Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 2

Capítulo 38: Jack Frost

Kreik voou em direção ao vilão com suas luvas de propulsão. O homem se preparou para acertá-lo com um golpe lateral de seu martelo, entretanto o jovem mago usou o impulso de suas luvas para desviar e voar por cima do buraco no teto.

Voando pelo ar, Kreik procurava por Moara, que estava desacordada no chão fora da locomotiva. Foi então que ele avistou Bardo, o pássaro companheiro da garota, voando em sua direção. Kreik se aproximou e Bardo o conduziu até Moara. Com alguns tapinhas no rosto, Kreik conseguiu acordá-la.

— Onde estamos? Cadê aquele mequetrefe? — perguntou Moara, irritada e desorientada.

— Ele te arremessou longe com um só golpe — explicou Kreik, preocupado.

— Koff, koff. Não se preocupe. Eu deixei que ele me acertasse para pegarmos ele agora desprevenido. Vamos, Kreiquinho, me leve até a locomotiva que vamos golpeá-lo sem nem ele saber o que o atingiu — disse Moara, tentando transparecer confiança.

— Que boa estratégia, Moara! Você sempre pensa em uma estratégia. Vamos pegá-lo! — respondeu Kreik, entusiasmado e acreditando na justificativa de sua amiga.

“Sério que ele acreditou nessa minha desculpa esfarrapada? Como alguém pode ser tão inocente?”, pensou a jovem, incrédula com a reação de Kreik.

Moara segurou-se no pescoço de Kreik, e ele usou suas luvas para voar de volta aa locomotiva. Bardo, por sua vez, prendeu suas patas na gola da garota.

Enquanto isso, Rydia estava sozinha com o homem encapuzado, sem esperança de vencer em um confronto direto. Ela olhou em volta, procurando uma saída.

— O que foi, jovenzinha? Não se preocupe. Se não resistir, vou te matar com um só golpe. Assim não sentirá dor — disse o homem, com uma voz calma, mas ameaçadora.

— Eu te entrego a maleta sem resistir. Apenas deixe-me escapar sem danos. Minha vida vale mais que essa missão. Temos um acordo? — negociou Rydia, tentando ganhar tempo.

— Não temos acordo algum. Vocês já entraram no caminho de Bolívar Brock. Não vou deixar que saiam impunes. A morte deixou de ser seu futuro e passou a ser a sua realidade — respondeu o homem, firme.

— Aff. Ok. Pois eu deixo a maleta e você me dá pelo menos um minuto para eu fugir. É justo, já que estou cooperando — insistiu Rydia, tentando obter alguma vantagem.

— Grarrarra! Não sou de fazer isso, mas uma boa caçada tá no meu sangue e fala mais alto que a minha razão. Deixe a maleta e te darei o tempo que pediu — concordou o homem, com um sorriso cruel.

Rydia ajoelhou-se e soltou a maleta com a mão esquerda, mas com a outra mão usou sua técnica, “Web Water”, para prender um fio de sua água pegajosa em um cesto de frutas e arremessá-lo na cara do brutamontes. Em seguida, correu desesperadamente para os vagões seguintes.

“Essa garota acha que um cesto de frutas vai me parar ou atrasar? Só pode ser uma idiota. Não importa. Já tenho a maleta, falta apenas matar o alvo, o homem dos cabelos verdes. Espera...”, refletia o homem, confuso, até percerber algo estranho assim que tentou pegar a maleta.

Assim que aproximou o seu braço da maleta, o homem encapuzado viu havia algo preso nela, como se fosse uma teia pegajosa de água. Ele intrigado, tentou pegar a maleta, mas Rydia, enquanto corria, esboçou um leve sorriso de superioridade e puxou a maleta de volta com sua mão esquerda, fazendo o objeto sair voando na sua direção.

“Aquela garotinha me enganou!”, pensou o brutamontes, observando a maleta se afastando. “Ela usou aquele cesto apenas para me distrair. O objetivo dela era que eu focasse meu olhar nas frutas e não me atentasse ao fato de que, com a sua mão esquerda, prendeu algo elástico na mala. Assim, quando eu tentasse pegá-la, ela a puxaria de volta enquanto corria. Devo admitir que ela é esperta, contudo, eu sou mais forte!”

O homem começou a correr atrás da maga atiradora. Rydia recolheu toda a sua água elástica e recuperou a maleta, segurando-a com a mão esquerda. Com a outra mão, sacou sua pistola e, mesmo fugindo, começou a disparar tiros de água pressurizada contra o vilão.

Os tiros acertavam o inimigo, mas ele continuava a avançar, implacável. Parecia que os tiros nem o arranhavam. Sua velocidade aumentava gradativamente, aproximando-se cada vez mais da atiradora.

