Volume 2
Capítulo 48: Kreik vs Nathan
Joe, observando a reação dos homens, notou com satisfação como eles se animaram com a notícia. “Essa mulher é boa. Os três caíram na isca facilmente. Agora poderemos descobrir qual deles é o traidor.”, pensou ele.
— Onde será o ponto de encontro? — perguntou Yep.
— Do que tratam esses documentos? — questionou Whole, sua voz grave e lenta.
— Qual grande nobre receberá os documentos? — indagou Frederico.
“Yep foi o primeiro a se manifestar, sua curiosidade estava evidente. Whole, por sua vez, parecia mais interessado nas informações do documento. Frederico, focou em saber sobre os destinatários... Dificil identificar o traidor avaliando só as reações... Vou dar continuidade ao plano.”, refletiu a maga atiradora.
Ela suspirou e respondeu a cada um com calma e precisão.
— O ponto de encontro será na estação ferroviária da cidade. Precisamos que todos estejam lá para vigiar e identificar qualquer intervenção de Bolívar — explicou a jovem, olhando para Yep. — Os documentos tratam de um possível envolvimento de Bolívar em crimes contra a coroa, mas não podemos detalhar ainda quais são esses crimes — disse ela a Whole, com uma intensidade sombria em sua voz. — E eles serão entregues a um membro da família Pendragon — completou, virando-se para Frederico.
Os três homens ficaram eufóricos, e Frederico se levantou para buscar algo na cozinha.
— Vou trazer um pouco de comida para comemorarmos esta boa notícia — disse ele, desaparecendo pela porta.
Enquanto Frederico ia e vinha, Uji se ofereceu para ajudar na cozinha, deixando Yep e Whole conversando com Joe, Taylor e Rydia na sala.
— Eu vou fumar um pouco lá fora — disse Yep, levantando-se.
— Vou com você. Preciso pegar um ar fresco — disse Joabe, seguindo-o.
Rydia esperou que o trio se separasse antes de se inclinar para falar com Whole, sua voz baixa e urgente.
— Whole, vou ser rápida. Yep é um traidor. Ele está passando informações para Bolívar.
— O quê? Isso é impossível! — Whole balançou a cabeça, incrédulo. — Conheço ele desde criança. Ele nunca faria isso — retrucou o homem, seus olhos arregalados de surpresa.
— Apenas confie em mim. O ponto de encontro não será na ferrovia. Será na praça central da cidade. O pacote já está em um buraco sob o chafariz. Com exceção de Yep, todos estão informados. Amanhã, neste mesmo horário, vá para o local marcado e impeça qualquer um de se aproximar até que o emissário pegue o pacote. Kreik, o garoto ruivo que está lá fora, te dará cobertura. Os demais ficarão na ferrovia para que o traidor não suspeite de nada.
— Entendido. — Whole assentiu, a seriedade de Rydia convencendo-o. — Farei conforme o combinado — disse ele, a voz baixa, mas determinada.
Na cozinha, Uji estava tendo uma conversa semelhante com Frederico.
— Frederico, precisamos falar sobre Whole — começou Uji, suas palavras escolhidas com cuidado. — Ele é o traidor. O ponto de encontro será no porto, e a encomenda estará dentro de alguns barris vermelhos afastados. Eu estarei lá para te dar suporte.
Frederico piscou, surpreso, mas concordou com um aceno.
— Se é assim, farei o que for necessário — respondeu ele, sua voz carregada de preocupação.
Do lado de fora, Joabe abordava Yep com uma versão diferente da história.
— Yep, preciso te contar algo — disse ele, inclinando-se para mais perto. — Frederico é o traidor. O ponto de encontro será no mercado central, e a encomenda estará dentro de uma loja de um ambulante de roupas coloridas. Eu estarei lá para te dar cobertura.
Yep parecia incrédulo, mas a seriedade de Joabe o convenceu.
— Certo. Farei o que for preciso. — respondeu ele, o cigarro tremendo em sua mão.
Quando todos retornaram à sala, um clima tenso pairava no ar. Cada um dos três homens acreditava que um de seus amigos era um traidor. Apesar disso, as comemorações continuaram, ainda que contidas e cautelosas.
