Last Downfall Brasileira

Autor(a): VALHALLA


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 56: A Batalha do Sábio Miserável

Guilherme viu Alonso avançar contra o lobo, e o considerou a criatura mais burra desse mundo.

Ele queria salvar a irmã.

Era tudo o que importava para esse cara.

Ele conseguiu!

Por que ele não foge?

O que é isso, não seja burro…

Você tem seus sonhos, você quer encontrar Last Downfall, você quer transformar essa porcaria de mundo num lugar melhor.

Por que tá arriscando tudo por mim?

Eu ainda menti pra você, falei que o grande tesouro não existia.

Me deixe, eu não valho a pena!

O Sábio tinha uma perspectiva errada da situação e não entendia o significado do companheirismo, mas não podia ser considerado culpado por essa ignorância. Na Terra, ele teve pouca experiência com os sentimentos de coragem e amizade, e tudo o que conheceu deles foi por meio do velho amigo de infância: o garoto que corria pelos pés de café. Contudo, a maioria das vezes precisou  lidar com os problemas sozinho, enfrentar os valentões do colégio, os dilemas da juventude e os sonhos perdidos. Por isso Guilherme não sabia o que fazer.

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A Fera que Perdeu Demais

Lobos são animais simples que comem quando sentem fome, dormem para descansar e respeitam a natureza. Isso não faz deles nem melhores ou piores que qualquer outra criatura viva. Só que os lobos cinzentos eram diferentes, eles tinham seu próprio código de conduta encravado em seus espíritos: a vingança é o escudo e a espada, um código para proteger a vida dos lobos, defendendo-os dos ataques do mundo humano com ferocidade implacável.

Por isso, a matilha não poderia deixar uma afronta de um humano contra o seu líder impune. Isso poderia classificá-la como uma espécie vingativa, porém, é muito mais que isso, era o estilo de vida deles.

O lobo ao ver o garoto de cabelo da cor do fogo vindo em sua direção, traçou todo um novo objetivo. Percebeu que só matar a quem tanto odiava não seria suficiente, pois aquele humano precisava sofrer com o fogo da sua ira.

Só que seu corpo estava fraco, não apenas devido ao olho esquerdo, que era uma massa gelatinosa e podre, mas também pelos inúmeros ferimentos, resultado do embate com a onça dente-de-sabre. A onça foi  um inimigo poderoso, por isso foi uma batalha difícil, e toda a sua matilha pereceu. No entanto, o líder conseguiu matar o grande felino, só que o custo foi alto: seus ferimentos eram mortais. Então, para vingar seus irmãos e irmãs mortos, vingar a si mesmo, ele precisava garantir que o responsável pela derrocada de sua vida e seus companheiros, não saíssem vivos desse bosque.

De certa forma, aquele lobo era um reflexo do Sábio Miserável, pois os dois não tinham mais nada a perder.

No fim de um interminável segundo, o lobo fitou o humano que tanto odiava, e logo em seguida, bem devagar, direcionou o foco assassino para Alonso e Felipa. Ele criou uma expressão tão maligna em seu rosto que deixou clara a sua intenção: você é o culpado, tirou tudo de mim e agora vai observar enquanto eu os mato. Depois, vou matar você. Nenhum de nós verá um novo amanhecer!

O lobo sentiu as pernas fracas, e com esforço conseguiu se manter firme. Ele desviou da espada do garoto, e demonstrando uma ferocidade assustadora, dirigiu seu ataque para a garota. 

◈◈◈◈◈◈

Sábio

Imaginando o que se passava na mente da criatura, o corpo de Guilherme acabou paralisado pelo medo, porque era ele quem aquele monstro mais desejava matar. Bambeando, precisou esticar os músculos para que não caísse devido à moleza das pernas.

Ele podia sentir o ódio do animal reverberando através de seus pelos.

Mesmo sendo um mercenário fraco, sabia muito bem disso, e com tudo que passou para chegar até ali, não era tarefa fácil aceitar que não poderia fazer mais nada para salvar os irmãos.

Eu posso me salvar!

