Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 131: O Que Vai Fazer Agora?

Raios passavam no corpo de San, voando no ar e sendo jogados aleatoriamente. Uma sensação de poder o dominava, com energia passando por cada parte.

A eletricidade corria no seu corpo, melhorando-o e seus poderes. Misturado a isso, uma dor ardente no pescoço, sendo difícil de suportar.

Para fechar o ferimento na lateral do pescoço, teria de mais do que pressionar e colocar bandagens. O certo, é correr para o hospital e procurar um mutante curador.

Infelizmente, no meio de uma luta é pedir demais para sequer desviar o olhar do oponente. Devido a isso, San foi forçado a fritar o machucado, estancando o sangramento.

Tomado de uma dor agonizante e até complicando um pouco para pensar, focava na sua inimiga em frente, a culpada, e a faria se responsabilizar.

Olhando para baixo, segurava a espada quebrada, e na segunda mão, a esfera de Dyson. Dando de ombros, deu um passo em frente, e energizado de tanto poder, encurtou o caminho.

Surgindo do lado da Laurem, só viu o olhar assustado estampado no rosto dela, para tentar desviar do ataque eminente.

Sem hesitar, San desferiu um golpe de espada quebrada, sendo obrigado a encurtar consideravelmente a distância entre os dois.

A espada acertou diretamente na barriga da sua oponente, e independente do estado da arma, faíscas voaram, a empurrando para trás, e com isso, rasgando uma parte da armadura.

Laurem, vendo o estado atual e perigo, usou toda a reserva de essência no corpo, a melhorando novamente e desferindo golpes fortes e rápidos com a manopla.

Inúmeros ataques voavam para San, as direções sendo treinadas e complicadas de desviar. Sendo acertado por um desses, seria realmente problemático.

Porém, para o atual San, carregado de tanto poder, seus olhos captavam a velocidade, realmente impressionado da sua capacidade, abrindo um sorriso enorme.

Desviando um por um, o seu corpo se mexia simultaneamente, torcendo e esticando partes habilmente, e junto aos seus movimentos, um rastro de raios o seguindo.

Ficando cada vez mais animado, San começou a mudar os seus movimentos, e ao invés de só desviar, começou a revidar, batendo a espada quebrada contra as mãos.

Um alto som de metal batendo no metal soou na parte isolada da cidade.

Na sua frente, San observava tudo com os olhos impressionantemente rápidos, e nesse estado, avistou o rosto de Laurem, um medo estampado.

Os golpes eram repelidos, e a expressão da oponente mudava, de confiante para nervosismo, só piorando ao saber do seu estoque de energia diminuindo.

Avançando, San deu um soco no braço dela, a fazendo recuar levemente, com uma expressão surpresa.

De propósito, parou de atacar, para a deixar ver o que aconteceu, arregalando os olhos.

Nesse ataque, um simples soco deslocou o ombro. De perto, San soltou uma risada estridente. Isso, o medo, desespero estampado no rosto da sua presa.

Nada poderia pagar essa sensação, a euforia de saber ser o mais forte, com um golpe poderia a matar. O único ruim, seria que esse poder não ser seu de verdade.

Ao menos, para amenizar um pouco, falava mentalmente ser só questão de tempo, iria aprender e ter a mesma quantidade um dia, sendo seu.

Notando seu interior estar diminuindo o reservatório de essência em alta velocidade, San decidiu dar um fim nessa briga.

De perto, Laurem colocou o ombro no lugar em poucos segundos, sabendo ser um erro ficar fraca na frente de um monstro desses.

Pronta para a luta novamente, entrou em estado de combate, respirando pesadamente e realmente preocupada de poder perder essa luta.

Soltando um suspiro, San disse:

— To te dando uma chance, desiste e vai ser rápido.

Engolindo em seco, Laurem respondeu:

— Vai sonhando. Só ficou um pouco mais forte, ainda dou conta.

Balançando a cabeça em negativa, San nem ficou em pose de luta, só com as mãos no quadril.

“Bem, que bom ela ter escolhido resistir. Só fiz a proposta para o espectador ainda me observando achar que eu tenho um pouco de bondade.” A pessoa que desde o começo da luta ainda observava tudo, incansável.

