Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 2

Capítulo 55: Zumbi

Kreik voou rapidamente pela fábrica, carregando os três garotos até uma plataforma distante, protegendo-os de serem atingidos ou capturados durante a batalha. Em seguida, o portador do Ifrit voltou ao local onde a luta entre seu amigo e Osken se iniciava.

— Vai se arrepender de atacar meu filho. Radiant Flash (Lampejo Radiante)! — esbravejou Osken, erguendo as mãos perto da cabeça. Um clarão intenso emergiu, cegando Joabe momentaneamente.

— Que merda, não vejo nada! Meus olhos estão ardendo!

— Isso é só o começo. Tome isso. White Glow (Fulgor Branco)! — gritou Osken. Seu punho direito emanou uma aura de luz branca, que ele usou para acertar um soco poderoso no estômago de Joabe, derrubando-o de joelhos.

Aproveitando a oportunidade, Osken deu um chute lateral na cara de Joabe, que foi arremessado contra uma das paredes laterais da sala. Com a mão esquerda, Joabe esfregava os olhos, enquanto a direita lançava kamaitachis menores em todas as direções. Osken desviava facilmente dos ataques e se aproximava novamente, acertando outro White Glow, desta vez no rosto de Joabe, fazendo-o bater a cabeça na parede.

Osken ergueu a mão direita para desferir um novo golpe, mas foi interrompido por Kreik, que voou pela janela e acertou um soco na bochecha do inimigo, lançando-o a alguns metros de distância.

— Você está bem, Joabe? Desculpe a demora.

— Cuidado! Aquele merda usa um clarão para cegar temporariamente. Ele me pegou desprevenido, mas meus olhos já pararam de arder e minha visão voltou.

Osken levantou as mãos novamente, preparando o golpe Radiant Flash. Joabe alertou Kreik, e ambos cobriram os olhos com as mãos, fechando-os em seguida.

— Idiotas, eu os enganei. Flashbang (Granada de Luz)!

Osken balançou os braços e lançou várias bolinhas de luz em formato de granadas, que explodiram em mini detonações ao colidir com Kreik e Joabe, causando pequenos danos em várias partes de seus corpos.

Em seguida, Osken preparou outro White Glow e correu em direção aos jovens magos. Kreik tomou a dianteira e, com o impulso das luvas, avançou em direção a Osken, visando colidir seus punhos.

No entanto, o mago da Sabertooth interrompeu seu soco e lançou outro Radiant Flash. Kreik viu o clarão e instintivamente parou o golpe, levando as mãos aos olhos. Aproveitando essa abertura, Osken acertou um White Glow na bochecha de Kreik, arremessando-o contra a parede lateral.

Antes de qualquer outro movimento, Joabe apareceu agachado na frente de Osken e desferiu dois kamaitachis sem chance de defesa, diretamente no peito do inimigo, lançando-o alguns metros para trás.

— Meus olhos, isso realmente arde! — resmungou Kreik, esfregando-os vigorosamente.

— Pare de reclamar, sua visão já vai voltar ao normal.

Osken refletiu por um momento, avaliando a situação: “Eles foram espertos. O garoto ruivo fingiu que seu objetivo era acertar um soco em mim, mas ele já esperava pelo clarão. Por isso, o outro, de cabelo branco, se escondeu atrás dele. O clarão atingiu o ruivo, enquanto o de cabelo branco usou as costas do amigo para proteger seus olhos e ocultar sua presença. Quando acertei o soco no ruivo, o outro deslizou por baixo e me atingiu à queima-roupa. Hora de acabar com isso. Meu filho me espera.”

Em outra plataforma, Otto estava preocupado com o desenrolar da luta de seu pai contra Kreik e Joabe, então, decidiu que precisava intervir. Os garotos seguraram suas mãos, e Joshua falou com preocupação:

— Otto, você nos deve uma explicação. Você deve ter algum motivo para ter feito aquilo, por isso não vá, lá você pode morrer.

— Pessoal, me desculpem pelo que fiz. Estou muito arrependido, não queria machucar vocês, mas eu precisava... Prometo que saberão minha verdadeira história, mas, por favor, me deixem ir. Preciso acabar com essa luta. Meu pai tem um golpe muito poderoso; se ele usá-lo, Kreik e Joabe podem morrer. Confiem em mim.

— Como vai chegar até lá? — perguntou Javier.

— Voando!

— O quê? Você sabe voar? — perguntaram os dois garotos, em uníssono.

— Na verdade, ainda não. Mas já fiz isso uma vez. Sei que consigo novamente. Só preciso me lembrar da sensação.

Otto fechou os olhos e se concentrou. Seus braços se transformaram em garras azuis com unhas roxas, presas surgiram de sua boca, mas ainda não havia asas. O garoto continuou a se concentrar, ouvindo apenas choro, gritos e dor em sua mente. Ele queria recuar, mas não o fez.

