Volume 1
Capítulo 5: Conflitos e escolhas
A visão era inacreditável. Pasmos com o que se apresentava diante deles, mal esboçaram alguma outra reação. Quando finalmente Cázhor se deu conta da situação, já era tarde. O enorme espaço em aberto havia sido tomado por uma grande cúpula de cor leitosa, estavam presos!
Vladmyr ao perceber a reação de Cázhor, cuidadosamente se agachou e pegou uma pequena pedra, logo em seguida a lançou em direção à enorme cúpula que os encobria.
— Merda! — Como temia, a pedra rebateu na cúpula e voltou na mesma direção.
Se tratava de um escudo mágico, porém, não para proteger aqueles que estavam do lado de dentro, e sim para impedi-los de sair.
Mediante a situação tensa que se apresentava, e sem condições de fuga, todos se posicionaram para uma nova e inevitável batalha. Diferente das demais situações onde se via sempre uma expressão alegre e um grande sorriso, Ector visivelmente estava apreensivo. Claramente, o poder dessa criatura estava além dos conhecimentos até mesmo de um grande guerreiro como ele.
— Ei, mago! Você não sabe nada sobre isso aqui? — apreensivo, Ector perguntou.
— Creio que jamais tenha visto qualquer nota sobre — respondeu enquanto folheava apressadamente seu grimório.
Na verdade, o que se sabia até então era que seria uma criatura lendária fictícia, contada em histórias de aventureiros baratos para se engrandecerem em suas aventuras, atrás de reconhecimento e fama.
— Essa coisa não para de crescer? — Vladmyr estava atônito.
Passando dos quatro metros, aproximadamente, as pedras continuavam a se agrupar lentamente.
— Não dá para interromper a magia, senhor Wilheiman? — questionava o jovem oficial.
O silêncio deixa claro que ninguém sabia o que responder.
Para testar a resistência da barreira, Lenna lançou um projétil mágico. Normalmente, atravessaria com facilidade uma barreira de médio porte. Para sua surpresa, o projétil foi repelido imediatamente, ricocheteando em sua direção.
“Imagina ser atingida por minha própria magia?” Ela estava frustrada.
A situação era muito delicada. A tensão era visível no rosto de todos quando a criatura finalmente tomou forma. Com um pouco mais de dez metros de altura, era assustadoramente maior do que qualquer lenda já havia mencionado.
Em seu peito, uma espécie de cristal circular que emanava uma luz azul forte girava em torno do seu próprio eixo. Seus olhos, cavidades ocas, preenchidos apenas com um pequeno ponto de luz avermelhada ao fundo. Todo coberto de musgos, galhos secos e ervas daninhas. Estava ali, parado, da mesma forma que estavam todos a observá-lo. O tempo parecia estagnado. Nem sequer uma corrente de ar para balançar as grandes folhagens em abundância ao redor. Um silêncio inquietante, quando de repente...
— GRARRRRR!
Um estrondo grave e intenso, quebrou o silêncio.
— Ele... ele estava vivo! — disse Lenna impressionada.
Estavam pasmos com a incrível descoberta, porém, definitivamente, não era nem de longe o melhor momento para se alegrar com tal experiência. Ector buscava a melhor forma de sair dessa situação, quando foi surpreendido pela rápida ação do golem, em sua direção.
Ele nunca foi do tipo de guerreiro perito em esquiva e, nesse momento, também não houve muito tempo para pensar. Apenas se colocou por trás de seu enorme machado, esse que acabou se tornando seu escudo. O impacto o fez ser arremessado contra a barreira que os cercava.
Por mais que vigor fosse uma de suas grandes habilidades, não foi o suficiente para suportar o choque. Logo após o baque, caiu de joelhos.
— Você não vai me derrubar tão fácil assim! — disse Ector ao se apoiar pelo cabo do machado, erguendo-se novamente.
Dessa vez, mesmo após a pancada, levantou seu rosto com um grande sorriso. Limpou com o braço um bocado de sangue que escorria do canto da boca e se pôs novamente em posição de combate.
— O senhor está bem? Eu vou aí... — disse Vladmyr enquanto se aproximava de seu superior.
Entretanto, ao dar seus primeiros passos, foi impedido por uma forte pisada no chão, do golem, em sua direção. Claramente, a criatura aparentava total consciência de seus atos e não iria deixar que ele se aproximasse dos demais.
