Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 64: Um Novo Grupo

Caleb, um garoto sem músculo algum, sofria bullying e sempre abaixava a cabeça. Era um cara esperto, por isso, ao saber que seu novo colega espancou um aluno no refeitório, correu tentar pedir sua ajuda.

Nisso, San deu um jeito em tudo, só a presença em si adiantava, por causa disso, tornaram-se amigos, comendo juntos, conversando nos corredores.

Ao ver o novo amigo, em um estado completamente novo, estranho, sabia ter algo errado. Por um momento, considerou perguntar o problema, no entanto, ao ver aqueles olhos o encarando, desistiu de tudo.

Eram diferentes do normal, igual a um animal olhando a sua presa, esperando atacar, animação e raiva misturados. Engolindo em seco, respondeu à pergunta se pertencia a um grupo:

— Achei um pessoal, todos são fracos e provavelmente vamos ter a pior nota.

San calmamente pôs uma mão no seu ombro, e abriu um sorriso.

— Ótima notícia, pois tive uma ideia. Eu entro nesse grupo, matamos o monstro, e cês ganham uma nota. Tudo bem pra ti?

— T-tem certeza? Somos ruins e fracos, podemos atrapalhar.

— Tá bem, já tenho um plano em mente.

Normalmente suas notas são altas, só essas aulas envolvendo atividade físicas são ruins, e uma chance de mudar isso surgiu bem na sua frente.

— Certo, me segue.

Indo atrás, San andava de cabeça erguida, tendo várias ideias e planos elaborados. Poderia simplesmente ir em Laurem e a acusar, contar a todos a verdade.

Porém, o tornaria o principal suspeito caso algo aconteça a ela. San escolheu uma abordagem diferente, iria dar medo antes, a atormentar. E o principal motivo, ela era seu alvo, ninguém iria tirar isso.

Caminhando por poucos minutos, chegaram em uma área isolada dos outros alunos, tendo somente dois, um garoto e garota sentados nas cadeiras.

Caleb limpou a garganta e disse:

— Pessoal, bem, temos um novo membro.

Sequer dando tempo de falarem, continuou:

— Essa é Nicole e Noah.

Ambos o olharam. A garota, uma pessoa de aparência simples, cabelos longos e castanhos, baixa, e sardas no rosto. O cara, um homem um pouco acima do peso, cabelos curtos e rosto desanimado.

— Bem vido aos excluídos. — Noah disse.

Batendo palmas levemente, San disse:

— Certo, hoje vamos ter uma vitória, qual seus poderes?

Todos o encaram duvidosos e surpresos, Nicole colocou a mão na frente e disse baixo a Caleb:

— Achou um doidinho dessa vez.

Escutando isso, San deu uma risada.

— To falando sério, vamos ter uma boa nota, e matar esse monstro, sem a ajuda do professor.

— Qual o plano sabichão? — Noah falou curioso.

— Os poderes primeiro.

Nem um ou outro tinha confiança no novo membro, por isso, Caleb foi em frente e disse:

— Controlo tecnologias e aguento bastante tempo acordado.

Hesitante, Noah disse:

— Posso fazer uma substância pegajosa e aguento melhor ataques.

Desconfiada, demorou um tempo, e Nicole respondeu:

— Telecinese limitada e sou rápida.

Coçando o queixo, San pensava: “Tá legal, as minhas estratégias não vão servir de nada.”

— Caleb, quais os critérios de avaliação?

— Só precisamos dar um pouco de dano no monstro, pode até ser pequeno, o importante é matar a besta.

“Pelo menos isso me ajuda.” Sentando em uma das cadeiras confortáveis, permaneceu quieto, considerando tudo, bolando. Os garotos preferiram esperar, Nicole, impaciente, disse:

— Certo, líder. — Sua voz carregava zombaria. — Qual o plano?

— Me deixe pensar, ainda temos de descobrir o tipo de monstro. Como é decidido qual grupo vai primeiro?

— Sorteio.

Caleb respondeu e sentou-se ao lado de San, preocupado no objetivo do amigo.

***

Jason voltava desanimado ao seu grupo, balançando a cabeça, tentando limpar a mente. Abrindo um sorriso, chegou perto de Liz, conversando com Laurem.

— Vamos cercar a besta e atacar juntos, por enquanto, vamos ver qual é.

Concordando animada Laurem se virou a Jason e disse:

— Oi! Tudo bem?

Demorando, disse:

— Claro, vamos ganhar dessa vez.

Acenando a cabeça, continuou a conversa de Liz. Bella, vendo uma oportunidade, chegou ao lado de Jason e disse:

— Fui buscar a Laurem, perdi alguma coisa?

— Só um pouco, sabe, San irritado e saindo daqui, discussão.

— Onde ele foi?

— Sei lá, eu acho que vai mata aula.

— Pena, tava curiosa sobre suas habilidades de luta.

