Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 3

Capítulo 131: Runeball

Retornando para aula de recreação a mágica, a tensão na quadra de esportes da universidade aumentava à medida que os jogadores tomavam suas posições, cada um ajustando seu foco e magia para o início da partida. Seraphine Muller, com seu jeito provocador e descontraído, ergueu o Orbe Dourado acima da cabeça. O brilho intenso do objeto refletia no sorriso confiante da professora.

— Vocês sabem o que fazer! Quero um show digno, agora vamos lá, todo gritem: Runeball! — exclamou, arremessando o Orbe para o alto. 

 A esfera flutuou suavemente, escolhendo o lado do campo. Era a vez do Time Epopeia, formado por Rydia, Kreik, Joabe, Clemência e Cassie, começar na defensiva contra o Time Nefilim, composto por Prya, Moara, Kenia, Vicente e os clones de Donny. 

O Orbe se posicionou na metade do campo do Time Epopeia, e o Time Nefilim avançou rapidamente. Prya, Moara e Donny pegaram cada um uma Bola Vermelha Rúnica, infundindo suas magias nelas.

Moara, com um sorriso confiante, lançou sua bola envolta em uma grossa camada de terra e rocha, enquanto Prya disparou uma bola coberta por um brilho laser cortante. A dupla coordenou seus ataques de forma precisa, mirando no Orbe Dourado. 

Rydia manteve-se serena, embora seus olhos calculassem cada movimento. Com um gesto ágil, ela manipulou sua água elástica, fincando fios cristalinos na bola de Moara. Com um puxão certeiro, redirecionou a bola de terra e rocha para colidir com a de laser de Prya. O impacto gerou uma explosão mágica no ar, impedindo que ambas alcançassem o Orbe. 

— Boa, Ludya! — gritou Clemência piscando o olho, admirada com a precisão da companheira.

Entretanto, Donny não perdeu tempo. Invocando sua besta mágica, Battlewolf, ele socou a criatura com força. A besta uivou antes de lançar a bola que segurava, dividindo-a em cinco projéteis. Cassie tentou reagir, mas hesitou. As bolas a atingiram de frente, enviando-a diretamente para a Zona Morta.

Seraphine apitou alto, anunciando a eliminação. 

— Jogadora Cassie, Zona Morta! — declarou com seu tom divertido, enquanto Cassie caminhava com relutância para a área atrás do campo inimigo. 

  — Por que você não usou sua magia para bloquear? Aquelas suas faixas podiam ter segurado o ataque! — reclamou Joabe, sem segurar sua irritação, enquanto Cassie passava para a área final do campo. 

Cassie abaixou o olhar, a timidez evidente em sua postura. 

— Eu ia precisar dançar... E não vou dançar na frente de todo mundo — respondeu, o rosto corando. 

— Isso é ridículo! Vamos perder por sua causa! — Joabe bufou, irritado.

Fingindo que estava limpando o lixo na beira do campo, Uji, sempre pronto para provocar, gritou: 

— Concordo, meu amigo! A gente quer ver essa jovenzinha dançando de shortinho curto! Faz parte do jogo! 

Joabe apontou para Uji, concordando de imediato. 

— Exatamente! 

— O que? — Cassie parou, lançando um olhar indignado. — Então era por isso que você tá reclamando? 

— Ei, espera! — Joabe corou ao perceber a armadilha e tentou se corrigir. — Não é isso... Esse idiota me confundiu! 

Antes que pudesse se defender, uma bola veio zumbindo pelo ar, arremessada por Prya. Ela atingiu Joabe na nuca, arrancando um grito de surpresa dele. A bola parecia destinada ao chão, mas Kreik apareceu em um salto heroico, usando os jatos de suas luvas para voar. Ele aparou a bola com um movimento rápido. 

— Fica esperto, cara! — gritou Kreik, pousando no chão todo desingonçado. 

Rydia, no entanto, não deixou passar. Aproximou-se e deu um leve cascudo na cabeça de Joabe. 

— Presta atenção no jogo, cabeçudo! 