Na mente dele, floresceu uma asquerosa erva daninha: os lobos estavam mortos, e aquela fera ficaria entretida por um tempo e ele era o único com a capacidade física para fugir. Portanto, o Sábio Miserável tinha a oportunidade de salvar a própria pele, mas não apenas isso; se conseguisse sair do bosque com vida, e pelo estado daquela fera, o problema com a matilha de lobos cinzentos estaria encerrado.

Eu posso mesmo me salvar?

Eu quero mesmo me salvar?

Eu mereço mesmo me salvar?

Na clareira sombria, a tensão pairava no ar, e o coração de Guilherme começou a bater de forma descompassada. Diante dele, estavam três opções angustiantes, cada uma representando um caminho incerto. A primeira era um atalho para a vergonha, prometendo uma fuga rápida, mas carregada de sofrimento e tristeza; ele só precisava andar alguns passos, entrar na trilha e desaparecer. A segunda era o caminho da responsabilidade, uma escolha que o obrigaria a enfrentar as consequências de seus atos passados; ele iria ficar do lado dos companheiros e aceitaria a morte certa. E a terceira, a mais misteriosa de todas, lhe sugeria um mergulho no desconhecido, onde a própria  verdade se escondia, mas também o potencial para a sua redenção;  ele enfrentaria o lobo monstruoso. 

Com o destino pendurado no fio da decisão, ele sabia que não havia caminho sem sacrifícios, e o peso da escolha iria recair sobre seus ombros, enquanto o tempo implacável avançava.

Desculpa, desculpa.

Eu não consigo.

Eu não sou o herói desse isekai.

Eu quero viver.

Vou fugir!

Mesmo com uma escolha e todas as circunstâncias a seu favor, Guilherme ainda permanecia parado no mesmo lugar. Para ele, não havia dúvidas de que deixar os irmãos morrerem para garantir sua própria segurança era a escolha correta. Ele escolheu isso e decidiu superar a angústia, embora estivesse sendo muito difícil aceitar.

Seu corpo estava estranho; sentia como se, em vez de calçados de couro, tivesse nos pés sapatos de concreto, e não conseguia movê-los. Para sair desse estado de inércia, começou a bater com sua estranha pá na cabeça enquanto olhava para cada um dos irmãos. A fera avançava, seus rosnados ecoavam, e ele desejava do funde da alma que nunca tivesse entrado nesse maldito bosque.

Eu sou um miserável covarde.

Desculpem, não consigo.

É demais para mim!

◈◈◈◈◈◈

O X1 do Galo Contra o Lobo

Após o lobo desviar do seu ataque, Alonso conseguiu se apoiar na perna boa e girar a espada, acertando-a nas pernas traseiras da fera. A espada não cortou sequer um ramo do pelo da fera.

O lobo parou e o encarou com fúria.

Ele tinha ouvido falar do desejo vingativo dos lobos cinzentos, toda a sua vida e mesmo assim, nunca acreditou. Talvez fosse por causa dos relatos da mãe sobre monstros mais diabólicos na sua terra natal; as planícies de fogo.

Por isso sempre considerou as criaturas desse país fáceis de lidar, e elas até foram, só que agora estava ferido, cansado e tinha que proteger a irmã e o amigo.

E diante do lobo monstruoso, logo percebeu o maior de seus erros, eu fui burro ao pensar que poderia lidar com essa fera sozinho. Ele deu um passo atrás para se recompor.

Felipa se juntou ao lado do irmão, apontando a tocha para o lobo.

O líder da matilha, com suas mandíbulas enormes entreabertas, e seus caninos gotejando saliva, encarou os irmãos com seu olho vermelho. A fera parecia escolher quem iria atacar primeiro, num bizarro uni-duni-tê mental; parecia ter prazer na sádica situação. 

— Felipa, não se afaste de mim. Esse bicho tá estranho demais. Acho que a onça bateu tanto nele que mal se aguenta em pé.

— É, e nem a gente.