“Essa magia demanda tempo para ser invocada, fora o risco de as chamas consumirem mais do que esperado dentro do escudo... o que eu faço?” O mago parecia concentrado.
Diante da situação, Cázhor tentava organizar seus pensamentos e bolar uma estratégia para tentar aniquilar a criatura, antes que algo pior acontecesse. Especialista em magia de fogo e sem nenhuma informação sobre algum ponto fraco, decidiu tentar lançar novamente um de seus golpes mais poderosos, “Liberatherus”.
— Senhor, por que não fazemos da mesma forma que antes? Sua magia é forte, eu cuido da proteção — disse Lenna.
Cázhor, assentiu sem hesitar. Tal atitude trouxe mais confiança à sua pupila, que já tomava iniciativa.
— Você está bem, senhor Brugnar? — Ela perguntava aos gritos, devido à distância e ao alto barulho que o golem projetava — Precisamos nos reunir!
— Faça o que precisar fazer, eu dou meu jeito!
Lentamente, o golem ainda se movia em direção a Vladmyr. Era enorme, e com certeza dispunha de uma força incomum. Os magos do grupo começaram os encantamentos e, nesse exato momento, a criatura parou bruscamente. Girou seu torço na direção oposta e foi em direção aos magos, o que pegou todos de surpresa.
Ao perceber que Ector estava longe demais para tentar algo, a única solução que veio à mente de Vladmyr, foi tentar chegar antes do golem e evitar o ataque aos magos. Lenna e Cázhor estavam a uma distância consideravelmente perto, e no meio da invocação, não houve muito tempo para pensar ou ter alguma reação.
Nesse momento, o golem já estava perto o suficiente, lançando seu ataque contra ambos os magos. Era inevitável que ele acertasse em cheio os dois. Mas foi quando, no último instante, após um grande esforço e agilidade, Vladmyr os alcançou. Ele lançou seu corpo contra o deles, fazendo-os cair ao chão.
Segundos após, a mão da criatura passou vazia sobre eles, fazendo uma ventania e levantando uma grande massa de poeira. Jogados ali, os três estavam às escuras, era impossível enxergar qualquer coisa enquanto a poeira não baixasse. Eram presas fáceis.
Percebendo a ineficácia de seu golpe, o golem usou sua outra mão para esmagar as pequenas criaturas perante ele. Era inimaginável que tamanha criatura pudesse mover-se com tanta destreza e agilidade. Os segundos após a poeira baixar foram suficientes para os três perceberem que, fugir desse ataque, seria praticamente impossível. Ainda tentavam entender como tudo aconteceu e como haviam se safado.
A situação não estava favorável ao trio. Agora, uma enorme massa rochosa, descia a uma grande velocidade sobre eles sem dar muita perspectiva de fuga. Lenna não conseguia lembrar de nenhuma magia que tivesse a conjuração rápida o suficiente. Era o fim, o enorme pedregulho estava a centímetros de esmagá-los.
Com os olhos contraídos devido à reação ao iminente ataque e excessiva poeira que ainda caia, ouviu-se um grande estalar de metal.
Quando se deu conta, a centímetros de seu rosto e entre suas pernas, Vladmyr via o enorme machado lançado por Ector. A arma, incrivelmente, sustentava o peso do ataque, impedindo que fossem esmagados.
— Saiam! Saiam logo daí! — gritou Ector.
O oficial, sem reação, olhava o quão perto eles passaram da morte, só que dessa vez, pela lâmina do machado.
Após caírem em si, se apressaram para sair do alcance de um novo ataque do golem.
— O senhor é insano! Poderia ter me cortado ao meio! — esbravejava Vladmyr.
— Deixe de choramingar, ou era isso, ou agora vocês seriam como phadors esmagados — disse Ector ainda meio ofegante devido ao esforço do preciso lançamento.
Agora, Ector estava com outras coisas em mente. Ficou confuso quando reparou que, além de se preocupar com uma gigantesca criatura mitológica, teria de tentar recuperar seu machado que, após o potente golpe, ficou encravado nele.
— Ótimo! Já não bastasse lutarmos contra esse monstro, agora ele está armado — ironizava Cázhor.
— Você também não colabora, hein? — repreendeu Lenna.