Quando Rydia chegou à área de transição entre o décimo terceiro e o décimo segundo vagão, ela abriu a porta do próximo vagão. Porém, o homem a alcançou, tentando acertá-la com seu martelo em um golpe de baixo para cima. Mas, do céu, Moara caiu desferindo um Gaia Punch.

O golpe não acertou nenhum dos dois. O homem desviou, pulando para trás e permanecendo no décimo terceiro vagão. Rydia, por sua vez, pulou para frente, entrando no décimo segundo vagão

O impacto do soco de Moara foi tão poderoso que quebrou o engate metálico que unia os vagões, fazendo com que eles seguissem viagem, enquanto o homem ficava para trás. Os vagões anteriores começaram a frear devido ao atrito com o solo.

Kreik pousou no mesmo vagão que sua companheira de guilda e, limpando o suor da testa, disse:

— Que droga, erramos o golpe! Mas pelo menos nos livramos dele.

— Yo, Rydia, que bom que chegamos a tempo. Haha! — disse Moara, sorrindo e fazendo o sinal de “V” de vitória com os dedos.

Rydia correu em direção aos amigos, como se fosse abraçá-los. Kreik e Moara se viraram para ela, sorrindo, preparados para receber o abraço. No entanto, Rydia bateu a cabeça dos dois uma na outra, exclamando irritada:

— Estão malucos, seus inconsequentes? Queriam me matar me deixando sozinha com aquele ogro? Usem mais a cabeça e menos os punhos.

— Desculpa, Rydia. Vamos ser mais cautelosos — disse Kreik, arrependido.

— Deixa disso, amiga. O pior já passou. O importante é que eu e Kreiquinho salvamos o dia — disse Moara, sorrindo confiante, com a mão próximo a boca. Ela se virou para o vagão que continha o homem encapuzado, que se afastava cada vez mais, e gritou: — Ei, seu mequetrefe! Dessa vez você teve sorte. Se estivesse aqui, eu ia te dar uns socos que você nunca esqueceria. Hahaha!

De repente, o homem começou a gargalhar. Seu corpo começou a aumentar de tamanho, e ele soltou um rugido imponente, como de uma fera poderosa. O trio se entreolhou, com os olhos arregalados e suando frio, perplexos com a situação.

— Ei, Rydia e Moara, posso estar vendo alucinações, mas ele aumentou de tamanho e gargalhou. Tipo, ninguém vai gargalhar sendo tapeado. Se ele gargalhou, é porque tá confiante — comentou Kreik, com medo e confuso.

— Kreik, concordo com você. Enganar o inimigo e ele gargalhar nunca é um bom sinal. Mas o que me preocupa mais é aquele rugido. Se gargalhar é ruim, imagine rugir daquela forma — respondeu Rydia, preocupada.

— Pessoal, uma dica simples: acho que é melhor corrermos — sugeriu Moara.

O trio começou a fugir em direção aos vagões superiores. O homem encapuzado começou a correr em alta velocidade. Inicialmente, ele corria sobre dois pés, mas, à medida que acelerava, passou a correr como uma fera quadrúpede. Com um grande salto, ele alcançou o último vagão conectado à locomotiva. Em seguida, passou a perseguir o trio pelos demais vagões superiores.

Moara tomou a dianteira, quebrando as portas dos vagões com socos poderosos, facilitando a fuga. Com cada golpe, as portas se estilhaçavam, e a determinação brilhava em seus olhos. Enquanto avançava, ela retirou Bardo de dentro de suas roupas.

— Bardo, vá buscar ajuda! — ordenou a lutadora.

O pequeno pássaro relutou por um momento, bicando a mão de Moara e, em seguida, sugando seu sangue como um mosquito. Com isso, ele ganhou um impulso incrível e voou em direção aos vagões superiores com uma velocidade impressionante.

— O que foi isso? — perguntou Kreik, incrédulo.

— Em regra, animais não manipulam magia. Mas algumas poucas espécies, por conviverem com magos, foram capazes de evoluir, desenvolvendo habilidades especiais, mas sempre dependentes de uma ação externa de um mago — explicou Rydia.

— Exato — Moara complementou. — Bardo é um pássaro raro das florestas do reino de Mahala. Ele tem duas habilidades. Primeiro, ele pode absorver o sangue de um mago para temporariamente aumentar sua velocidade de voo. E segundo, ele entende tudo o que um mago diz e pode passar mensagens a outros.

— Uau, o Bardo pode falar? — Kreik perguntou, com os olhos arregalados.

— Não, Kreiquinho. Você é louco? Animais não falam! Você pensa cada bobagem — Moara respondeu com uma risada.

— Realmente! — Rydia concordou, rindo. — A Moara tem razão dessa vez. Um animal falar é um absurdo.