“Chuto em ser Max, ele gosta desse tipo de coisa.” Indiferente a ser o amigo lobisomem ou Floki, segurou firme a espada.

Em um movimento de mão, arremessou em frente a espada quebrada, saindo como um raio.

Laurem tentou desviar, virando. Um erro, pois foi acertada facilmente no outro braço.

Antes de conseguir retomar ao normal e entender o que tava acontecendo, o diabo surgiu a sua frente.

Desferindo um soco forte, impulsionado com o poder de eletricidade, ultrapassou qualquer resistência e a jogou para trás.

A cabeça da Laurem girava, zonza do golpe e uma grande dor no interior, junto a um gosto de metal na boca.

Em um segundo, San apareceu novamente, desferindo um segundo golpe, a impedindo de sequer levantar, desferindo raios elétricos no ar e sendo jogados por aí.

Olhando para baixo, uma enorme parte da armadura da Laurem foi destruída, incluindo as suas manoplas, completamente quebrado e rasgando a pele.

A dona totalmente machucada, com sangue pingando em tantas partes.

Achando já ter acabado, vendo os olhos fechados dela, San soltou um suspiro, mancando para o lado, sentindo uma enorme dor no corpo inteiro.

Chegando perto de cair, escutou um som nas suas costas, e virando a cabeça, viu sua presa fugindo em alta velocidade.

Pego de surpresa por ela ter continuado acordada e ter forças para conseguir se levantar, estava prestes a usar o poder e a parar, mas descobriu tá mais fraco que o esperado.

Estalando a língua, estendeu um dedo. A eletricidade começou a ganhar vida, estalando no ar. Em um pensamento, o disparo foi arremessado, voando para o alvo.

O poder foi realmente forte, pois a acertando, a derrubou na hora, causando espasmos no seu corpo, sem conseguir ficar imóvel.

Observando por um tempo, até os espasmos pararem, confirmou de ter acabado, ao menos, uma parte. Laurem continuava viva.

Caindo no chão, recuperava o fôlego, com uma dor e cansaço enorme querendo o dominar. Tocando na lateral do pescoço, um grande machucado queimado o saudou.

Utilizando grande força para ficar de pé, caminhou para uma casa, e de trás de uma porta, arrancou uma bolsa preta, um presente de Floki.

Abrindo, vários frascos encheram a visão, contendo diversos líquidos misteriosos.

Balançando a cabeça em negativa, odiava ter se machucado tanto ao ponto de ter que tomar essas poções suspeitas.

Já que os curandeiros estão um pouco em falta de vido a ordem dos caçadores de mutantes, FLoki improvisou e criou uma poção para o ajudar na recuperação.

Por mais hesitante que tivesse por tomar, engoliu tudo, sabendo que ainda teria trabalho para fazer. Um gosto horrível desceu a garganta, quase vomitando.

Respirando pesado, chegou perto do corpo de Laurem e a pegou, tendo um peso grande demais para um corpo desse tamanho.

Forçando os músculos exaustos, começou o seu caminho. Chegando no limite da barreira, a desativou, e pode sentir a energia fugir, sendo espalhada.

Apressando o passo, fugiu acelerado, sabendo que teria pouco tempo antes da academia enviar mutantes poderosos para verificar o motivo.

Demorou um bom tempo, com suor escorrendo dos cabelos, as pernas fraquejando, e torcendo para não encontrar ninguém no meio do caminho.

Para a sua sorte, Floki realmente deu um jeito nisso. No entanto, por algum motivo, o mutante que o observava ainda seguia. “Maldito, quando eu o encontrar, vai me pagar. Bem que poderia dar uma ajudada.”

Finalmente, depois de um longo caminho, parou na frente do seu objetivo final.

Parado na frente de duas portas grandes velhas, uma igreja abandonada o saudou. As janelas já destruídas há tempos, tampadas por madeiras.

O teto antes branco e pontudo, repleto de buracos e sujeira. Finalmente, as portas destrancadas, dando permissão para quem quiser entrar.