A situação não era favorável em vários aspectos. Era preciso um plano urgente.
— Proteja os magos! — gritou Ector ao perceber que Vladmyr tentava se aproximar dele.
“Que irônico, proteger um ser que trouxe tanta dor a todos”, claramente a ordem o desagradou. Não tinha muito que se fazer além de atacar e torcer para descobrir algum ponto fraco da criatura.
Ector partiu para cima, na tentativa de ganhar algum tempo para os magos conseguissem conjurar a magia. Ao perceber sua intenção, Cázhor ordenou a Lenna para começar os preparativos.
O golem parecia atraído pela magia e novamente direcionou sua atenção aos magos. Ector corria em direção à criatura o mais rápido que conseguia. Claramente, a pancada o afetou mais do que ele queria demonstrar.
Enquanto ele ainda se aproximava, Vladmyr colocou-se em posição de defesa, um pouco à frente dos magos, na tentativa de barrar um ataque direto do golem. A diferença de tamanho era a principal desvantagem. Eles eram alvos fáceis.
Diferente de sua agilidade, a percepção do golem para ataques físicos deixava muito a desejar. Notava-se isso, quando a criatura demorou muito tempo para perceber que Ector o escalava, e já estava quase à altura de seu dorso.
Vladmyr não possuía nenhum ataque a longa distância que atraisse a atenção da criatura. Jamais abandonaria seu posto sem algum plano em mente, deixando os magos sem proteção. Isso o deixava cada vez mais frustrado.
Enquanto tentava entender qual era a intenção do seu superior, espantou-se ao ver que ele já estava bem próximo ao seu machado. Tudo indicava que a intenção era de recuperá-lo.
Lenna já havia terminado seu encanto e esperava Cázhor finalizar o dele. Foi quando, repentinamente, a atenção voltou-se para um grande estrondo em direção ao golem. A criatura, novamente, acertou Ector em cheio enquanto ele tentava soltar seu machado.
O impacto o arremessou fortemente contra a cúpula que os cercavam. O som que suas costas fizeram na colisão foi agoniante, o que o fez soltar um leve gemido de dor. Dessa vez, não deu para disfarçar os danos.
— Pelos deuses! — A preocupação era generalizada.
Entretanto, após a poeira baixar, perceberam que, ao menos, ele teve sucesso em seu objetivo. Com um sorriso estampado, Ector exibia seu grande machado que novamente voltava para suas mãos.
— Ele é louco! — Lenna não acreditava no que via.
— Ainda tinha alguma dúvida? — ironizou Cázhor.
Levantando-se bem baqueado, Ector começou a mover-se em direção aos demais que, apenas aguardavam ele se reunir ao grupo, ficando no campo de proteção de Lenna.
Enquanto isso, Vladmyr se afastava aos poucos dos magos, movendo-se agilmente em direção ao golem. Quando já estava próximo o suficiente, iniciou uma sequência de golpes na altura das pernas da criatura.
— Vou desviar a atenção dele, aproveite e se junte a eles!
A estratégia funcionou, ele tinha a atenção do golem, porém todos os ataques foram ineficazes. Os golpes causaram apenas leves rachaduras bem superficiais onde houve o impacto. Ao confirmar que seu objetivo havia se concluído, utilizou de sua agilidade para contornar o golem e voltar para junto dos demais.
Finalmente, o grupo estava reunido. Antes mesmo que pudessem perceber, já estavam envolvidos pelo escudo de Lenna. E num piscar de olhos, a cascata de fogo caiu do céu. A cena era inacreditável, a pressão que a magia fazia contra a barreira era absurda.
Para o desespero de todos, a magia foi barrada e absorvida pelo grande domo, não conseguindo causar nenhum dano à barreira.
— Por essa eu não esperava... — disse Cázhor frustrado.
Ataques desse porte, demandam muita magia e esforço físico. Praticamente todos seus ataques mais fortes eram de área.
Sua face de desapontamento e frustração foi modificada por uma expressão de terror quando escutou o primeiro estrondo. O golem tentava destruir a barreira que os protegia com várias investidas. A cada golpe, um enorme tremor era gerado. Até que, por fim, começaram a surgir rachaduras enormes, o escudo não suportaria os próximos golpes.
