Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 2

Capítulo 39: Senhor Brutamontes

No sexto vagão, Nathan saltou em direção a Uji, tentando acertá-lo, mas Joabe se colocou na frente do samurai e avançou contra o transmorfo do tamanduá com suas lâminas. Nathan desviou do golpe, saltando para trás.

— Deixe comigo! — gritou Joabe, partindo para o ataque.

Nathan se preparou, montando guarda para desviar e contra-atacar. Contudo, antes que Joabe pudesse acertar seu golpe, o assassino de Suna se jogou no chão. Nesse momento, Uji lançou seu golpe Aokiji, disparando um feixe elétrico horizontal que atingiu Nathan em cheio.

Joabe se levantou rapidamente e soprou em suas lâminas, lançando dois Kamaitachis que também acertaram o oponente.

— Sinta o gostinho das minhas foices de vento. — O tamanduá caiu sentado, batendo as costas contra a parede do vagão. — Isso foi só o aperitivo. Tem muito mais onde isso veio, para compensar aquele chute — disse Joabe, com um sorriso confiante, enquanto Nathan se levantava com uma expressão de dor.

— Admito, esses golpes são fortes. Estou até sangrando. Mas, não se iludam. Com esse nível, vocês não vão me derrotar — disse Nathan, limpando o sangue que escorria.

— Isso é o que vamos ver, seu rato narigudo! — respondeu Joabe, avançando novamente para esfaquear Nathan com suas lâminas.

Nathan desviou dos ataques, movendo a cabeça de um lado para o outro, até que, em um momento de distração, Joabe teve seu braço esquerdo agarrado pelo tamanduá. Vendo seu braço preso, o jovem de Suna tentou atacar com o direito, mas Nathan bloqueou o golpe com sua língua longa, puxando-o em sua direção. Joabe perdeu o equilíbrio, inclinando-se para frente, e Nathan aproveitou para acertar um soco forte na bochecha do oponente com a sua mão que estava livre.

— Já te disse, um tamanduá não é parente de um rato, seu merda! — rosnou Nathan.

Joabe foi arremessado contra a cabine ao lado esquerdo, quebrando a mesa e deixando um espaço livre entre Uji e Nathan. Uji aproveitou para lançar outro Aokiji. O feixe elétrico disparado segue em direção ao transmorfo, que usou sua língua para se prender ao lustre do teto do vagão. Ele saltou e sua língua funcionou como uma mola elástica, puxando-o para o alto. O golpe do samurai atingiu apenas a parede, quebrando parte da porta superior do vagão.

Nathan retrocedeu sua língua, fazendo-o cair de volta ao chão e lançou um soco em direção a Uji, mas o samurai saltou para trás, desviando habilmente. Joabe se levantou e tentou um ataque corpo a corpo, mas Nathan, mesmo de costas, usou sua língua para puxar uma mesa lateral e a chutou, como se fosse um coice de cavalo. A mesa foi em direção ao assassino, que foi arremessado novamente contra a parede superior do vagão.

Nathan sorriu e começou a desferir vários socos contra Uji, que usou sua katana para bloquear todos os golpes, balançando-a em riste.

— Você tem bons reflexos, mas não vai conseguir se defender desse golpe — disse Nathan, preparando um soco com o punho esquerdo, perto da cintura do samurai.

— Se eu fosse você, não contaria com isso! — respondeu Uji, com os dois braços segurando a katana, ele fez um movimento de cima para baixo, sem muita força, mas o suficiente para cortar superficialmente o antebraço esquerdo de Nathan, impedindo o golpe.

— Não se ache demais. Eu não estava falando desse golpe, mas deste! — retrucou Nathan sorrindo e esticando sua mão esqsuerda sobre as mãos do samurai, as quais seguravam o cabo da katana.

Com um soco poderoso da mão direita, Nathan acertou o rosto do samurai. Antes que Uji pudesse ser arremessado, sua perna foi presa pela língua de Nathan, que o puxou de volta e o golpeou com as duas mãos entrelaçadas, como se fossem uma marreta. Uji caiu no chão, cuspindo sangue.

Ainda no chão, o samurai recebeu um chute violento de Nathan, fazendo-o rolar pelo chão e bater de cara na parede inferior do vagão.

— E agora, me digam se um rato teria força e habilidades para isso! — gritou Nathan, desafiador.

— Seu maldito, vou te picar em pedaços com minhas foices — rosnou Joabe, com ódio nos olhos.

— A luta ainda não acabou. Ainda podemos vencer — disse Uji, ofegante mas determinado.

— Vencer? Hehehe. Não sei dizer se isso é esperança ou tolice — provocou o transformo, com um sorriso sarcástico.

Enquanto Uji pensava em seu próximo movimento, Bardo entrou pela janela do vagão, chamando a atenção de todos.

