Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 1

Capítulo 14: Resgatando o velho moribundo

Ainda na sala das celas, as balas rúnicas vinham na direção de MAyumi, contudo, antes que elas pudessem atingí-la, Moara reagiu instintivamente.

—Gaia Wall! — gritou, colocando as mãos no chão. Um paredão de terra ergueu-se diante delas, bloqueando os projéteis flamejantes e quebrando as barras de metal da cela.

— Valeu, Moranguinho. Agora deixe comigo. Vou acabar com esses caras, enquanto você tenta salvar o avô do Kreiquinho — disse Moara, com um sorriso travesso, aproximando-se da Tenente.

A Tenente sentiu uma pontada de irritação ao ouvir o apelido, mas manteve-se firme.

— Kreiquinho? — A indignação em sua voz era clara, mas ela tentou manter a calma. — Você é debochada mesmo, garota.

Fica calma, Moranguinho, apenas descanse enquanto eu salvo a sua pele — zombou Moara, batendo suavemente na cabeça de Mayumi, como se ela fosse uma criança.

— Não somos aliadas, lembre-se disso. — Mayumi segurou o braço de Moara e o afastou para longe — Por ora, vou concordar com seu plano, porque preciso concentrar meus esforços em salvar o avô do KREIK, e não Kreiquinho!

Moara ao perceber o desconforto de Mayumi, inclinou-se para frente, próxima do rosto da Tenente. Pôs a mão no queixo e lançou um olhar astuto. Mayumi ficou incomodada, sem entender aquela pose, até que a maga, com um sorriso travesso, provocou:

— Ooh, com ciúmes do Kreiquinho? Ah, é por isso que quer tanto resgatar o avô dele. Você quer ganhar a gratidão dele. Safadinha! Hehehe.

O rubor subiu pelo rosto de Mayumi, mas ela se recusou a ceder à provocação.

— Ciúmes? V-você e-enlouqueceu enquanto estava p-presa — gaguejou Mayumi, afastando Moara para trás com os braços. — Apenas quero salvar o avô dele por ser um homem inocente, nada mais que isso. — complementou a Tenente, embora a hesitação em sua voz traísse a serenidade que ela tentava manter.

— Sei... Mas te entendo. O Kreiquinho é gatinho. Vale a pena insistir. Vai com tudo. — Moara falou, rindo e piscando o olho direito para a tenente enquanto balas rúnicas dos soldados atingiam a muralha, que ainda continuava de pé.

O rosto de Mayumi ficou ainda mais vermelho, e um nervosismo tomou conta dela. Com a voz firme e repleta de tensão, respondeu:

— Sua criminosa idiota, vai ficar fofocando o dia todo ou vai me ajudar a derrotar esses caras? Concentre-se!

— Tem razão, Moranguinho! — respondeu Moara, com um sorriso maroto.

Moara então socou a muralha de terra que havia criado, abrindo um buraco no centro. Atravessou a cabeça pelo buraco, avaliando a situação do outro lado.

— Vamos ver... 1, 5, 7, 10, 12 no total. Ei, seus mequetrefes, o plano de aposentadoria da GPA é bom? — gritou Moara, provocando os soldados.

— O quê? Essa garota está zombando de nós. Vamos mudar o alvo e acabar com ela primeiro! — responderam os soldados, preparando-se para disparar novamente.

Moara, impassível, murmurou:

— Espero que tenham um bom plano de aposentadoria, porque vão precisar depois que eu quebrar os ossos de vocês. Gaia Awakening!

Com um movimento poderoso, Moara pisou com força várias vezes no chão. Sete pilares de terra se ergueram rapidamente, atingindo os soldados e jogando-os contra as paredes e o teto. O impacto foi devastador; eles caíram inconscientes, com ossos quebrados.

— Eles realmente vão precisar se aposentar. Você fez exatamente como disse — Mayumi comentou, admirada.

— Sempre cumpro o que prometo. Agora, vou cumprir outra promessa: vou arrancar uns dentes do Major — Moara respondeu, com um brilho de determinação nos olhos.

Mayumi, observando a determinação de Moara, fez um último aviso:

— Quando lutar contra o Major Thorguen Brown, mantenha a atenção dele em você, enquanto eu procuro runas de cura e resgato o Sr. Gurren. Depois que ele estiver seguro, não garanto que interferirei na luta, pois você e ele são ambos criminosos. Não se esqueça disso.

Moara acenou com a cabeça, ainda sorrindo.

— Tá, tá. Criminoso, prisão e tal. Moranguino, relaxe e fique apenas olhando enquanto eu dou uma surra naquele mequetrefe.

