Volume 2
Capítulo 90: A Força do Mascarado
O segmento da caverna, repleto de plantas e flores de diversos tipos morria rapidamente, a aura sombria dominava, afastando qualquer ser vivo racional de perto.
No meio desse caos, dois seres um na frente do outro. Um cavaleiro segurando uma espada enorme, a carne dentro da armadura desesperada para sair, e pus caindo de frestas.
Seu oponente, o mascarado sorridente, tinha os cabelos desarrumados, uma postura relaxada e a cimitarra na sua mão repleta de veias escuras, deixando em uma aparência sinistra.
Em meio a esse cenário, o cavaleiro atacou primeiro, já tendo tentado anteriormente. Independente do seu tamanho grande ou fisionomia robusta, sua velocidade ultrapassou em muito a de um mutante especializado nisso.
Em um segundo, estava na frente do mascarado, derrubando com tudo a sua espada enorme, querendo partir ao meio esse ser irritante.
A espada vindo zunia no ar, e o mascarado a encarava calmamente, irritado com a ousadia desse ser de o enfrentar de frente. A arma alcançou seu ombro, e dobrando seu corpo desumanamente, desviou, apontando a sua cimitarra em frente.
Um som de metal colidindo soou, a lâmina atingindo em cheio a armadura, produzindo faíscas, iluminando a área escura. O monstro só mudou seu ataque, virando a espada enorme no alvo.
Pressentindo um perigo, o mascarado pos a sua arma na frente, colidindo em cheio, sendo jogado longe, acertando a parede repleta de musgos, criando uma cratera.
Incansável, o monstro já apareceu na frente dali, derrubando a espada em uma velocidade assustadora, aumentando a cratera violentamente. Demorando quase um minuto repetindo esse gesto, ele parou, verificando o estado do seu inimigo.
No segundo em que a incessante saraivada de golpes parou, um vulto fugiu, seu corpo coberto de terra e poeira. Sua espada bateu de frente com a abertura do visor do capacete, deixando a sua arma e recuando.
Longe, esticava seu corpo, estalando ossos.
— Irritante, defender aquilo deitado é um desafio pra esse corpo.
Tendo acertado no ponto vital do monstro, o mascarado relaxou, checando o estado dos ferimentos, preocupado de ter algum fatal.
Do meio da escuridão, algo se chocou nele, derrapando no chão e sendo arrastado. Desorientado, viu uma pedra jogada nele.
Curiosos, virou a cabeça, avistando o monstro de armadura, inteiro e se movendo normalmente, ignorando o golpe na sua cabeça. Uma raiva cresceu no mascarado, a demora de matar um ser considerado inferior, passando dificuldade assim.
— Eu sou superior! E ousa me fazer de bobo? Sua besta irracional, me cansei de você! — Seus gritos de doer os ouvidos reverberavam, raivosa e de gelar os ossos.
De pé, caminhou em direção a armadura viva. No fundo dos seus olhos, onde a escuridão pura ficava, uma centelha vermelha surgiu, desesperada em fugir.
A metros de distância, a cimitarra na cabeça do monstro se mexeu sozinho, saindo da sua cabeça e voltando as mãos abaixadas do mascarado.
Uma espada enorme veio novamente na sua direção, e dessa vez o mascarado nem se moveu. Faltando centímetros para o acertar, parou no ar, repelido por uma força invisível.
Erguendo a sua cimitarra, desferiu uma série de ataques no peito do seu inimigo, violentos e raivosos, derrubando faíscas, arranhando bastante o metal.
O monstro dessa vez ficou preocupado, recuando em um pulo. No meio do ar, o mascarado irritado, levantou sua mão livre, aberta. Da ponta de cada um dos cinco dedos, esferas de energia surgiram, condensando em formas grandes.
Dispararam ao mesmo tempo, atingindo facilmente a armadura, em uma velocidade impossível de ver. O som de metal colidindo no chão reverberou, não causando nem um pouco de alegria ao ser indo em frente.
Cravando a espada enorme no chão, o cavaleiro tava de joelhos, seu peito coberto de rachaduras, o pus jorrando, a carne ali pulsando. Vendo o monstro caminhando calmamente para perto, forçou a ficar de pé, entrando em posição de combate.
O mascarado irradiando raiva, não poupava mais o uso dos poderes desse corpo, e o motivo dessa fúria? Ser obrigado a depender das habilidades de um humano, só por causa de um demônio desses, um inferior na sua visão.
Debilitado e recuperando sua energia, o cavaleiro estendeu sua mão na direção do monstro humanoide perto. Uma energia maligna carregou na sua mão, formando um poder depravado.
Indo deixar sair, o mascarado permitiu a essência violenta no seu corpo fugir, ativando um dos seus poderes. Instantaneamente, a mão contendo o poder torceu.
Sua mão virou para cima, e a energia foi disparada, voando ao teto, atingindo e causando uma explosão, destruindo uma grande parte, chovendo escombros.