— Esperem um pouco. — Kreik balançou a cabeça, confuso e frustrado. — Tem um homem correndo atrás de nós como um animal faminto; um ser de fogo com chifres dentro do meu corpo; uma garota com água elástica; outra que quebra paredes com socos e um pássaro que suga sangue como um mosquito. Então, vocês ainda acham que todas essas bizarrices são mais normais do que eu pensar que possa existir um animal que fala?

— SIM! — responderam Moara e Rydia em uníssono, com total convicção.

— Vocês estão brincando comigo. Se o Bardo não fala, como vai se comunicar? — Kreik perguntou, confuso.

— Mímica — Moara respondeu com um sorriso travesso.

Kreik abriu a boca para responder, mas hesitou, processando a informação.

— Ah! Então é loucura pensar que um pássaro pode falar, mas é normal ele fazer mímica?

— SIM! — responderam novamente Moara e Rydia em uníssono, com total convicção.

— Eu desisto! — exclamou Kreik, levantando as mãos em sinal de rendição.

No segundo vagão da locomotiva, a batalha se intensificava. Baan, com um sorriso cruel, lançou mais uma vez seu golpe Gatling Bones. Projéteis de ossos voaram em direção a Erina, que, montada em sua poderosa ave , desviava com agilidade. Cada movimento era como uma dança calculada entre a vida e a morte.

Erina, montada em sua ave, encontrava-se em uma posição difícil: não conseguia se aproximar da locomotiva e ao mesmo tempo evitar os ossos lançados por Baan. Sem conseguir avançar, optando sempre por desviar, ela avistou uma grande árvore à frente, perto da estrada. Com uma batida firme dos pés na montaria, deu um comando decisivo.

“Nunca ouvi falar de uma ave tão forte ou com esse tipo de habilidade. Além disso, animais não manipulam magia... Será que ela é uma maga da classe conjuradora e essa ave é sua besta mágica?”, ponderou Baan, observando com olhos atentos, tentando desvendar o mistério diante de si.

A ave mágica acelerou, seu corpo cortando o ar com precisão. Com um voo ágil, passou à frente da locomotiva, dirigindo-se para a árvore. Ao alcançá-la, soltou um bafo congelante, cobrindo o tronco com uma camada brilhante de gelo. Em um movimento poderoso, suas garras afiadas arrancaram o tronco congelado com facilidade.

Baan continuava a disparar seus Gatling Bones, mas desta vez, Erina usou o tronco como um escudo improvisado. Ela se aproximava perigosamente da locomotiva, determinada a não ceder.

Quando a distância se tornou crítica, a ave lançou o tronco com toda a força contra Baan. Ossos brotaram dos braços do mago como estacas, e ele os usou para segurar o tronco arremessado. O impacto foi tão forte que Baan começou a ser empurrado para fora do vagão, mas ele lutou contra a pressão, segurando-se por um triz.

Enquanto Baan bloqueava o tronco, a ave executou um giro vertical de 360 graus, congelando seu bico como uma lança de gelo. Trace, observando a luta pela janela, percebeu o perigo iminente e correu para o que restava do primeiro vagão, já danificado. Seu objetivo era claro: alcançar a cabine do maquinista e parar a locomotiva.

Com um rasante poderoso, a ave atacou o segundo vagão, destruindo suas paredes metálicas e deixando apenas o chão intacto, pouco depois de Trace ter saído do vagão.

Baan, por sua vez, fez um movimento estratégico. Saltou da locomotiva pouco antes do ataque de Erina e, de sua mão, surgiu uma espécie de coluna vertebral. Esses ossos, flexíveis por articulações mágicas, formavam um chicote que ele usou para prender na pata da ave, impedindo sua queda.

Erina e sua montaria não notaram Baan preso ali. Observando a cena, Erina deu a volta com a ave, procurando por seu adversário. Em vez disso, viu Trace correndo pelos restos do primeiro vagão, tentando chegar à área do carvão.

“Que sorte! Encontrei o alvo. Vou matá-lo antes que aquele mago dos ossos dê as caras.”, pensou ela, com um sorriso determinado.

Com um novo comando, a ave executou outro giro vertical, começando de baixo para cima. No topo do giro, Baan soltou seu chicote de ossos e, calculando cuidadosamente sua queda, preparou-se para atacar Erina de surpresa assim que a ave passasse por baixo dele.

No momento exato, assim que a ave finalizava seu giro, Baan invocou suas Crossed Blades (Lâminas Cruzadas), fazendo ossos em forma de espadas emergirem de suas mãos. Ele apontou as lâminas para baixo enquanto caía em direção a Erina, que estava focada em seu alvo, Trace Greenwood.

Erina percebeu uma sombra crescente sobre ela e, instintivamente, saltou para trás. O ataque de Baan acertou apenas as costas da ave, que se contorceu de dor. Erina também sentiu o golpe, como se lâminas cortassem suas próprias costas, sangrando levemente. Ela caiu da ave, rolando até o penhasco, enquanto a ave se debatia no ar.