Mesmo mediante ao grande esforço de Lenna para tentar mantê-lo, o tempo entre os danos desferidos eram maiores que ela conseguia recuperar. A pressão de cada pancada a empurrava para trás. Seus braços tremiam insistentemente. Ela não aguentaria por muito mais tempo.
— Se separem! Vamos flanqueá-lo! — ordenou Ector.
No intervalo entre um golpe e outro, Lenna desfez a barreira para que todos pudessem se afastar. Sem muitas opções, com o principal mago incapaz de atacar e um Guerreiro bem ferido, Vladmyr teve a ideia de dar uma grande investida em um único ponto da perna do golem.
— Senhor! Vamos causar um trauma maior e diminuir sua mobilidade! — disse para seu superior e ambos iniciaram uma corrida em disparada na mesma direção.
— Garota, nossa proteção está por sua conta! — disse Ector, confiante na habilidade da maga.
Assustada pela ordem repentina, ela mais que depressa começou suas conjurações. Afinal, não dava para saber quando viria o próximo ataque. O golem direcionou sua atenção novamente para o foco de magia, Lenna. Mas antes que ele conseguisse se mover em sua direção, Ector e Vladmyr desferiram um golpe vigoroso em uma de suas pernas que, sob seu próprio peso, desmoronou de joelhos ao chão.
Satisfeitos com o resultado, se afastaram para planejar o novo ataque e derrubá-lo de vez. Da mesma forma, foi um sucesso. Como uma grande construção de pedra, o golem, veio ao encontro do chão.
— Finalmente algum avanço. — Ector parecia satisfeito com o resultado.
Mesmo fadigados pelo grande esforço dos consecutivos golpes, Ector e Vladmyr não se davam por abatidos. Força bruta aparentemente era o que estava funcionando contra a enorme criatura. Tinham que aproveitar a situação para causar mais danos e imobilizar os demais membros. Enquanto planejavam o próximo ataque, o golem emitia vários sons como urros de fúria, devido aos danos sofridos. A cada golpe, parecia enfurecer-se ainda mais.
Preparados para desferir a próxima leva de golpes, foram surpreendidos por uma rápida e desgovernada ação da criatura. O golem agitava seus braços com uma enorme força em direção aos seus oponentes. Não havia sequência lógica, isso impossibilitou os guerreiros a tentarem prever qual e onde seria o próximo golpe.
A única coisa que se passava na mente de Vladmyr, era que seu superior já havia recebido muitos danos. Então, sem mais tempo para pensar, tomou uma atitude inesperada. Empurrou-o com a maior força que podia para longe do ataque, ficando totalmente exposto ao próximo golpe.
Vendo isso, Lenna, numa atitude desesperada, forçou-se a conjurar um escudo de proteção sem antes recitar o encantamento. Tal ação, consumiu uma quantidade excessiva de magia, além de ser menos eficaz. Embora tenha conseguido a tempo, não foi o suficiente para absorver totalmente o golpe. Vladmyr ainda recebeu o impacto após a quebra do escudo, sendo lançado a alguns metros à frente em direção ao chão.
— Garoto! — gritou Ector, espantado com a violência do golpe.
Apesar de a cena visivelmente ser bem violenta, o dano poderia ter sido muito pior se o recebesse em cheio.
Em meio a toda essa preocupação, Cázhor percebeu que o golem começava a se reerguer. Os grandes blocos de pedras se reagruparam e, depois, uniram-se ao corpo principal, como se nunca houvessem sofrido dano nenhum.
Vladmyr ainda se recompunha do último ataque. Ector tentava não demonstrar o quanto os golpes anteriores o afetaram. Lenna estava fadigada pelas conjurações forçadas pelo grande uso de magias consecutivas. A situação era totalmente desfavorável ao grupo e o golem novamente partia para o ataque.
O grupo não fazia ideia de como derrotar definitivamente a criatura. Ele insistia em se manter de pé.
— Essa coisa tem que ter um ponto fraco! — disse Vladmyr.
“Será que...” O pensamento de Cázhor foi interrompido.
Num piscar de olhos, a criatura moveu-se em direção à Lenna, que estava mais próxima. Com uma destreza impressionante, a agarrou fortemente com uma das mãos, o que era mais que suficiente para envolver e quase encobrir seu pequeno corpo. Imediatamente, começou a comprimi-la. Se nada fosse feito, em pouco tempo ela seria esmagada.
