Volume 2
Capítulo 53: Ataque Surpresa da Sabertooth
Uma hora após o término da reunião da guilda Sabertooth, Catlyn, após tratar da febre de Baan, decidiu procurar seus filhos. Aflita, ela não os encontrou em lugar algum. Desesperada, bateu na porta do quarto onde Uji, Joe e Rydia estavam debatendo o plano para recuperar o Decreto Imperial.
— Joe, estou preocupada. Não vejo Joshua e Javier em lugar algum.
— Eles devem estar brincando com Kreik e Otto. Não precisa se preocupar. — Joe tentou tranquilizá-la, embora sua própria preocupação começasse a surgir.
— Esse é o problema. Os dois também estão desaparecidos — replicou Catlyn, sua voz tremendo.
— Pessoal, vamos encerrar por aqui. — Joe franziu a testa, claramente alarmado. — Precisamos encontrar meus garotos. Vou procurar aqui em cima enquanto você procura embaixo, Catlyn. Eles estão por aqui, talvez estejam brincando de pique-esconde.
O sol estava perto de se pôr. Bardo sobrevoava os arredores da casa, quando avistou ao longe um homem grande e encapuzado aproximando-se da cabana. Ao seu lado, uma figura menor montada em um tigre-dente-de-sabre de pelagem laranja. Reconhecendo o homem da locomotiva, Bardo voou rapidamente para dentro da casa, pousando perto de Moara.
Moara estava na sala, jogando cartas com Trace e Taylor. Bardo entrou pela janela, pousando em cima da mesa e interrompendo o jogo.
— O que esse passarinho está fazendo? — perguntou Trace, confuso.
— Será que ele tá treinando alguma dança de acasalamento? — questionou Taylor.
— Ah, Bardo, você está atrapalhando o jogo! Eu estava prestes a ganhar — resmungou Moara, soprando a franja com raiva.
Bardo saltou para a cabeça de sua companheira e começou a bica-la, apontando nervosamente para a janela. Moara entendeu o recado e correu para a janela, vendo Guinter, encapuzado, a alguns metros da casa, erguendo seu martelo Mjölnir e acoplando uma runa nele. Desesperada, Moara gritou com todas as suas forças:
— Fujam! Sabertooth!
Guinter, ouvindo o grito de Moara, ergueu seu martelo Mjölnir com um movimento poderoso. Com um rugido ensurdecedor, ele desferiu um golpe no ar. Uma onda de impacto se propagou em linha reta, atingindo a casa de Joe. As paredes de se partiram ao meio, os móveis e objetos internos foram arremessados como folhas ao vento. O lago atrás da casa se transformou em uma muralha de água e espuma, e o impacto criou pequenos redemoinhos. Os pássaros que repousavam na margem caíram mortos instantaneamente, e os peixes saltaram da água em desespero. A devastação era palpável, e Guinter, gargalhou, demonstrando todo o seu poder.
Durante o ataque de Guinter, a onda de choque avançou em direção a Catlyn. Com o aviso de Moara, Joabe, que estava próximo da mesa de reunião, vindo da cozinha com uma garrafa de água na mão, agiu com rapidez. Soltando a garrafa, ele pulou sobre Catlyn, tirando-a da área de destruição do golpe de Guinter. Ela saiu ilesa, mas a casa começou a desmoronar ao seu redor.
Moara, com um rápido movimento, criou um casulo de terra, protegendo Bardo, Joabe, Trace, Taylor e Catlyn. Enquanto isso, Uji, utilizando-se de sua lâmina, quebrou a parede que separava o quarto onde ele e Rydia estavam com o quarto onde estavam Baan, que repousava, e Joe, que procurava seus filhos.
Rydia usou sua técnica Web Water, criando uma redoma de água elástica em formato de teia de aranha, repelindo qualquer escombro que se aproximasse devido à elasticidade e flexibilidade de sua técnica.
— Meus filhos... Eles estão bem? Preciso saber onde estão! — disse Catlyn, sua voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas, enquanto se abraçava dentro do casulo de terra criado por Moara.
Joabe olhou para Catlyn com um semblante sério, tentando acalmá-la.
— Com certeza, eles não estão na casa. Se estivessem, Kreik teria protegido os garotos com suas chamas. Pode ser que estejam na fábrica subterrânea. Esse é o único lugar que você ainda não procurou — murmurou Joabe, ponderando.
— Preciso ir lá! Tenho que me certificar de que meus filhos estão seguros! — desesperada, Catlyn gritou.
— Catlyn, você não manipula magia. Se for procurá-los sozinha, vai mais atrapalhar do que ajudar. Joabe deve ir no seu lugar. Confie em mim, as habilidades dele são mais adequadas para salvar seus filhos — interveio Moara com uma voz firme, mas cheia de empatia.
Catlyn apertou as mãos, sentindo-se impotente. Olhou fundo nos olhos de Joabe, buscando esperança.