Baan, confuso sobre por que Erina também sofreu com o golpe, perdeu o equilíbrio e caiu do pássaro, sendo atingido, ainda no ar, por uma das asas da ave durante a queda. Ele bateu com as costas no depósito de carvão da locomotiva, ofegante.

Erina, atordoada, viu sua ave voar para cima, congelando uma de suas asas em seguida. Com um rasante, a ave dirigiu-se diretamente para tentar golpear Baan. Este, ainda deitado sobre o carvão, ergueu o braço direito, fazendo brotar estacas de ossos de mais de um metro.

Erina, desesperada ao ver sua ave em rota de colisão com as estacas, gritou:

— Venha, Jack Frost!

Uma energia luminosa saiu da ave em direção a Erina. A ave encolheu, reduzindo-se a pouco menos de um metro e perdendo suas propriedades de gelo, incluindo os cristais que adornavam seu corpo.

Baan, perplexo com a mudança súbita, ainda assim acertou a ave, matando-a instantaneamente. Olhando para Erina, ele notou que ela não sofreu dano algum e que algo pairava sobre sua cabeça, levando-o a concluir que ela era realmente uma conjuradora e que aquilo pairando sobre sua cabeça era sua besta mágica.

Baan saiu do depósito de carvão, coberto de fuligem, e viu Trace, que estava visivelmente impressionado com sua atuação contra Erina.

— Nossa, você derrotou um membro da Sabertooth! São mais fortes do que aparentam. Com vocês ao nosso lado, acho que podemos realmente frustrar os planos de Bolívar — disse Trace, com um brilho de esperança nos olhos.

— Não conte isso como uma vitória ainda. Eu apenas consegui atrasá-la — respondeu Baan, com uma seriedade que contrastava com a excitação de Trace.

— Não importa, foi uma grande conquista. Nunca vi ninguém enfrentar a Sabertooth e sair vivo. Quando todos souberem disso, será uma fagulha de esperança para nós — Trace insistiu, admirado.

Baan, porém, não estava para celebrações. Com um movimento rápido, deu um cascudo em Trace, que recuou, surpreso.

— Ai! O que foi isso? Por que me bateu? — gritou Trace, esfregando a cabeça.

— Tá maluco? O que te deu na cabeça para correr daquele jeito no meio do fogo cruzado? Poderia ter sido morto a qualquer momento! — Baan vociferou, com o olhar severo.

— Eu estava tentando chegar à cabine do maquinista para frear a locomotiva — explicou Trace, com um tom defensivo, mas também consciente de seu erro.

— Tsc. Não seja tão presunçoso. Você poderia ter morrido. — Baan suspirou, suavizando o tom. — Mas, admito, era uma boa ideia.

— Ter morrido? — Trace perguntou, confuso.

— Não, seu idiota! — Baan revirou os olhos. — Digo, tentar parar a locomotiva. Se conseguirmos frear, os passageiros poderão fugir com segurança. Continue com seu plano e freie a locomotiva.

— Ok! E você? — perguntou Trace, sentindo-se mais confiante.

— Vou atrás dos outros. Precisamos derrotar os membros restantes da Sabertooth — respondeu Baan, limpando o carvão do corpo.

Enquanto Trace corria em direção à cabine do maquinista, Baan se dirigia aos vagões restantes, preocupado com a segurança de seus companheiros.

Do alto do penhasco, Erina observava a locomotiva se afastar. Sentia-se indignada e profundamente triste pela perda de sua ave, Pacopi. Em um gesto de frustração, pegou um punhado de areia e jogou ao vento, gritando:

— PACOPI! — Lágrimas escorriam pelo rosto.

— Seu maldito, matou a Pacopi! Ele valia mais do que muitos humanos. Não posso deixar Pacopi morrer em vão. Preciso vingar sua morte. Esse não é o fim — murmurou Erina, enxugando as lágrimas com determinação renovada.

Sobrevoando sua cabeça estava um pequeno ser, um fantasma branco com um sorriso fofo e acolhedor. Tinha cerca de 20 centímetros de altura, usava um cachecol azul-marinho e seus cabelos pareciam cristais de gelo. Era Jack Frost, a sua besta mágica.

 

 

Erina levou os dedos da mão direita à boca e assobiou alto. O som ecoou pelo vale, despertando um tigre dente-de-sabre de pelagem alaranjada que dormia por perto. O grande felino levantou-se e correu em direção a Erina, levantando uma nuvem de poeira em seu rastro.

— Vamos, Bruce. Jack Frost tá ansioso para o segundo round — sussurrou Erina, estendendo as mãos na altura do peito. Jack Frost pousou nelas, segurando firmemente seu cachecol, com um olhar determinado.



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