Terminando a conversa, olhou ao redor e abriu um sorriso. Há tempos, observava uma garota de outra turma, cabelos vermelhos, olhos escuros e bonita. Hana, a queridinha de todos.

Nesse tempo, sempre tem tentado encontrar uma chance de conversar, o problema eram seus guarda-costas intitulados de amigos na cola, impedindo qualquer cara de se aproximar, até umas garotas são proibidas.

No entanto, Jason só achava mais divertido, procurar um jeito de chegar perto e puxar uma conversa, alguma hora, iria conseguir.

***

Após discussões entre grupos, o professor deu tempo suficiente e anunciou:

— Vamos iniciar o sorteio. O nome chamado, virá junto ao seu grupo a área de preparo e pegarão as armas e armaduras desejadas.

Abrindo o holograma no seu relógio, em um tamanho grande o suficiente para todos verem e girou a roleta, os nomes rolando em uma velocidade enorme.

Os alunos encaravam atentos, torcendo não ter seu nome chamado. Em poucos segundos, um nome parou: “Eric” Se pode ouvir risadas e uma mistura de suspiros de alívio.

San cuidou a movimentação e viu o grupo andar até o corredor. Curioso, perguntou a qualquer um no seu lado:

— Aonde estão indo?

Noah falou rapidamente, tentando puxar saco de San:

— Tem duas entradas na arena, a da direita é pra os humanos. Lá é um arsenal de armas e armaduras, os alunos escolhem a sua preferida e vão ao combate.

— E se um poder ou ataque voar na arena? Pode acertar um dos alunos.

— O professor envolve tudo com uma barreira, nem poder, arma ou monstro passam. Também impede de uma besta matar alunos no meio de uma luta.

— Esse poder é realmente interessante…

Em minutos o portão direito foi aberto, revelando um grupo de cinco, segurando armas e equipados. San deu uma olhada rápida e os ignorou, prestando atenção ao lado esquerdo.

Todos mantiveram silêncio, esperando. Em um rangido, as grades levantaram, os passos pesados ecoaram, e da escuridão, um monstro andou sobre duas pernas, caminhando calmamente e suas asas nas costas abrindo.

Tinha o corpo humanoide, sua altura era um metro e oitenta, carregando uma lança afiada e a cabeça de uma águia careca. De resto, pelos cobrindo.

Batendo na cabeça levemente, San pensava: “A barreira deve ser alta, pra deixar esse tipo voar por aí. Lembro desse, qual era o nome?” Tentando puxar na memória, ouviu murmúrios ao seu lado. Virando a cabeça, o grupo conversava animadamente.

— É um aarakocra, vivem em montanhas e são guerreiros habilidosos. — Caleb abria as informações no seu relógio.

— A velocidade de voo é grande, conseguem desviar facilmente de flechas. — Nicole deduzia na mente.

— Evitam armaduras pesadas visando o ganho de velocidade. — Por fim, Noah falou.

“Podem ser fracos, mas não são burros.” Focando na luta, prestou atenção em cada detalhe, se preparando.

O pessoal na arena esperou o monstro aproximar, um erro, pois levantou voo e só voltava ao solo para fazer ataques rápidos e logo voltar ao ar.

A luta demorou um tempo, tentaram usar suas habilidades e sempre erraram. Por fim, foram obrigados a desistir. O professor falou seus erros e sorteou o próximo.

Grupos novos entraram, alguns atacaram antes de poder abrir suas asas, outros o acertaram, prevendo o golpe. Várias das lutas terminou em desistência, e por um longo tempo, nem um matou o aarakocra.

A primeira foi Laura, rival de Liz e membro de uma das grandes famílias. Seu grupo era formado por colegas de classe e amigos.

Ela usava uma armadura leve, seus cabelos prateados presos e as mãos livres de qualquer arma. Essa foi a luta mais rápida entre todos.

Andando até o meio da arena, deixou os companheiros atrás e parou, encarando o inimigo, sorrindo. O monstro bateu suas asas e atacou em uma velocidade alta.

Perto de a acertar, mudou de rota, e em um instante, apareceu nas suas costas, querendo cravar a lança na coluna, a empalando. Porém, prestes a conseguir, ele foi empalado.

Debaixo dos pés de Laura, uma estaca de gelo surgiu do nada, acertando em cheio a barriga do aarakocra. Ainda vivo, seu corpo convulsionava e cuspia sangue. Estendendo a palma da mão, uma ponta de gelo se formou e acertou a cabeça, o matando na hora.

O professor, vendo tudo nas arquibancadas, disse:

— Parabéns, derrotou o inimigo rapidamente e mostrou calma. O único erro foi não ter usado a ajuda dos seus companheiros.

Laura virou na sua direção e disse:

— Para um oponente tão fácil é desnecessário. Quando realmente precisar, os usarei sem me conter.

Saindo, as conversas irromperam, uns tentando criar um plano parecido, imitar a forma. Claro, nem um poderia dar certo, habilidades de gelo eram bastante raras, na classe épico.

