que eram mais talentosos, destemidos e poderosos do que ele, no entanto, era ele que caminhava na sobre a terra e os outros estavam enterrados nela. O destino desses dois não seria diferente, essa era a linha que dividia a arrogância cega da racionalidade.

Enquanto continuava a patrulhar a mansão, ansioso para completar seu trabalho a tempo para ver a dança especial do seu segundo jovem mestre e sua noiva, o velho apressou o passo.

— Ei, velho, aonde você vai com tanta pressa?

Imediatamente o velho sacou sua lança de seu objeto de armazenamento espacial, um cinto concedido e ele pelo avô de Fernando, e atacou na direção da voz. Infelizmente para o velho, seu oponente era acima do seu nível, e ele estava longe de conseguir quebrar os reinos como os talentos, ele era mediano na melhor das hipóteses.

Um homem mascarado usou um machado e rebateu a lança que vinha na sua direção como se estivesse espantando uma mosca. O homem era grande e musculoso, além do grande machado e a máscara que escondia seu rosto, ele usava uma armadura de pele de besta que o velho não conseguiu identificar.

No momento que ele percebeu que seu ataque foi facilmente evitado, seu primeiro pensamento foi correr, ele tinha que chegar até os especialistas mais forte da família, era sua única chance de viver.

O velho não era tolo, ele sobreviveu tantos anos confiando em sua cabeça e em seu medo, seu medo o impediu de se aventurar e morrer sem razões, sua cabeça sempre rápida sabia que se o oponente fosse muito forte ele sempre poderia chamar reforços do mesmo nível, ele não tinha que lutar se não fosse ganhar, só tolos faziam isso.

O problema era, não se sabia se foi de propósito ou não, mas o atacante misterioso estava bem na direção que os reforços estavam, não seria possível chegar neles sem passar pelo homem mascarado.

Perante a pressão que seu oponente exercia, o velho pensou no seu desejo de proteger aquela casa, ele poderia tentar passar pelo homem e avisar os convidados, os guardas e as elites da família. Apesar do homem ser forte, ele não era tão forte.

Somente a família Rafara detinha seis guerreiros que exalavam uma pressão muito maior que o atacante misterioso, entretanto o custo que o velho pagaria não seria pequeno, no mínimo um braço seria perdido no confronto, isso se ele vencesse.

O velho não era dos mais leais, ele sempre se manteve trabalhando aqui porque ele ganhava muitos benefícios por um baixo risco. Se ele virasse e corresse na direção oposta, ninguém saberia que ele encontrou o homem ali e naquele momento, a menos que o próprio atacante dissesse algo.

A ideia de correr com o rabo entre as pernas parecia cada vez mais tentadora, de que servia o orgulho? O orgulho não coloca a comida na mesa ou salva sua vida em um momento de necessidade, ele não serve de nada.

Com esse pensamento em mente o velho se virou e correu com tudo que tinha, ele nem mesmo se importou em olhar para o atacante novamente, tudo o que ele faria era fugir, o depois ele resolveria depois.

— Sabe, isso é meio decepcionante — disse o homem sozinho, no entanto, ele não estava realmente sozinho, seu anel reagiu com o comentário —, é hoje que vou lavar a humilhação que sofri naquele dia, só me espere Liam. — E com isso o homem se virou e foi na direção da festa.

Durante o caminho ele acabou confrontando mais alguns guardas, dentre eles, somente dois realmente lutaram com ele. O resto fingiu não o ter visto após perder nas primeiras trocas, um dos que lutaram com ele só o fez, pois queria lutar contra alguém forte, e o outro o fez por lealdade.

Esse último conseguiu escapar do combate e, invadindo a festa, gritou com toda a força dos pulmões.

— Ataque inimigo! Estamos sendo atacados!

Esse velho não era tão forte quanto os outros guerreiros, ele recebeu bem menos benefícios que os outros, mas foi devido à família Rafara que seu filho estava vivo hoje, ele não se importava em morrer por eles.

Enquanto todos olhavam para o velho que deu o aviso, um forte grito soou por trás do velho — Liam Vitrela, saia e me enfrente! — E passando pelo velho, que estava parado ao seu lado, continuou — hoje é o dia que devolverei a humilhação daquele dia.

Com toda a comoção que o homem misterioso causou, junto do grito do velho, toda a festa parou e começou a encarar o novo convidado misterioso.

Todos com exceção de duas pessoas, que olhavam diretamente para o autor do problema, Fernando e Huto estavam olhando para aquele que estava sendo desafiado, Liam.

Dizem que tudo tem seu momento, algumas coisas não devem ser feitas em determinados momentos, e caso acontecesse seria culpa de todos os envolvidos, como agora.

Huto olhou para o seu irmão mais velho, que estava claramente chocado com os acontecimentos, e disse — depois teremos uma conversinha com a mãe e o pai.

Liam só pode olhar para o seu irmão se sentindo injustiçado, ele nunca disse para o maldito homem vir atrapalhar a festa de noivado de sua irmã, muito menos ele havia concordado com tal duelo.

— Sei que você é alguém forte e famoso, mas não tinha uma hora melhor? Estamos no meio da minha festa de noivado com a sua irmã. — Como se o ataque que Huto fez não bastasse, Fernando o chutou enquanto estava caído.

