Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 2

Capítulo 72: A declaração secreta de Uji

A voz de Steffens ecoou como uma buzina estridente, acompanhada por uma poderosa rajada de vento. A força do ataque os lançou para trás, batendo dolorosamente contra as paredes de metal da estrutura.

A rajada de vento foi tão poderosa que tudo ao redor foi deslocado. Barris enferrujados de material inflamável rolaram, espalhando-se pelo local, criando uma cena caótica e perigosa.

“Que diabos foi isso? Como não percebemos ela subindo as escadas? Deveríamos ter ouvido o barulho dos metais enquanto ela corria em nossa direção.”, refletiu Rydia, preocupada, cortando rapidamente seu pensamento ao sacar sua pistola. Ela se preparava para revidar, a adrenalina pulsando em suas veias.

— Esperem, estou chegando! — gritou Rafarillo, sua voz ofegante ecoando pelo ambiente enquanto corria pelas escadas de metal, cada passo ressoando com um ranger agudo dos degraus enferrujados.

Uji sacou sua katana, imbuindo-a com uma aura elétrica que crepitava ao redor da lâmina. Ele avançou, ameaçador:

— É melhor desistirem agora ou eu vou cortar os dois. Em um confronto direto, nenhum de vocês tem chance contra mim.

Steffens riu, passando a língua nos lábios de forma provocativa.

— Você não teria coragem de me cortar, não depois daquele beijo, seu safadinho.

— Beijar? Do que ela tá falando, Uji? — perguntou Rydia, claramente confusa.

— Eu não sei do que ela tá falando. — Uji engoliu em seco, suando frio, ele tentava desesperadamente manter a calma e esconder a verdade. — Deve estar delirando ou só querendo te provocar. Não cai no jogo dela, Rydia. Foco! — gritou o samurai, sua voz trêmula, carregada com o medo de ser desmascarado.

— Já esqueceu como os fones foram parar nos seus ouvidos, Uji? — retrucou Steffens, sorrindo maliciosamente.

Rydia franziu o cenho, seu olhar penetrante fixo em Uji.

– Uji, você está escondendo algo? E a história sobre a chantagem com uma criança inocente?

Steffens e Rafarillo gargalharam, enquanto Uji colocava um dedo sobre os lábios, pedindo silenciosamente que eles guardassem o segredo sobre o verdadeiro ocorrido.

Steffens riu com um brilho malicioso nos olhos, provocando Uji e Rydia:

— Hahaha! Que samurai audacioso. Não teve nenhuma criança envolvida. Na verdade, o seu namoradinho não resistiu aos meus encantos e te traiu, sua piranhazinha fajuta, me dando um beijo apaixonado. Mas é óbvio que isso aconteceria, afinal, sou muito mais bonita e sexy do que você. — Suas palavras eram como veneno, penetrando fundo na alma de Rydia.

— Como é, Uji? — Rydia sentiu a raiva borbulhar dentro de si. Seus olhos estavam cheios de fúria enquanto ela respondia, bufando de indignação. — Você se deixou enganar por essa mulher de quinta categoria? Você quase me matou só para dar um beijo nela? Você é um cretino! Sério mesmo. Tenho nojo de você. — Rydia deu um cascudo na cabeça do amigo, sua voz carregada de desprezo. Depois ela se virou para os seus oponentes e gritou: — E mais uma coisa: esse samurai vagabundo não é meu namorado! Prefiro morrer a sequer pensar em tocar nos lábios dele. Já você — Rydia aponta o dedo para Steffens, suas palavras carregSa sw ieonia e uma raiva fervorosa. —, se engraça com qualquer homem que vê, típico de uma BIS-CA-TE!

— Ei, mana, ela te superou nessa — Rafarillo, comentou casualmente, tentando conter os risos.

Steffens, dominada pela ira, lançou um olhar furioso para o irmão:

— Cala a boca, Rafarillo. Ou vou bater em você também. — Voltando seu olhar para Rydia, seus olhos se estreitaram de ódio. — Já cansei dessa piranhazinha me chamando de biscate. Vou acabar com vocês agora. Hy...

— Relaxa, maninha. — Rafarillo, com uma voz relaxada, interrompeu a fala da irmã. — Você tá muito nervosa. Não adianta só matá-los, tem que humilhá-los, e nisso eu sou bom. — Seu tom calmo gerava um contraste bizarro com o clima de tensão no ar.

Steffens suspirou, tentando se acalmar, e sorriu confiante:

— Tem razão, irmão. Mostre a eles como se faz.

Rafarillo jogou seus fones de ouvido para Steffens, que os colocou imediatamente. Ele apertou um botão em sua caixa de som, e a luz alaranjada mudou para azul. Com um sorriso, ele jogou a caixa de som no chão e declarou:

— Como um DJ! Hora de botar esses quadris para mexer. Forja básica, Boombox! Segunda música, “Just Dance” (Apenas Dance)!