Do lado de fora da casa, Kreik se juntou à brincadeira dos garotos. Eles corriam e riam, aproveitando a liberdade momentânea. Otto, cheio de energia, subiu em uma árvore, mas logo escorregou. Em um instante, Kreik usou suas luvas mágicas para impulsionar-se e pegar o garoto no ar antes que ele caísse.
— Tá bem, Otto? Espero que não tenha se machucado — perguntou Kreik, sua voz preocupada, mas suave.
— Estou bem. — Otto olhou para ele com admiração. — Mas essas luvas são incríveis. Você é um mago? — questionou o garoto, seus olhos brilhando de curiosidade.
Kreik sorriu, colocando Otto no chão.
— Sim. Eu e meus amigos somos membros de uma guilda — respondeu ele, ajustando as luvas.
— Gostaria de ser um mago também. — Otto suspirou, seu olhar ficando sério e triste. — Assim, eu poderia acabar com aquele Bolívar, como ele fez com a minha família — disse Otto, sua voz tremendo enquanto lágrimas ameaçavam cair de seus olhos.
Joshua e Javier se aproximaram rapidamente, envolvendo Otto em um abraço reconfortante.
— Não se preocupe, Otto. Kreik e seus amigos vão acabar com Bolívar. Eles já têm um plano para isso. Vamos ser livres daquele monstro — disse Joshua com firmeza, tentando trazer um pouco de esperança ao amigo.
— Sério? — Otto levantou o olhar, ainda incrédulo. — Como vai ser isso? — perguntou ele, a esperança e a dúvida misturando-se em sua voz.
— Vai haver um encontro com um mensageiro de um Grande Nobre, e lá eles entregarão uma encomenda importante que vai acabar com Bolívar — explicou Joshua, seu sorriso largo e confiante.
— Gostaria de acreditar nisso, mas Bolívar sempre tá um passo à frente. É impossível que ele não interfira nesse encontro — murmurou Otto, a tristeza em sua voz evidente.
Kreik ajoelhou-se ao lado do garoto, colocando uma mão em seu ombro.
— Não se preocupe, Otto. Vamos conseguir desta vez. Precisa confiar em nós — disse Kreik, tentando encorajar o menino.
Otto olhou para Kreik, seus olhos ainda brilhando com lágrimas não derramadas.
— Sabe, Kreik, meus pais trabalhavam para Bolívar. Eles eram constantemente explorados. Um dia, foram até o gabinete dele pedir melhores condições de trabalho e salário. Mas aquele maldito os acusou de incitar greve. Quando estavam em casa, após o expediente, um dos membros da Sabertooth, com um urso gigante, os matou na minha frente, apenas para servir de exemplo aos demais. Foi tudo muito rápido. Ainda escuto os gritos de medo e dor deles na minha cabeça. E o pior foi assistir a tudo sem conseguir lutar ou ajudar. — desabafou Otto, suas palavras saindo em um fluxo doloroso, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.
— Eu prometo, Otto, a tirania desse monstro vai acabar. — Kreik puxou o garoto para um abraço apertado. — Amanhã será nosso primeiro passo. — As palavras do rapaz eram firmes, mas carregadas de compaixão.
Joshua e Javier se juntaram ao abraço, suas lágrimas de empatia misturando-se com as de Otto. Kreik sentiu um nó se formar em sua garganta, mas manteve o olhar determinado, enxugando as lágrimas antes que caíssem.
Após alguns momentos, Javier se afastou ligeiramente, tirando uma moeda do bolso e estendendo-a para Kreik.
— Aqui em Passafora, temos o costume de jogar uma moeda no chafariz da praça principal da cidade quando fazemos uma promessa difícil. Assim, a promessa se cumpre — explicou Javier, entregando a moeda a Kreik.
— Que coincidência. — Kreik sorriu, pegando a moeda. — Amanhã estarei na praça para o encontro com o mensageiro. Vai ser fácil jogar essa moeda — disse ele, guardando a moeda no bolso.
Otto, ainda enxugando as lágrimas, olhou para Kreik com um sorriso tímido.