Uma voz feminina ecoou em sua mente: “Concentre-se, Otto. Um dominador não dita seu estilo de luta. Nós devemos entender e extrair o estilo do Arcano. Se quiser dominar o poder de Cetus, não se concentre apenas na força, mas também na leveza e sutileza. É assim que ele luta. É como se cada movimento fosse uma dança.”

Sentindo-se reconfortado pela voz, Otto viu guelras nascerem em suas bochechas e asas surgirem em suas costas. Com um olhar determinado, ele bateu as asas e voou. Antes de partir, disse:

— Joshua e Javier, escondam-se. Não saiam daí por nada. Vou garantir que vocês possam fugir em segurança.

Otto voou em direção à sala onde ocorria a luta. De volta ao embate, Osken se levantou e caminhou em direção à dupla de mocinhos. Ele esticou os braços, apontando-os para o chão e, em seguida, os cruzou, murmurando:

— Bra...

Antes que pudesse terminar sua técnica, ele sentiu alguém segurando seu braço. Era Guinter, em sua forma híbrida, que disse, gargalhando:

— Esqueça a luta, Osken. Vá procurar seu filho. Eles agora são minhas presas.

— Droga. Agora complicou. Nossa chance de vitória ficou quase zero. Vamos criar uma brecha e fugir — murmurou Joabe.

— Pode deixar — concordou Kreik.

O assassino de Suna inalou uma grande quantidade de ar e o exalou sobre um dos braceletes. Kreik, por sua vez, se levantou e fez seu punho direito entrar em chamas. A dupla correu em direção a Guinter: o portador visando desferir um soco flamejante, e o outro, atacando com sua lâmina de vento, Executioner's Blade.

Guinter gargalhou e correu em direção aos garotos em um confronto direto. Mais ágil, ele conseguiu segurar o pescoço de ambos antes que o golpeassem. Com uma força sobre-humana, inclinou-se e arremessou a dupla contra o chão, saltando em seguida.

Então, Guinter desferiu um Lion’s Paw em cada um dos braços dos garotos, acertando seus estômagos e quebrando o chão, fazendo com que todos caíssem para o andar inferior. Osken e Guinter pousaram com tranquilidade, enquanto Kreik e Joabe caíram desajeitadamente.

— Vamos, garoto ruivo. É tudo o que tem? Onde está a voracidade que demonstrou na locomotiva? — rugiu o transmorfo de leão.

A dupla se levantou e começou a desferir uma série de socos e chutes, mas Guinter desviava de todos e revidava com precisão. Os jovens magos tentavam desviar dos golpes, mas eram atingidos por vários socos de Guinter. Ele então utilizou seu King’s Roar, deixando-os zonzos e com os sentidos desnorteados.

Aproveitando a oportunidade, Guinter deu um soco potente nas costelas de Joabe, lançando-o contra a parede lateral, e outro no estômago de Kreik. Quando Kreik ia cair de joelhos, Guinter o ergueu, segurando-o pela cabeça, e começou a desferir uma série de socos na barriga do garoto. Joabe tentou se levantar para ajudar o companheiro, mas Guinter foi mais rápido. Mesmo segurando Kreik pela cabeça, o transmorfo se deslocou para o lado e acertou um chute em Joabe, que colidiu novamente com a parede, quebrando-a com o impacto.

Vendo de longe a situação desesperadora, Otto voou com toda a velocidade e colidiu contra o braço de Guinter, obrigando-o a soltar Kreik. Osken, que apenas observava a luta, ao ver seu filho pousar de forma desajeitada, abraça-o rapidamente, sentindo-se confortado ao vê-lo em segurança.

Aproveitando a oportunidade, o portador do Ifrit se levantou rapidamente, pegou o amigo caído com o braço esquerdo e começou a voar para longe. Guinter viu a cena e apenas sorriu.

— Tolos, ainda pensam que vão escapar das minhas garras. Grarrarra! — falou ele com confiança.

Guinter correu de quatro patas, como uma besta selvagem, e saltou, agarrando o tornozelo direito de Kreik, impedindo-o de continuar seu voo.

— Droga! Esse maldito pegou a gente. Vamos cair! — exclamou Joabe, o desespero transparecendo em sua voz.

— Nós não vamos cair... Eu vou! — respondeu Kreik com determinação.

Com um movimento rápido, o mago ruivo arremessou Joabe com a mão esquerda, enquanto seu punho direito envolveu-se em chamas. Num último esforço, ele disparou uma rajada de fogo no peito do amigo, impulsionando-o para longe.

Guinter, então, arremessou Kreik para baixo com força. O jovem caiu pesadamente no chão, sentindo o impacto reverberar por todo o corpo. O líder da Sabertooth aterrissou com precisão, os pés cravados nas costas de Kreik, imobilizando-o.

