Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 3

Capítulo 132: Epopeia X Nefilim

Enquanto analisava suas opções, o brilho do anel mágico no dedo chamou sua atenção. “O anel que eu peguei do professor Hazard! Será que ele pode me ajudar?”, após refletir rapidamente, ela percebeu que o anel era a única a oportunidade que tinha no momento e contraiu o dedo, ativando o artefato. 

Imediatamente, sua água elástica foi envolvida por uma aura negra, e pequenas esferas escuras surgiram ao redor dela, pressionando suas costas e gerando uma força contrária à exercida pela bola adversária. Mesmo sob a força devastadora do ataque de Donny, a ajuda do poder do anel permitiu que Rydia permanecesse firme. Seus olhos brilhavam com determinação enquanto absorvia o impacto. Após conseguir bloquear o ataque inimigo, Rydia, com a bola presa na água elástica de suas mãos, ofegava, inclinando-se e descansando após seu último movimento.  

— Ei, Rydia! — chamou Uji, que observava a cena com um sorriso provocador. — Esse bumbunzinho durinho tão próximo de mim assim vai acabar comigo! Não consigo nem piscar, estou... hipnotizado! 

Rydia, ainda em esforço, sentiu o sangue subir à cabeça. 

— Como é?! — virou-se para ele, irritada, sem largar a bola. — Acha que é bonito ficar espiando o corpo das meninas enquanto pensa indecen... 

Antes que pudesse terminar a frase, Prya aproveitou sua distração e lançou uma bola certeira. O impacto foi direto na bochecha de Rydia, desequilibrando-a e fazendo-a cair, com o som do apito ecoando em seguida. 

— Jogadora Ludya, eliminada! Para a zona morta! — anunciou Seraphine. 

Atônita, Rydia sentiu uma mistura de raiva e vergonha. Pegou a bola que havia parado antes e, em um acesso de fúria, a chutou com força, acertando Uji em cheio na cabeça. 

— Isso é culpa sua, seu paspalho de mente poluída! — esbravejou, com as bochechas ruborizadas. — Deixa de atrapalhar e vai fazer algo útil! 

Marchando com indignação, ela seguiu para a zona morta.  Entretanto, enquanto passava, Kreik, com os olhos brilhando de entusiasmo, perguntou: 

— Rydia, como você fez aquela técnica igual à do professor Hazard? Pode me ensinar depois? 

— Depois conversamos, Kreik — respondeu ela, tentando esconder o desconforto. Seus olhos, porém, fixaram-se no anel enquanto pensava: “Magia igual à do professor Hazard... Como isso é possível?” 

No campo adversário, Prya lançou um olhar para Donny, sinalizando com a cabeça. O clone de Donny entendeu a mensagem e imediatamente armou mais um ataque, mirando em Rydia, mesmo na zona morta. 

Donny lançou sua besta mágica mais uma vez, e a bola voou com potência renovada. Mesmo em uma posição desvantajosa, Rydia utilizou novamente a técnica da manchete, envolvendo as mãos na água reforçada com a aura negra. O impacto foi ainda maior desta vez, arrastando-a perigosamente para fora dos limites da zona morta. 

— Não vou perder assim...! — gritou, esforçando-se ao máximo para resistir. 

Nesse momento, Joabe se posicionou atrás dela, encostando as costas nas suas. 

— Eu te seguro. Vamos acabar com esses malditos. É uma questão de honra — disse ele com firmeza. 

O peso de ambos estabilizou o movimento, e juntos conseguiram repelir a bola. No entanto, no processo, Joabe acabou pisando fora da zona morta. 

— Joraco, fora da faixa! Eliminado em definitivo! Bola aparada na zona morta. Bola extra para o time Epopeia — anunciou Seraphine com um apito curto. 

Joabe suspirou, olhando para Rydia antes de sair do campo: 

— Não deixe eles vencerem fácil. Mostre a eles por que somos Crossed Bones. 

Rydia assentiu, sua determinação renovada, concentrando-se apenas em vencer aquela partida de Runeball. O orbe dourado passou para o lado adversário, e a professora anunciou na próxima rodada. Clemência, cheia de energia, lançou duas bolas para Kreik e pegou outras duas para si.

— Vamos lá, time Epopeia! É nossa vez! Vamos derrubar pelo menos uns três! — declarou ela, sua voz de determinação enquanto o time Nefilim se preparava para defender.

Kreik impulsionou-se com os jatos das luvas de Ifrit, ascendendo rapidamente. De cima, sua visão era estratégica e privilegiada. Ele lançou duas bolas flamejantes diretamente na direção do orbe dourado, que era o objetivo principal. Abaixo, Clemência observava o cenário, segurando duas bolas em suas mãos. Seus olhos brilhavam enquanto calculava os próximos movimentos.

