Volume 2
Capítulo 64: Batalha no museu
Chegando na mansão de Bolívar, Guinter tem suas lembranças interrompidas ao ver o portão de entrada despedaçado. Sem hesitar, ele correu para dentro preocupado, ainda segurando Otto, sua mente só conseguia pensar nas palavras de Baan sobre atacar primeiro Bolívar.
Enquanto isso, no museu onde se encontravam Osken, Kreik e Joabe, os oponentes se preparavam para iniciar a luta. O museu era um labirinto de sombras e luzes, repleto de artefatos antigos, esculturas e relíquias em vitrines. Luzes tênues criavam um ambiente místico, perfeito para uma batalha de habilidade e estratégia.
No centro dessa confusão de história e arte, Osken estava determinado a matar Kreik e Joabe para salvar seu filho raptado. O mago inimigo posicionou-se no meio do salão principal do museu. Com um movimento rápido de suas mãos, ele emitiu sua técnica, "Radiant Flash", cegando temporariamente Kreik e Joabe.
Aproveitando a vantagem momentânea, Osken avançou. Seus punhos, envoltos em um brilho pulsante, desferiram golpes rápidos e precisos. Ele acertou três White Glow em cada um dos adversários, que, apesar de tentarem se defender, não conseguiram evitar os socos imbuídos de aura de luz devido à cegueira causada pela luz intensa.
Kreik foi atingido no peito e Joabe nas costas. Ambos foram arremessados em direções opostas, uma estratégia que Osken usou para evitar que lutassem em dupla, como fizeram na última batalha.
Kreik e Joabe tiveram suas visões reestabelecidas e rapidamente adaptaram suas estratégias. Kreik, com suas luvas flamejantes, começou a usar sua técnica Flaming Darts, lançando pequenos dardos flamejantes entre os dedos, enquanto se propulsava com jatos de fogo, mantendo-se em constante movimento, na tentantiva de acertar Osken.
O mago de luz desviava dos ataques usando objetos do local como cobertura. Joabe, por sua vez, assoprou em suas lâminas, lançando pequenas e ágeis kamaitachis enquanto corria lateralmente. Tentando recuar, Osken foi atingido por alguns dos cortes de vento de Joabe.
Avançando rapidamente na direção de seu oponente, Joabe se preparou para acertar dois poderosos kamaitachis a queima-roupa, mas Osken lançou uma flashbang (granada de luz) no rosto de Joabe. O assassino colocou as mãos no rosto para se proteger, e a granada explodiu, jogando-o contra a parede.
Osken virou o rosto e, de repente, viu um punho flamejante em direção ao seu rosto. Kreik acertou o golpe, fazendo Osken cair alguns metros de distância. Entretanto, Kreik olhou para baixo ao sentir algo tocar seu pé — era outra flashbang de Osken, que explodiu próximo ao mago ruivo.
“Enfrentar diretamente os dois vai ser muito complicado. Preciso me esconder e atacá-los de surpresa com meu Radiant Flash. Não quero gastar minha energia com aquela técnica... Vai que é preciso eu ter que utilizá-la contra o Guinter”, pensou Osken, correndo entre os corredores e se escondendo entre as obras de arte.
— Joabe, você tá bem?
— Estou. Ele não vai me derrotar tão fácil. Essas granadas dele são um saco. As técnicas dele são versáteis, temos que nos concentrar em várias coisas ao mesmo tempo — respondeu Joabe, claramente irritado.
— Vamos atacar em conjunto, seguindo aquela mesma estratégia. Com isso, vamos evitar seus clarões — comentou Kreik.
Joabe assentiu com a cabeça, e a dupla começou a correr pelos corredores, procurando por Osken, que se mantinha escondido atrás de uma das obras de arte.
A dupla caminhava lentamente, procurando algum sinal do inimigo. Tudo estava quieto até que viram quatro flashbangs sendo lançadas no ar. Kreik levantou os braços e lançou projéteis de fogo na direção das granadas, fazendo-as explodir no ar. Joabe achou estranho o movimento do inimigo e viu uma sombra saindo de trás de uma escultura. O mago assassino de Suna já havia sacado a estratégia do inimigo e se posicionou imediatamente atrás de seu amigo.
