Meu Mestre é um Bebê?? Brasileira

Autor(a): Zatojo


Volume 1

Capítulo 13 - Eu prometo nunca te deixar sozinha

Graças a Conquista de Domínio, a habilidade usada pelo anjo de pedra, que isolou acusticamente a batalha com a fera, Ana e Fernando dormiram tranquilamente sem sequer saber do confronto que aconteceu na sua vizinhança.

No dia seguinte Fernando acordou cedo, talvez por costume ou por sentir algo errado, ele acabou acordando mais cedo do que Ana. 

“Perto, muito perto! Isso é perigoso!”

Fernando acordou e a primeira coisa que viu ao abrir os olhos foi o rosto de Ana, o delicado e lindo rosto de Ana. Ele imediatamente desejou se afastar, entretanto, para sua infelicidade, ou felicidade, Ana estava usando o corpo de seu noivo como travesseiro de corpo, e era por isso que seus rostos estavam tão próximos.

Como ela estava agarrando o corpo dele como um travesseiro gigante, Fernando não conseguiria sair sem acordar ela, e se isso acontecesse Ana iria olhar para ele com olhos estranhos por um bom tempo.

“ Além disso, acordar mais cedo para ter essa visão não seria uma má ideia.”

Deixando esses pensamentos impuros de lado, Fernando pensou em todas as suas opções livres, ele não podia sair, ele não podia acordar ela e não podia se manter acordado, pois não serviria de nada, uma vez que a reação dela, quando acordasse, seria a mesma de que se ele acordasse ela.

Estando preso de todos os lados e sem opções melhores, ele encostou sua cabeça novamente no travesseiro e decidiu voltar a dormir.

Porém, a visão do rosto de sua noiva dormindo profundamente na sua frente era tentadora demais e ele ficou pensando nesse belo rosto, “espere, Ana ainda me deve um beijo… será que eu…”, mas o simples pensamento foi exterminado da sua cabeça quando ele pensou no que Ana acharia dele quando descobrisse, “ser tratado como um pervertido? Não, obrigado.”

Mesmo assim ele não conseguiu dormir facilmente então ele fez um acordo com sigo mesmo, “Na bochecha, um beijo na bochecha deve bastar… Sim, é uma ótima ideia.”

De acordo com sigo mesmo ele abriu seus olhos e se aproximou devagar para não acordar ela, depois disso ele deu um leve beijinho na bochecha dela e se afastou na hora.

Foi um beijo inocente, um beijo igual o de qualquer criança daria na bochecha de seus pais, um beijo inocente motivado por desejos indecentes, ele não sabia se isso era certo ou errado, porém, ele conseguiu dormir bem rápido depois disso.

Quando Ana acordou, e quando percebeu que estava abraçando seu noivo com muito fervor, ela imediatamente quis gritar com si mesma. Porém, se ela tivesse feito isso, Fernando acordaria no mesmo instante, então ela se conteve a maldições mentais.

“Ana sua tonta, como você pode abraçar ele como fazia com seus bichinhos de pelúcia quando criança? Cresça logo!”

Quando Ana tinha seis anos, ela conseguiu uma mania de agarrar algo enquanto dormia, principalmente se ela acabasse sonhando… Portanto, sua cama nessa época tinha algumas pelúcias para que ela os agarrasse durante o sono.

Sempre que ela estava tendo um sonho, agarrar a pelúcia melhoraria muito seu sono, pois era algo fofo e quentinho, algo bom. Logo, essa mania se manteve por um bom tempo, somente quando ela fez dez anos, um ano atrás, que ela começou a parar com isso.

Ao menos foi o que ela pensava, uma vez que algumas vezes esse pequeno fato ainda acontecia, claro, ela ignorava, já que era algo que tinha se tornado raro, mas esse “raro” acertou um jackpot hoje.

Soltando o corpo de seu noivo bem lentamente, ela se afastou e conseguiu ter uma boa visão dele dormindo, igual seu querido noivo Fernando, Ana também estava gostando muito do que via.

Ambos eram jovens, mas não eram feios. As artes marciais treinam o corpo, e o Cultivo o tempera enquanto aumenta a vitalidade, portanto, depois de algumas gerações era normal que os descendentes ficassem, no mínimo, acima da média.