— Traa, cadê a sua confiança, minha irmã? Guilherme ainda está inteiro e vai ajudar a gente. Quem vai vencer essa luta é aquele que acertar a cara do outro primeiro. Se eu tiver uma chance, acabo com esse bicho feio, tenho certeza. Traa, só preciso de uma distração.

— Eu posso fazer isso, consigo enganar essa coisa!

— Não! Olha, me escute, eu vou agarrar ele e não vou soltar. Você vai pegar o Guilherme, e os dois vão voltar para a choupana, certo?

— E você?

— Não liga para mim, porque vou dar um jeito de vencer!

— Se pelo menos aquele covarde fizesse alguma coisa. Ela está lá parado. Nem pra isca serve.

— Ele não é um guerreiro, por isso vai servir para tirar você daqui. Uns conseguem lutar, enquanto outros conseguem fugir. Hoje pago minha dívida com seu pai, meu pai. Vocês dois vão voltar vivos, entendeu?

— S-sim… — A voz da garota foi relutante.

— Eu não acredito em você... — Alonso olhou para a irmã, e por um breve momento abaixou a espada.

Assim que surgiu uma oportunidade, quando o garoto com cabelo tom de fogo perdeu o foco, e amoleceu a ponta da espada, o lobo rodeou as presas, excitado, e encontrou um ponto de ataque, onde seria difícil defender.

Alonso não pôde reagir da melhor forma possível com a espada, não apenas devido à posição desfavorável, mas também porque sentia a espada como um objeto desajeitado demais em suas mãos; era como se estivesse se defendendo com um saco cheio de esterco de porco. Sempre foi assim, por isso preferia usar um bastão de madeira, tanto que nunca se interessou pelas constantes ofertas do senhor Aliam para treiná-lo na arte da espada. Seu desejo sempre foi aprender a usar um machado, mas nunca teve dinheiro sobrando para encomendar um de um ferreiro.

Felipa, vendo a indecisão do irmão, usou a tocha para acertar a cabeça da fera, mas depois de um rosnado de dor, a fera conseguiu se recuperar bem rápido. Então a garota percebeu a seriedade da situação.

O lobo passou entre eles, e usou sua cauda com o esporão para empurrar Alonso, assim, separando as duas presas.

O primeiro impulso de Alonso foi soltar a espada e se lançar contra a fera, mas então percebeu que seria inútil devido à desvantagem de sua posição. Ainda não podia contar com o impulso da perna esquerda fraturada. Um erro nessas condições e o inimigo o eliminaria num piscar de olhos, eu não posso errar, se não ela vai ficar indefesa!

Observando que o lobo ainda possuía bastante energia, apesar dos ferimentos, Felipa ficou paralisada pelo medo. Ela compreendeu que apenas ela e o irmão não seriam suficientes para enfrentar aquele inimigo. Lançou um olhar a Guilherme, que permanecia imóvel no mesmo lugar, com os olhos arregalados e falando sozinho como se estivesse enlouquecido. Sentiu uma profunda raiva daquele miserável covarde.

O senso de luta de Alonso lhe dizia que precisava reagir de alguma forma, pelo menos para criar uma situação na qual os outros pudessem escapar. Seus instintos se apoderaram dele, então ele se inclinou e ergueu a espada, posicionando-a à sua frente. Após esse movimento, avançou com todas as suas forças para atacar a fera.

A espada cortou o ar e parou quando tocou o couro duro, mas não causou dano algum. Em seguida, ele desferiu outros dois golpes, mas a lâmina não era capaz de cortar ou ferir o inimigo. Isso foi estranho, porque mesmo que a espada estivesse sem fio, ela ainda poderia ter o efeito de um porrete de metal.

O lobo sentiu uma leve dor, mas era como se tivesse sido golpeado com uma vara de goiabeira. Causava-lhe desconforto, mas não causava danos graves. Apesar dos ferimentos causados pela onça-dente-de-sabre serem sérios, o humano de cabelos cor de fogo era tão inofensivo quanto uma vespa sem ferrão e, portanto, percebeu que ele não poderia  vencê-lo.

Contudo, seu ser se encheu de fúria por ter sido golpeado com uma espada. Ele abriu suas imensas mandíbulas e soltou um uivo estrondoso que ecoou como o apito do inferno.