— Tudo o que eu peço, Kreik, é que você não morra. Quero brincar com vocês amanhã. Vocês vão me pegar no orfanato amanhã, não vão? — perguntou ele, sua voz cheia de esperança.
— Amanhã não vai dar certo. Estaremos ocupados com a missão, mas no dia seguinte, iremos brincar. Prometo. — respondeu o mago ruivo, bagunçando o cabelo do garoto.
Algumas horas depois, quando o sol já se punha, todos se despediram e retornaram para suas casas. Whole, Yep e Frederico estavam desconfiados uns dos outros. O grupo dos Otogi e os membros da guilda acompanharam Otto até o orfanato antes de se dirigirem ao local da entrada subterrânea.
No dia seguinte, a tensão era palpável enquanto cada um dos três homens se dirigia ao seu ponto de encontro. Uji vigiava Frederico no porto, observando de perto cada movimento. Joabe mantinha os olhos fixos em Yep no mercado central, enquanto Kreik estava na praça, próximo ao chafariz, mantendo Whole em sua linha de visão.
Cada um dos três magos fez um aceno discreto para seu respectivo alvo, indicando que tudo estava conforme o plano. Kreik, com a moeda de Javier em mãos, lançou-a no chafariz, fazendo uma promessa silenciosa de acabar com a tirania de Bolívar e da Sabertooth.
Eles aguardavam com nervosismo, mas nenhum membro da Sabertooth apareceu. Rydia, Joe, Taylor e Trace estavam a distância, prontos para liberar os falsos emissários. Estes, pessoas comuns contratadas especialmente para a missão, se aproximaram de cada um dos suspeitos, fingindo ser emissários da família Pendragon.
Frederico vasculhou os barris vermelhos no porto, Yep procurou na loja do mercador no mercado, e Whole se aproximou do chafariz. Cada um encontrou a encomenda forjada e entregou-a aos falsos emissários. Tudo parecia correr conforme o plano, até que uma língua longa e ágil se enrolou na caixa que Whole entregava.
— Sabertooth! — gritou Whole, reconhecendo Nathan Guts, que se escondia entre os civis.
Nathan, com sua língua de tamanduá, puxou a caixa para si. A multidão ao redor começou a correr e gritar em pânico ao ouvir a palavra Sabertooth. Whole tentou fugir, mas Nathan usou sua língua para agarrar o pescoço do homem, puxando-o para perto.
“O traidor é Whole, preciso avisar aos outros.”, pensou Kreik, observando a cena.
Nathan se preparou para atacar, transformando-se em um híbrido de tamanduá. Ele pulou, usando sua língua para trazer Whole para mais perto, preparando um soco devastador.
Mas antes que pudesse atingir Whole, Kreik entrou em ação. Voando entre os civis com suas luvas mágicas, ele agarrou a língua de Nathan com a mão esquerda, queimando-a com uma aura de fogo, e desferiu um soco poderoso na bochecha do vilão com a mão direita. Nathan foi arremessado a vários metros de distância.
Whole, livre da língua de Nathan, correu para longe, desaparecendo na multidão. Kreik pousou no chão, sua expressão determinada enquanto se preparava para o próximo movimento.
— Aiii! Como doi a minha língua... Vou acabar com você, seu merdinha! — murmurou o transmorfo, assoprando a sua língua machucada.
— Isso é só o começo — retrucou o portador do Ifrit, fixando o olhar em Nathan, pronto para a batalha que ia iniciar.
Na sequência, Kreik lançou uma pequena rajada de fogo para o céu com uma de suas mãos. O sinal foi visto por seus companheiros, que entenderam imediatamente: Whole era o traidor.
Rydia, monitorando os três companheiros do alto de um prédio, decidiu correr até a praça para prestar assistência ao amigo ruivo.
“Como aquele idiota entrou em combate? Era para apenas identificar o traidor. Merda!”, pensou a maga atiradora, descendo do prédio o mais rápido que podia.
— Um jovem mago ruivo com luvas vermelhas flamejantes... Nosso líder falou de você. Disse que tem potencial. Vejamos isso na prática — gritou Nathan, empolgado.
