Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 72: Um Tipo Diferente de Lobo

Percorrendo entre os arbustos e escondidos pela névoa, San e Liz procuravam suas presas. Sua parceira tampava a parte debaixo do rosto com um pano preparado anteriormente.

A névoa da alucinações ao respirar continuamente, já pensando nisso, San preparou panos para impedir dos seus companheiros serem afetados.

Passou na sua mente a possibilidade de focar o efeito em inimigos, contudo, adquiriu a habilidade em uma semana, deveria treinar seu controle.

Atrás de uma árvore, o som de patas veio há poucos metros. San nem viu o alvo, o sentia na sua mente, a localização, movimentação e velocidade. Isso se aplicava a todos dentro da sua área, seja monstro ou humano.

Virando a Liz, apontou no monstro e deslizou o dedo no pescoço. Concordando, deslizou abaixada de espada desembainhada.

O lobo caminhava em linha reta, ereto e as orelhas atentas. Cuidando as ações do alvo, Liz tava na sua frente, e pressionando os pés na terra, impulsionou seu corpo, avançando em alta velocidade.

Em segundos, apareceu na frente da besta, derrubando a espada no seu pescoço. Porém, em uma velocidade semelhante, o lobo viu o ataque vindo e desviou para o lado, cortando levemente o lado direito do seu corpo.

Perdendo o fator surpresa, Liz paralisou, esperando matar o inimigo em um corte. O monstro ferido e de frente ao inimigo avançou, correndo com sua mandíbula aberta, os dentes afiados a centímetros do seu pescoço.

Retomando os pensamentos, Liz inclinou o rosto, caindo no chão. O lobo tava em cima, atacando o humano.

Incapaz de erguer a espada a tempo, pressionou o anel no seu dedo, fazendo um corte e formando uma lâmina na sua frente, atravessando a boca e cabeça.

O cadáver caiu em cima dela, junto a uma torrente de sangue. San surgiu encostado na árvore, balançando a cabeça.

— O sangue deve ser sua última escolha, uma carta na manga para eventos sem escolhas.

Empurrando a carcaça para o lado, balançava as mãos, respingando sangue no chão.

— Ia ser mordida, pra mim, isso é última escolha.

— Não, tinha muitas outras. E pra começar, é culpa sua, avançou de frente em um monstro que tem o nome de lobo veloz, esperava o derrotar fácil?

Apertando os punhos e respirando fundo, pergunta:

— Então o que você faria no meu lugar? Encurralada e prestes a ser mordida?

Andando até a frente de Liz, agarrou seu braço coberto por armadura e pôs na frente do rosto.

— A armadura me protegeria de me ferir, e depois pegaria minha faca e abriria sua barriga.

A soltando, seguiu em frente, já sabendo a localização do seu novo alvo.

— Tire um dente dele, é o símbolo de termos o matado.

Afastando galhos, em minutos avistaram um novo lobo cinza, alto e devorando um coelho.

Sinalizando a Liz, esperou escondido. Sua colega dessa vez usou da vegetação para ajudar. A passos calmos, viu o monstro terminando, e correu de espada apontada.

Nas suas costas, derrubou o acertando na cabeça, atravessando e eliminando facilmente. Abrindo um sorriso escondido pela máscara, estufou o peito orgulhosa.

— Eae, fui bem né?

— Razoável.

San já ia atrás da próxima, ao ouvir Liz reclamar:

— Qual é, fiz tudo certo.

Mantendo o passo, explicou:

— Tá manchada de sangue, atrai praticamente qualquer coisa, só deu sorte do alvo estar distraído.

Ignorando as reclamações, focava na sua mente, os dois pontos enfrentando um lobo a uma distância considerável, Jason e Bella.

No estado atual do poder de San, era incapaz de dizer o estado dos companheiros, talvez estivessem bem e finalizando sua presa, ou machucados e utilizando seu máximo. “Estranho, um novo ser entrou na névoa, rápido e tem matado lobos. Será um mercenário? Monstro inimigo? Tanto faz, tá distante.”

Expulsando esses pensamentos, virou a esquerda, um novo lobo a poucos passos. Antes de sinalizar para Liz o matar, viu ela, o pescoço e uma parte da armadura vermelho e perguntou:

— Vai deixar esse sangue aí?

Estalando a língua, respondeu:

— Controlo o meu sangue, o de seres vivos diferentes é complicado, falta bastante até alcançar esse nível.