O pássaro começou sua mímica. Primeiro, inflou o peito e estufou as penas, marchando de forma imponente, imitando o vilão encapuzado. Em seguida, bateu as asas com força, levantando-as como se imitasse o golpe poderoso que o mesmo vilão tinha desferido em Moara. Depois, o pássaro saltou para o ar e caiu de volta, representando o impacto do golpe que Moara havia sofrido. Ele então começou a saltitar de um lado para o outro, imitando a agitação e o medo. Finalmente, Bardo olhou fixamente para Uji, estendendo as asas amplamente, apontando em direção aos vagões inferiores. Uji entendeu que seus amigos estavam em apuros, enfrentando um inimigo poderoso.

— Só o que faltava, um passarinho maluco para atrapalhar a luta. Ei, passarinho, dê o fora daqui antes que você acabe morto. Não quero matar um animal indefeso, senão Erina vai me amolar por muito tempo — disse Nathan, irritado.

— Joabe, acha que consegue segurar esse cara sozinho? — perguntou Uji, com seriedade.

— Pode deixar. Faça o que tem que fazer. Eu acabo com ele — respondeu Joabe, firme.

— Ei, rato narigudo, preciso dar uma saidinha rápida. Depois podemos continuar nosso embate, se o Joabe te deixar vivo — provocou Uji, enquanto se preparava para sair.

— Já disse que o tamanduá é mais próximo de uma preguiça do que de um roedor. Não se preocupe, vou começar matando você, assim não precisa sair. Depois eu cuido do seu amigo boca suja — retrucou Nathan, furioso.

O samurai fechou os olhos, guardou sua katana na bainha e mudou sua postura. Ele firmou suas pernas em uma posição baixa e larga, com os joelhos dobrados, transmitindo estabilidade. Inclinou o corpo para frente, com o centro de gravidade baixo. A mão esquerda segurava a bainha da katana à altura da cintura, enquanto a mão direita repousava sobre o cabo da espada, pronto para desembainhá-la. Sua expressão era séria e focada, e uma aura elétrica começou a crescer ao seu redor.

Do outro lado, Joabe respirou fundo, com uma expressão determinada. Ele ergueu o braço direito até perto do rosto, inspirou profundamente e soprou apenas a lâmina de um dos seus braceletes.

— Estou preparado. Venham com tudo! — exclamou Nathan, empolgado.

Joabe balançou seu bracelete horizontalmente, lançando um Kamaitachi maior e mais forte. Nathan usou sua língua para se prender ao lustre da locomotiva e subiu ao teto do vagão, como antes. Dessa forma, a técnica de vento de Joabe foi em direção ao samurai.

Uji abriu os olhos, expirou e sacou sua espada rapidamente, acertando o centro do Kamaitachi e desviando-o para o teto do vagão. Nathan rapidamente soltou sua língua e caiu de volta ao chão. O golpe combinado passou direto, quebrando parte do teto do vagão.

No momento em que o transmorfo do tamanduá, tocou o chão, Joabe fincou suas duas lâminas nas costas do adversário, pegando-o desprevenido. Usando toda a sua força, Joabe ergueu os braços e o transmorfo junto com ele.

— Vai agora, Uji. Pode deixar que eu vou acabar com este rato narigudo — gritou Joabe, com determinação evidente no tom de voz.

Uji abriu a porta inferior do vagão e correu em direção ao sétimo vagão, deixando a porta aberta. Enquanto se deslocava para os outros vagões, Nathan se debatia, gritando ameaças.

— Eu vou matar vocês, seus cretinos! E os farei você pagar por isso! — vociferava Nathan, cheio de raiva.

O samurai deixou o local, decidido a prestar auxílio aos demais companheiros. Enquanto isso, o vagão em que Joabe e Nathan estavam começou a tremer com um barulho ensurdecedor. Esse som foi causado por Erina, que havia quebrado o segundo vagão durante sua luta contra Baan.

Joabe vacilou por um momento, sentindo os braços tremerem, o que permitiu ao transmorfo acertar uma cotovelada violenta nele. Joabe perdeu o equilíbrio, e ambos caíram no chão. As lâminas saíram das costas de Nathan, e os dois se levantaram, ficando frente a frente no centro do vagão.

Nos vagões inferiores da locomotiva, Rydia, Kreik e Moara continuavam fugindo do homem encapuzado que se aproximava rapidamente. Moara, à esquerda, olhou para Rydia, à direita, e perguntou:

— Qual é o plano? Você sempre pensa em algo.

— Sim, tenho um excelente plano. — Ela olhou para Kreik com um sorriso malicioso. — Kreik, seja um cavalheiro e sirva de isca para que estas duas damas possam fugir em segurança. Quando alcançarmos os demais, traremos ajuda para te resgatar. Claro, se ainda estiver vivo — disse Rydia com um tom sarcástico.