A mão torcida jorrava sangue escuro, e o cavaleiro se contorcia, raivoso e encurvado, seus olhos por trás da viseira brilhando de ódio. O mascarado poderia utilizar novamente a telecinese, torcendo a cabeça dele, esmagando seu peito ou repetindo na segunda mão.
No entanto, ele evitou fazer isso, querendo ver esse ser sofrer, perder suas esperanças e ser morto no seu momento mais fraco. O outro motivo era a preocupação de descontrole.
Monstros desse, de habilidades depravadas e fortes, são arriscados a perder o controle, achando que vai morrer, usa todo o seu poder, destruindo seu corpo e o inimigo junto.
Em circunstâncias normais, o mascarado só faria isso, matando seu hospedeiro, porém, ele tinha planos, e um corpo bom desses tinha suas utilidades.
Explodindo de dentro da armadura, um pus verde gosmento fugia da armadura, descontroladamente, quando pingado no chão, derretendo o solo, semelhante a um ácido.
Arqueando suas pernas, deu um pulo potente, e ao invés de ser ao oponente na sua frente, foi direto na parede, saltando entre as pedras, criando um tipo de chuva na caverna.
O líquido verde caia constantemente, derretendo tudo que tocasse, em um ritmo rápido demais, nem a telecinese conseguindo impedir de tocar no corpo do mascarado.
Confirmando da essência estar diminuindo rapidamente, o mascarado soltou um suspiro cansado.
— Deixa eu pensar. Depois de te matar, vou pro campo de batalha lá fora e matar aquela ruiva, incluindo o grupo de exploração inteiro, forçando ao moleque a ser um fugitivo. Se sobrar um tempo, destruo aquela base de militares, vai ser divertido.
O mascarado pensava em voz alta, apreciando sua voz. Concentrando a essência violenta nesse corpo, impediu do ar esfriar e o focou em uma parte só.
Da ponta da espada, uma névoa nasceu, branca e incapaz do olhar atravessar. Crescendo da lâmina, ficou tão grande quanto a espada do cavaleiro.
E em um simples passo, os músculos na sua perna contorceram, tremendo e sofrendo, a essência fazendo um caminho novo e energizando o músculo. Dando um simples impulso, sumiu do lugar.
Semelhante a um teletransporte, apareceu na frente do cavaleiro, o surpreendendo. Balançando simplesmente a sua lâmina repleta de névoa e enorme, atingiu o peito do monstro.
Ele tentou resistir, recuar, inútil. A cimitarra modificada atravessou a armadura, cortando o metal resistente, a carne em decomposição e o partindo ao meio.
Sangue caia, espalhando na vegetação, cobrindo o lugar, e o responsável disso, sorrindo de orelha a orelha, os braços erguidos, como se abraçasse esse cenário.
Finalmente tendo acabado, sua espada perdeu a energia e voltou ao normal, e abaixou a cabeça à perna direita. Sofria de espasmos e tremendo, formigando enormemente e incomodando.
— Sortudo, esses ossos fortes impediram de quebrar o membro. É, senão, talvez até teria perdido a perna.
Cambaleando de volta a entrada da caverna, soltava pequenas risadas, imaginando o estado dos soldados e alunos lá fora, o sofrimento e a morte.
De repente, parado em posição defensiva, um cão o encarava. Seu pelo escuro manchado de sangue preto, os olhos igual a fogo, as presas afiadas e uma cicatriz de garras no peito do animal.
— Ah, o cachorro, interessante. Vem amiguinho, só quero falar contigo.
Garmir o observava atentamente, seus pelos arrepiados e atento aos mínimos movimentos do ser à sua frente. Cansado de perder tempo, o mascarado ergueu a sua espada coberta de marcas escuras.
Antes de avançar e matar o cão do inferno, seus movimentos ficaram lentos, como um boneco enferrujado. Do seu pulso, uma marca de chamas queimava.
Sabendo facilmente o que estava acontecendo, o mascarado recuou, derrapando na terra. Independente da distância, a marca do familiar na sua mão queimava, retardando seus movimentos, chamando ao dono verdadeiro.
— Não! Ainda tenho tempo, o que está fazendo aqui? Deveria ir ajudar os soldados, é impossível já terem matado todos.
Garmir permaneceu quieto, longe e atento, seus olhos brilhando fortemente.
— Seu maldito!
Dando um passo em frente e circulando a essência no seu corpo, um choque o atingiu do nada, o derrubando de joelhos. Novamente, vindo do seu pulso, uma onda de choque o atordoou.
Sacro, em silêncio, manda um choque elétrico às veias, o suficiente para derrubar animais enormes, só conseguindo pôr de joelhos esse mascarado.
Tentando voltar a ficar de pé, o mascarado soltava sua aura, causando terror a Garmir, quase o fazendo recuar, mas persistindo, fazendo a sua marca ferver.
Não importava o quanto o mascarado tentasse ficar de pé ou fazer um movimento, era retardado. Pegando o cabo da espada, direcionou contra o relógio.
Na hora, tomou um choque, fazendo seu corpo sofrer espasmos.
— Ousam me fazer ficar de joelhos, quem acham que são? Seres inferiores, vou os matar, os matar, os matar.