— Por favor, me prometa que vai salvar meus filhos. Prometa que dará sua vida para trazê-los de volta em segurança.
Joabe fitou o olhar determinado de Catlyn. Em sua mente, a imagem borrada de uma mulher que ele conhecia bem surgiu. Com um tom sereno, mas sério, ele respondeu:
— Eu prometo. Eles voltarão em segurança para os seus braços.
Aproveitando a cortina de poeira criada pela destruição da casa, Joabe correu velozmente entre os escombros, adentrando a passagem secreta que levava à fábrica subterrânea.
Lá fora, Guinter retirou o capuz, revelando seu rosto feroz. Ao lado dele, Erina Sabá fez o mesmo. Guinter guardou seu equipamento rúnico na cintura e se transformou na sua forma híbrida de leão, rugindo desafiadoramente:
— Venham me enfrentar, Crossed Bones! Ontem vocês berravam que nos derrotariam, mas agora, frente a frente, fogem como ratos! Grarrarrarra!
No meio dos escombros da casa de Joe, ainda coberta por uma cortina de poeira, três grandes pedras foram lançadas. Uma atingiu Bruce, derrubando-o junto com Erina, enquanto outras duas voaram na direção de Guinter. Ele as segurou com facilidade, uma em cada mão, e as estraçalhou apenas com a força de seus punhos.
— Ei, Erina, não me diga que se machucou com esse ataque simplório? — perguntou Guinter, com um tom zombeteiro.
— Estou bem. Apenas me pegaram desprevenida — respondeu a maga, montando novamente em Bruce e acariciando sua cabeça.
À medida que a poeira se assentava, a dupla de vilões observava os escombros da casa destruída. Os mocinhos estavam divididos em dois grupos: Moara, Trace, Taylor e Catlyn de um lado; Joe, Rydia, Baan e Uji do outro.
Moara encarou Erina com desprezo e provocou:
— Ei, menina fera! Meus amigos disseram que você é a mais fraca, que precisa de seus bichinhos de estimação para fazer o serviço sujo. Deixe esse leãozinho de lado e me enfrente numa luta! Claro, se não se importar em engolir mais terra.
— Maldita! Como ousa? Vamos, Jack Frost! Mate essa insolente! — gritou Erina, furiosa.
Jack Frost, invocado por Erina, possuíu Bruce, modificando sua aparência e atribuindo-lhe habilidades congelantes. Ele abriu a boca, lançando cristais de gelo.
Moara rapidamente colocou as mãos no chão, invocando sua técnica Gaia Wall. Uma barreira de terra ergueu-se, protegendo todo o grupo do ataque. Taylor, por sua vez, tinha uma carta na manga: uma runa especial guardada em seu bolso.
Guinter, ainda em sua forma híbrida de leão, rugiu:
— Vamos ver sua marra depois que este rei da selva devorar você e seus amiguinhos em uma só mordida!
Ele avançou ferozmente na direção de Moara. Ela se preparou, invocando um Gaia Punch, mas Taylor agiu rapidamente. Empurrou Moara para o lado e tomou a dianteira. As presas do leão cravaram-se em seu ombro direito e pescoço, fazendo-o sangrar abundantemente.
— PAPAI, PAPAI! — gritou Joe, desesperado, tentando correr em direção a Taylor, mas Uji o segurou pelos braços, impedindo-o.
— Senhor Taylor... Não pode ser... — murmurou Catlyn, com as mãos na boca, horrorizada, enquanto lágrimas caíam incontrolavelmente.
— Tio Taylor, não... — gritou Trace, ajoelhando-se, com a mão direita erguida em direção ao velho.
Taylor, com um último sorriso dolorido, disse:
— Joe, Catlyn, Trace... Tenho orgulho de vocês. Por favor, cuidem da nossa família e da nossa terra. E você, Guinter, vá para o inferno com sua guilda!
Com essas palavras, Taylor ativou a runa ao cravá-la no chão. O solo tremeu, partindo-se ao meio e formando uma fenda sob os pés de Guinter e Taylor. Ambos caíram na fenda profunda, que levava à fábrica subterrânea abaixo deles. Guinter bateu violentamente nas estruturas metálicas durante a queda, até que girou no ar e conseguiu aterrissar como uma fera em uma escada metálica.
O líder da Sabertooth olhou para cima, percebendo que não havia como subir rapidamente. Indignado por ter caído na armadilha de Taylor, ele começou a caminhar pela fábrica subterrânea, procurando um caminho para retornar à superfície.
Moara não hesitou. Pegou Trace e Catlyn pelas mãos e correu em direção à floresta, a alguns metros à esquerda da casa de Joe. Bardo seguiu sua mestra pelos céus. Enquanto corria, Moara pensava: “Não dá para lutar com todo meu poder contra ela e, ao mesmo tempo, garantir a segurança desses dois. A prioridade é a segurança deles; já perdemos gente demais hoje.”