Ana se aproximou com calma de Fernando e o examinou de perto, era raro ela conseguir acordar antes dele. Como era de se esperar, ele estava dormindo profundamente e provavelmente nem mesmo tinha notado a ausência de algo que o prendia.

Quanto mais ela olhava, mais ela queria acordar ele e mexer no seu rosto, entretanto ela julgou a ação muito infantil e se conteve, mas ela tinha que se conter? “ Somos noivos afinal…” 

Ana aproximou sua mão do rosto de Fernando, mas naquele momento ele acabou se movendo um pouco, o que assustou ela e a fez recuar a mão pensando que ele tinha acordado, e só se acalmou quando viu que ele permanecia dormindo.

“O que você tem na cabeça??” 

Perguntava ela para si, no entanto, no fim ela sabia a resposta, ela amava aquele garoto, simples assim. Respirando fundo ela avançou sem se importar se acordaria ele ou não.

Movendo suas mãos para perto da cabeça dele, ela decidiu enrolar e brincar com o cabelo de seu noivo, ela tinha esse direito agora que eram noivos, ao menos foi o que ela disse para si mesma.

Enquanto se divertia, ela percebeu que Fernando estava em um sono mais profundo do que ela esperava, o que a deu um pouco de coragem para virar o corpo dele para o seu lado, para que assim ela conseguisse brincar com o rosto dele.

“Seu rosto… rosto… lábios… beijo… pudim!!”

Imediatamente, como se ela fosse atingida por um raio, ela se lembrou de algo muito importante! O que sem muitas surpresas a deixou vermelha e fez ela se afastar dali na hora.

Entretanto, ela estava confiante hoje, por algum motivo ela sentia que algo bom havia acontecido enquanto ela dormia, portanto, ela decidiu avançar mais uma vez, e com um objetivo em mente.

“Se eu o beijar enquanto dorme, eu vou quitar minha dívida e ele não vai ter como mexer comigo por conta disso, dois coelhos em uma cajadada só.”

O plano de Ana era simples, ao beijar Fernando enquanto ele dormia, ela teria pago o beijo que devia a ele e, como ele estaria dormindo, ninguém veria o rosto vermelho de Ana quando ela realizasse a ação.

Ana estava se achando uma gênia por ter essa brilhante ideia, então ela decidiu prosseguir com seu plano. Obviamente ela não contava com um detalhe, um grande detalhe, ela não conseguia beijar ele, era muito vergonhoso.

Após debater por alguns minutos e decidir que se cansou disso ela aproximou sua boca decidida, porém no último momento ela mudou o alvo para a bochecha de seu noivo. 

— Veja isso como se fosse os meus juros, eu não consigo te pagar agora… — murmurou ela, antes de sair do quarto correndo com medo dele acordar a qualquer momento.

Pouco tempo depois, ambos estavam preparando seu café da manhã. Fernando havia acordado e Ana estava com fome, assim eles começaram a cozinhar algo para comerem, infelizmente não havia carne ou derivados de animais, mesmo assim, eles tinham que se virar sem eles.

— Ana, você pode cortar os legumes? — pediu Fernando enquanto lavava alguns tomates.

— Claro — disse ela pegando a faca, ela pegou uma cenoura, que já estava lavada, e fez um corte que assustou Fernando, o corte foi desajeitado e por um triz ela não fez um corte em seus dedos.

Mudando imediatamente de ideia, Fernando trocou de posição com ela, ele cortaria os legumes e ela os lavaria, felizmente tudo deu certo, até chegar o momento de fritar.

— Deixe comigo, eu posso dizer isso — disse Ana ao seu noivo totalmente confiante.

Fernando pensou um pouco, pela forma que Ana usou a faca, ela não tinha nenhuma experiência na cozinha, nenhuma mesmo“ ‘fritura + uma pessoa desastrada + alguém sem experiência’, definitivamente não é uma boa combinação”.

— Não, deixe que eu faço isso, em vez de fritar, você pode colocar os pratos na mesa? — falou Fernando de uma forma doce, pois não queria magoar ela, mas também sabia que não podia deixar sua pilotar o fogão.

Ana olhou para ele com desconfiança, como se ela sentisse que ele não confiava nem um pouco na capacidade dela de fritar os legumes, o que era verdade… 

— Certo… mas a próxima vez eu vou fritar.