Ele repetia as palavras de matar, até a energia no seu corpo sumir, a máscara tremendo constantemente. Então, perdeu a energia, quebrando ao meio, revelando o rosto verdadeiro, um jovem de olhos azuis e uma cicatriz por baixo do olho direito.
Respirando pesadamente, a mente de San demorava a processar as informações, sentindo tanta dor que seria mais fácil perguntar onde não dói, e poderia contar com os dedos de uma mão.
Caminhando para perto, Garmir o lambia no rosto, tentando recuperar um pouco da cor verdadeira ao invés da palidez assustadora.
Incapaz de se mexer, perguntou:
— Deu certo? — Sua garganta doía, ardia, tava completamente seca.
Sacro, do seu pulso falou calmamente:
— Sim, um plano muito idiota, irresponsável, suicida e facilmente podendo dar errado.
Sorrindo fracamente, queria soltar uma risada.
A tempos, San sabia que essa máscara tinha alguma forma de vida, sendo desconhecido o nível da inteligência, e por isso, sempre tinha uma preocupação de estar sendo ouvido, seus segredos descobertos.
Só foi piorando por causa dos pesadelos, sendo mudados a força, causando pesadelos horríveis, do seu amigo Leo estando entre os mortos que ele matou, mesmo não sendo ele o assassino.
Levando essas questões, teorizou da máscara estar tentando o enlouquecer. O motivo sendo um mistério ainda.
Então, esperando no lado de fora, San pensou em várias formas de precaução caso desse alguma coisa errada, e obviamente pensou em uma forma de a máscara tentar algo.
Pra começar, fez Sacro mandar uma mensagem incapaz de San compreender a Garmir, dando ordens de o seguir de perto, usando a marca no seu pulso para o ajudar a retomar o controle.
Sacro gostava de dar informações a San, incluindo sobre as marcas dos familiares, contando da suas ligações, e capacidade de ligar as mentes, os ajudando a até resolver problemas mentais.
Claro, se daria certo era um mistério, e por isso pensou também em mandar Garmir o impedir, de qualquer forma, e novamente, caso desse errado, chamar os soldados lá fora.
Seu segredo seria descoberto, as consequências sendo desconhecidas, porém, ainda era melhor do que fazer algo horrível, ou até perder o seu corpo permanentemente.
No fim, deu tudo certo, San recuperou seu estado, mesmo não tendo memórias do que aconteceu, dependendo inteiramente do seu relógio para contar, seu corpo doía exageradamente, e por algum motivo, havia furos de gotas na sua armadura e pele.
Em alguns segundos, perdeu a consciência, pegando no sono, dando um tempo para sua mente descansar, recuperar a energia perdida. Garmir sentou do lado do companheiro, montando guarda.
Em um período de tempo desconhecido, o som de botas ecoou na escuridão, um grupo de mutantes marchando de armas em mãos, cuidando seus arredores.
Brenda, assumindo a liderança, sua mente funcionava em uma velocidade alta, teorizando dos motivos das ações confusas dos monstros ao sair da caverna, atacando as pessoas perto ao invés de fugir.
O mais confuso nisso, foi estarem focando em Hana, quase a sufocando com a quantidade de tantos monstros querendo sua vida. Foram preciso ajuda de todos ali e chamar reforços, só para dar um fim em tantos.
Quando acabaram, escutaram sons de explosões vindo de dentro, até consideraram entrar e ver o motivo. Contudo, uma aura sinistra cobria a boca da entrada. Só de dar um passo em frente, independente da pessoa, tremia e um medo vinha, os dominando.
Só ousaram entrar acalmando o estado, e Brenda sabia ter acontecido um erro, San deveria ter acabado a tempos, retornar e os avisar. Finalmente tendo chegado ao fim, mandaram as luzes das lanternas à frente.
Sem exceção, ficaram surpresos da visão. Obviamente as plantas ali os surpreenderam bastante, mas o foco deles era nos resquícios da batalha, o sangue espalhado, uma armadura negra partida ao meio, a carne se contorcendo ainda lá dentro.
Subitamente, escutaram um som vindo da frente, e entraram em posição de combate imediatamente, só para ver Garmir de olho em cada um ali, o ar aquecendo, e do seu lado, San caído.
Confirmando estar livre de perigos, correram ver a condição do soldado. Um médico parou no seu lado checando seu estado, mal sabendo por onde começar.
Seus ferimentos eram uma desordem, a armadura inútil nesse estado, cortes aleatórios e o rosto dormindo calmamente.
Ninguém sabia o que falar, só de ver o estado dessa caverna sabia a resposta inicial de ter havido uma luta intensa ali, e o vencedor dormia tranquilamente, enquanto o perdedor tinha o peito partido ao meio.
Balançando a cabeça, Brenda declarou:
— Cuidem dele, o resto vão checar cada canto dessa caverna, confirmar estar livre de perigos.
Mantendo o olhar no cavaleiro morto, sabia que o maior perigo era ele, afinal de contas, ela só chamou tantos mutantes dos melhores lugares para dar um fim nesse cavaleiro.