Volume 1
Capítulo VI: “A divina comédia"
Em meio a escuridão, fleches de uma luz vermelha davam passagem a uma silhueta feminina. Um brilho distante transforma seu corpo em algo irreal, o brilho ficava mais intenso à medida que víamos ainda mais de seu corpo.
Ela estava de farda escolar, pele macia e clara, cabelo loiro e curto. Por algum motivo, seu rosto estava borrado com uma mancha negra, quase como um rabisco mal feito. Várias imagens passavam, como lembranças, lembranças as quais não faziam sentido.
Mãos gentis a convidaram para dançar, enquanto aos poucos o ambiente se transformava em um salão de festas. Alguém a segurou firmemente em seus braços, começando assim a dançar lentamente com a apaixonante música que tocou. Movimentos lentos seguindo o ritmo romântico da canção, dois pombinhos em meio à multidão que os observava.
— Eu… Eu te amo. — Sussurrou em seu ouvido.
Via-se um lindo sorriso em seu semblante, mas ainda assim, ele não se lembrava de seus olhos. Seu rosto ainda estava borrado, aos poucos todo seu corpo se transformava em borrões em uma memória conturbada, que por mais que tentasse lembrar, seu rosto simplesmente não existia mais.
Agora estavam em um picnic, apreciando a linda paisagem. Um campo de girassóis, enquanto o sol brilhava em meio às nuvens, transformando aquilo em um verdadeiro espetáculo. Os dois riam enquanto observavam as nuvens:
— Aquela ali parece um coração, né, Akinho?
— Tá mais para um bubum Aku!
— Agora que disse… Hahahaha, parece mesmo!
Tudo parecia mágico, talvez fantasioso demais. Um sonho, uma memória, um breve sussurro em meio a escuridão.
— Eu te amo Aika… Eu sempre vou te amar!
— Eu sei… Também te amo, Akinho.
Aquelas memórias tão doces e românticas poderiam durar para sempre, porém, nada é para sempre. A juras de amor se tornam brigas, os sorrisos com vida se tornam expressões estáticas, olhares apaixonados se perdiam em meio a raiva e ressentimento.
Olhares que criticam, tais como facas perfurando ambos os corações. Até que o “eu te amo”, se torna aos poucos um adeus.
— Não dá mais… Eu… eu… Não dá mais!!
Escondido atrás de uma parede, bisbilhotava seu amor saindo com outro garoto. Desesperado correu para entender o que estava acontecendo.
Mas foi recebido com desaprovação e ódio, outros garotos aparecem, chutes, socos, xingamentos, embora isso não doesse mais que olhar dela. Embora visse seus olhos, eles estavam conturbados demais naquele rosto rasurado com borrões negros.
— Não... Não, não. Saiam de perto de mim!! Isso dói! Socorro!! Alguém?! Socorro!!!
Ele esticou sua mão rumo a luz, era hora de ser salvo ou o momento de ser condenado por todo sempre.
Aku se contorcia em sua cama enquanto suas lembranças o consumia, ficando mais confusas e sufocantes. Se viu agora em seu quarto em seu mundo, chorando enquanto seus colegas e familiares se afastavam cada vez mais, a tristeza e a melancolia o consumindo.
De repente ao abrir seus olhos, estava em um cruzamento, o sinal acabara de ficar vermelho. Alguns gritos foram percebidos por ele, que ao se virar, notou a correria e os pedidos de ajuda.
Aku deu seus primeiros passos em direção a multidão, embora sua mente o mandasse parar ali mesmo, suas pernas não obedecem. Se aproximando pode avistar um carro, ou o que sobrou dele batido em um poste.
A multidão como abutres, se amontoavam ao redor de toda a cena, tiravam fotos e gravavam. Alguns pareciam chocados, outros riam sabendo dos likes que ganhariam mais tarde. Foi então que percebeu um corpo no chão, ainda não podia ver direito, mas se esforçando pode notar os fios azuis e o sangue.
— Não… Não… não pode ser.