Foi tão repentino, que ficaram sem reação. Cázhor não lembrava de nenhuma magia que pudesse ser conjurada rapidamente sem a atingir também. A situação só piorava a cada instante. Os gritos de Lenna esboçaram claramente sua dor ao ser esmagada aos poucos. Sua força era insignificante nessa situação.
Ector tentava se aproximar o mais rápido que podia para ajudar. O sofrimento e os gritos de dor ecoavam na cabeça de Cázhor que, impotente, observava angustiado sem ter mais o que fazer. Vladmyr era o que mais estava próximo a ela. Lenna olhava para ele com um olhar de súplica, seus olhos marejados e sua visão já turva indicavam que ela já não suportava mais.
— Me ajude... — Enfim, ela desmaiou, tendo como sua última visão, a clara hesitação dele em a salvar.
— Faça algo, garoto! — Essas foram as palavras de Ector na tentativa de estimular alguma reação do oficial.
“Mas o que...” Ele caiu em si.
Vladmyr percebeu que deixou de cumprir seu juramento quando hesitou em salvar alguém por razões pessoais. Quando finalmente começou a se mover, algo interrompeu sua ação. Um poderoso disparo mágico ultrapassou a barreira e atingiu em cheio o cristal localizado no peito do Golem, fazendo um leve trinco. Mesmo que pequeno, o dano foi o suficiente para fazê-lo soltar Lenna em queda livre. A atenção do grupo se dividia em evitar o golem e na preocupação da origem do novo ataque.
Em meio a toda essa confusão, um homem com um grande arco em suas costas materializou-se bem abaixo da garota, evitando sua queda ao solo. Ele a aconchegou sutilmente em seus braços e ambos desapareceram logo em seguida, reaparecendo longe da criatura, ainda na cúpula. Todos ali ficaram abismados e sem entender o que aconteceu.
— Criei uma brecha em seu núcleo, acerte-a agora! — ordenou, com uma voz firme, o misterioso homem que ainda segurava Lenna carinhosamente.
— Mas quem é voc... — O jovem oficial desistiu de concluir sua pergunta. Neste momento, não havia tempo para indagar o que esse homem dizia.
Vladmyr correu em direção a Ector atraindo a atenção do golem, que começou a segui-lo ferozmente.
— Arremessa ela no cristal! — gritou Vladmyr ao lançar sua espada rente ao chão em direção ao seu comandante, que já estava bem próximo ao golem.
A espada chegou próximo aos seus pés, girando levemente até parar. Imediatamente, ele a pegou e a arremessou violentamente contra o golem. Mesmo após ter recebido tamanho dano, sua força era descomunal. Tal ataque fez com que a espada se enterrasse na fenda causada no núcleo, dano suficiente para parti-lo ao meio.
Sua quebra liberou instantaneamente um ofuscante brilho azulado. Logo em seguida, espatifou-se a imensa criatura, tornando-se, novamente, apenas grandes pedaços de pedregulhos ao chão. Imediatamente, a barreira que os mantinha presos, se desfez.
— Até que enfim! — Cázhor parecia aliviado.
— O núcleo de uma criatura como essa, é normalmente encantado com algum elemento, no caso, água. Um ataque direto com o elemento que é forte contra, é mais eficaz, por isso minha flecha de vento causou mais dano.
— Como assim? — Vladmyr parecia desacreditado.
— Até cogitei tirar todos daqui, mas no momento em que entrei na barreira, não consegui mais usar minha magia de teleporte para o lado de fora. — O homem ignorava os questionamentos do oficial.
— Ei! Não está me ouvindo?
Vladmyr, que apesar de também claramente ferido, empunhava a espada em direção ao homem sem, ao menos, demonstrar nenhuma hesitação.
Sua ameaça foi retribuída com um leve sorriso de canto de boca. O homem, tocou na ponta de sua espada com o dedo e a forçou levemente para baixo.
— Eu sou Hardro... Eduardh Hardro. Sou o rastreador do grupo, enviado pelo Lorde Gregory. Muito prazer! Agora aponte isso para outro lado, por favor.
O suposto rastreador fez uma sutil reverência com a cabeça, mostrando um medalhão idêntico ao que receberam na sede.