O desafiado só pode murmurar baixinho, ele não tinha culpa no assunto, mas estava sendo tratado como se fosse o causador disso tudo — não é justo — murmurou ele tristemente.

Pensando que sua melhor alternativa no momento era se livrar daquele maldito, Liam deu um passo para enfrentar o homem com o machado. Ao olhar melhor para ele, Liam achou o machado estranhamente familiar, mas não se importou muito.

O invasor estava no nível de um nobre da terra no posto de um rei, alguém que estava no pico do nível nobre da terra, o que era considerado um recurso importante em qualquer família, ou poderia ser um chefe de sua própria família se tomasse cuidado, no entanto, um nobre da terra não era o suficiente para lutar contra alguém do seu nível.

Os níveis de Cultivo do seu mundo eram os seguintes, do maior para o menor: combatente dos céus, escolhido pelos céus e nobres da terra. Onde o nível nobre da terra era dividido da seguinte forma: rei, duque, marquês, conde, visconde, barão e cavaleiro.

Tanto Liam quanto Huto haviam alcançado o nível escolhido pelos céus, eles eram verdadeiros gênios que alcançaram uma posição que nem mesmo os velhos de outras famílias haviam alcançado, ainda mais em tenra idade.

Qualquer um com menos de vinte anos era considerado jovem para o Cultivo, até os vinte anos eles teriam seu pico de crescimento e sua velocidade no Cultivo seria muito maior que depois dos vinte.

Como um escolhido pelos céus, ele tinha total confiança em vencer seu oponente, era muito raro alguém conseguir transcender níveis, e Liam duvidava muito que o homem à sua frente pudesse fazer isso.

Agora que o leite já havia sido derramado, tudo o que restava era limpar a bagunça. Liam estava para dar seu passo a frente e se livrar do empecilho quando alguém foi mais rápido.

Jez estava a alguns passos do homem mascarado, e pela expressão em seu rosto, ele não parecia nada feliz.

— Você entra na festa do meu irmão, causa uma comoção, ataca os meus empregados e ainda tem a audácia de pedir por um duelo contra Liam? Você realmente acha que a minha família é uma piada?

O homem se virou e encarou Jez. Ele sabia que havia uma festa acontecendo aqui, no entanto, isso não o importava nem um pouco. Naquele dia, quando Liam destruiu sua casa e o derrotou na frente de sua noiva, foi igual a hoje, no entanto, era uma festa de casamento em vez de noivado.

— Meu assunto é com Liam Vitrela, não com você. — Disse o homem sem se importar com Jez, para ele o único gênio da nova geração era Liam, talvez Huto. Ele pensava isso, pois sua família, assim como os Vitrela, eram da região mais ao leste da parte sul da União.

A União era bem vasta, sendo composta por um amontoado de famílias que queriam se proteger e ter voz nos assuntos regionais. No começo eram poucos e fracos, mas uma vez que esses poucos tiveram mais tempo para respirar e mais facilidades sobre os recursos, todos queriam se juntar à União.

Logo o que poderia ser considerado o começo de um país, a União era muito grande e detinha poucos meios de comunicação a longas distâncias, por sua vez somente alguns tinham acesso a tudo que acontecia no seu pequeno projeto de país.

O homem mal-educado que estava causando a comoção não era um deles, para o invasor, a família Rafara não era diferente de qualquer outra família, sem ninguém que valesse mencionar. Pessoas como, o avô de Fernando e Jez, ou a mãe deles, ou aqueles com os quais o homem se sentia ameaçado, em sua cabeça eram todos membros da família Vitrela.

Ao ouvir essa simples frase, a raiva de Jez chegou ao limite. Uma energia escura como a noite começou a cobrir as suas mãos e ele desferiu um soco no invasor.

Surpreso pelo ataque repentino, o homem mascarado fez seu melhor para se defender, ele levantou seu machado e o usando como um escudo parou o ataque de Jez, no entanto, o ataque surpreendeu o homem, seu corpo recuou quase dez passos.

— Oh, você conseguiu parar meu ataque, que pena. Eu não gosto de matar gênios. — Apesar de sua fala, Jez continuou a atacar o homem com uma dúzia de socos.

Nesse ponto a multidão já tinha se afastado, abrindo espaço para que ambos lutassem. Jez deferia socos que faziam o corpo do homem tremer pelo impacto, seu machado mal o defendia desses golpes.

O invasor misterioso se surpreendeu com o poder de Jez, mas com um grito alto afastou Jez e sua energia, da cor branca, permeou seu machado, como se fosse uma película extremamente fina, mas ainda estava lá.

Com esse desenvolvimento a multidão começou a murmurar.

— Uma luta entre dois especialistas no nível escolhido dos céus?

— Não, veja melhor, o homem com o machado ainda não alcançou esse nível, sua camada de energia é muito fina.

— Tem razão, mas isso não tira o sabor da luta, só espero que Jez deixe o homem com o machado lutar um pouco, perderia a graça, você não acha?

Enquanto isso, todos estavam focados na luta que estava acontecendo e não perceberam que a porta que separava onde a noiva ficava, do resto do salão de baile estava com uma fresta aberta, e com dois pares de olhos assistindo tudo.



Comentários