Esbarrando em algumas pessoas, consegue enfim chegar até o corpo. Seus olhos dilataram, apertou sua mão contra seu peito enquanto seu coração tentava o matar, sua respiração começava a lhe faltar à medida que sua mente se limpava, ficando em branco.
Apenas a imagem a sua frente que ganhava vida e ainda mais detalhes. Ossos com fraturas expostas, muito sangue, por vez, ainda respirava.
Aku não consegui desviar o olhar, precisava ver cada detalhe, mesmo que isso o perseguisse para todo sempre, ele deveria ver. Ela então começou a tossir sangue, o fazendo recuar por um instante, mas foi parado com um toque repentino em seu ombro.
— Você… — Alguém sussurrou logo atrás dele. — Eu odeio você. Como se sente? Está vivendo uma vida feliz? Está se divertindo? Está, não está! Claro que esta… Já se esqueceu… Já se esqueceu de mimmm?!!
Acordou com um grito. Estava ofegante, respirando fundo tentou se acalmar, apertou sua mão contra seu peito, seus batimentos estavam acelerados. Ele então tentou controlar sua respiração, se acalmando um pouco mais, percebendo que ainda estava no mesmo quarto da noite passada.
De repente um som passou por seus ouvidos atentos, ao direcionar seus olhos para frente deu de cara com Mimi. A qual o encarava em frente de sua cama, parecia preocupada e um pouco nervosa com a situação.
— Ah… Hum… Desculpe assustá-la… — Colocou sua mão na cabeça respirando fundo. — Foi apenas um pesadelo, não se preocupe comigo! Eles não podem me ferir, no fim são apenas pesadelos.
Ele abaixou a cabeça, seu olhar era profundo e demonstrava ainda alguma dor. Mimi por vez tocou em seu ombro, ela parecia querer mostrar algo. Pegando um papel em seu bolso e uma pedrinha de carvão, escreveu algo, logo rasgou o papel e entregou para Aku.
Ele o segura em mãos, percebe que ela parece animada de algum modo.
— Para mim? — Encarou ela que concordou. — Bem, obrigado.
Ele então olhou o conteúdo, havia algo escrito, porém ele não conseguia entender aquela escrita. “Então esse é o dialeto deles? Não é atoa que estou mesmo em um mundo de fantasia.” Pensou consigo ainda tentando entender o que estava escrito, mas aquelas gravuras realmente não faziam sentido para ele.
Encarando Mimi, era perceptível sua animação, seus olhos brilhavam. Aku não quis decepcionar ela, e apenas agradeceu mesmo sem entender do que se tratava, enquanto ela sorriu feliz. Assim, guardando no bolso de sua calça, “Depois vejo alguém para traduzir para mim!”.
— Não se preocupe, irei guardar isso com muito carinho! Obrigado, lindinha. — Tentou dar seu sorriso mais gentil.
Ela o retribuiu também com um verdadeiro sorriso de alegria. Ele por vez enfim se levanta, se espreguiçando e esticando um pouco as pernas. Fez alguns alongamentos que chamaram atenção de Mimi, a qual o encarava curiosa.
— Realmente… Você fica linda sorrindo, sabia?
Mimi virou seu rosto, parecia querer se esconder dele. Novamente o entregou novas roupas, assim saindo rapidamente para que ele pudesse se trocar.
“Mimi é uma boa pessoa! Pena que não fala…”
Minutos depois ele se encarava no espelho quebrado ao lado de sua cama. Estava com uma calça marrom bem simples e esfarrapada, uma camisa branca que tinha um cheiro familiar de mofo, formol e uvas e também estando desbotada, assim como seu sapato de pano.
“Essas roupas… Quer saber, pelo menos estou vestido! Isso que importa.” — Deu um sorriso forçado.
Ele então sentiu um leve formigamento na cintura e em seu pescoço, começando a se coçar levemente. Mimi por vez adentrou novamente seus aposentos, segurava um pente e uma tesoura.