Ela saiu correndo pelo prédio, gritando:

— Oooh, Major… Majorzinho mequetrefe, vem aqui lutar comigo e apanhar… Cadê você, Major? Está com medo? Vou acabar com você para vingar a mãe do Kreiquinho!

Mayumi, irritada com o apelido provocativo, murmurou consigo mesma: “Que garota debochada... Vou esquecer isso por enquanto. Vou logo à enfermaria procurar alguma runa de cura. Pode ser preciso.”

Fora do posto militar, próximo do penhasco onde Kreik e Uji jogavam as bombas. Tylla corria pela floresta, buscando o confronto contra a dupla, seus passos rápidos e precisos quase não tocavam o solo. Sua expressão estava concentrada, os olhos fixos no horizonte enquanto a adrenalina pulsava em suas veias.

De acordo com o plano de Rydia, eles já a aguardavam a visita e haviam preparado uma armadilha. A maga atiradora, sempre cautelosa, sabia que, assim que os efeitos das bombas se reduzissem, Thorguen enviaria a corredora para alcançar Kreik e Uji o mais rápido possível.

Para antecipar a velocidade de Tylla, eles construíram uma armadilha engenhosa: uma vala oculta, repleta de flores belladinas no fundo, camuflada com terra e arbustos.

O plano era que, ao cair na vala, Tylla seria subjugada por uma névoa entorpecente que a deixaria desacordada, resultante da combinação das flores com uma técnica de fogo a ser lançada posteriormente pelo portador do Ifrit.

Além disso, galhos secos estavam espalhados ao redor da armadilha, estalando sob os passos da corredora, alertando-os de sua aproximação. Quando Tylla pisou nos galhos, a dupla percebeu sua chegada e se preparou para o confronto.

Ao transpor a vala, Tylla pisou em falso e começou a cair. Enquanto caía, um pensamento lhe atravessou a mente:

“Seus tolos, acharam mesmo que eu cairia em um truque tão óbvio? Agora verão do que sou capaz.”

Com reflexos rápidos, ela sacou sua rapieira e a cravou na parede lateral, interrompendo sua queda. Seus braços estendidos seguravam a espada enquanto ela pairava sobre o abismo, com o corpo tensionado em um equilíbrio precário.

Ela lançou um olhar calculista para a parede oposta, inclinou-se lateralmente, ajustando os pés para melhor apoiar-se. Com um movimento fluido, Tylla retirou a rapieira da parede e, utilizando-se de sua magia de supervelocidade, saltou entre as paredes da vala, ganhando altura a cada impulso, até emergir do buraco. Guardando sua arma, ela encarou a dupla que se aproximava da vala com intenções incendiárias.

— Encontrei os arruaceiros. Preparem-se para o fim! — exclamou Tylla, ativando sua magia. — Goodspeed, Mercury Rush!

Ela disparou em alta velocidade, desferindo uma série de golpes em Kreik e, em seguida, em Uji. A Capitã parecia ser uma metralhadora de socos, sua velocidade absurda impedia qualquer movimento de esquiva. Rapidamente a luta parecia inclinar-se a seu favor.

Quando ela voltou a atacar Kreik com seus socos velozes, Uji, com agilidade, notou uma leve desaceleração da maga. Sacando sua espada, ele tentou contra-atacar. Tylla recuou com um salto e, em seguida, lançou um chute, mas o samurai bloqueou com sua lâmina.

— Você tem bons reflexos, mas isso não será suficiente para evitar sua derrota — disse Tylla, confiante.

Uji, atento, analisou o ataque, percebendo uma mudança no padrão de velocidade de Tylla.

“Esse chute foi menos veloz que seus socos. Interessante.”, ele refletiu.

Kreik, preocupado, perguntou:

— Uji, você está bem?

— Sim. Fique atento, ela atacará novamente em breve.

Tylla, aquecendo-se com pequenos pulos, preparava-se para um novo assalto. Ela avançou em alta velocidade. O samurai girou sua espada e tentou acertá-la, contudo, antes de finalizar seu golpe, a capitã desapareceu e reapareceu atrás dele, acertando suas costelas com um chute, lançando-o contra uma árvore próxima.

“Isso foi um impulso fervoroso? Não! Um Capitão não domina nenhum potencializador de aura. Isso deve ser a própria magia dela. Ela deve ser uma maga da classe elementalista. Acredito que ela manipula a própria velocidade.”, raciocinou o samurai levantnado-se rapidamente após o baque.

Kreik tentou revidar com uma série de socos, mas Tylla esquivava-se com facilidade, brincando com o garoto, aparecendo e desaparecendo ao seu redor. Com um golpe rápido e preciso, ela atingiu Kreik com um soco no rosto, arremessando-o contra outra árvore.

