Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 71: Novos Mercenários

Observando o quadro de missões, San escolhia uma de acordo com as habilidades do seu grupo e a experiência. E tava complicado, uma cidade enorme dessas tem uma defesa ao redor ótima, principalmente depois de uma cidade isolada ser atacada.

Considerando duas, mudava o peso do pé, esticando o colarinho de metal da sua armadura. Já fazia uns trinta minutos desde os seus amigos terem solicitado um teste para virar um mercenário.

Isso deu tempo suficiente para San ir ao seu apartamento, pegar a armadura, arma e encher uma mochila do essencial para uma missão, só esperava até concluírem e sairiam.

Tendo decidido, pegou uma folha e foi até o balcão, esperando brevemente na fila, uma atendente loira o cumprimentou sorrindo, e ao ver a missão, conteve uma careta.

Em uma expressão contida, a mulher falou:

— Caçar uma matilha de lobos velozes, trazendo seus dentes, tem certeza?

— Sim.

— É que, esse tipo de missão, pra matar vários monstros, é feito normalmente por grupos.

Soltando uma risada curta, apoiou o corpo no balcão e disse:

— Eu sei, e tô em um grupo.

Soltando um suspiro de alívio, abriu um sorriso.

— Pode me dizer seus nomes?

— Jason Sanguináris, Liz Sanguináris e Bella Carvalho.

Pensando um pouco, a mulher lembrou.

— Esses são os nomes dos jovens de minutos atrás.

— Exatamente.

— Ainda estão no processo de aprovação.

— Ah, eu sei, e o resultado é óbvio.

Em uma expressão complicada, só concordou, mercenários são mutantes estranhos, já tendo visto de tudo e continuaram vivos, é normal terem ao menos uma bizarrice.

Tendo recebido a missão, San sentou em um banco aleatório e esperou, checando os seus equipamentos.

Quieto, sentiu um mutante se aproximando. Mantendo a cabeça baixa, esperava. Parando na sua frente, um jovem de cabelos escuros, adolescente baixo de olhos igual a carvão.

— Com licença, San? — A sua voz era nervosa.

Erguendo o rosto, arregalou os olhos, pois lembrava bem desse garoto. Seu nome é Jack, o mutante que salvou Emile e Emma na frente do hospital com suas habilidades de fogo durante o ataque de monstros na cidade.

— Jack! Eae cara, de boas?

Relaxando os ombros, Jack abriu um sorriso.

— To bem, obrigado. Que surpresa te encontrar aqui.

— Há, eu quem digo isso. Ta há quanto tempo por aqui?

— Um mês mais ou menos.

Distraído da conversa, San lembrou de repente: na última vez que se viram, ele ameaçou um cara em troca do tratamento do seu amigo, agindo como um louco capaz de arriscar a vida de todos ali.

“Impressionante não terem me denunciado. Na verdade, talvez tenham, porém, tô trabalhando pro Eugene, deve ter dado um jeito.” Escolhendo esquecer por enquanto, só continuou a conversa.

Descobriu informações interessantes, tipo: Jack virou um mutante Rank C nos mercenários, ajuda grupos fracos a completarem missões e os ensina a melhorar.

Ser mercenários é seu sustento e modo de vida, não estuda ou trabalha, e mantém uma vida boa até, vivendo junto aos pais militares e aproveitando a vida.

A conversa só parou quando San avistou seus amigos saindo na sala de trás.

— Desculpa, tenho de ir, uma missão me chama.

Notando o tempo conversado, Jack deu um pulo e concordou.

— Eu também, vou ajudar um grupo novo. Ei, podemos fazer uma missão juntos um dia desses.

Considerando, lembrou das chamas poderosas do jovem, e sua força destrutiva.

— Perfeito, combinamos um dia.

Saindo de perto, seus amigos falavam animados, comparando métodos, uso de habilidades e o fim de cada luta.

Jason bateu de frente ao instrutor, ativando sua habilidade de absorção de danos no início do combate, e conseguindo se igualar de frente. Sua classificação ficou em D, ainda cometeu erros na luta.

Liz utilizou do seu corpo forte, habilidades de sangue e ver os pontos fracos para ter uma luta boa, sendo capaz de por pressão no seu oponente, chegando perto de vencer. Sua classificação foi E. O professor odiou ter seu ego ofendido por uma garota novata quase o vencer, dando a desculpa do poder de sangue ser ruim em batalhas longas.

Bella aproveitou as sementes guardadas no seu bolso e as controlou em combate, o ruim era o instrutor as cortar facilmente, a derrotando facilmente, nem sobrando tempo para revidar. A classificação é um E, inexperiência demais.

Vendo San já de armadura, se aquietaram. Limpando a garganta, falou:

— Sabe, eu tava pensando em uma coisa, cadê as suas armaduras?