A sombra era Osken, que aproveitou o momento de distração para lançar seu Radiant Flash. O golpe cegou temporariamente Kreik, mas não teve efeito em Joabe, graças ao movimento perspicaz do mago assassino.
Após o clarão, Osken lançou mais flashbangs na direção da dupla. Joabe, mantendo sua visão, chutou Kreik nas costas, fazendo-o dar uma cambalhota para frente, enquanto ele pulava para o lado e lançava um kamaitachi rasteiro.
Graças ao movimento de Joabe, as granadas não atingiram o alvo, e o kamaitachi foi em direção a Osken, que pulou rapidamente e já lançou outra granada no ar. Joabe lançou outro kamaitachi que acertou a granada, fazendo-a mudar de direção e explodir no corpo de Osken, que caiu de costas.
O assassino correu em direção ao vilão, pretendendo fincar suas lâminas nas costas dele. Contudo, Osken se virou rapidamente e ergueu os braços, sugerindo que lançaria outro clarão. Joabe colocou as mãos nos olhos por reflexo.
— Te enganei. Tome isso, White Glow! — disse Osken, que não havia lançado seu clarão, mas desferiu um soco de luz que acertou o estômago de Joabe.
O poder do soco foi capaz de fazer o jovem de Suna voar alguns metros, batendo nas costas em algumas relíquias. Neste momento, Kreik recuperou sua visão e avançou contra o inimigo, tentando acertar um soco. Osken desviou com a cabeça, segurou o braço de Kreik com uma mão e o colarinho com a outra, girando e arremessando o jovem na direção de Joabe. Os dois amigos colidiram suas cabeças.
— Ai, seu idiota. Seja mais cauteloso! — esbravejou Joabe, nitidamente irritado.
— Não tinha como imaginar... — retrucou o companheiro ruivo, também irritado. Contudo, seu semblante mudou, seus olhos arregalaram assim que ele olhou para o lado — Pula, Joabe, mais granadas! — gritou Kreik ao ver seis granadas na direção da dupla.
Os dois amigos pularam e desviaram do golpe de Osken. Eles se entreolharam como se pudessem entender o que o outro estava pensando e ambos correram lado a lado em uma investida contra Osken.
“Merda! Eles desviaram. Bem que poderiam perder logo, mas são insistentes. Não cansam de apanhar.”, pensou Osken.
Osken posicionou suas mãos e lançou outro Radiant Flash. Kreik lançou um jato de fogo lateral das luvas, fazendo com que ele fosse para trás de Joabe, que começou a esfregar os olhos, incapaz de enxergar.
Osken aproveitou o momento e acertou um chute giratório em Joabe, jogando-o contra a parede lateral. Enquanto girava, ele já preparava um White Glow, prevendo que Kreik se esconderia atrás de Joabe.
Ao finalizar o giro, Osken imediatamente lançou seu punho de luz, que colidiu diretamente com o punho flamejante de Kreik. Ambos ficaram disputando poder até que Kreik viu uma granada de luz tocar seus pés, explodindo em seguida.
Com a ajuda da explosão da granada, Osken venceu a dispusta de socos, lançando Kreik para trás, fazendo-o colidir com a parede, logo abaixo de um espelho. O espelho caiu e se quebrou no chão, quase acertando a cabeça do portador do Ifrit, que conseguiu desviar no último segundo.
“Esse cara... Enquanto girava e preparava seu golpe com uma mão, ele usava a outra para lançar a granada. Ele vai continuar usando essa estratégia para neutralizar nosso ataque conjunto. Tem que haver uma forma de superar esses clarões”, refletiu Kreik, preocupado.
— Ai, me cortei nesse vidro... — falou Kreik ao tocar a mão em um pedaço do vidro estilhaçado. — Espera um pouco... — raciocinou ele com um sorriso malicioso.
Enquanto isso, Osken viu Joabe tentando se levantar do último chute e lançou uma Flashbang rasteiramente. O assassino, ao ver a bomba vindo em sua direção, deu um salto, conseguindo desviar, embora rolasse no chão todo desajeitado.