Então o lobo pôs o olho na Felipa. Ele chegou na conclusão que seria interessante esticar a tortura.

Felipa viu  a fúria assassina no rosto da fera. Seu irmão tentou chamar a atenção do inimigo, mas sua coxa ferida impediu uma ação eficaz, e a garota não conseguiu reagir diante da bocarra escancarada, tamanho foi o pavor que sentiu daqueles dentes pontiagudos. 

Enquanto o lobo se preparava para atacar a irmã, Alonso, com o coração batendo forte, avançou e usou a espada para golpear as pernas da fera. Ele sabia que a sua arma era inútil, queria ao menos derrubá-la no chão. Só que a ação foi mais desesperada que qualquer outra coisa, não teve o efeito esperado e, como resultado, ficou exposto a um contra-ataque.

O lobo evitou cair, movendo-se mais rapidamente do que qualquer coisa que os irmãos já haviam visto em suas vidas. Ele desferiu uma violenta patada na garota, fazendo-a girar e cair no chão, e depois direcionou sua cauda para atacar a outra presa irritante.

Alonso deu um passo à frente e golpeou com a espada na altura do ombro da fera, desejando com todas as forças que a lâmina cortasse a cabeça do inimigo, compreendendo que nada poderia fazer para se defender naquela posição desfavorável.

A lâmina da espada acertou acima do pescoço. Foi um golpe forte, do tipo capaz de decepar a cabeça de um cavalo. Porém, outra vez não causou ferimento nenhum, e só serviu para deixar a fera ainda mais furiosa.

O lobo incansável, rosnou pela dor que a pancada da espada causou, mas nem por um segundo se deixou abalar. Mostrando os dentes e toda a crueldade, continuou a investir contra o garoto.

Com a coxa machucada e numa posição ruim, não havia nada que Alonso pudesse fazer.

Um momento depois, o lobo desferiu um ataque brutal. Usou a cauda com o esporão para golpear a perna quebrada do inimigo, perfurando-a.

Alonso sentiu uma dor lancinante e gritou: — AHHH! — A sensação foi como se osso e carne estivesse virado mingau por dentro da pele.

O lobo recolheu a cauda e derrubou o garoto no chão, para logo em seguida apoiar suas duas patas dianteiras sobre ele. A fera abriu a imensa boca e a saliva escorreu caindo sobre o rosto da vítima. Aquele líquido tinha a textura de vômito. O hálito era o mesmo de uma cova.

Exibindo seus caninos, a fera começou a inclinar a cabeça em direção à garganta de Alonso.

Felipa, vendo que o irmão estava em perigo, conseguiu se levantar, suportou a dor lancinante do pé machucado e se esgueirou por trás da fera, segurando a tocha. Ela disse: — Você gosta de machucar as pessoas, não é, bicho feio? Então toma isso…  

Ela enfiou a tocha entre as pernas da fera, aquecendo seus testículos. A garota assegurou-se de que o animal sentisse o próprio calor do inferno, esfregando as chamas ao redor das bolas e queimando a pelagem cinzenta.

O lobo sentiu a própria alma queimar e ladrou um uivo agudo de pura dor: — Hhhhhhu! — No mesmo instante, saltou para longe, e depois de esfregar o traseiro no chão para apagar as chamas, encarou a garota. Seu olho vermelho queimava de fúria com mais intensidade que o próprio fogo da tocha.

Os braços de Felipa começaram a tremer ao se deparar com as presas afiadas. Foi um espanto tão grande ver a fúria no rosto daquela fera, com seus contornos sinistros, diante dos quais ela não podia fazer nada para evitar o ataque. Então, num impulso de sobrevivência, ela largou a tocha e correu.

Um rosnado cruel veio do fundo da garganta daquela fera, enchendo de pavor o coração de Alonso.

O lobo ignorou tudo em sua volta e começou a perseguir a garota.