— Ficou maluca? Eu não tenho a mínima condição de lutar sozinho e sobreviver — respondeu Kreik, no meio do trio, com uma expressão de desespero.

— Gostei da ideia. Vai lá, Kreiquinho, luta com ele. Para vencê-lo, basta você usar aquele seu modo carneiro psicopata de fogo — provocou Moara, com um sorriso debochado.

— Eu já te falei que não existe esse negócio de carneiro psicopata! — esbravejou Kreik, irritado.

Rydia, com um olhar sério, tomou a frente:

— Não temos muitas opções. Vamos ter que lutar mesmo. Usem a calma e a inteligência. Assim que chegarmos no próximo vagão, vamos mudar a direção e atacar com tudo o que temos.

Moara avançou primeiro e quebrou a porta superior do vagão com um soco poderoso. O impacto foi tão forte que a porta superior quebrada do décimo vagão colidiu com as portas inferiores e superiores do nono vagão, e a inferior do oitavo.

Eles adentraram no nono vagão e fingiram ter passado para o oitavo, já que a passagem estava desobstruída. Mas ao chegarem perto do ponto de transição dos vagões, eles se viraram, prontos para atacar o perseguidor de surpresa.

Entretanto, o homem encapuzado, com a agilidade de um animal quadrúpede, deu um enorme salto em direção ao trio com a boca aberta e presas enormes, como um leão atacando três gazelas. O trio foi pego desprevenido antes que tivessem tempo de preparar os ataques planejados, contudo, eles ouviram passos rápidos por trás deles.

Era Uji, que ao adentrar no nono vagão, lançou um Aokiji. O trio se agachou e o golpe acertou em cheio o inimigo, fazendo-o recuar para o início do vagão e arrancando boa parte de seu manto com capuz.

Enquanto isso, Bardo sobrevoava a locomotiva. No entanto, devido à sua velocidade limitada e ao efeito da transferência mágica já ter cessado, ele estava ficando para trás, mas, ainda assim, continuava a seguir a locomotiva com todas as suas forças.

— Ujito, que saudade eu estava de você! Que bom que veio. O Bardo, como sempre, nunca me decepciona — disse Moara, agarrando o braço do amigo com um largo sorriso.

— Ei, você demorou, seu samuraizinho de merda — comentou Rydia com um sorriso de alívio.

— Que é isso, Rydia? Você sabe que o herói sempre chega no último segundo. Se ele vier muito cedo, perde a história perde a emoção — respondeu o samurai, rindo, mas ainda atento ao inimigo.

— Valeu, Uji, pela ajuda. Com você junto, vamos vencer. Tenho certeza disso — disse Kreik, agora confiante.

Uji, porém, permaneceu sério:

— Vencer? Acho difícil. Vamos apenas segurá-lo até que Baan venha e o derrote.

O homem encapuzado começou a se transformar de volta à sua forma original. Sua musculatura se retraía, e ele não mais mantinha a postura quadrúpede. Pôs a mão no queixo e perguntou, com um olhar curioso:

— Vejo que vocês são uma guilda. Qual é o nome da guilda de vocês?

— Crossed Bones, seu idiota! — respondeu Moara, com firmeza.

— Acham que esse tal de Baan consegue me vencer? — perguntou o homem curioso.

— Pode ter certeza. O nosso chefe, Baan Maverick, é muito mais forte que você — respondeu novamente a maga lutadora, sem hesitar.

Surpreso com a resposta, o homem sorriu e falou:

— Queria poder lutar contra ele agora, ver se é tão forte como dizem. Todavia, realmente preciso dessa maleta antes de chegarmos a Passafora. Por isso, a partir de agora, lutarei a sério e deixarei apenas um de vocês vivos.

Moara, com sua usual audácia, respondeu:

— Pode ser eu, senhor brutamontes?

Os outros três amigos, irritados, deram um cascudo cada na maga lutadora, pedindo que ela se calasse.

— Aii, por que me bateram? Se apenas um for sobreviver, que seja pelo menos eu, já que sou a mais nova e bonita. Hehehe! — disse Moara, rindo e jogando seus longos cabelos longos para trás.

— Já me decidi! — O homem encapuzado soltou uma risada sombria. — Vou deixar a de cabelo verde viver. Ei, jovenzinha, quando terminar a luta, você vai dizer para esse tal de Baan que venha buscar vingança contra mim, Soljskaer Guinter, o líder da guilda Sabertooth, aquele que destroçou três membros da guilda Crossed Bones.

Com isso, ele retirou o resto do manto e capuz, revelando plenamente seu rosto.



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