Osken aproveitou o momento e lançou mais uma granada. Joabe, vendo a granada se aproximar sem ter possibilidade de desviar, ficou desesperado, mas a granada explodiu no ar devido a um disparo de fogo vindo das luvas de Kreik.
— Quem é o idiota agora? Não precisa agradecer — zombou Kreik, aproximando-se rapidamente do amigo, com o auxílio dos jatos de fogo de suas luvas.
— Não fique se achando. Ainda temos que encontrar um meio de vencê-lo — gritou Joabe, constrangido por ter sido salvo por outra pessoa.
— Até quando vão ficar me atrasando? Preciso da cabeça de vocês para conseguir ter meu filho de volta! — esbravejou Osken, perdendo a paciência.
— Ei, Joabe, prepara seus braceletes, porque eu já bolei uma estratégia para derrotar ele. — Kreik virou-se para o oponente esboçando um sorriso confiante. — Sr. Osken, não fique com raiva, mas você já era. Nós vencemos — falou ele com extrema confiança.
— Então venha! — gritou Osken, preparando-se para lançar outra Flashbang.
Kreik realizou uma investida contra o inimigo, em linha reta, fazendo jatos de fogo saírem das suas luvas para impulsioná-lo.
“Um ataque direto? De novo aquela estratégia fajuta de um se esconder na sombra do outro... Nunca vão superar a minha técnica desse jeito.”, refletiu Osken rapidamente.
— Tomem isso. Radiant Flash! — gritou ele em seguida, erguendo os braços, conjurando um novo clarão.
Kreik, ao ver o movimento de braços de Osken, fechou os olhos e ergueu suas mãos para frente, segurando nelas um pedaço de espelho quebrado. O clarão bateu no espelho e foi refletido de volta, atingindo os olhos de Osken, deixando sua visão temporariamente inabilitada.
— Ah, seu desgraçado! Meus olhos ardem! — gritou Osken, coçando freneticamente os olhos.
Kreik aproveitou a oportunidade, desferiu um poderoso soco flamejante no estômago de Osken, que cambaleou para trás. Em seguida, o mago ruivo lançou seus Flaming Darts, acertando o peito do inimigo. Osken caiu no chão, ainda esfregando os olhos, tentando recuperar a visão.
— Ho-oh. Tá ficando mais esperto, Kreik. Agora é minha vez de brilhar. Kamaitachi! — disse Joabe, com um sorriso sarcástico.
Ele soprou em suas lâminas e lançou duas poderosas kamaitachis cruzadas, em forma de “X”, que acertaram o torso de Osken em cheio, arremessando-o contra a parede.
— Vencemos, Joabe! Toca aqui — Kreik, radiante de felicidade, estendeu a mão para um “high-five”.
— Não, isso é muito tosco — Joabe respondeu, claramente envergonhado.
— Deixa de besteira. Bate logo! — insistiu Kreik, ainda com a mão estendida.
— Já disse que não! Depois você faz essas besteiras com a idiota da Moara. Eu não gosto dessas coisas — retrucou Joabe, cruzando os braços.
— Deixe de ser chato. — Kreik tentou fazer cócegas nas costelas de Joabe, que se contorceu de rir e irritação.
— Para com isso, seu idiota, ou eu vou arrancar sua cabeça! — Joabe falava entre risos, buscando se esquivar das cócegas.
De repente, granadas de luz surgiram do alto, obrigando a dupla a pular para trás. Eles olharam para frente e perceberam que Osken ainda estava de pé, correndo pelo corredor do museu, tentando encontrar um novo ambiente para se esconder.
— Não adianta fugir, Osken. Já sabemos como neutralizar sua técnica. Apenas desista e vamos nos unir para trazer o Otto de volta. Juntos, podemos conseguir! — gritou Kreik, vendo o pai de Otto correr entre os corredores sem nem olhar para trás.
— Ele nem deu atenção ao que você disse. Vamos logo segui-lo antes que ele apronte algo — comentou Joabe.