— Tudo bem — disse ele, não querendo insistir muito, no futuro ele teria que pensar em como evitar uma catástrofe, no futuro, dessa vez ele estava seguro.

Assim que se sentaram para comer, Fernando olhou para o rosto de sua noiva, mais especificamente sua bochecha. Os acontecimentos de mais cedo ainda eram vívidos em sua mente, e isso estava o envergonhando muito sempre que se lembrava do que fez.

Ana estava comendo sem notar os olhares de Fernando e comia tranquilamente, até claro ela olhar para ele e notar algo estranho, pois ele estava levemente vermelho e olhando para ela, isso foi o bastante para a fazer virar uma pimenta.

“Será que ele sabe? Eu tinha certeza que ele estava dormindo… eu acho…”

Ambos estavam envergonhados por fazerem a mesma ação, porém não tinham ideia disso. Sentindo que deveria mudar de assunto, Fernando perguntou — Ana, por que você quer tanto fritar a comida? 

Foi algo que ele disse para desfazer a atmosfera estranha, mas isso certamente o incomodou um pouco, ela parecia obstinada demais com a ideia de fritar os vegetais.

Ana achou a pergunta estranha, mas também queria mudar a atmosfera e respondeu — Meu pai sempre me diz “Aprenda a fazer para conseguir fazer sozinha, nunca se sabe quando você vai ficar sozinha.”

— Então você pode ficar tranquila — disse ele comendo o último pedaço de vegetal do seu prato e depois de o engolir disse novamente — eu não vou te deixar sozinha, então qualquer coisa que você não sabe fazer, eu faço.

Ana olhou para ele querendo descobrir se era mais uma de suas brincadeiras, sempre havia a possibilidade dele estar simplesmente falando da boca para fora para tentar fazê-la se envergonhar.

Porém, Ana nunca foi alguém ótima em ler os outros, muito menos descobrir mentiras, o que era excelente para seu noivo quando queria pregar uma peça em alguém, portanto, ela aprendeu a desconfiar de seu noivo sempre que ele era muito cooperativo.

— Eu não acredito em você. 

Fernando quase pulou da cadeira com isso, essa foi a primeira vez que Ana realmente disse isso para ele, o que o fez pensar se ele havia exagerado um pouco no passado…. “ Talvez eu realmente devia diminuir isso, quase me ferrei com o assunto do pudim, droga, pare de pensar nisso!” 

Diferente de seus desejos, sempre que ele se lembrasse da cena ou de um pudim, um certo beijo viria junto, um beijo que ele queria muito, mas agora não era a hora.

— É verdade, eu prometo. — Porém, diferente do que ele esperava, ela continuava a olhar de forma estranha. — Eu juro, é verdade! Eu prometo nunca te deixar sozinha!

Ana ainda olhava de forma desconfiada, portanto Fernando ofereceu seu mindinho para que eles fizessem uma promessa de dedinho, simplesmente não havia algo mais confiável que uma promessa de dedinho para crianças.

Somente quando os dois dedinhos estavam juntos e bem amarrados ela disse — Você não pode voltar atrás, se não eu vou ficar muito brava.

— Eu acredito nisso, e gostaria que você acreditasse mais em mim — comentou ele se sentindo um pouco injustiçado, certo, ele brincava e enganava muito sua noiva, mas nada muito grande.

— É simples, só tem que parar de me enganar — retrucou ela.

— Parece que eu vou sofrer com isso por um bom tempo então — Claro que esse comentário rendeu algumas reclamações e beliscões de sua doce noiva.

Naquele dia, enquanto ambos dormiam tranquilamente, Fernando foi acordado por uma iluminação diferente da normal, a luz não estava vindo da pedra brilhante de antes, mas sim de outro lugar.

Espantado, ele olhou em volta buscando a origem da luz, e ao olhar para baixo notou dois círculos estranhos, dois círculos cheios de formas geométricas e símbolos confusos e embaralhados entre si.

Fernando imediatamente pegou Ana em seus braços e saiu da cama pensando que algo podia estar errado com ela, mas o erro não estava na cama, pois os círculos os seguiram, os círculos queriam eles. 

Após um forte clarão que o forçou a fechar os olhos, Fernando se viu em um lugar diferente, uma vasta planície com diversas outras crianças, e claro, sua noiva no seu colo.



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