Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 65: Uma Demonstração de Força

Caminhando sobre o túnel pequeno e chegando na arena, o grupo formado de: Jason, usando uma armadura de metal e segurando uma lança. Bella, roupa de couro e um arco nas costas. Liz, uma armadura focada em agilidade e sem assegurar nada. Por fim, Lauren, andando com o uniforme da escola, só adicionando um par de manoplas afiados nas mãos.

O grupo formou sua posição rapidamente, a arqueira indo aos fundos, o lanceiro na frente e o restante nos lados, esperando o portão abrir e enfrentar o monstro.

Os rangidos ecoaram brevemente, o corpo todo do aarakocra apareceu. Cabeça erguida, mostrando o orgulho da sua raça. Olhou os humanos à sua frente e levantou voo.

Liz, parada na esquerda, esperava pacientemente, bolaram um plano durante todo esse tempo de espera, posições ajustadas, pontos fortes e fracos de cada um.

O grupo continuou sem atacar, parado na arena. O monstro, aproveitou isso e decidiu investir primeiro no humano da frente, que usava o mesmo tipo de arma, uma lança.

Invés de ir nas suas costas ou tentar vencer por um truque, o aarakocra preferiu uma luta mano a mano, mostrar sua superioridade.

Batendo as asas, se lançou para baixo. Jason, já preparado, virou a lâmina deixando o cabo na sua frente. Recebendo o golpe, independente de ter defendido, a força foi grande demais, e por isso teve seu corpo arrastado para trás.

Nessa hora, o grupo inteiro se moveu. Lauren, correu na areia igual a um animal, em uma velocidade surpreendente e abrindo a palma da mão, abaixou ao braço da besta.

Desviando por pouco e prestes a cortá-la, Jason o atacou, forçando a defender. Estando em desvantagem, abriu suas asas e subiu ao ar.

Antes de ir alto, ambas as asas foram acertadas, a da direita por uma flecha e a da esquerda por uma de sangue. Caindo de volta no chão e levantando-se, uma espada puramente vermelha vinha na direção do seu rosto.

Dando um pulo para trás, recebeu outro ataque, da mesma pessoa. Liz, moldando seu sangue, o enfrentava de frente. Se o aarakocra já sofria, piorou quando Lauren chegou, sua velocidade alta e garras afiadas o acertando atrapalhavam, misturando isso a flechas, se via encurralado.

A luta ia bem, podia-se ver claramente o vencedor. No entanto, achando já terem ganho, seus ataques tornaram previsíveis, esse foi um dos seus erros, o segundo, é terem abaixado a guarda. Quando um monstro vê que está perto da morte, seus golpes mudam, tornam-se piores, e isso aconteceu.

O monstro pirou, girando o corpo violentamente, usou suas patas afiadas, acertando em cheio Lauren e a arremessando contra a parede. Em seguida, realizou um corte em direção a Liz, quebrando sua espada ao meio e cortando sua barriga.

Levantando a lança e prestes a terminar, uma flecha acertou seu ombro, o impedindo. Antes de se recuperar, Jason chegou, olhos raivosos, atacando sem piedade.

Dois lanceiros lutando. O aarakocra podia estar ferido, porém, ainda era um lutador mais experiente e tendo um corpo forte, superou Jason, o forçando a recuar ou ser cortado.

As mãos do vampiro começaram a formigar. Os golpes eram fortes, e podia ver a lâmina perdendo o fio e lascando. Realizando uma estocada, Jason cortou o lado esquerdo do peito, e por isso, recebeu um corte no seu braço em troca.

Jogando o corpo no chão, uma flecha foi em direção ao rosto do monstro, repelida facilmente, cortada ao meio. Nessa hora, Jason teve o tempo necessário, ativou sua habilidade.