No momento em que Kreik estava prestes a colidir com a árvore, Tylla preparou-se para um novo ataque, um outro soco com a mão esquerda. Mas Uji veio correndo e interveio com um movimento ágil circular.

— Hien (Voo da Andorinha)!

Sua espada, emanando uma aura elétrica, encontrou o punho de Tylla, e pela primeira vez, a corredora foi atingida. Ela recuou, observando gotas de sangue caírem de sua mão ferida. Com raiva, ela sacou sua rapieira e ameaçou:

— Maldito. Foi apenas um golpe de sorte. Agora, lutarei com toda a seriedade. Vocês morrerão sem entender o que aconteceu.

Uji percebeu a oportunidade e pensou: “Como eu suspeitava, ela é uma elementalista e seu corpo não suporta a velocidade gerada por sua própria magia. Com o uso contínuo, seus músculos se desgastam e sua velocidade diminui gradativamente. Quando ela atinge o pico de velocidade, acaba reduzindo seu ritmo e precisa descansar os músculos que superaqueceram. Essa é a brecha que preciso aproveitar para atacar.”

Nesse momento, a voz estridente do Major Thorguen Brown ecoou pelo posto militar e alcançou o penhasco:

— Filho de Reich, onde está? Venha aqui. Estou com seu velho. Se não aparecer em menos de cinco minutos, ele morrerá.

Kreik, consumido pela fúria, preparou-se para correr ao penhasco, mas Tylla, com sua magia, surgiu à sua frente, tentando um golpe fatal com sua rapieira no pescoço do jovem das luvas. Uji, com reflexos rápidos e segurando na jaqueta do companheiro, o puxou para trás, evitando o ataque por questão de poucos centímetros.

“Merda! Esse samurai é mais ágil do que eu pensei. Ele previu meus movimentos e os de seu companheiro. Ele se antecipou e acompanhou a investida do moleque das luvas por trás, para puxá-lo antes que eu o atingisse com meu ataque. Preciso usar o nervosismo e a inexperiência do esquentadinho para acabar com os dois”, planejou Tylla.

Kreik agradeceu a Uji, mas estava determinado a salvar seu avô. Uji, frustrado com a situação, começou a refletir:

“O Major o desestabilizou emocionalmente. Não consigo arquitetar nenhuma estratégia com ele assim. Tenho duas opções: deixo ele ir até o Major para efrentá-lo sozinho ou tento convencê-lo a lutar em dupla transtornado. Droga! A segunda opção não vai dar, ele vai só criar brechas e essa mulher vai aproveitar isso, acabando com nós dois.”, refletiu Uji, que ao respirar fundo, tomou sua decisão e falou:

— Cabeça de fósforo, primeiro relaxe ou da próxima vez perderá a cabeça. Vamos focar em salvar seu avô, mas você precisa pensar. Não pode lutar sem autocontrole.

— Sério, Uji? Obrigado. Como vamos salvar meu avô?

“Legal, falar em salvar seu avô, o acalmou. Pelo menos agora vai conseguir lutar com o Major com mais estratégia.”, Pensou Uji, que em seguida pulou para trás de Kreik e disse:

— Só ataque essa mulher com vários dos seus projéteis de fogo, iguais aqueles que eu bloqueei no bosque. Vai atacando sem parar, contudo, quando eu der um sinal, você pula e vai voando com os jatos das luvas até seu avô.

— Qual é o seu sinal? — perguntou Kreik.

— Quando você ver, vai saber. — disse o samurai com um leve sorriso. Depois complementou: — Uma última coisa. Quando chegar no Major não caia em provocações, lute com inteligência. Força bruta não vai adiantar. Ele é bem mais forte que você!

— Ok, vou seguir seu conselho!

Kreik fez suas luvas emitirem chamas. Ele gritou:

— Flaming Darts (Dardos Flamejantes)! — Ao balançar suas mãos, lançou uma série de projéteis de fogo vindos de seus dedos, em direção a Tylla, que desviava com facilidade, zombando dele com um bocejo fingido.

Kreik então aumentou a velocidade e a corredora ficou mais animada, pensando:

“Faça isso, portador do Ifrit. Gaste toda a sua energia levianamente. Antes da minha velocidade começar a reduzir, eu ataco e te mato rapidamente. Depois, vou acabar com seu amiguinho samurai. Hehehe.”

Enquanto isso, Uji preparava sua própria surpresa. Retirando uma bomba feita de flores belladinas de seu quimono, ele a lançou sorrateiramente em direção aos projéteis de fogo.