— Joabe me falou de você também. Disse que havia lutado contra um rato narigudo com língua de sapo — respondeu Kreik, flutuando no ar com a ajuda das chamas de suas luvas.
— Outro idiota que não entende a beleza e a exuberância de um tamanduá. Vai ser um prazer te encher de porrada — retrucou Nathan, seu rosto contorcido em um sorriso cruel.
— Eu posso voar, você não. Só preciso atacar de longe e ter cuidado com a tua língua de sapo — zombou Kreik, lançando vários Flaming Darts contra o vilão.
— Maldito! Minha língua é muito mais versátil e elegante. Vai ser um prazer acabar com a tua raça, assim como fiz com o teu amigo — Nathan gritou, irritado, enquanto desviava dos projéteis de fogo, correndo em círculos ao redor de Kreik.
Nathan atacou com sua língua, mas Kreik facilmente desviou. O tamanduá mudou de estratégia, enroscando sua língua em várias latas de lixo próximas e arremessando-as na direção do mago ruivo. Kreik desviou de todas, todavia não percebeu a língua de Nathan enroscando em seu pé. O tamanduá o puxou em sua direção, acertando um soco potente em seu estômago, lançando-o alguns metros à frente.
O transmorfo avançou com determinação, pronto para desferir outro golpe devastador. Kreik, com um sorriso astuto, já antecipava o movimento. Com a agilidade de um felino e a ajuda das chamas propulsoras das luvas, ele se lançou para trás em um salto mortal.
No ápice do salto, Kreik estendeu as pernas, transformando seu corpo em uma arma viva. Seus pés encontraram o queixo de Nathan com grande precisão, lançando-o para trás, enquanto Kreik aterrissava suavemente no chão.
“Maldito! Conseguiu revidar meu golpe mesmo estando no chão. Apesar de pertencer a uma guilda ranking E. Pelo visto ele tem mesmo potencial...”, pensou Nathan, sentindo a dor reverberar por seu corpo.
“Essa foi por pouco. Preciso redobrar o cuidado com essa língua. Ela é bem mais perigosa do que parece. Além disso, tenho que sair daqui antes que mais membros da Sabertooth apareçam.”, refletiu Kreik, enquanto se preparava para o próximo movimento.
Kreik usou novamente suas luvas para voar, lançando mais projéteis de fogo. Nathan, ágil, prendeu sua língua na barra do parapeito de um prédio próximo, erguendo-se até a varanda e desviando do ataque. De sua nova posição elevada, ele saltou, acertando um soco no rosto de Kreik, que perdeu altitude.
Nathan continuou a atacar, aproveitando a gravidade a seu favor, e desferiu mais dois socos no rosto do garoto, que agora estava perigosamente próximo do chão.
Ainda no ar, o Nathan acertou um terceiro soco, derrubando Kreik no chão e deixando-o com a guarda baixa. O transmorfo caiu sobre ele, pronto para infligir mais danos com seus socos. Mas antes que pudesse desferir o primeiro golpe, cenas da luta de Kreik contra o Major vieram à sua mente, quando ele estava possuído pelo Ifrit, mas especificamente das bolas de fogo cuspidas por ele durante a luta.
Em seguida, na sua mente, ele visualizou um homem, ao longe, inspirando o ar e cuspindo uma bola de fogo. Tentando imitar o mesmo movimento, Kreik absorveu o ar profundamente e lançou uma esfera de fogo da boca, queimando Nathan, que se debateu no chão tentando apagar as chamas em seu corpo.
Kreik levantou-se lentamente, tossindo, até que regurgitou. Nathan pulou no chafariz para apagar as chamas.
— Eu não vou tentar outro golpe desses tão cedo. Me deu enjoo e queimou até minha língua — disse Kreik, limpando a boca, com a língua queimada.
— Seu maldito! Não vou te perdoar. Você queimou parte dos meus graciosos pelos de tamanduá. Demora um tempo para crescer novamente! — esbravejou Nathan, saindo do chafariz todo molhado.