Uma aura escura o cobriu, tornando seu corpo melhorado e até o poder de controle de água. Absorver danos era o nome da habilidade, a capacidade de converter todos os ferimentos em energia para usar do jeito preferido, melhorar o corpo, a capacidade de regeneração, etc.

Dessa vez preparado, fez um corte vertical, acertando o chão e causando uma explosão de areia, aumentando sua velocidade partiu pra cima.

Ambos podiam considerar estarem igualados, mas mudou quando Liz surgiu atrás, atravessando a barriga. Prestes a virar e a atacar, aarakocra teve os pés presos por vinhas e pra finalizar, sua cabeça foi decapitada pela lança.

Ofegantes, Jason caiu de costas no chão, Liz continuou de pé, pressionando a ferida na barriga, Bella se aproximou da amiga vendo seu estado e Lauren, com feridas nos braços, veio junto.

Superando a dor, Liz levantou a cabeça, encontrando o professor, falou:

— Quais foram nossos erros?

Nem pensando, respondeu:

— Precisam treinar, melhorar o trabalho em equipe e por fim, ganhar experiência. Acharam já terem ganho e deixaram os ataque previsíveis.

Acenando a cabeça, saíram da arena e outro nome logo foi chamado.

San, sentado na sua cadeira, prestou atenção em cada detalhe, principalmente em Lauren, cuidando seu poder e método de luta. Infelizmente, só descobriu ser focado em velocidade, já que as garras nas mãos eram da manopla.

— Devem ter um mutante com poder de cura por aqui, onde fica? — perguntou a um dos seus colegas.

— Voltando ao corredor e andando um pouco, é só seguir o cheiro de sangue e alunos correndo. O senhor está ferido? Posso…

Antes de Noah continuar falando, San levantou e procurou o local. Tranquilamente, caminhou em frente, despreocupado em seu nome ser chamado, a voz do professor ressoava nos corredores, poderia escutar.

Parando, encontrou uma porta desenhada uma cruz vermelha. Do lado de fora, companheiros esperavam, proibidos de entrar. San procurou por um tempo e avistou Jason, sentado em um banco de cabeça baixa.

Hesitando, tomou coragem e sentou ao seu lado. Quase imediatamente, foi percebido.

— Olha, podemos falar depois, deixa eu sozinho agora.

— Tá legal, eu sou péssimo nisso e quase nunca faço… Me desculpa, tava estressado e fui um idiota.

Jason levantou a cabeça e o olhou surpreso.

— Sério?

— É, e não me faça repetir.

— Por que tá estressado?

— …Recebi uma notícia inesperada, explodi e pirei.

Os dois permaneceram quietos, só escutando o som de passos ao redor, até Jason falar:

— Viu a nossa luta?

— Do início ao fim.

— Qual a sua opinião?

— Isso importa? Sou só um aluno normal.

— Sim, quero confirmar uma coisa.

Demorando um tempo, San soltou um suspiro e respondeu:

— Decente. Dependeu da Bella pra ter tempo de ativar sua habilidade, ignorou completamente a sua de controle de água e nem pensou em a usar. Liz podia ter disparado outras flechas de sangue. De resto, venceram. Confirmou algo?

Olhando San nos olhos, Jason disse:

— Você já fez isso, matar monstros, certo?

Escondendo o sorriso com a mão, perguntou:

— Por que pensa isso?

— Fala igual ao professor, luta de um jeito violento, tem um controle muito bom de essência e outros detalhes. Só treinando seria impossível.

— Há, vai saber. Olhe a minha luta e vai descobrir de verdade.

Ecoando nos corredores, escutaram uma voz dizendo:

— Caleb Miller, venha junto ao seu grupo.

San levantou e viu o rosto surpreso de Jason. Andando no corredor, finalizou:

— Traga o restante, vai ser interessante.

Indo até o subsolo, os membros o esperavam. Cada um mostrava uma expressão diferente, medo, nervosismo e cautela. Só passando, entrou em uma sala enorme.