Ele quis evitar, mas as lembranças da época de escravidão turvaram sua mente, invocando um sentimento de impotência tão ruim quanto o que ele havia sentido atrás das grades da jaula do Marquês do Percevejo…

Uma criança sonhadora, a mãe e outros escravos já estavam viajando a dias sem descanso, apertados numa jaula.

Ele era um menino observador demais para considerar tais circunstâncias uma mera viagem ou mera mudança de país. De fato, sua mãe era tão carinhosa que poderia ser chamada de irresponsável, mas foi a sua bondade que plantou a semente da esperança no coração do filho, apesar do mal que recaiu sobre suas vidas. Ela era o exemplo que a criança precisava na sua hora de maior fraqueza e vulnerabilidade, o momento decisivo que nascem os homens maus.

“Eu estou com tanta fome”, reclamou um dos enjaulados. “Eles querem nos matar por falta de comida?”

“Ei, olha para mim. A gente não vai mais longe que isso, querido”, disse a mãe para o menino, confortando-o em seus braços. “O deus Sjel preparou uma nova terra para a gente, não é longe, não, fica no fim dessa estrada. Lá vai ter muita comida, por isso, aguente só mais um pouco.”

“Eu aguento, mamãe, sou forte. Essa terra é a nossa nova casa? E as planícies, meus amigos, a gente vai voltar?”

“Claro que vamos!” Ela olhou muito além das barras de ferro.

“Espero que não esteja com vontade de fugir, cadela.” O responsável pelo comboio bateu com sua espada nas grades da jaula, e ele encarou a mulher, enquanto calvalgava num corcel negro.

O menino diante aquela cara carrancuda com uma barba tão escura quanto a crina do cavalo, enfiou o rosto ainda mais entre os braços da mãe, assustado.

“É melhor se esconder mesmo, filho de cão.” O medonho homem bateu com mais força nas barras de ferro, e disse para todos os escravos: “Escutem, cães, isso vale para todos vocês: a vida de vocês nos pertencem e nem pensem em fugir, porque essa caravana é propriedade do Marquês do Percevejo, e estar sob os cuidados do grupo de aventureiros, A Mão de Ferro, grupo classe C. Vocês não têm chance alguma de fuga. Eu, o líder, Sir Medric, o Flamejante, vou degolar pessoalmente os cães fugitivos. Nenhum senhor precisa de cães desobedientes.”

Sir Medric sabia muito bem do que estava falando, pois era homem de confiança do Marquês do Percevejo e já havia transportado muitas das suas cargas; esse trabalho garantia uma boa vida para esses homens, muito mais que conseguiriam realizando as missões de classe C para a Guilda dos Heróis.

“Parem a caravana no pé do morro. Abra um dos barris de vinho do Marquês, e que todos os homens bebam à vontade. Acendam a fogueira e assem linguiças. Essa noite será de descanso!”

“Pela bondade do senhor, nos dê um pouco de comida também”, pediu outro dos enjaulados.

Sir Medric atiçou seu corcel, e ele disparou, enquanto ia batendo a espada nas grades ao longo de toda caravana. “Os cães vão comer as sobras!”, ele disse no final do percurso.

“Os aventureiros são homens fortes, mamãe?”, perguntou a criança, ainda escondida nos braços da mãe.

“Eles não são fortes!”, respondeu a mulher, olhando além das grades de ferro, homens que são livres agirem como bestas enjauladas. “OS HOMENS FORTES PROTEGEM OS FRACOS! Por nosso sangue, pelo deus Sjel, nunca esqueça disso, prometa para mim, Alonso.”

“Sim, mamãe!”

Com a promessa que fez para a mãe ressoando em sua mente, Alonso bateu a espada no chão e gritou para chamar a atenção da fera: — Maldita, não encosta nela!

Ele foi ignorado. Não havia como negar que sua coxa quebrada o tornava inútil naquele momento, e tão rápido quanto o vento, ele percebeu que não podia fazer nada para salvar a irmã. Seus olhos desesperados, em um último suspiro de esperança, encontraram o último herói; o grande herói miserável. Ele clamou com a voz do coração, Guilherme, meu amigo, só você pode salvar a minha irmã, eu acredito que é mais que um Sábio Miserável.

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