Do outro lado, Joabe agarrou-se à beirada de uma plataforma metálica, onde Javier e Joshua estavam escondidos. Com esforço, ele conseguiu se puxar para cima com a ajuda dos irmãos, enquanto Guinter os observava de longe, seu olhar predatório fixo em Kreik.

Osken virou-se furioso para Otto, chacoalhando os ombros do filho com força.

— Volte ao normal rápido! Não pode se transformar dessa forma! Quer jogar no lixo tudo o que batalhamos até agora? Regresse ao seu estado original! — o pai do garoto exigiu, seus olhos cheios de frustração e medo.

Otto, triste pela falta de reconhecimento de seu pai, atendeu ao pedido prontamente, revertendo sua transformação.

— O que foi aquilo, Otto? — Guinter franziu a testa, seu olhar fixo em Otto. — Fiquei com a impressão de que você bateu na minha mão para salvar esse moleque ruivo.

— Não, líder. Eu fiquei mais forte. Aprendi uma nova transformação e agora tenho asas. Mas voar é mais difícil do que eu pensava. Acabei batendo no seu braço sem querer. — Otto sorriu, tentando esconder sua ansiedade por trás de um sorriso falso.

— É verdade, líder. Você sabe que meu filho nunca trairia a Sabertooth. Foi ele quem nos deu todas as informações para o nosso ataque. Não faz sentido ele trair a família Otogi e depois os ajudar. — Osken, com nervosismo evidente, defendeu o filho.

Guinter, ainda pressionando Kreik com os pés, segurou o mago ruivo firmemente pelos braços e pelo pescoço, olhando fixamente para Otto.

— Prove sua lealdade, Otto. Mate o garoto. Caso se recuse, vou entender que você já não é mais um membro da Sabertooth e a morte lhe espera.

— Líder, não! Deixe que eu mate o garoto das luvas — Osken tentou intervir, a voz carregada de preocupação.

— Não, Osken. Eu pedi ao seu filho, e ele vai fazer. Vamos, Otto, mate o garoto — gritou Guinter, inflexível.

Otto fechou os olhos, seu corpo tremendo levemente. Em sua mente, ecoou a voz daquela mesma mulher que ouviu quando se transformou.

“Qualquer efeito negativo você pode causar ao seu oponente. Extraia um maior poder do Cetus e você será capaz de sintetizar qualquer veneno que necessite. Você só precisa de uma coisa...”, Otto respirou fundo, sussurrando para si mesmo: “Ser forte como um tigre e leve como uma garça.”

Inclinando suas pernas e braços lateralmente, ele começou a girar levemente, como se estivesse dançando. Suas unhas ficaram amarelas e cresceram de tamanho. Ao finalizar o giro, ele fincou suas unhas no coração de Kreik, que começou a agonizar, sua respiração se tornando ofegante. Os olhos de Kreik ficaram vermelhos enquanto o sangue tomava conta de sua esclera, até que o garoto desmaiou.

— O que você fez, Otto? — questionou Guinter, seus olhos estreitos, avaliando o que acabara de acontecer.

— Fiz o que você pediu. Eu o matei. Eu te disse, estou mais forte. Ganhei uma nova transformação e um novo veneno.

Guinter sentiu que Kreik não tinha mais pulsação. Convencido de que o inimigo estava morto, ele o arremessou para longe, na mesma plataforma onde Joabe estava. Com um sorriso satisfeito, ele disse:

— Esse é o presente da Sabertooth. Agradeça ao garoto aqui do lado; ele fez o trabalho sujo. Ah, diga ao seu líder que temos mais presentes como este. Apenas espere. Grarrarra!

Guinter se virou, dando uma pequena batidinha na cabeça de Otto, um gesto de aprovação, antes de começar a caminhar para fora da fábrica. Osken e Otto seguiram seu líder. Antes de sair, Guinter explodiu a única saída, deixando os restantes presos dentro da fábrica.

Joshua e Javier, em prantos, abraçaram o corpo sem vida de Kreik. Joabe, sentindo-se impotente e derrotado, começou a socar o chão com força, a dor e a frustração transparecendo em cada golpe.

Em meio ao desespero, Kreik abriu os olhos lentamente, inclinando-se para frente até ficar sentado, respirando com dificuldade.

— Um zumbi! — gritaram Joshua e Javier, abraçando-se, assustados.

— Relaxem, eu estou vivo! Não sei como, mas estou... — disse Kreik, tentando tranquilizá-los.

Enquanto caminhava para fora da entrada subterrânea, Otto refletia sobre o que tinha acabado de fazer: “Meu novo veneno enganou Guinter. Ele não mata, apenas faz o coração parar de bater por alguns minutos. Provavelmente, Kreik já voltou ao normal.”

 

 

 

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