Nas paredes, armas de todos os tipos penduradas. Em outro lugar, armaduras limpas e ilesas, esperando serem usadas. Os olhos de San brilhavam, maravilhado pela quantidade.

Em um machado pendurado, o levantou e balançou. O peso, equilíbrio, material, uma arma ótima. Tentando esconder o sorriso, em vão, bateu palmas e reuniu o grupo.

Vendo seus rostos, falou:

— Peguem armaduras pesadas, depois voltem aqui, já vou distribuir suas armas.

Em silêncio, fizeram como ordenado. San andou observando as prateleiras, analisando-as. Na seção de espadas, demorou, mas achou uma cimitarra. Prendendo na cintura, continuou um tempo e encontrou seu objetivo, bestas, ou um nome secundário de crossbow.

Pegando três, seus companheiros chegaram, vestindo armaduras de metal, tinham um pouco de dificuldade em se mover. San já havia considerado isso, fazia parte do plano.

— Certo, eu já disse a estratégia, agora vou ensinar usar uma dessas.

Detalhadamente, explicou o necessário. A Forma de carregar, a mira, o ricochete. Deu uma sensação de dejavu, usava uma dessas no início, quando era uma pessoa normal, até despertar.

Os deixando sozinhos por um tempo, foi atrás de uma armadura para si. Prestes a pegar a de sempre, uma de couro, viu uma diferente. Feita de metal, cobria o corpo inteiro, do peito até os pés. A analisando de perto, viu aberturas, feitas para locomoção.

“Legal esse tipo. Vou experimentar, se eu gostar, compro uma igual.” Ajustando ao seu corpo, sua impressão melhorava cada vez mais, a flexibilidade, resistência, poderia suportar bastante.

Preparados, viu eles segurando bestas, o peso nem era problema, mesmo tendo poderes ruins, ainda continuavam sendo mutantes, seus corpos eram melhorados.

Olhando Nicole, terminou dizendo:

— Não esqueça, use sua telecinese para mover as setas e impedir o monstro de se aproximar, eu cuido do resto.

Assentido, seguiram em frente. O poder de Nicole era telecinese limitada, uma versão fraca, por coincidência, a mesma de San. A diferença, era ele ter a treinado constantemente, já sendo considerado forte o suficiente.

Parte do plano, era dizer ter usado o poder dela, ao invés de revelar ter uma semelhante. Na frente do portão, passaram e alcançaram a arena.

***

Liz caminhava normalmente, o ferimento na sua barriga já curado. O time inteiro permanecia sentado, vendo a arena. Por algum motivo, o irmão insistiu ser necessário ver a próxima luta. “Deve ser pelo garoto chamado Caleb, quer ver a força.”

Com cotovelo apoiado, mantinha um pouco de mau-humor, ganhou a luta, e viu os erros cometidos, pensava em um jeito de melhorar.

Saindo do lado direito, os participantes marchavam na arena. Diferente de todos os outros, se separaram e foram até um canto, parados e segurando bestas. “Armaduras pesadas, que ideia ruim, o monstro é rápido.”

E no meio de todos, San, o olhar sério e a mão apoiada no cabo de uma espada circulada esquisita. Liz se surpreendeu um pouco, o imaginou matando aula.

Sentando ereta, olhava interessada dessa vez na luta. Bella, ao lado, abriu um sorriso e prestou atenção. Jason, em uma rara visão, mantinha o rosto sério.

A mais estranha disso, foi Laurem. Ao ver San no campo, arregalou os olhos, pressionou as mãos no encosto da cadeira e apertou. Murmurava ocasionalmente palavras baixas.

Liz perguntaria depois, no momento, a luta iria começar.

***

San olhou cada um dos seus companheiros, a posição correta. Dando uma olhada no professor, o viu erguer uma sobrancelha, e os portões foram abertos.

O aarakocra caminhou reto, viu de relance os humanos parados nas paredes e ignorou, o humano no meio era mais atraente, sem medo e até sorrindo.