— Hm? Ei. Não é o que estou pensando, né?
Ainda tentou correr, mas já era tarde. Mimi o segurou e o arrastou até uma cadeira, o colocando de frente ao espelho, já passando um pouco de mel em seu cabelo escuro. O qual estava grande e bem bagunçado.
Já cortava um pouco, quando pôde enfim notar mais de seu rosto. Pele branca mas um pouco corada, lindos olhos azuis, os quais ganhavam mais destaque por conta de suas olheiras bem expressivas:
— Vê se não vai cortar muito, tá? Gosto do meu cabelo grande.
Mimi sorriu e começou a demonstrar suas habilidades com a tesoura, ele viu seus fios caindo no chão. Ela cortava bem gentilmente e tentava pentear seu cabelo com calma por conta de seus fios embolados.
— Ai! Cuidado, não sou muito de pentear o cabelo.
Minutos depois, tínhamos agora um verdadeiro herói. Seu cabelo estava bem penteado e nem tão curto, ele sorria enquanto se olhava no espelho. Parecendo ter gostado, fazia também algumas poses de personagens que gostava.
— Jojo!! — Pose das mãos no rosto.
Mimi vendo aquilo sorriu sem parar, aparentava estar feliz. Aku envergonhado sorriu também, ele estava sem jeito por estar se portando como uma criança, coisa que realmente era.
Momentos depois ele já era conduzido ao grande salão do banquete. De longe avistou o herói das adagas, as grandes portas se abriram, algumas trombetas soaram e anunciaram a chegada do herói.
Os portões então fecharam na cara de Aku, o qual foi pego de surpresa batendo sua cara na porta.
— Merda. Merda! — Coloca a mão em seu nariz. — Está sangrando?
Com a camisa tentou limpar um pouco o sangue. Do lado de dentro se escutava muitas risadas, ele por vez, bate na porta. Bateu novamente, nada, por fim perdendo a paciência bateu ainda mais forte.
“Eles não vão abrir?”
Não aguentando a demora, empurrou as enormes portas, abrindo com dificuldade. E ao adentrar, as portas se fecharam logo atrás dele com um som que reverberou por todo o lugar, fazendo os músicos que ali estavam parar repentinamente a música.
Todos presentes direcionaram seus olhares para ele. Aku por vez encarava a enorme mesa de ouro, cheia de guloseimas, comidas desconhecidas mas que pareciam muito gostosas.
Ao todo tinha 88 assentos, todos já ocupados por nobres, aristocratas, líderes do comércio e religiosos. E nas últimas cadeiras na ponta, estava o rei acompanhado dos heróis e sua família.
Todos usavam roupas chiques e bonitas, aparentavam ser caras, além de confortáveis. Aku por um momento encarou suas vestes.
“Por que sou o único com trapos aqui?”
Aku por algum motivo, continuava coçando sua cintura, foi quando um dos homens à mesa disse:
— Mas pelos deuses! Um cão sarnento invadiu o castelo? — disse rindo.
— Hahahaha!!
Todos começaram a rir o acompanhando, até mesmo o rei deu um sorriso de canto, embora a princesa e sua mãe com alguns heróis não o fizeram. A princesa também parecia incomodada com as risadas e de como estavam tratando ele agora.
— Por acaso se perdeu, rapaz? Saiba que os estábulos são fora do castelo! — Falou uma moça debochando dele.
Todos os demais riram ainda mais alto, muitos faziam piadinhas entre si, e alguns apenas o encaravam com nojo e deboche. Aku estava surpreso pela forma que estava sendo tratado, mas mantinha compostura.
“Certo então… Vejo que se eu continuar como um perdedor, vão continuar me tratando como tal. Acho que já passou da hora de mostrar a esses merdas, que não sou apenas um moleque!”
Abriu um sorriso pretensioso e disse de forma desleixada:
— Engano seu! Talvez esse seja mesmo o estábulo. Além do mais… Vejo porcos, ovelhas, vacas então. Apenas os animais da família real!