Joabe massageou a cabeça, contrariado, mas devolveu o olhar. 

— Tá muito competitiva pra quem nem queria jogar, hein? 

No campo, a última bola, controlada pelo Battlewolf de Donny, disparou em direção ao Orbe. Rydia, mais uma vez, agiu com rapidez. Manipulando sua água, ela prendeu outro fio líquido no Orbe, puxando-o para baixo e fazendo-o perder altitude. O movimento foi suficiente para que as bolas inimigas errassem o alvo. 

O Orbe Dourado brilhou intensamente, atravessando para o outro lado do campo. Seraphine apitou novamente, marcando o fim da rodada. 

— Primeira rodada encerrada! Agora é a vez do Time Epopeia atacar! — anunciou com entusiasmo, enquanto o Time Nefilim tomava suas posições defensivas.

No lado do campo, Kreik ajustava as luvas, ansioso pela sua vez. 

— É agora que mostramos pra eles como se joga de verdade! — disse com confiança, recebendo um aceno determinado de Rydia. 

O jogo prometia ficar ainda mais acirrado a media que a segunda rodada começava sob uma tensão crescente. O time Epopeia precisaria se reorganizar rapidamente para não poder igualar as perdas e, quem sabe, sair dessa rodada com uma vantagem. Do outro lado, o time Nefilim, demonstrava uma confiança crescente. 

Rydia, com sua postura séria e olhar calculista, assumiu rapidamente o comando da estratégia. 

— Clemência, mantenha o foco! Kreik, você cobre o lado direito! Joabe, o lado esquerdo. Pessoal, sejam frios e não façam besteira.

Kreik e Clemência assentiram, já se posicionando, cada um com uma bola. Joabe, por outro lado, abriu um sorriso confiante, preparando seu arremesso.

— Estratégia? Eu só preciso jogar essas bolas e derrubar todos! Observem como vou sair derrubando, um a um! — declarou, cheio de arrogância. 

Rydia franziu o cenho, mas decidiu não perder tempo. 

— Faça isso, e vai acabar entregando o jogo, cabeçudo! — rebateu ela, apertando a bola em suas mãos enquanto analisava os adversários. 

Joabe ignorou o aviso e lançou imediatamente sua bola, a qual ficou envolta de sua magia de vento, sibilando, como se fosse uma kamaitachi. A sua bola tinha destino certo: Moara, que não recuou e encarou o desafio de frente.

Por sua vez, Kreik aproveitou o momento. Ele concentrou sua energia nas luvas e disparou, jogando uma bola rúnica envolta em chamas direto para o orbe dourado. As chamas rugiam no ar, desenhando uma trilha incandescente na quadra

No lado do time Nefilim, Prya riu baixinho, ajeitando os cabelos, organizando a equipe com simples gestos em seu olhar. Os clones de Vicente e Kênia, com suas expressões inexpressivas, formavam uma linha defensiva sólida, enquanto Moara e Prya trocavam olhares cúmplices, prontas para colocar o plano em ação. 

Vicente avançou, contra abola de Kreik, já que tinha maior resistência ao fogo. Ele tomou a frente do orbe e aparou a bola com as mãos nuas, mas o calor intenso do portador do Ifrit era mais forte e o obrigou a girar o braço, desviando a trajetória da bola para o teto. 

— Boa tentativa! — gritou Prya, enquanto lançava um olhar para Kênia, que captou a ideia e saltou logo em seguida. 

A híbrida coelho agarrou a bola no ar com facilidade, caindo em pé com a leveza de um felino. 

Já no outro lado da quadra, Moara encobriu a mão com uma camada de terra e rocha, desferindo um Gaia punch diretamente na bola de Joabe. Uma disputa de força começou, os pés de Moara cederam alguns centímetros, mas ela conseguiu segurar a bola com a mão, contudo ela abriu os dedos e a bola caiu no chão e o som de apito ecoou na quadra.

— Hermiara atingida! Vai para zona morta, garotinha.