Um som do gênero dance-pop começou a ecoar pelo ambiente. Rafarillo começou a dançar com movimentos lentos, enquanto Rydia e Uji se entreolhavam, confusos com a cena estranha. Poucos segundos depois, instintivamente, Uji começou a bater o pé, e Rydia mexia os ombros involuntariamente.

— O que está acontecendo? Meu corpo está se mexendo sozinho! — Rydia exclamou, incapaz de resistir à música.

— De novo, não. A habilidade desse cara já tá me fazendo perder a paciência — reclamou Uji, forçado a dançar.

Os dois começaram a imitar os movimentos de Rafarillo, dançando de forma descoordenada e patética, enquanto Steffens chorava de rir, especialmente da expressão de Rydia.

— Essa minha música prende vocês em um loop de dança, replicando os meus movimentos. Enquanto eu estiver dançando, minha técnica continua — explicou Rafarillo, com um sorriso presunçoso.

— Essa sua técnica vai nos cansar, mas não causa dano. Uma hora você vai cansar, e vamos acabar com vocês — retrucou Uji, exasperado.

Steffens gargalhou, pegando uma barra de ferro que Rydia usara anteriormente contra Uji.

— Quem disse que vocês não vão sofrer dano? — disse Steffens gargalhando, pegando a barra de ferro que Rydia usara anteriormente contra Uji e se aproximando da dupla.

Com um golpe rápido, ela atingiu as costas de Rydia.

— Diz agora, piranhazinha, quem é a biscate?

Rydia gritou de dor, mas seu corpo continuava a dançar, seguindo os movimentos de Rafarillo.

— Agora é a vez do samurai falastrão — Steffens sorriu cruelmente, mirando nas partes íntimas de Uji, que esbugalhou os olhos.

— Esse golpe foi merecido — zombou Rydia, ainda dançando, contudo, com um leve sorriso motivado pela pelo fato do amigo ter beijada a maga inimiga.

A vilão então atacou Uji no rosto, depois nas costas, enquanto Rydia recebia golpes no estômago e no queixo. Cada batida fazia Steffens gargalhar, sentindo-se vingada pelos insultos de Rydia. Mesmo com os corpos protestando e sangrando, Uji e Rydia continuavam a dançar, obrigados pelos passos de Rafarillo, que parecia incansável enquanto a música tocava.

— Rydia, pensa em alguma coisa, assim nós vamos morrer — apelou Uji, desesperado.

Rydia, em meio à dor, respondeu com a voz entrecortada:

— Não tem nada que eu possa fazer. Dessa vez, estou sem planos.

Steffens riu alto, zombando da situação:

— Uni, duni, tê... — Ela apontou com o dedo, escolhendo sua próxima vítima. — Foi você, samurai. Dessa vez, não vou só brincar. Vou bater para valer.

Antes que Steffens pudesse atacar novamente, Uji levantou a voz, tentando ganhar tempo:

— Espera um pouco. Antes que me bata, tem algo que eu percebi. Mesmo com medo, preciso confessar antes de morrer. Não seria justo levar esse segredo comigo para o túmulo.

Rydia e os vilões ficaram curiosos e perguntaram em uníssono:

— Que segredo?

— Rydia... preciso te falar algo antes que eu morra — confessou Uji, com as bochechas coradas e um sorriso malandro.

Steffens, ansiosa, apoiou-se na barra de ferro, esperando as palavras de Uji.

— Piranhazinha, acho que ele vai se declarar para você. Isso é tão fofo que até amenizou minha raiva. Queria encontrar alguém assim — comentou Steffens, com um olhar sonhador.

— O que? Não é... iii-sss-so... so-so-somos só ami-mi-migos — gaguejou Rydia, corando fortemente.

Uji, com um sorriso sedutor, declarou:

— Eu sempre tive esse jeito mulherengo e falastrão, mas o que vou falar agora é sério e verdadeiro, vindo do fundo do meu coração. De todas as mulheres que conheci na minha vida... saiba que... nenhuma rebola tão bonito quanto você. Parece até uma obra de arte.

O comentário de Uji deixou todos boquiabertos. Eles esperavam uma confissão diferente.

— Ei, seu merda! Tenha mais respeito comigo. Está pensando que sou uma qualquer? A tua sorte é que não posso me mexer. — Seus olhos brilhavam de raiva, enquanto lutava contra a compulsão de dançar.

Steffens, com um olhar de desaprovação, bateu a barra de ferro na cabeça de Uji:

— Isso é um comentário que se faça? Deixe de ser ridículo e machista! Nós podemos nos insultar porque somos mulheres, mas você deve nos respeitar. Não somos pedaços de carne.