Nathan pulou para fora do chafariz e, como um animal, começou a se sacudir para secar seus pelos. Várias gotas de água bateram em Kreik, que ainda estava enjoado após o golpe de fogo. Aproveitando o momento, Nathan correu na direção do garoto e tentou acertar um potente soco, mas Kreik usou suas luvas para voar, fazendo Nathan acertar apenas o vento.
— Volta aqui, seu desgraçado! Já tô cansado dessa sua luta. Você voa, eu te derrubo, e quando estou prestes a vencer, você faz uma acrobacia mirabolante e voa novamente. Vem logo pro chão e vamos acabar com isso de uma vez — gritou Nathan, irritado.
— Não se preocupe, vou mudar minha estratégia. Também quero acabar logo com isso — respondeu Kreik, voando em um movimento circular para aumentar sua velocidade.
Ao atingir uma velocidade considerável, ele voou, de frente para Nathan, em baixa altitude, quase tocando o chão, com os braços para trás.
— Um golpe direto e próximo do chão? Assim que eu gosto! — exclamou Nathan, correndo na direção do mago de fogo e preparando um soco.
Pouco antes de Nathan acertar o soco, Kreik mirou suas mãos para o chão e uma rajada de fogo saiu delas, fazendo-o dar uma cambalhota por cima de Nathan. Enquanto finalizava sua acrobacia, Kreik lançou Flaming Darts nas costas do transmorfo, que gritou de dor. Em seguida, usando as chamas como propulsores, acertou um soco em alta velocidade nas costas de Nathan.
O impacto fez Nathan voar em linha reta, mas Kreik ainda não tinha terminado. Ele usou a propulsão das chamas de suas mãos e pés para voar mais rápido que o impacto de Nathan, ultrapassando o transmorfo e aparecendo em sua frente, desferindo em seguida, um Uppercut Ígneo.
O golpe gerou uma labareda de fogo que elevou Nathan às alturas. Kreik, usando novamente suas luvas, voou na direção do vilão para acertar mais um golpe com a mão direita e finalizar a luta. Mas Nathan, ágil como sempre, vendo seu inimigo se aproximar, enroscou sua língua na mão direita de Kreik, desviando a trajetória do soco, o qual acertou apenas o ar.
A manobra de Nathan criou uma abertura para ele acertar um soco nas costas de Kreik. Em seguida, com ambas as mãos, fincou suas garras nas costelas do garoto. Sua língua, agora aumentada de tamanho, enroscou-se em todo o corpo de Kreik, prendendo-o completamente.
— Idiota, não esqueça: tudo que sobe, uma hora tem que descer! — zombou Nathan com dificuldade, já que sua língua esticada impedia uma boa dicção.
Nathan abraçou Kreik, e eles começaram a perder altitude. O tamanduá, com um movimento fluido, girou no ar, arrastando Kreik em um turbilhão vertiginoso. Eles giraram juntos, um vórtice de força e agilidade, até que, com um estalo final, Nathan desenroscou sua língua e lançou Kreik pelo ar. O mago ruivo voou, girando descontroladamente, sua cabeça prestes a colidir com o solo em alta velocidade.
Quando Kreik estava a poucos metros do chão, Rydia apareceu usando sua técnica Web Water. Ela formou uma espécie de cama elástica com a água, impedindo que seu amigo tocasse o chão e sofrendo qualquer dano. A água o impulsionou de volta para o ar, permitindo que ele acertasse um potente chute no estômago de Nathan, que caiu dentro do chafariz.
— Hora de encerra essa luta antes que venham reforços. Tome isso, seu maldito rato. Elastic Whirlpool (Turbilhão Elástico)! — gritou Rydia, tocando as mãos nas águas do chafariz.
As águas começaram a formar um turbilhão com água gosmenta. Nathan ficou preso no redemoinho, incapaz de se mover. Ele foi girando até o interior do turbilhão. Com um movimento suave de mãos, Rydia mudou o turbilhão de direção, fazendo o transmorfo colidir contra a parede de uma das casas, quebrando-a e destruindo todo o interior da residência.
— Já perdemos tempo demais. Vamos fugir, Kreik. Logo chegarão mais oponentes.
— Certo, Rydia — respondeu o jovem ruivo, pegando a amiga pelas mãos e fugindo com a ajuda de suas luvas.