Os jovens magos seguiram Osken, e a batalha se moveu para uma área diferente do museu: um salão mais amplo, adornado com estátuas e colunas de mármore que criavam sombras intrincadas e cantos ocultos. Era um espaço ideal para a próxima tática do mago inimigo.
Frente a frente com Osken, que ofegava pesadamente, ele falou com um sorriso de desafio:
— Vocês lutaram bem, mas estão enganados se acham que minhas técnicas se limitam a fazer aquele clarão... — Osken lançou um sorriso confiante. — Com o sub-elemento brilho, posso fazer outras coisas interessantes... Vejam isso... Light Bomb (Bomba de Luz)!
Quatro esferas de luz emergiram do corpo de Osken, flutuando no ar e emitindo um brilho suave enquanto se dirigiam lentamente para os dois jovens magos.
— Essas esferas são bem mais poderosas que aquelas granadas, mas são bem mais lentas. É sério que acha que vai nos vencer com isso? — falou Joabe com desdém.
— Piu, piu, piu, piu! — brincou Kreik, lançando rajadas de fogo de seus dedos como se fossem tiros de um revólver. As rajadas acertaram as esferas, provocando explosões no ar. Ele então soprou os dedos e os colocou nos bolsos, fingindo ser um pistoleiro.
— Amostradinho! — retrucou Joabe, olhando para o amigo com deboche. Em seguida, ele fixou olhar para o ininimigo, com um leve sorriso confiante. — Eu falei que não dava para vencer com isso.
— Desse jeito é fácil evitar minhas bombas, mas eu posso dificultar. White Room (Quarto Branco)! — exclamou Osken com um sorriso sinistro.
O vilão levantou a mão, e o ambiente ao redor começou a mudar. Sua sombra tornou-se branca e começou a se expandir, cobrindo todo o salão do museu com um manto de luz pura.
Com um sorriso orgulhoso, Osken explicou enquanto o ambiente terminava de se transformar.
— Devem estar confusos, mas irei explicar o que está acontecendo aqui. Vocês sabem como as cores funcionam? — A dupla se entreolhou e balançou a cabeça negativamente. Osken suspirou e continuou. — Todas as cores que vemos é apenas resultado de como a luz é refletida pelos objetos. Cada cor que enxergamos é uma diferente onda de luz refletida que nossos olhos captam. O vermelho de uma maçã, o azul do céu, tudo isso depende de quais ondas de luz são refletidas de volta para nós.
— Tá, e daí? — inquiriu Kreik, claramente desorientado, olhando para o ambiente ao redor.
— Eu tenho o poder de controlar o brilho. Com minha técnica White Room, levo esse controle ao máximo. Posso fazer com que todos os objetos ao redor emitam apenas luz branca, a máxima possível. Isso inclui não só as superfícies sólidas, mas até mesmo o ar ao nosso redor. É por isso que vocês só conseguem ver um vazio branco absoluto. — Osken respondeu, confiante e com um toque de soberba.
— Isso é... complicado. Mas se não conseguimos ver, você também não consegue. Isso é inútil — comentou Joabe, olhando ao redor do ambiente, tentando entender.
— Aí que você se engana. Eu consigo enxergar através dessa luz, como se nada tivesse mudado. Vocês estão perdidos no ambiente, mas eu... eu vejo tudo claramente.
O manto de luz termina sua expansão e todas as superfícies, antes detalhadas e cheias de história, foram transformadas em um espaço vazio e branco. Kreik e Joabe se viram cercados por um vazio ofuscante, onde nada parecia real. A dupla contemplava embasbacados o ambiente totalmente branco.
O ambiente ao redor dos combatentes estava imerso em uma luz ofuscante e uniforme. Tudo — paredes, chão, objetos — desaparecera, deixando apenas um vazio branco ininterrupto. O museu havia se transformado em um vasto espaço branco e ofuscante. Kreik e Joabe estavam desorientados, incapazes de ver qualquer coisa além do inimigo e da luz branca contínua.
Kreik logo recobrou a atenção na luta e fixou olhar em Osken, entretanto sues olhos arregalaram e seu corpo tremia ao presenciar, quase sem acreditar o que seus olhos refletia.
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