Rafarillo, ainda dançando, mas se aproximando de Rydia, comentou:

— É isso mesmo, irmã. Bate nesse cara desrespeitoso.

Steffens olhou para o irmão se aproximando, seu rosto vermelho e curioso, querendo conferir de perto o comentário do samurai.

— Ei Rafarillo, sua cara tá querendo dizer outra coisa... Acho que tá querendo apanhar também, deixa a piranhazinha em paz! — a maga do som esbravejou irritada.

Rafarillo, ainda dançando, sorriu e se aproximou de Uji, sussurando:

— Valeu, samurai. Eu nem tinha percebido. Mas a sua amiga rebolando é um espetáculo mesmo.

Aproveitando a distração, Uji concentrou sua energia elétrica e usou sua técnica Hachikisu (bico do beija-flor). Sua mão esquerda emanava uma lâmina de eletricidade que perfurou o ombro de Rafarillo, fazendo-o cair no chão e gritar de dor. Com a cessação da dança, a música parou e eles ficaram livres do controle do mago inimigo.

Agora livres, Rydia sacou sua pistola de água e atirou três vezes em Steffens. Um dos tiros acertou sua mão, fazendo-a derrubar a barra de ferro.

— Foi mal, parceiro. Vejo que tem bom gosto, mas eu preciso te derrotar — disse Uji, preparando-se para fincar a espada em Rafarillo caído.

Antes que a lâmina atingisse Rafarillo, Steffens jogou o fone de ouvido para o irmão. Ele segurou o equipamento, a lâmina bateu no fone e desviou sua trajetória, atingindo o chão ao invés do alvo.

Em ato contínuo, Rafarillo colocou os fones nos ouvidos e fez um sinal de “joinha” para sua irmã. Rydia preparava-se para uma nova sessão de disparos, mas Steffens lançou sua técnica Supersonic Falsetto. Com uma voz aguda, ela emitiu um poderoso falsete, criando uma frequência sonora que parecia explodir as cabeças de Uji e Rydia.

A dupla de magos da Crossed Bones não resistiu à frequência do som, Rafarillo aproveitando a oportunidade, levantou-se e socou a barriga de UJi, chutando-o em seguida. Após os golpes o samurai caiu sobre um dos barris enferrujados.

Rydia sabia que precisava de uma distração para ganhar tempo e escapar. Ela observou ao redor e viu que os barris enferrujados continham etiquetas marcadas com símbolos de inflamabilidade. Eram barris de acetileno, um gás extremamente perigoso e inflamável usado para soldagem.

— Uji, acerte o barril neles! — Rydia apontou para um dos barris de acetileno.

Com um rápido movimento, Uji chutou o barril próximo aos vilões e brandiu sua katana, lançando um feixe elétrico no barril. A lâmina elétrica atingiu o metal enferrujado, causando uma faísca que incendiou o gás vazando. Em um instante, uma explosão poderosa em cadeia junto aos outros barris sacudiu o canteiro, lançando uma densa nuvem de vapor e destroços no ar.

Segundos antes da explosão, Rydia puxou Uji pelo colarinho e saltou pelo vão destinado à futura instalação de uma janela. No momento em que a explosão ocorre, ela materializou sua água elástica e a prendeu em uma viga de ferro.

Rydia se balançou segurando sua água elástica, similar a um macaco balançando-se em um cipó, até que ela e Uji aterrissam em outra plataforma de metal. Eles correram em direção a um local escuro, procurando um esconderijo para elaborar uma nova estratégia.

Sob o prisma dos vilões, antes de serem atingidos pela explosão do barril, Rafarillo pulo para próximo de sua irmã.

— Vowel Shield (Escudo vocálico)! — ela gritou.

O som do seu grito misturou-se com uma poderosa rajada de vento vindo do seu interior, criando uma barreira de vento protetora que ecoou pelo ambiente e amorteceu parcialmente o impacto da explosão.

— Coff, coff... Irmã, ainda bem que você foi rápida. Aquele seu movimento nos salvou de sermos derrotados por aquela explosão — comentou Rafarillo, levemente machucado, ainda tossindo, enquanto a nuvem de vapor se dissipava.

— Aquela piranhazinha! Essa explosão doeu. Fazia tempo que alguém não nos dava tanto trabalho. Mas nós ainda temos outras cartas na manga. Rafarillo, vamos lutar em outro nível — esbravejou Steffens, com um olhar furioso.

— Certo, irmã. Hora de pegar pesado. Forja Especialista, PartyBox (caixa de festa)! Hora de remixar uns novos beats nessa parada. Oh Yeah! — falou Rafarillo, fazendo sua caixa de som aumentar de tamanho, ganhando rodinhas, inscrições rúnicas, alça telescópica, luzes de LED ao redor das speakers e um microfone plugado na caixa, preso em um suporte.

 

 

 

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