Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 3

Cqpítulo 105: Objetivo Concluído

Dentro do armazém abandonado, a tensão era palpável enquanto Moara, Joabe e Clemência se preparavam para o confronto com o Poeta Fantasma. O ambiente sombrio parecia respirar ao ritmo da batalha iminente, com sombras projetadas nas paredes de madeira envelhecida e pilhas de objetos esquecidos nos cantos.

 

 

O Poeta Fantasma abriu o livro verde em suas mãos, recitando em um tom sussurrado e assombroso:

— Societas Poetarum Mortuorum (Sociedade dos Poetas Mortos).

Com um brilho sobrenatural, duas figuras emergiram das folhas do livro: Kenia, com sua forma híbrida de coelho, e Vicente, que imediatamente sacou suas duas espadas rúnicas e invocou sua besta mágica, Calderion.

— Meus queridos peões, acabem com eles — ordenou o Poeta Fantasma, com um sorriso frio e macabro estampado no rosto.

Clemência apertou o cabo de sua marreta bicolor, lançando um olhar determinado para seus companheiros.

— Vamos mostrar a eles quem manda aqui! — gritou, segurando sua marreta com firmeza.

Joabe, com seus braceletes preparados, soltou um assopro forte nas lâminas, fazendo-as brilhar com uma aura verde que cintilava na penumbra. Ele avançou rapidamente, focado em Vicente, enquanto Moara se concentrava em Kenia, que saltou para frente com movimentos rápidos e precisos, desferindo chutes poderosos com suas pernas musculosas.

Atrás de seus aliados, Clemência preparava-se para correr, mas ao pisar numa bola de ferro no chão, parou, analisando o objeto com um sorriso malicioso nos lábios. Retirou então uma pequena bolinha vermelha do cabo de sua marreta, uma ideia se formando em sua mente.

Enquanto isso, Vicente avançava contra Joabe, tentando golpeá-lo com as espadas gêmeas. A cada investida, Joabe desviava, contra-atacando com kamaitachis formados pelo vento. As partes atingidas de Vicente se transformavam em folhas de papel que flutuavam antes de se recompor.

— Esse truque de papel tá ficando irritante... — murmurou Joabe, esforçando-se para encontrar uma maneira de derrotá-lo de vez.

Calderion continuava a encher o ambiente com sua bolhas amareladas. Joabe, já alerta quanto a um possível ataque, lançou duas kamaitachis poderosas para estourá-las, mas Vicente se jogou na frente das bolhas, fazendo seu corpo novamente se transformar em papel.

“Entendi... Ele tá juntando o máximo de bolhas para lançar aquele golpe. Droga! Não posso deixar isso acontecer,” pensou Joabe, percebendo o crescente número de bolhas amarelas.

Moara, por sua vez, tentou se aproximar do Poeta Fantasma, mas Kenia bloqueou sua investida, saltando à frente.

— Não vai ser tão fácil assim atingir o mestre! — provocou Kenia, desferindo uma série de chutes rápidos e brutais.

Moara tentou bloquear com os braços, mas o impacto a lançou para trás. Kenia aproximou-se rapidamente e ergueu a perna até a altura da orelha, preparando seu ataque mais forte.

— Queen Kick (Chute da Rainha)! — gritou ela, enquanto sua perna se enchia de músculos e descia com uma força aterradora.

No entanto, Clemência foi rápida e ativou sua habilidade, Soft Slam, batendo com a parte amarela de sua marreta nas costas de Moara. Imediatamente, o corpo da maga de terra tornou-se incrivelmente maleável, e o chute de Kenia atingiu Moara em cheio, mas o impacto foi absorvido, dissipando-se sem causar danos.

A perna de Kenia ficou presa no corpo de Moara, e, ao tentar livrar-se, usou sua técnica Quick Kick, desferindo uma série de chutes rápidos — todos sem efeito, prendendo ainda mais as pernas.

Clemência sorriu, aproveitando a chance. Com um movimento ágil, posicionou-se atrás de Moara e, com sua marreta agora na ponta cinza, desferiu um golpe poderoso nas costas de Kenia, erguendo-a no ar e desprendendo-a de Moara.

No instante seguinte, o efeito da habilidade de Clemência passou, e o corpo de Moara recuperou sua resistência. A jovem cobriu o punho com uma camada de pedra e, com um movimento rápido, lançou um Gaia Punch em Kenia, que ainda estava no ar, jogando-a contra caixas e uma parede próxima.

— Nossa, essa sua habilidade é muito útil! — exclamou Moara, com um sorriso grato, enquanto Clemência sorria, fazendo um sinal de vitória com a mão.

Vicente, vendo ao longe o golpe sofrido por Kenia, correu em direção a Moara e Clemência, preparando um ataque. Enquanto corria, girou a espada e acumulou cinco bolhas.

— Vamos ver quem é mais forte! — desafiou Moara, preparando um Gaia Punch.

— Não ataque diretamente a espada dele! — gritou Joabe, que conhecia a técnica inimiga.

Apesar do aviso, a lâmina de Vicente e o punho de Moara se chocaram. Com um sorriso triunfante, Vicente sussurrou:

— Onda Fervente.