As lutas continuaram, e alguns mataram o monstro, de seus próprios jeitos, violentos, inteligentes, rápidos. Sempre que um monstro morria, um segundo saia do portão.

“Tá legal, no total, oito desses foram mortos, como essa escola tem tantos? Estranho.” San nesse tempo aprendeu muito, formas de incapacitar as asas, a velocidade, resistência.

Obviamente as características não eram iguais para todos, cada aarakocra diferente modificava um pouco. Quando o próximo grupo entrou, San prestou atenção especial, dessa vez era Hana a lutar.

Seu grupo tinha três pessoas no total, Hana, usando uma armadura de metal e luvas de ferro. Um cara ajeitado de cabelos loiros, olhar sério e carregando uma espada. Por fim, uma garota com cabelo pintado de rosa e um chicote preso a cintura. “Vou os chamar de loiro e rosa.” Sem saber os nomes, San deu apelidos.

Todos segurando suas armas, prontos. O portão foi aberto, o aarakocra caminhou pacientemente, deu uma olhada nos humanos a sua frente e abriu suas asas.

Prestes a içar vôo, em um piscar de olhos, Hana apareceu na sua frente. A luva metálica fechada firmemente, uma aura azul cobrindo o corpo inteiro.

Dando um soco, o monstro pôs os braços na frente se protegendo, e mesmo assim, teve o corpo arremessado, acertando diretamente na parede.

Recuperando-se rapidamente, abriu suas asas e voou. Irritado, o monstro começou a rodar, esperando uma oportunidade de acertar sua oponente.

Utilizando da sua incrível velocidade, foi nas costas de Hana, tentando a matar em um ataque. Antes de conseguir, teve a lança segurada por um chicote, e devido a recusar soltar a sua arma, foi jogado no chão.

Arrastado no piso de areia, o monstro forçou as pernas resistentes a frear, resistindo ao puxão da rosa. Ainda preso, abriu suas asas e saiu do chão, tentando se livrar do aperto forte.

No entanto, o aarakocra viu algo vindo na sua frente, um tipo de energia. Protegendo o rosto com os braços, se surpreendeu. Ao invés de ter o corpo acertado, teve sua asa, e caiu.

Incapacitado, viu o humano a fazer isso, o loiro, sua espada brilhando em azul. A derrubando em metros de distância, outra rajada de energia saiu, acertando as pernas dessa vez.

As rotas de fugas eram poucas, sua arma presa pelo chicote, machucado gravemente e fraco. Como um ato final, a besta olhou o único desarmado, Hana, e forçando o corpo mutilado, se jogou nela.

Suas garras acertaram a barriga, e nem arranhão fez. Hana segurou e olhando o monstro nos olhos, abriu um sorriso, esmagando completamente, pegou seu pescoço e o torceu.

A luta acabou assim, no total deu poucos minutos, bem diferente comparado a outros alunos, demorando quase vinte minutos e perdendo.

Antes de saírem da arena, o professor disse:

— Bom trabalho em equipe, sem medo e atacou do melhor jeito, todos ganharam uma nota máxima.

Saindo, os alunos puderam conversar livremente. Nos cantos, soltavam elogios, dizendo coisas boas e os parabenizando. Quando chegaram de volta nas arquibancadas, os rodearam igual a famosos e fizeram todo tipo de pergunta.

San, vendo tudo de longe, abriu um sorriso fraco, melancólico. Os membros do grupo ao redor, começaram a discutir também.

— Aquele poder dela deve ser um de melhorar todos os aspectos físicos. — Caleb disse empolgado.

— A questão é qual, tem tantos. — Noah disse pesquisando.

— Espera! Eu lembro o nome, era melhoramento, aprimoramento. — Nicole tentava lembrar do nome.

Do seu lado, escutaram uma voz dizendo:

— Multiplicador físico, esse é o nome.

Cada um encarou San, surpresos. Mas permaneceram quietos, hesitantes em ter uma conversa normal.

San sabia o nome do poder de cor, até os pontos fortes e fracos, era o mesmo da sua mãe. Coçando os olhos, tentou jogar isso fora da sua mente, evitava pensar nisso.

Na verdade, San sentia alívio e um pouco de inveja. Alívio pela irmã ter um poder forte, na classe épico, capaz de multiplicar sua capacidade física e não o de roubar os outros poderes, por um tempo essa foi a sua maior preocupação.

Inveja porque também queria esse. Quando era um humano normal, San torcia por tudo pra ter essa habilidade, ao invés disso, teve uma relacionada a morte e assassinato.

“Isso é bom, só mais uma prova que ela tá vivendo a sua vida perfeitamente bem.” Forçando seu olhar a desviar, pôs sua cabeça sobre os braços, esperando o próximo nome ser chamado.

Quebrando a constante conversa, o professor disse:

— Jason, pode vir junto ao seu grupo.



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