San desembainhou sua cimitarra e se preparou, cuidando os mínimos movimentos, já sabendo o que fazer. Exatamente igual aos anteriores, o monstro abriu suas asas e voou.

Circulando o alvo, continuou assim por um tempo, até partir para as costas, visando o empalar. A velocidade era grande, em segundos conseguiria, e San imóvel, esperando.

Pouquíssimo tempo antes de acertar, San se virou, pondo a cimitarra na frente. Usando a lâmina, moveu a lança para o lado, errando e fazendo passar longe.

Esperando um pouco, o monstro ia voar novamente. Erguendo um dedo, um tiro de energia foi disparado, acertando em cheio uma das asas, caindo desajustado na areia, incapacitando de sair do chão.

Estendendo o braço acima da cabeça e abaixando, gritou:

— Fogo!

De três direções diferentes, flechas voaram. O aarakocra notou rapidamente, cortou uma e as outras acertaram em lugares ruins, na asa e de raspão na coxa. Dando de ombros, San foi em frente.

Sendo forçado a ficar no chão, o monstro preparou sua lança e partiu, visando o humano caminhando na sua direção.

San desviou o primeiro ataque facilmente, revidando em seguida. Assim continuou por um tempo, a espada em uma tremenda velocidade e a lança sendo forçada a desviar.

Numa hora, o monstro abaixou a lança com tudo, e San se jogou no chão, aos pés dele. Sacando uma faca, cravou na pata, fazendo a ave soltar um grito estridente.

Em contrapartida, recebeu um chute e foi arremessado, por sorte a armadura o protegeu. Levantando, o encarou tirar a faca e mostrar um rosto furioso.

Ao invés de enfrentar o inimigo humano à frente, mudou e foi ao Noah.

— Fogo!

Flechas voaram o acertando dessa vez, quando uma de Caleb passou ao seu lado, subitamente moveu-se no ar, acertando a barriga no monstro.

E com esse tempo ganho, San se pôs na sua frente. A hora era perfeita, poderia até cortar sua garganta, entretanto, tinha outros planos. Passando seu corpo, acertou em cheio uma das asas, a arrancando em um golpe.

Os olhos do aarakocra ficaram arregalados, incrédulo, e só viu um sorriso no rosto do humano maníaco. Girando a lança, jogou na direção da cabeça dele, errando por pouco.

San, abaixado no chão, pegou um punhado de areia e arremessou nos olhos do monstro, o cegando temporariamente. E outra vez, podia o matar em um golpe.

— Fogo!

Flechas o acertaram por inteiro. Limpando o rosto, sentiu uma dor em baixo. San cortou o calcanhar, e erguendo a perna, chutou seu peito, o derrubando.

Esperando levantar, novamente gritou:

— Fogo!

Todas o perfurando, igual a um porco-espinho. O monstro mal podia se manter de pé, e mesmo assim, forçou a levantar, seus olhos pura raiva, focando somente no causador de tudo isso.

Entrando no modo de loucura, usou a força restante. Seus braços feridos demais, sem capacidade de usar a lança, abriu a boca e foi em direção a cabeça do humano.

San sentiu outro dejavu, pois nessa hora, desviou a cabeça e ergueu a mão livre, colocando na frente, deixando ser engolida. A mordida doía, mas suportável, e abrindo um sorriso de orelha a orelha, concentrou a essência.

Não era um tiro de energia normal, um novo tipo, esse foi mais poderoso, na palma inteira, gastando uma grande parte de energia, deixou sair de dentro da boca.

Em uma explosão, a cabeça explodiu, e a bala de energia de um tamanho bem maior que o comum, continuou, subiu até as arquibancadas e acertou a barreira.

No entanto, a pessoa por trás, sentada na cadeira, por pouco sendo acertada: Lauren, com os olhos arregalados.



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