As bolhas estouraram, liberando uma rajada de fogo que envolveu o braço de Moara. Ela gritou de dor enquanto sentia as chamas espalhar pela pele. Vicente aproveitou e lhe desferiu um chute na bochecha, derrubando-a no chão.

O olhar de Vicente então se voltou para Clemência, que rapidamente tirou a bolinha vermelha de dentro do busto, lançando-a ao ar e acertando-a com a marreta. A bolinha explodiu, , que foi diretamente contra Vicente e arrancou sua cabeça.

Vicente então se virou para Clemência, mirando-a com um olhar assassino. Sem perder tempo, Clemência retirou a bolinha vermelha que guardava no busto, lançando-a no ar. Em um movimento rápido, bateu com a marreta na bolinha, que se quebrou, liberando a bola de ferro que ela havia visto anteriormente, a qual seguiu reto, indo diretamente contra Vicente, arrancando-lhe a cabeça e derrubando-o.

No entanto, mesmo sem cabeça, Vicente se levantou. Clemência não hesitou: golpeou o clone com o lado vermelho da marreta. Ele começou a encolher, ficando com apenas 30 cm de altura. Ela então ergueu a marreta, agora com a ponta cinza, e desferiu mais um golpe, jogando Vicente longe, com seu corpo todo se desfazendo em papel.

— Moara, e seu braço, como tá? — perguntou Clemência, preocupada.

— Tá bem. Cobri com terra e pedra, o que evitou que queimasse diretamente — respondeu Moara, respirando aliviada.

— Ei, como você fez isso? — questionou Joabe, curioso.

— Como já expliquei, p lado amarelo deixa tudo macio. Já o vermelho encolhe qualquer coisa, por até dez segundos para coisas ou pessoa que não consentirem. Além disso, as bolinhas no cabo da marreta têm o mesmo efeito dependendo da cor, mas com uma diferença, elas me permitem manipular o que tiver sido transformado enquanto o tempo do efeito durar — explicou Clemência — Ah, e quando preciso de um ataque forte, a ponta fica cinza — completou, satisfeita.

— Uau, você é top, menina! — exclamou Moara, empolgada.

Clemência corou, mas lançou um olhar provocador para Joabe.

— E você, Joraco? Não vai elogiar minhas habilidades também?

Joabe cruzou os braços e desviou o rosto com desdém.

— Tá com ciuminho porque tô sendo a protagonista dessa luta? — provocou Clemência, rindo.

— Não tô com ciúmes de nada! Afinal, meus braceletes são mais poderosos do que essa sua marreta de criança! — Joabe, enfurecido, esbravejou.

O Poeta Fantasma, que observava a cena, riu sombriamente.

— Vocês parecem bem despreocupados. Acham que venceram, mas... a luta ainda não acabou.

Os corpos de Kenia e Vicente começaram a se reconstituir, prontos para o próximo embate.

— Vocês estão bem despreocupados. Acham que venceram, mas a luta ainda não acabou.

Em um armazém abandonado, Hazard olhava constantemente para o relógio, impaciente pela demora dos três alunos que deveriam ter chegado há tempos. O silêncio no ambiente só fazia aumentar sua inquietação.

A porta finalmente se abriu, e Hazard murmurou com um misto de alívio e impaciência:

— Até que enfim!

Mas, para sua surpresa, quem entrou foi Baan, não seus alunos. O homem se aproximou com uma expressão preocupada e questionou:

— Professor Hazard, cadê o último trio? Não vi nenhum sinal de batalha, e já faz alguns minutos que passaram por mim.

Hazard franziu o cenho, agora ainda mais desconfiado.

— O quê? Eu achava que eles ainda estavam lutando com você. Nenhum dos três apareceu até agora — respondeu, sentindo a tensão aumentar. — Isso não tá cheirando bem... Vamos procurá-los.

Baan assentiu sem hesitar, e ambos saíram correndo pelo armazém, determinados a encontrar os alunos.

Enquanto isso, no outro armazém onde o Poeta Fantasma confrontava o trio, Vicente avaliava o ambiente com um olhar calculista.

— Já tenho bolhas suficientes — murmurou, erguendo suas lâminas e prendendo várias bolhas na espada. Ao fincá-la no chão, gritou com intensidade: — Caldeira Agonizante!

A lâmina parecia prestes a liberar uma onda de chamas devastadora. Joabe percebeu o perigo e gritou com urgência:

— Pessoal, não deixem ele girar o cabo da lâmina, ou estaremos acabados!

Num rápido movimento, Clemência saltou e usou sua técnica Soft Slam (Batida Suave), transformando o chão em uma superfície maleável que envolveu as espadas de Vicente, apagando as chamas antes que ele pudesse concluir o ataque.

Ela sorriu com confiança.

— Sem o seu brinquedinho, acho que suas bolinhas não vão mais funcionar.

Aproveitando a distração, Joabe assoprou a lâmina de um de seus braceletes e avançou com um ataque feroz, Executioner’s Blades (Lâmina do Carrasco), desferindo um golpe certeiro contra Vicente. Contudo, assim como antes, ele se desfez em papéis e logo se recompôs, sem qualquer sinal de ferimento.