Prya e o clone de Vicente trocaram um olhar cúmplice. Sem palavras, ambos se posicionaram na frente do orbe dourado, formando a linha de defesa do time Nefilim. Prya apontou o dedo indicador para uma das bolas flamejantes e disparou um laser concentrado. A energia colidiu com a bola de fogo, desviando-a para o lado oposto do campo. Vicente tentou também bloquear a outra bola, levantando as mãos para apará-la. No entanto, a força da bola flamejante foi superior à sua, forçando-o a espalmá-la. A bola ricocheteou com violência, indo na direção de Kênia, que já saltava, pronta para agarrá-la no ar.

Mas antes que Kênia pudesse alcançar a bola, algo inesperado aconteceu. Ela sentiu uma pancada súbita na perna, desequilibrando-a completamente no ar. Sem entender o que a atingira, caiu de forma desajeitada no chão. A bola desviada por Vicente atingiu o solo logo em seguida.

— Jogadores Vicente e Kênia, eliminados! Para a zona morta! — anunciou Seraphine, o apito ecoando pela quadra.

— Professora, espere! — Prya protestou, avançando alguns passos. — O Vicente, tudo bem, ele foi acertado... mas Kênia não! Ela nem sequer foi atingida!

Seraphine arqueou uma sobrancelha e apontou para uma bola no chão, próxima ao local onde Kênia estava.

— Como não? Está ali a bola que a atingiu.

Os olhos de Prya se arregalaram em descrença e imediatamente ela virou-se para Clemência, que colocou a língua para fora, mostrando que em suas mãos havia apenas uma bola, ao invés de duas.

“Que diabos...? Quando ela foi atingida?”, pensou, desconfiada. Seus olhos afiados e sua mente fervilhando.

Enquanto isso, do outro lado da quadra, Kreik e Clemência comemoravam com um “high five”.

— Boa estratégia, Clemência! — elogiou Kreik, um sorriso largo em seu rosto.

— Vamos ganhar essa partida! — respondeu ela, rindo.

Kreik inclinou-se e sussurrou algo em seu ouvido. Clemência assentiu animadamente, pronta para o próximo movimento.

A dupla caminhou até a borda da quadra, posicionando-se com as últimas bolas. Clemência segurava duas, enquanto Kreik pegava a que estava mais próxima. Ele impulsionou-se novamente com as luvas, subindo alto no ar. Lá em cima, girou no ar para ganhar impulso antes de arremessar sua bola flamejante com toda a força na direção do orbe.

Sem defensores, Prya, como coringa, teve que agir sozinha. Ela saltou, concentrando sua energia mágica.

— Eu bloqueei uma vez, posso bloquear de novo! — gritou, disparando outro laser de seu dedo para desviar a bola, ricocheteando-a diretamente para dentro do campo adversário.

O laser interceptou a esfera de fogo, mas Kreik estava pronto. Ainda no ar, ele esperou a bola retornar ao seu campo e usou os jatos das luvas para girar 360 graus verticalmente. No momento exato, rebateu a bola com o calcanhar, redirecionando-a na direção de Donny.

— Corre, Donny! — berrou Prya.

Donny tentou avançar, mas Clemência aproveitou a oportunidade. Com um movimento preciso, lançou sua bola contra o pé direito dele, que estava no ar prestes a dar o próximo passo. A bola amolecida grudou no pé de Donny, impedindo-o de se mover.

Com um sorriso confiante, Kreik observava tudo do alto. “Vamos ver o que vai fazer agora. Se ficar, minha bola te pega. Se correr, a bola da Clemência te elimina”, pensou ele, satisfeito com a estratégia.

Em um ato desesperado, Donny girou o tronco, socando com força a bola flamejante de Kreik para o alto. No entanto, para evitar ser atingido pela bola de Clemência, ao cair, concentrou-se em manter o pé direito erguido, sem tocar no chão. A bola girou pelo ar, indo na direção da zona morta.

Moara, que estava preparada, cobriu as mãos com camadas de terra e posicionou-se para interceptá-la.

Clemência observava atentamente. Um pensamento rápido cruzou sua mente: “Vou mostrar como eliminei Kênia. Se minha marreta tem duas faces: uma amolece as coisas, a outra reduz o tamanho delas...”, ela continuou a refletir com um sorriso astuto. “Posso aplicar o mesmo princípio com as minhas mãos, ou seja, posso encolher a bola para fazer ela passar despercebida.”

Ela lançou sua última bola para o alto e, como uma tenista, golpeou-a com a palma da mão virada. A bola encolheu instantaneamente, transformando-se em um pequeno projétil veloz.

Enquanto Moara preparava-se para agarrar a bola ricocheteada, a minúscula esfera atingiu seu abdômen com força, jogando-a para fora da zona morta. Simultaneamente, a bola de Donny atingiu o chão.

— Donny, eliminado! Hermiara, fora do jogo, eliminada em definitivo! — declarou Seraphine com outro apito firme.