Quando a bomba entrou em contato com os projéteis de fogo, explodiu, criando uma névoa azulada. Tylla, surpreendida, saltou para trás. Ela olhou para cima e observou Kreik fugindo, usando as luvas para voar acima da névoa. Ela tentou segui-lo, usando sua magia de velocidade para subir em uma árvore e pular na direção do garoto. Contudo, enquanto estava prestes a puxar o pé de Kreik, uma rajada elétrica horizontal emergiu da névoa e a atingiu em cheio, derrubando-a antes que pudesse alcançar seu alvo.

Esse ataque veio de Uji, que brandiu sua espada horizontalmente com força, emitindo um feixe elétrico enquanto gritava:

— Aokiji (Faisão Azul)! Capitã idiota! Você pode ser rápida, mas não pode desviar do que não vê. E no ar, você é um alvo fácil — zombou Uji, confiante.

— Uji, obrigado. Estou indo salvar meu avô — Kreik agradeceu, voando em direção ao Major Thorguen Brown.

— Essa doeu, maldito. Não espere piedade de mim — exclamou a Capitã, sentindo a dor do último golpe.

— Ah? Disse algo? — Uji zombou, fingindo um bocejo.

— Vou te trucidar, arruaceiro de merda! — Tylla gritou, consumida pela raiva. Sem mais se importar com o o portador do Ifrit que fugia, ela se focou totalmente em seu confronto contra o samurai.

Kreik pousou no pátio, vendo seu avô amarrado e inconsciente no mastro da bandeira. Então, ele virou-se para o Major:

— Você me queria, aqui estou. Leve-me e liberte meu avô e Moara. Eles são inocentes nesta história.

— Está de brincadeira, filho do Reich? Depois de tudo o que aprontou, você acha que pode simplesmente chegar aqui e, com palavras vazias, apagar todos os seus atos? Mesmo que entregasse sua cabeça e a de todos os outros arruaceiros, não seria suficiente. Aliás, se me entregasse a cabeça do seu pai, ainda assim não seria suficiente. Garoto, você compreendeu errado. Não quero apenas a cabeça de vocês. Isso seria muita benevolência de minha parte. Eu quero que sofram, que sangrem, que sintam um desespero diferente de tudo que já sentiram antes. Vou esfolar todos vocês vivos! — vociferou o Major.

Então, uma voz distante interrompeu:

— THORGUEN, encontrei você, seu mequetrefe!

— Que merda é essa? — murmurou o Major, perplexo, ao olhar para cima.

Um pilar de dois metros feito de terra caiu sobre o Major, e Moara deslizou por ele. Antes de chegar ao chão, ela saltou do pilar e, com uma cambalhota no ar, aterrissou ao lado de Kreik.

— Yo, Kreiquinho. Quanto tempo.

“Kreiquinho? De onde ela tirou isso? Uma hora quase me vira do avesso por causa de um soco e agora me deu até um apelido carinhoso?”, pensou Kreik, confuso com a situação. Com receio, ele apenas respondeu, sua voz demonstrando receio:

— Yo, Moara. O que faz por aqui?

— Eu estava procurando aquele mequetrefe. Vi ele gritando igual a um lunático e o ataquei. Aliás, Kreiquinho, seu avô me contou toda a sua história e de sua família. Não se preocupe, vamos salvar seu velho moribundo — Moara falou com um leve sorriso confiante, fazendo um sinal de vitória com os dedos.

— Obrigado pela ajuda. Ei, que história é essa de velho moribundo?

— Hehehe, foi mal. Você sabe bem que ele está meio acabado, mas esquece que eu falei isso. O que importa é que ele me fez prometer que eu iria bater no Major até lhe arrancar pelo menos dois dentes. E sabe como é, eu sempre cumpro minhas promessas!

— O quê? Meu avô te pediu uns dentes do Major? — exclamou Kreik surpreso. — “Não me parece algo que ele faria... Mas eu que não vou retrucar essa doida.”, pensou Kreik, passando a mão no estômago e lembrando do soco que havia recebido outrora da garota.

O pilar que atingiu Thorguen Brown começou a rachar e se quebrou em vários pedaços, até que o Major emergiu dos escombros, furioso. Cada passo seu emanava uma aura de poder bruto e uma determinação implacável, como se a própria terra tremesse sob seu peso. Seus olhos brilhavam com uma raiva intensa, como chamas prestes a consumir tudo ao redor. Seu semblante era uma mistura de fúria e desprezo.

 

 

— Um arruaceiro atrás do outro. Já estou me cansando desta situação, quanta humilhação! Se gostam tanto de flertar com a morte, isso é o que terão. Sintam o horror do meu poder mágico. Forja básica, Família Tomahawk!

O Major materializou seu cinto contendo quatro machados Tomahawk embainhados, cada um medindo 40 cm de comprimento e lâmina de 15 cm cada. Ele desembainhou dois deles e fixou o olhar em seus oponentes, como um predador observando a sua presa.



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