Erina, vendo a fuga, deu uma ordem a Bruce. Ele lançou estacas de gelo na direção do trio em fuga, mas Moara, ágil, desviou de todas as estacas que vinham do céu, deixando-as acertar apenas o chão.
Aproveitando a distração de Erina, Uji correu em sua direção. O samurai saltou e ergueu sua katana, que emitiu uma aura elétrica. Ele desferiu um ataque de cima para baixo, mas Bruce saltou para trás, evitando o golpe.
Erina, com um toque suave na cabeça de Bruce, fez com que ele lançasse um hálito congelante no chão, tentando congelar os pés do samurai. Uji, porém, deu pequenos pulos para trás, desviando dos golpes, enquanto o chão ao seu redor ficava congelado.
A vilã lançou estacas de gelo na direção de Joe e Baan, que ainda estava desacordado, mas Rydia usou sua Web Water, criando uma teia que recebeu as estacas e as devolveu para Erina. Bruce, ágil, saltou novamente para trás, desviando das estacas.
— Sinto que o seu bichano está acuado. — Rydia sacou sua pistola, confiante. — Não vai ser possível enfrentar nós dois ao mesmo tempo. Prepare-se para ver você e seu animalzinho virarem ração!
Enquanto Uji e Rydia enfrentavam Erina, Moara conseguiu se ocultar na floresta com Trace e Catlyn, garantindo-lhes uma segurança momentânea.
Alguns minutos antes do início do embate, Osken e Nathan caminhavam pelo interior da fábrica subterrânea até ouvirem o estrondo do golpe de Guinter com seu Mjölnir.
— Yosh! Parece que o líder já deu início às festividades. Vamos acelerar, não quero perder a luta — disse Nathan, entusiasmado.
— Temos que focar em encontrar o Otto. Não sabemos onde ele está ou o que aconteceu com ele — respondeu Osken, preocupado.
Eles correram até que, de longe, Otto os avistou e acenou com o braço:
— Papai, papai! Estou aqui!
— Otto, onde fica a saída desse labirinto de merda? — perguntou Nathan, impaciente.
— Fica para lá, Nathan — respondeu o garoto, apontando para a escadaria que levava ao interior da casa de Joe.
— Beleza, vou subir e entrar na briga! — exclamou Nathan, empolgado.
— Não ligue para ele, meu filho. O mais importante é: você está bem? Alguém te machucou? — Osken, preocupado, perguntou ao filho.
— Estou bem, papai... — começou Otto, mas antes que pudesse terminar, virou-se ao sentir uma aura ameaçadora atrás dele.
Era Joabe, que estava em pé atrás de Otto, seu olhar era duro e impiedoso. Sem deixar o garoto reagir, Joabe desferiu um chute que o fez bater a cabeça contra a parede lateral.
— OTTO, meu filho! Seu desgraçado, como ousa bater assim em uma criança? — Os olhos de Osken brilhavam com um ódio fervoroso.
Joabe não demonstrava qualquer arrependimento. Seus olhos brilhavam com uma ira fria e calculada.
— Criança? Eu vejo apenas um traidor de merda — retrucou ele, com desprezo evidente na voz.
Nathan, ao ouvir a troca de palavras, tentou acalmar a situação com um plano prático.
— Não se preocupe, Osken. Você pode derrotar esse cara facilmente. Vou me concentrar lá em cima. — Com essas palavras, Nathan se transformou em um híbrido de tamanduá, usando sua língua longa e ágil para saltar em direção à escadaria que levava à saída da fábrica.
Joabe, vendo a tentativa de fuga, gritou com fúria, lançando rajadas de vento cortante com suas kamaitachis em direção à escadaria. A estrutura desmoronou parcialmente, obstruindo a passagem e impedindo Nathan de subir.
— Maldito! Vou ter que te fazer apanhar de novo! — Nathan vociferou, irritado.
Nesse momento, um barulho alto veio de cima. Era Guinter, caindo pela fenda criada pela runa de Taylor. Nathan, reconhecendo o líder da Sabertooth, usou sua língua para se mover entre os pilares e se aproximar de Guinter.
— Droga. Estava difícil enfrentar dois, agora com três vai ser impossível. Vou ter que recuar. Que inferno! — Joabe ponderou, enquanto lançava mais kamaitachis, obstruindo ainda mais a passagem ao seu redor.
Osken, com o coração acelerado e a mente fervendo de ira, gritou:
— Maldito! Devolva meu filho! Se você o machucar, eu vou te matar da pior maneira possível! — Sua voz tremia de ódio e desespero.
_________________________________________________________________________________________________
Comentários do Autor:
Primeiramente, se gosta está gostando da jornada até aqui, considere favoritar a novel e avaliar o capítulo, isso ajuda a aumentar os leitores e melhorar a qualidade do texto.
Não esqueçam de favoritar sempre que tiverem dúvidas, elogios ou sugestões. Abraços!