Sorrindo, já de rosto livre, entrou, para a parte final do plano.

Passando um longo tempo dentro, San arrumou cada coisa. Posicionou os itens já guardados, prendeu metal e confirmou a resistência.

Já tendo acabado, começava a sentir raiva, pois a presença do mutante continuava perto, e pior, foi para a frente da igreja.

— Independente de qual dos dois, vou dar um soco.

Nem passou na sua mente ser uma terceira pessoa. Um lobisomen e um criminoso confirmaram estar vazio essa parte da cidade, por que deveria desacreditar?

Indo até a frente, abriu a porta, tendo uma leve carranca. Ao ver para fora, avistou o mutante esperando.

Antes de sequer colocar um passo a frente, ficou paralisado, o corpo completamente imóvel. O rosto perdeu a cor, os olhos arregalados, e a boca aberta.

Incapaz de falar, observava ela, a sua colega e amiga, tendo conversado tanto, trocando ideias e treinamentos.

Liz, a vampira parada na sua frente, um rosto tentando soar corajosa, mesmo assim, nervosa. Os olhos vagando por San inteiro e nas suas costas.

Os dois não trocaram uma palavra, pensando.

***

Desde que San saiu da academia, Liz o seguiu, curiosa dos seus movimentos, principalmente depois de ter falado de Laurem e a sua reação.

Por isso, o seguiu, e avistou umas coisas bem estranhas. Como Max saindo de uma parte da cidade abandonada, falando de uma forma suspeita.

Para piorar, o sentiu um olhar na sua direção, e por algum motivo, a deixou ir.

Distante, observava os movimentos de San, sendo um pouco complicado. Na hora em que viu a pulseira dele mudar, virando uma máscara, o mundo parou.

As peças começaram a se encaixar, fazendo sentido. Os surtos de raiva de San, a violência, os golpes e poderes suspeitos.

Durante todo esse tempo, a verdade é que sabia, e ainda assim, negava. Tudo por causa das interações dos dois.

Durante tanto tempo, viu um lado que não fazia sentido com um assassino em série. Um garoto inteligente, ajudando os colegas, um pouco temperamental, mas legal.

Seguindo o olhar, viu a luta inteira, e quando o pescoço do San foi cortado, sentiu o cheiro de sangue longe, e o coração acelerou.

Realmente sentia a vida de San se esvaindo, a morte querendo o pegar. Por um segundo, quase correu para ajudar.

No entanto, eletricidade começou a sair do seu corpo, e a sua capacidade foi duplicada, a derrotando facilmente.

Liz realmente queria o parar e conversar, perguntar o motivo. Contudo, hesitava sempre que essa ideia ia na sua cabeça.

“Ele iria tentar me matar? Silenciar?” Esse tipo de pensamento a atormentava, e por isso, esperou tanto tempo.

Entretanto, decidiu que tinha que saber. Por que ele quer matar Laurem? O motivo de tanto ódio. E para isso, só tem uma forma.

Parada na frente da igreja, esperou, não tendo coragem de ir em frente. Para isso, San abriu a porta, a encontrando ali.

Os dois se encararam por um longo tempo, não sabendo o que fazer ou falar.

“Ele não me mataria, certo?” Liz pensava com medo.

Perdendo todo o ar, San só conseguia pensar o quanto estava errado em considerar ser um dos seus dois cúmplices. E o pior de tudo, o motivo da Liz estar ali.

“Ela me seguiu? Por quê?” O tanto de assunto passando nublava tudo, e nem sabia o que fazer.

Baixando os ombros, soltou um suspiro e bagunçou o cabelo. Deu uma risada curta e desanimada.

— Que merda. — Olhou a frente, numa voz cansada. — Eu cheguei tão perto. Sangrei, fiz acordos, e agora, falhei.

Abrindo bem os braços, San lembrou de todas as conversas com Liz, o tanto de vez que ela falava como ele mudava de personalidade na frente de diferentes pessoas.

— Parabéns, descobriu como eu sou de verdade, um assassino.

Disparando um olhar afiado para Liz, terminou:

— Então, o que vai fazer agora?



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