“Só vai ser mais complicado. Bem, to aqui e vai ensinar pra próxima vez.” Apontando o seu inimigo, ia se esconder e observar, ao ouvir Liz falar:

— Esse pode ser seu.

Considerando brevemente, abriu um sorriso. Liz queria o testar, saber suas capacidades.

Indo em frente, sacou sua espada, o som de metal saindo preenchendo o ambiente. O lobo permanecia deitado, os olhos fechados e respiração regular.

San demorou o observando, e descobriu ser mentira o estado de sono, suas orelhas tavam pontudas, movendo nos mínimos sons perto.

Virando a cabeça de leve, Liz encostada na árvore o encarando de forma dura. “Essa personalidade é meio chata. Na verdade, me lembra um pouco de mim mais jovem. Desconfiado, odeia obedecer ordens e achando que todos os planos vão dar certo.”

Pegando um galho no chão, atirou na direção oposta, acertando um emaranhado de plantas. O lobo abriu os olhos e ficou no lugar, hesitante.

San impulsionou suas pernas, os olhos afiados e pensando no seu próximo movimento. O som dos seus passos atraiu o inimigo, mudando o foco dos seus olhos ao humano vindo.

Revelando as presas, entrou em posição de ataque, enquanto San estocava, a lâmina curvada indo ao seu rosto. O inimigo utilizou da sua velocidade assustadora para desviar, no entanto, a segunda mão pegou uma faca e arremessou.

Acertando no peito, a fera soltou um pequeno uivo de dor, recuando. San aproveitou e encurtou a distância, e em um golpe, cortou a cabeça, voando no ar.

Escutando o baque no chão, pensava: “Poderia ter acabado com ele em um disparo de energia, mas precisava mostrar a minha capacidade.” Limpando a garganta, falou:

— Recolhe os dentes, vamos, é sua vez.

Saindo do estado surpreso, Liz se apressou, não revelando nojo no seu rosto, retirando perfeitamente e guardando.

A missão demorou horas, os amigos de San demorando cada vez mais eliminado um alvo. O objetivo era matarem o máximo e se juntarem depois.

Escondido na neblina, San via Liz em se esgueirando atrás do seu alvo, e batia palmas mentalmente. A vampira aprendia rápido, cometia menos erros e reconhecendo a força do seu orientador, obedeceu obedientemente.

Liz ia realizar um ataque perfeito, e San sorria orgulhoso, até sentir algo. Desviando o olhar, fechou os olhos, notando os poucos seres vivos perto, e um arrepio percorreu seu corpo.

Concentrando a essência, disparou um tiro na cabeça do lobo, o eliminando na hora. Liz deu um grito confuso, até San passar correndo em uma velocidade alta.

Seus passos eram ágeis, desviando obstáculos facilmente e atravessando a mata, evitando perigos próximos e os contornando, e quando desviar demandava tempo demais, concentrava a neblina na frente, o ocultando melhor, gastando uma boa essência.

O seu sentido de mutante notava Liz nas suas costas, o acompanhando quieta, claramente curiosa.

Em minutos, chegou onde queria: uma pequena clareira, as árvores grandes e sentados, Jason e Bella descansavam, arranhões nas armaduras e os panos na boca úmidos de suor.

Ao notarem o som suspeito, pegaram suas armas imediatamente, contudo, reconhecerem San imediatamente, e relaxando, soltaram suspiros de alívio.

Acenando, San só os passou. Cerrando os dentes, agarrou o cabo da espada, firmou no chão, e exercendo uma força enorme ao ponto de doer seus músculos, atacou.

Em um pulo, um borrão saiu das árvores, e bateu de frente a espada. As veias no rosto de San ficaram visíveis, de tamanha força necessária. Seus pés foram insuficientes, empurrado para trás arrancando a grama da terra.

Finalmente parando, avistou o culpado disso: Uma mistura de lobo com humano, o pelo escuro o cobrindo completamente, dois metros de altura, dentes assustadoramente afiados, olhos amarelos e as garras enormes presas na espada. Na hora, San lembrou de onde já viu uma descrição desse monstro. “Um lobisomem, merda!”

Sacando a faca, atirou no peito, entrando poucos centímetros, e recuando, sua mente agia a mil, formulando estratégias desesperadamente.