Recebendo o silêncio como resposta, Jason desviava o olhar assobiando, Bella apertava os lábios e Liz tentava encontrar as palavras certas.

Balançando a cabeça, deu as costas e foi até a porta, falando:

— Vamo lá, quero terminar isso hoje.

Sendo seguido, demorou poucos minutos e alcançaram uma loja grande, na frente da vitrine armas belas exibidas. Abrindo a porta, o som do sino se espalhou. As pessoas dentro escolhiam seus equipamentos bem, perguntando aos atendentes espalhados o preço e os materiais.

Encarando uma espada pendurada, falou:

— Peguem suas armas, mas me mostrem antes de comprar.

Acenando, se espalharam eufóricos. Encostado na parede, San esperou, sendo incomodado por funcionários insistentes, o estressando, seu humor só piorou ao ver armas bestiais sendo compradas a preços enormes.

“Só uma dessas, e minha força melhoraria bastante.” Só de imaginar uma arma feita de um monstro forte, abria um sorriso.

Rapidamente seu grupo voltou, equipados e finalmente o ar de jovens sumiu, e mutantes fortes revelou.

Bella usava um arco nas costas e as flechas presas na aljava, sua armadura feita de couro.

— Troque por uma de metal, tem uns bem leves, permitindo uma mobilidade boa.

Liz equipada de um metal fino, várias aberturas permitindo mobilidade ágil e nenhuma arma presa.

— Pega uma armadura resistente, de menos aberturas, e uma espada da sua escolha.

Indo em direção a Jason, Liz o interrompeu.

— Tenho habilidades de regeneração avançadas e a minha arma é o sangue.

Já esperando objeções, falou suas respostas prontas:

— Sua regeneração pode ser boa, mas deve focar em evitar ser atingida, e o sangue deveria ser sua última escolha, já que usa do seu próprio.

Jason coberto de um peitoral de metal pesado, calças do mesmo material e uma lança no seu lado.

— Pega uma leve, um lanceiro deve ser rápido e certeiro, só vai atrapalhar tudo isso.

Seus colegas suprimiram os rostos chateados e voltaram. San até se surpreendeu, previa uma discussão. As suas escolhas eram até boas e faziam sentido, seus corpos são melhorados, sendo capazes de superar as falhas.

Apesar disso, San os fez mudar. Tem uma clara diferença em uma luta curta e prolongada, e lá fora, livres das defesas dos muros, poderiam entrar em uma luta a qualquer momento, e deveriam estar prontos.

Só de imaginar isso, um calafrio o percorreu, lembrando das suas caçadas horríveis, sendo obrigado a passar a noite no mar de monstros espalhados, fugindo, matando e sangrando.

Plária era uma cidade enorme, e o nível de perigo menor, sendo possível passar a noite fora dos muros. No entanto, uma concentração tão grande de humanos reunidos também atrai perigos, de vez em quando hordas sendo atraídas.

Seus amigos retornaram e dessa vez tava certo. Bella em uma armadura de metal e forte. Liz completamente coberta e uma espada reta na cintura. Jason consideravelmente leve.

Na hora de pagar, simplesmente pagaram o preço alto dando de ombros, até consideraram comprar uma arma bestial, só pararam pra não ficarem zerados de dinheiro.

Na frente dos portões, uma fila tanto de carros quanto de humanos era formada, e na vez do grupo, só estenderam as identificações de mercenários, permitindo a passagem.

Livres da proteção de muros, na sua frente era uma estrada de terra, e em uma longa caminhada, uma floresta verde se estendendo. Estalando a língua, lembrava das suas caminhadas nas missões, e seu corpo de humano tendo de aguentar.

Balançando a cabeça com força, nega. “Treinei bastante nesses últimos meses, consigo aguentar uma caminhada.” Respirando fundo, saiu da estrada e pisou na grama, indo em direção à floresta.

O seu percurso demorou, a última pista das bestas foi a uns bons quilômetros. Virando a cabeça levemente, seu grupo acompanhava tranquilamente, vendo seus arredores constantemente.

Aproveitando o tempo, falou:

— Nossos alvos são lobos velozes, seres ruins de caçar devido a sua velocidade alta e trabalho de equipe eficiente. Me digam, como deveríamos os abordar?

Pacientemente, aguardou a resposta, e Liz respondeu:

— Os atrair para uma clareira e encurralar.

— É arriscado, seu trabalho em equipe é bom e os seus números são desconhecidos, poderíamos ser atacados de trás.

— Utilizamos a floresta ao nosso favor, montando uma armadilha. — Bella tentou.

— Boa ideia, só esqueceu que eles vivem aqui, conhecem esse lugar facilmente.

— Os matamos um por um, separadamente até seus membros diminuem e sermos capazes de eliminá-los.

Escondendo o sorriso, só respondeu:

— Quase, contudo, nos separar em um lugar desses é arriscado, é possível sermos encurralados e mortos separadamente.