—  Eu disse que era fácil. Deixem comigo que eu acabo com todos — Joabe riu orgulhoso, dirigindo-se até a ponta da quadra para pegar mais duas bolas.

— Não fique se achando. Aquilo foi golpe de sorte — retrucou Kreik, com uma  leve pontada de inveja do companheiro.

“Tem algo errado... Tenho certeza que o clone aparou a bola, mas deixou ser eliminado. O que eles estão planejando...”, pensou Rydia, olhando fixamente para o clone de Moara, que caminhava até a zona morta.

Convencido após sua última jogada, Joabe soltou uma risada e lançou duas bolas simultaneamente, ambas envoltas em camadas afiadas de vento. 

— Observem e aprendam! — exclamou ele, apontando uma bola para Prya e a outra para o orbe dourado.

As duas bolas seguiram seus destinos. Prya riu confiante e os clones iniciaram sua estratégia. Kênia, mostrando sua agilidade, ativou sua transformação híbrida de coelho. Com um salto preciso, ela interceptou a bola que seguia para o orbe, girando o joelho no ar e mudando sua trajetória em direção a Vicente. Este, com movimentos calculados, amorteceu o impacto, girando a mão para trás e redirecionando a bola até Moara, que aguardava na zona morta. 

Enquanto isso, a bola que seguia para Prya foi interceptada por Donny. Ele concentrou toda a sua força e desferiu um soco poderoso, imbuído com o poentecializador do corpo fechado, contra a bola de Joabe. O impacto diminuiu a velocidade da bola, que começou a cair em direção ao chão. 

Antes que tocasse o solo, Prya saltou agilmente, erguendo a bola com um soco preciso. 

— Donny! — gritou ela. 

Donny recebeu a bola com facilidade, mas, ao invés de segura-la, girou e a lançou para trás, em direção à Moara. 

Rydia, que observava a sequência, arregalou os olhos ao entender a estratégia. 

— “Eles estão rebatendo as bolas de propósito ao invés de segurá-las. Merda! Eles vão passar as bolas entre a zona viva e a morta para garantir bolas extras!”, concluiu ela. — Clemência, não deixe eles segurarem essa bola na zona morta! — gritou em seguida, seu tom de voz carregado de urgência. 

Clemência, ágil como um raio, reagiu imediatamente. Com a palma da mão, lançou sua bola diretamente na direção da zona morta. A estrutura da bola amoleceu no ar, como se estivesse ondulando e transformando-se em uma substância semelhante a uma massa gelatinosa. 

Moara, na zona morta, agarrou a bola de Vicente com facilidade e preparava-se para interceptar a bola de Donny que vinha do alto. No entanto, a bola de Clemência foi mais rápida. Ela colidiu com a de Donny, absorvendo-a e mudando sua trajetória. Ambas subiram, passando pelas mãos de Moara, e caíram fora da quadra.

O apito de Seraphine soou alto. 

— Bola aparada na zona morta! Bola extra para o time Nefilim na próxima rodada! — anunciou a professora. 

Clemência estreitou os olhos, furiosa. 

— Professora! Eles não apararam a bola do Donny! Ele deveria ser eliminado! 

Seraphine manteve sua compostura, explicando: 

— Não. A  bola que tocou o chão foi a sua, Clemência. Ela absorveu a outra e a lançou para fora da quadra. Donny ainda está na zona viva do time Nefilim.

— Isso é um roubo! Essa juíza tá comprada!  — gritou Clemência, visivelmente irritada.

Enquanto isso, Rydia se aproximou de Joabe e, sem cerimônia, deu-lhe outro cascudo na cabeça. 

— Deixa de ser arrogante, cabeçudo! Tu quase deu duas bolas extras pro time rival. Se quer perder, desiste logo do jogo! 

Joabe esfregou a cabeça, visivelmente incomodado. 

— Ai, sua lazarenta! Isso dói! Tá bom, tá bom... Foi mal. Vou ser mais cauteloso. 