Contudo, o lobisomem não esperou, e correu em frente. Sua velocidade era alta, e San teve de usar a dança da serpente no máximo só para prever o ataque e desviar, ainda recebendo um empurrão o derrubando.

Caído, apontou seu dedo e disparou um tiro de energia direto na cabeça. Uma fumaça leve emanava, e levantando, a fera exibia um sorriso assustador, louco, de tremer os ossos.

Em puro instinto, atacou mirando na garganta, e nisso, o monstro agarrou a lâmina, ignorando o corte na pele e puxou. San se recusava a soltar sua única arma, e tentou resistir, inutilmente. Seus pés saíram do chão, e em um movimento de braço, foi jogado.

Incapaz de desviar no ar, bateu as costas em um tronco, tirando o ar dos seus pulmões. O lobisomem deu um passo em frente, suas garras deixando marcas na terra, sua saliva pingando, visando San.

Vendo a fera se aproximar, mandava o seu corpo agir, e nem isso conseguiu, sufocava sem ar.

Subitamente, vinhas prenderam as pernas do lobisomem, e do meio da neblina, Jason surgiu, uma aura o cobrindo e a lança erguida. O monstro desviou virando o corpo em uma agilidade surpreendente, no entanto, das suas costas, Liz vinha, empunhando uma espada de sangue. Só para melhorar o ataque, três flechas voavam na besta.

San, de olhos bem abertos, queria gritar, os alertar para fugirem, pois esse inimigo, não o derrotariam.

Os instintos de um lobisomem eram sobrenaturais, sua audição, olfato e habilidades físicas derrotam a maioria das raças, e a inteligência avançada complica.

Sua mão enorme agarrou a lança, e puxando, levou Jason consigo, o arremessando na irmã e derrubando. As flechas acertaram no peito, só para serem retiradas e o ferimento curado.

O lobisomem deu uma olhada em San, e ao invés de ir nele, deu um sorriso animalesco e escolheu os companheiros. Em um simples movimento, as vinhas nas pernas partiram.

Jason se levantou imediatamente, o poder ativado, esperando absorver o dano. As garras vieram, nem o poder que o fazia resistir melhor ou a constituição aprimorada de um vampiro aguentaram.

Seu peito foi acertado, a armadura partiu, e um ferimento enorme abriu, permitindo ver os ossos dentro e um rio de sangue derramado.

Vendo o estado do irmão, cuspindo sangue e caindo igual um boneco, Liz ficou paralisada, os olhos arregalados e o grito na boca preso, e o monstro via ela agora.

San forçava as pernas bambas a levantarem, seus ossos continuavam inteiros devido aos ossos de ferro, e ainda assim, sentia suas costelas perto de quebrarem.

Sua mente processava as opções, considerando todos os poderes roubados e copiados, e nem um machucaria suficientemente a besta, só gastaria energia, e sobrava pouco.

Pensa, pensa! Eles vão morrer, eu causei isso, escolhi a missão, os separei e perdi. De novo, eu vou perder um amigo de novo.” Beirando a loucura, sussurros o atormentaram, enchendo seus ouvidos, incapaz de compreender, até ouvir palavras.

— Me use. — Sua voz era fraca, um sussurro, e mesmo assim, abafou qualquer som ao redor.

— O quê? — falou confuso.

— Diga sim, me dê permissão, e mataremos aquela coisa.

San não entendia, a voz tava na sua cabeça, semelhante a uma cobra deslizando no seu corpo.

— Deixe seus desejos fugirem, os de forma, e vamos fazer o que você mais quer, matar! Só me dê permissão

Sua mente zunia, e um desejo de morte o dominou, as sobrancelhas franziram, cerrou os punhos e falou, sua voz amarga:

— Sim.

O lobisomem ia terminar seu trabalho, quando a névoa mudou, os seus alvos sumindo de vista, e uma sensação nova nas suas costas.

Virando a cabeça, não era mais San ali, só o corpo. De pé, uma máscara cobria o rosto, sorrindo de orelha a orelha, os olhos uma poça de escuridão, e no braço direito, veias negras saltavam da pele, subindo na cimitarra, a mudando, deixando em uma forma sombria, emitindo uma sensação ruim.

O lobo uivou para o céu, espalhando seu grito, e o seu inimigo, abriu a boca, e deu uma risada alta, desfigurada, igual a vidro quebrado, só que mil vezes pior.

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