— O quê disse?! — Falou se levantando.
— Que ultraje! Quer ir para a forca camponês imundo?! — Disse com raiva a mulher.
— Quem diabos é você?! Está chamando vossa majestade e sua família de porcos?!
Todos pareciam extremamente irritados, apenas a princesa e a rainha que começaram a rir do comentário de Aku.
— Me chamo Aku Jima! Sou um dos heróis a propósito. Então, eu perdoo você!
— Como?!
— Novamente, nome é Aku Jima, sou um dos heróis. E não, não ofendi o rei e sua família! A parte dos porcos vale apenas para vocês. Ou não escutaram quando disse animais de vossa magestade?
Era nítida a indignação no olhar de todos. “Droga, acho que fiz merda…” pensou com sigo ao ver o olhar de muitos para ele.
Estava um clima tenso, até que a princesa começou a rir ainda mais alto. Por vez um dos nobres se levantou dizendo:
— Herói?! Você então seria o herói dos trapos?!
— Hahaha. — Alguns riram.
— Tá mais para herói do mofo! Hahaha. — disse uma moça tapando o nariz.
“Bem. Querem que eu prove então? Ok, vou mostrar pra vocês!”
— Invocar…
De suas sombras, a capa surgiu cobrindo seu corpo em um abraço. Todos se espantaram, estavam agora em silêncio, até mesmo evitavam de o encarar nos olhos, estava claro que ele era mesmo um herói.
“Estão com medo? Bem, deveriam estar mesmo.”
Aku os encarou com um olhar de superioridade e com um sorriso pretensioso, por vez o rei bateu com seu punho na mesa e disse:
— Caro, herói... Tenha modos, por favor! Eu ainda sou a autoridade máxima neste lugar, entende?
— Perfeitamente, vossa majestade. — Se curvou em respeito.
— Venha até mim! Algum de meus súditos lhe trará um assento. Esse é um lugar especial para mim, por favor, não use isso que você chama de arma divina aqui.
— Entendi, vossa excelência.
Os demais estavam embasbacados ao ver tais modos vindo dele, minutos antes estava tão arrogante, mas agora estava tão respeitoso e elegante. A rainha deu um sorriso de canto, enquanto o sondou dos pés à cabeça.
“Todos parecem surpresos, né? Aí sim!! Parece que todo o tempo que investi assistindo animes de fantasia, valeu mesmo a pena. Pareço até um desses nobres de merda agora!”
Ele sorriu e deu seus primeiros passos até o rei, enquanto sua capa desaparecia. Encarando um pouco os arredores, era realmente um grande e majestoso salão.
Janelas que davam vista ao pátio do castelo, clima agradável, tinha alguns animais empalhados presos às paredes. Alguns estranhos, e um em especifico o fez parar por um momento.
“Tá brincando… Isso é um dragão? Um dragão de verdade?!”
Era a cabeça de um pequeno dragão, rosto com escamas vermelhas, presas grandes e amareladas, olhos dourados e chifres pretos.
“Ele pode até ser pequeno, mas continua sendo um dragão!”
— Gostou? Eu mesmo o matei! Claro, esse pequenino nem se compara a um adulto. Mas ainda sim, foi bem difícil de achar. — Falou o rei o encarando.
De repente um som melancólico passou em seus ouvidos, era o som suave dos instrumentos da orquestra que já começava seu espetáculo. Um show particular para aqueles que estavam ali, digno de violinistas, saxofonistas, flautistas, pianistas e alguns com instrumentos estranhos, mas que por algum motivo tinham um som lindo e agradável.
Um homem lagarto era o encarregado de reger a orquestra, formada por trinta e três pessoas, tanto humanos quanto meio humanos. Aquilo era mágico, sem dúvidas era o mundo dos nobres, a vida daqueles que podem tudo e tem tudo, graças ao dinheiro e poder.
Ele enfim chegou até o rei, olhou para os lados quando uma empregada trouxe um banquinho para ele sentar. Aku sentando, percebendo que o banco era muito baixo, quase não dando para ele alcançar a mesa.