— Isso não vai acabar nunca se eles continuarem se regenerando assim! — exclamou Joabe, com frustração evidente. — Precisamos atacar diretamente esse poeta maldito.

Clemência avaliou rapidamente a situação e, com um olhar astuto, murmurou:

— Eu tive uma ideia, mas vou precisar de você, Moara. Joraco, tente imobilizar Vicente o máximo que puder.

Antes que pudessem agir, Moara sentiu um arrepio. Ela virou-se rapidamente e gritou:

— Clemência, cuidado!

Clemência olhou para trás, mas já era tarde demais. Kenia apareceu por trás da jobem, em um movimento veloz, após um impulso fervoroso, e, com um chute poderoso, atingiu o rosto de Clemência, lançando-a contra a parede com força. Kenia avançou para o golpe final, mas Moara pôs as mãos no chão, invocando seu golpe Gaia Wall (Parede de Gaia). Um paredão de terra ergueu-se rapidamente, protegendo Clemência.

Kenia, no entanto, não parou. Ela chutou o paredão com tamanha força que o destruiu, e os pedaços de terra flutuaram no ar. Aproveitando os fragmentos, Kenia os golpeou na direção de Clemência, que rapidamente usou sua técnica Soft Slam em si mesma, absorvendo os pedaços de terra.

Moara não perdeu tempo. Com determinação, ela pisou no chão e ativou sua técnica Gaia Awakening (Despertar de Gaia), fazendo um pilar de terra emergir sob Kenia, atingindo-a com força. Kenia tentou se recompor no ar, mas Moara saltou e deu um pisão ainda mais potente, fazendo um segundo pilar, maior que o primeiro, surgir e esmagar Kenia contra o teto, imobilizando-a.

Aproveitando a pausa, Moara ajudou Clemência a se levantar, e ambas voltaram sua atenção para o Poeta Fantasma. Moara falou rapidamente:

— Qual a estratégia? Temos pouco tempo para derrotá-lo antes que o clone daquela coelha volte ao normal.

O Poeta Fantasma sacou uma adaga rúnica do bolso e, com um olhar desafiador, sussurrou:

— Ho-oh, vão atacar diretamente... Podem vir!

Clemência retirou uma pequena bolinha vermelha do cabo de sua marreta e a aproximou de Moara. Sem entender, Moara questionou:

— O que você tá fazen...

Antes que pudesse terminar, ela começou a encolher até o tamanho de um brinquedo, envolta pela bolinha vermelha. Com um sorriso malicioso, Clemência ergueu a marreta e golpeou a bolinha, lançando Moara por cima do Poeta Fantasma.

A bolinha estorou e o efeito de encolhimento se dissipou, Moara se viu acima da cabeça do inimigo e gritou com entusiasmo:

— Isso foi muito legal, mas antes... — ela fitou os olhos no inimigo, que fazia o mesmo com ela — Hora de morrer, poeta mequetrefe! Gaia Punch!

A maga desceu com um soco poderoso, acertando o Poeta Fantasma com toda a sua força. O corpo do inimigo se desintegrou em uma explosão de papéis, espalhando-se pelo chão, caindo a adaga rúnica próxima ao livro.

— Que? Ele também é um clone de papel? — perguntou Moara, ofegante, seus olhos percorrendo o ambiente.

Mas o perigo ainda não havia passado. O livro do Poeta Fantasma abriu-se novamente, e folhas começaram a sair, formando o corpo de uma mulher encapuzada. Clemência gritou desesperada:

— Moara, atrás de você!

Antes que Moara pudesse reagir, o novo clone de papel a surpreendeu, cravando uma adaga em seu ombro e drenando sua magia.

— Meu poder mágico... tá sumindo. Que merda é essa? — murmurou Moara, sentindo as forças escaparem de seu corpo.

Enquanto seus poderes eram sugados, papéis envolveram seu corpo, aprisionando-a dentro do livro. Joabe, horrorizado, assoprou suas lâminas e criou uma tempestade de *Kamaitachis* que cortou Vicente e o novo clone. Ele correu com toda a velocidade para pegar o livro, mas, loog antes de pegá-lo, Kenia, que já havia se recomposto e, em um outro impulso fervoroso, agarrou o livro que prendia Moara e escapou.

— NÃO! — gritou Joabe, vendo Kenia desaparecer com o livro.

No auge do desespero, Clemência e Joabe encararam Vicente e o novo clone se reformarem em meio aos papéis. O cansaço e o abatimento pela perda da companheira estavam evidentes, e os dois inimigos os cercavam com olhares frios e ameaçadores.

Subitamente, uma luz intensa iluminou o armazém. Hazard e Baan chegaram, prontos para o combate. Baan sorriu e disse, em tom desafiador:

— Por que ninguém nos convidou para essa festa, hein?

Os clones de papel sorriram, e o novo clone, em uma voz feminina, declarou:

— Já conseguimos o nosso objetivo. Hora de recuar!

E, em um último movimento, ambos os clones se desfizeram em uma revoada de papéis, deixando o campo de batalha em um inquietante silêncio.



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