Os espectadores explodiram em gritos de euforia. Do banco de reservas, Rydia aplaudiu a jogada com entusiasmo.

— Clemência e Kreik é assim que se usa cabeça! — comentou, admirada.

Seraphine apitou novamente, sinalizando o início de uma nova rodada. O orbe dourado retornou ao campo do time Epopeia, mas Prya estava furiosa, seus olhos fixos no time adversário.

— Desgraçados... me deixaram sozinha no campo... — murmurou, cerrando os punhos. — Mas não comemorem antes da hora. Eu ainda não perdi esse jogo!

Prya foi até a ponta da quadrou e carregou as cinco bolas de ataque em suas mãos. Seus olhos brilharam de determinação enquanto ela passava rapidamente as mãos sobre elas, como se traçasse um plano intricado. Sem hesitar, mirou no orbe dourado e lançou a primeira bola com alta precisão.

Kreik se posicionou à frente do orbe, seu semblante confiante mostrava que estava pronto para encarar o desafio de frente. Clemência estava um pouco mais ao lado, preparada para interceptar qualquer rebote que pudesse ameaçar a defesa do time. 

Antes que a primeira bola sequer chegasse até Kreik, Prya mostrou sua astúcia, revelando sua carta na manga. Ela lançou uma segunda bola, muito mais veloz, que colidiu com a primeira no ar. No instante do impacto, as bolas brilharam intensamente, liberando jatos laser que alteraram suas trajetórias e potencializaram suas velocidades. 

Uma das bolas foi direto ao ombro de Kreik, o golpe o fez recuar ligeiramente. Ainda assim, ele estava determinado a não perder a partida, já se preparando para voar na direção da bola, contudo ele viu Prya ameaçando arremessar outra bola da direção do orbe e pensou: “Merda! Se eu for pegar a bola vou deixar o orbe livre para ela acertar... preciso ficar e protege-lo. Ele é o mais importante.”

Por sua vez, a outra bola de Prya, desviada pelo impacto, seguiu na direção de Clemência, atingindo seu rosto de forma rápida e precisa.  O impacto no rosto foi forte, derrubando-a no chão. Mesmo sentindo o peso da pancada, Clemência não vacilou. Seu olhar demonstrava a intensidade de alguém que não desistiria. A bola que a atingira ainda pairava no ar. Ela sabia que precisava agir rápido, seja para tentar se salvar, seja para tentar salvar Kreik. Embora lhe fosse mais fácil tentar se salvar, ela sabia que não tinha como ganhar sem alguém na equipe capaz de defender as bolas do oponente, então, tomou sua decisão. 

Com um movimento ágil, Clemência invocou sua marreta. A ponta do equipamento brilhou em um tom cinzento e foi imediatamente arremessada. O impacto da marreta na bola que havia sido lançada contra Kreik fez com que ela voasse para longe, por cima da zona morta. 

Rydia, observando a cena de sua posição, não perdeu tempo. Ela ergueu as mãos, invocando sua técnica Web Water (Água Teia). Fios de água elástica se espalharam como uma teia, agarrando a bola antes que esta saísse do alcance. O público prendeu a respiração enquanto ela puxava o fio, trazendo a bola de volta como uma pescadora hábil. 

No entanto, Prya estava determinada a virar o jogo. 

— Vocês já perderam essa partida! — gritou ela, lançando outra bola com força na direção de Rydia. 

Kreik, percebendo o perigo iminente, ativou os poderes de suas luvas, preparando pequenos dardos flamejantes entre as pontas dos seus dedos, no intuito de alterar a trajetória da bola de Prya. 

— Vamos ver como vocês irão superar isso! — exclamou Prya com um ar de superioridade. “Quando eu passei as mãos levemente nas bolas, eu estava infundindo-as com minha habilidade Trap Laser (Laser Armadilha)... Todas elas estão marcadas com um síbolo rúnico. Assim que elas tocam alguma coisa, um jato laser sai do símbolo, alterando sua trajetória e velocidade. Hehehe!”, pensou ela, enquanto lançava sua quarta bola. 

A nova bola colidiu com a anterior, liberando outro jato laser vermelho que desviou ambas. Uma delas passou por fora da quadra, enquanto a outra foi direto para a parte de trás do orbe dourado. 

Kreik voou em alta velocidade, movendo-se para interceptar a bola. Enquanto isso, Prya sorriu confiante.

— Agora eu ganhei! Não tem como defender o orbe atrás e na frente ao mesmo tempo! 

A maga controladora de lasers lançou sua quinta bola, mirando diretamente no orbe desprotegido. Kreik conseguiu encaixar a quarta bola, mas o impacto foi tão forte que ele foi arrastado para trás no ar. 

— Não vou desistir! Sempre há um jeito de se superar! — gritou Kreik, girando o corpo para estabilizar sua posição no ar.



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