Alguns nobres sorriram levemente de sua situação, outros sussurraram que ele parecia ainda mais com uma criança.
“Que desconfortável... Por que sou o único sentado em um banquinho?”
O tempo passava com aquela humilhação, alguns festejavam enquanto bebiam um bom vinho e comiam um verdadeiro banquete. Aku apenas conseguia observar enquanto coçava sua cintura e pescoço de maneira discreta, estava quase impossível se controlar, a coceira começava a se espalhar por seu corpo.
— Como eu dizia; Um harém só é um harém, se tiver mulheres diversas e de diferentes idades e raças! — disse o porco de coroa. — Rarara!! Você vai ver, herói… as mulheres daqui são as melhores! Mas tome cuidado, pois elas amam apenas homens poderosos. E odeiam fracotes miseráveis. Embora, acredito que não seja seu caso Herói do Caos!
— Sim, com toda certeza. É apenas questão de tempo até que eu seja capaz de levantar e segurar minha grande e poderosa espada! Helena disse que com treinamento adequado serei capaz de fazer isso antes de completar meus vinte anos.
— Hahaha. E quantos anos você tem?
— Eu? Ainda tenho dezoito senhor!
— Hm, bom. Já passou da idade de casar! Minha filha ainda tem doze apenas, ainda é muito nova. — Sorriu.
Aku não conseguiu se segurar e um sorriso escapou de sua boca, nem notou o que o rei falava.
“Segurar minha grande e poderosa espada? Hahaha, sério? Sério que ele disse isso?”
Enquanto ele deu alguns sorrisos, alguns olhos se direcionaram a ele, por vez o delinquente-zinho disse o encarando:
— Qual a graça, moleque?
— Hum?
— Por que está rindo? Contei alguma piada por acaso?
— É que você é o herói da espada, mas não pode usar sua espada! E a forma que falou, bem… foi engraçada.
Alguns dos heróis começaram a rir, Aku tentou ficar em silêncio por vez. O rei parecia ter tomado as dores do herói e assim disse elevando o tom:
— Mas ele vai poder usá-la em breve. Além do mais, por ele ser o herói da espada, sua maestria com outras espadas por si só é uma dádiva. — disse comendo um pouco da sopa. — Enquanto ele não puder usar sua verdadeira arma, ele simplesmente pode usar outras espadas! Mas aí vemos a verdadeira graça… Que é você, não é mesmo?
— O que teria eu, vossa majestade?
— Nada. Você não tem nada! Herói da capa? Bem, uma capa não é uma arma. Isso que você invoca serve apenas para vestir, mesmo que fique assustador com ela, ainda é apenas um objeto decorativo, nada além disso.
Aku ficou quieto, realmente ele não tinha o direito de sorrir agora, pois o único inútil ali era ele. Por vez o porco continuou a grunhir em seu chiqueiro:
— Então heróis… Como eu já havia comentado antes, o lorde demônio é um ser perigoso! Ele é um monstro sanguinário cheio de ódio e vontade assassina. Um ser que armas comuns não podem ferir, por isso os deuses mandaram vocês. Vocês são os únicos que podem nos ajudar, suas armas foram feitas para causá-lo dor! Vocês são os únicos que podem invocar armas divinas capazes de ferir aquele monstro!! A irmã agora irá contar o que precisam saber por hora… — Falou deixando seu local de fala para Helena.
— O mundo corre risco! — disse se aproximando da mesa. — Será chegado o grande dia da calamidade, chamamos esse dia de Atóm-nato! O fim absoluto, a morte desse mundo e a destruição de todos os outros. Isso inclui o mundo de vocês!
Todos a encaravam apreensivos, prestavam muita atenção em tais palavras assustadoras:
— Chamamos ele de Atóm! O deus do vazio, o deus do nada, o ser que já respirava antes mesmo da criação de tudo… Aquele que devora mundos, e destrói consumindo existências e realidades inteiras!
Continua...