Kreik, que observava a cena de longe, soltou um suspiro enquanto pensava consigo mesmo:  "Não sabia que a Rydia era tão competitiva..."

Com o orbe dourado retornando para o campo do time Epopeia, o apito de Seraphine ecoou novamente. 

— Começo da terceira rodada! 

A próxima rodada começou com uma explosão de rivalidade entre as equipes, com o time Nefelim com direito a uma bola extra de ataque. Donny, socou sua melhor mágica, que respondeu com um rugido feroz ao lançar uma bola que se dividiu em cinco esferas menores, todas envoltas em uma aura pulsante.

Rydia, sempre a mais perspicaz da equipe, pegou rapidamente sua rede de água e lançou uma ponta para Joabe, que segurou firmemente enquanto ela corria para o lado oposto da quadra. O movimento era preciso, como se os dois tivessem seus pensamentos sincronizados. As cinco bolas colidiram contra a rede, tensionando-a ao máximo. A magia de Rydia, no entanto, manteve-se firme. A água, manipulada com maestria, absorveu o impacto e rebateu as esferas para o lado adversário, arrancando murmúrios de admiração dos alunos espectadores.

Enquanto isso, Prya aproveitou a distração para lançar uma bola laser diretamente na direção ao orbe dourado. Kreik, que estava um pouco atrás, viu a trajetória e reagiu rapidamente. Com suas luvas de Ifrit brilhando em chamas intensas, ele saltou no ar, suas mãos ardendo com a energia do fogo. Ele interceptou a bola, mas o impacto foi tão forte que o derrubou ao chão. Ainda assim, ele conseguiu garantir o sucesso, recebendo olhares de aprovação de seus companheiros de equipe.

Donny, porém, não perdeu tempo. Com outro soco poderoso em sua besta mágica, ele lançou uma terceira bola, concentrando nela uma potência equivalente à força de cinco bolas juntas. Kreik, ainda no chão, percebeu que não conseguiria defender dessa vez. Ele fechou os olhos, resignado, até ouvir uma voz familiar e confiante.

— Já tá dando por vencido? Esse jogo ainda não acabou! — trouxe Joabe, surgindo à frente para interceptar o ataque.

Joabe segurou a bola com as duas mãos, envolvido por uma camada de vento, mas o impacto foi esmagador. Ele transferiu contra a força descomunal da bola, até que sua defesa foi rompida, e ele tropeçou, caindo sobre Kreik. A bola bateu seu curso, indo diretamente para a zona morta. Cassie correu para interceptá-la, saltando com agilidade, mas foi tarde demais. A bola tocou o chão, e a professora Seraphine apitou com firmeza.

— Jovenzinho de Suna, para a zona morta! Jogadora Cassie, eliminada em definitivo!

Joabe levantou-se com dificuldade e olhou para Kreik, que ainda estava no chão.

— Por que você fez isso? — perguntou Kreik, confuso.

— Rydia disse pra usarmos a cabeça. Você é o nosso coringa. Sem a sua posição, a nossa situação complica ainda mais. Vê se não perde!

Com um aceno de cabeça, Joabe posicionou-se na zona morta, enquanto Cassie saiu do campo, cabisbaixa.

No lado adversário, Prya pegou uma bola e jogou para Battlewolf, que agarrou com destreza antes de lançar-la com força na direção de Rydia. Simultaneamente, Donny socou sua besta mágica novamente, enviando outra bola com o quíntuplo de potência.

Rydia estava próxima da borda da quadra e sabia que precisava agir rapidamente. Suas mãos envolveram-se em uma camada de água elástica; os braços, unidos e eretos, posicionavam-se como se fosse realizar uma manchete de vôlei. A bola colidiu com força brutal, arrastando-a para trás e ameaçando jogá-la para fora dos limites da quadra. 

— Droga! — murmurou entre os dentes, sentindo o impacto reverberar em seus braços. Sua mente trabalhando freneticamente. “Essa bola é muito forte... Desse jeito vou ser eliminada! Preciso de alguma estratégia”, pensou a maga em seguida.



Comentários