Sentando em uma pedra, bebeu um gole de água, e jogou sua mochila neles. Confusos, só agarraram e olharam curiosos.

— Ai dentro tem uma erva especial, ela engana o olfato apurado das bestas, nos permitindo passar despercebido.

Pegando as ervas, espalharam no corpo, só terminando ao receber a permissão de San.

A caminhada demorou umas duas horas, mal tiveram descanso e San suava ofegante, escondendo isso do restante, até escutarem Liz e Jason pararem de repente.

Notando isso, esperou e Jason falou:

— Sons de mastigação perto.

Semicerrando os olhos, tentou apurar os ouvidos, e nada vinha. Confiando na audição aguçada dos gêmeos, encolheu seu corpo e viu Liz apontando para uma direção, repetindo o ato de agachar.

Espalhando os arbustos na sua frente, afastava os galhos no chão e aproveitava as árvores de cobertura, até escutar o som de mastigação. Pisando de leve na terra, se aproximou até ver de relance o culpado.

Um lobo grande, a pelagem cinza e sangue cobrindo a sua boca repleta de dentes assustadoramente afiados. Devorava restos de um cervo, sozinho.

Bella puxou uma flecha, e Liz segurou o cabo da sua espada, até serem impedidas por San. Obedecendo, guardaram as armas, só esperando.

San observava o monstro, cuidando seu tamanho, fisionomia, garras e pelagem. Terminando, recuou lentamente, levando o grupo consigo, até estarem longe o suficiente.

— Por que recuamos? — Jason perguntou relaxando o aporto da lança.

Esticando o pescoço, respondeu:

— Só avistamos um até agora, nem sabemos se é aqui o local de caça deles, e matar um é capaz de fazer os seus parceiros fugirem.

— Então, o que fazemos? — Bella disse encostada na árvore, limpando o suor.

— Simples, avançamos, e cuidamos os próximos, contando seus números.

— Contar? São iguais! — Liz exclamou.

Negando, sorriu.

— É muito raro monstros serem exatamente iguais, é só procurar. Por exemplo, esse tem uma mancha no seu pelo do lado da bunda.

Erguendo as sobrancelhas, buscava na sua memória.

Seguindo em frente, Desviaram do lobo e foram em frente. Sua caminhada era tranquila até um vulto passar em disparada na esquerda. Ignorando, encontraram outro lobo, e desviando, outro, repetidas vezes.

Só continuavam despercebidos devido às ervas de San, e inúmeras vezes quase foram pegos, só passaram com a ajuda de Bella, controlando as plantas os ocultando.

Se aprofundaram tanto ao ponto de avistarem um lobo a cada poucos passos. Agachados em um emaranhado de arbustos, o grupo revelava rostos nervosos, virando o rosto a cada barulho perto, as suas armas já em mãos e prontas.

Jason apertava tanto ao ponto do nó dos dedos esbranquiçarem, e nervoso, perguntou:

— Já tamo longe, e agora?

Esticando o corpo, San deu uma olhada ao redor e falou:

— Simples, nos dividimos em grupos de dois e vamos os matar um por um.

Em uníssono, arregalaram os olhos.

— Mas, essa é minha ideia!

— Eu disse estar quase certo, o meu plano é melhor. Certo, decidam as duplas.

Os sussurros começaram e San já esperava uma resposta, a certa considerando as habilidades dos membros.

— Jason e Bella, eu contigo.

Concordando, suprimiu o nervosismo dentro, o medo de seus amigos morrerem. “São mercenários agora, e vou os cuidar a cada momento.”

— Uma pergunta. — Bella sussurrou. — Estamos cercados.

— Ah, isso é simples de resolver.

Desembainhando a sua cimitarra, estendeu.

— Essa é uma arma bestial, feito de um monstro muito especial, e sua habilidade vai nos ajudar. — Uma mentira, sendo somente a sua cimitarra de sempre.

Fechando os olhos, concentrou a essência dentro, a movendo e tomando forma. Subitamente, a temperatura diminuiu, e em segundos, uma neblina atingiu seus pés.

A neblina cresceu em minutos, cobrindo o topo de árvores e uma longa extensão da floresta. “Sete minutos para cobrir tudo, é demorado demais, preciso treinar.”

O poder roubado do poltergeist ajudou em missões de enfrentar grupos, o permitindo cegar os oponentes, causar alucinações e ainda por cima, até onde a névoa tocava, San sentia a localização do ser vivo, mas gastava uma grande quantia de essência.

Podia aguentar o gasto, dos seus poderes roubados, a essência aumentava, só teria de tomar cuidado nas outras habilidades.

Ignorando os rostos surpresos dos companheiros, falou:

— Certo, vamos começar.

 

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Caso queiram entrar no grupo de Discord, tem algumas coisas legais, tipo imagens dos personagens, e mais é claro.

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