Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 130: O Diabo Aparece

Parada no meio de uma rua deserta, laurem vestia uma armadura de metal muito bonita, com detalhes azuis passando no prateado, a cobrindo completamente, proporcionando uma ótima proteção, e claramente sendo uma armadura bestial.

O cabelo castanho preso firmemente, incapaz de atrapalhar. Nas suas mãos, um par de manoplas afiadas, pronta para a batalha.

Laurem pode ter sido aquela que solicitou uma reunião contra o monstro na floresta, mas depois de ser rejeitada, o esqueceu completamente.

Foi uma enorme surpresa aquela fera ter decidido a encontrar e começara a conversar, falando aceitar o seu acordo, iria ajudar a matar San.

Só solicitou se encontrarem em um lugar melhor. Laurem nem suspeitou, sabia do estado da academia, e ter conversas sobre o assassinato de um dos alunos seria problemático.

Aguardando pacientemente, mordia o lábio constantemente. Na hora de aceitar o encontro em um lugar isolado, tava muito feliz, no entanto, sozinha nessa área, tinha medo.

Balançando a cabeça com força, estufou o peito e apontou o queixo para cima. Iria resolver o problema com San. Trabalhou tanto para conseguir o seu objetivo, e um cara maluco não atrapalharia anos de preparação.

Só de lembrar do motivo de ser obrigada a estar nesse estado, quando finalmente achou ter acabado os seus dias de conspiração, a fazia apertar bem os punhos.

“Aquele maldito lunático. Qual o problema ele têm? Nem sei porque me odeia ou quer me matar.” Laurem sempre pensava nisso, o que teria feito para atrair tanta raiva.

Constantemente sentia estar sendo seguida, olhares nas suas costas e uma raiva borbulhante indo à sua pessoa. Por isso, considerava o motivo de San fazer tanto.

Após pensar bastante, a única opção na sua cabeça foi por ter traído Leo, o amigo de San. “Qual é, só fiz meu trabalho. É minha culpa aquele cara estar preso? Provavelmente mofando em uma cadeia”

No meio dos pensamentos perdidos, escutou o som de passos chegando perto. Abrindo um sorriso animado, esperava ver o monstro, e na mesma velocidade em que o sorriso apareceu, sumiu ao ouvir o assobio.

Um arrepio percorreu a sua espinha, arregalou os olhos e começou a tremer. Claro que conhecia esse som, todos sabem.

Tanta informação foi espalhada na internet, e logo apareceram pessoas falando de uma em específica, um assobio do diabo.

O diabo que ri, um assassino em série implacável, sempre assobia antes de matar as suas vítimas.

Virando a cabeça na hora em direção ao som, esperando talvez uma brincadeira de mal gosto do monstro ou engano, o avistou.

Andava a passos lentos, apreciando o momento, uma armadura de metal no seu ser, a cimitarra guardada na cintura, e no seu rosto, uma máscara assustadora.

Exibia um sorriso indo de orelha a orelha, tão pontudo quanto facas. Espinhos saindo da cabeça, e na parte dos olhos, uma escuridão sem fim, iluminada somente por um ponto vermelho, igual a um faról no meio da noite.

A respiração de Laurem acelerou, preocupada. Sabia das histórias, leu cada uma.

De repente, deu um tapa na cara, adotando uma expressão de luta, mostrando os dentes e os olhos afiados.

Observando o estado de medo da sua presa, San sentia uma alegria enorme, finalmente poderia desfrutar do seu momento. Infelizmente, o pavor da última durou pouco.

“Tá bem, vai voltar.” Pensando no que fazer, apoiou a mão no cabo da sua espada.

— Meu nome é Laurem Mif, uma estudade da academia Anastasia. O senhor deve estar enganado ao vir até mim.

Inclinando a cabeça de uma forma sinistra, San parou um pouco antes de atacar, iria aproveitar cada momento.

— Seus crimes são assassinatos, traição, conspiração. Podeira continuar, mas minha noite é cheia.

A observando para determinar os próximos movimentos, não ficou surpreso ao ver ela entrar em uma pose de luta, pronta para atacar.

Revelando um sorriso enorme no seu rosto verdadeiro, puxou a cimitarra, em posição na dança da serpente.

Os dois se encararam por um minuto, determinado qual seria o melhor primeiro ataque.

Uma pequena coisa incomodava San, isso sendo alguém estar o observando. Sabia a localização e ser um mutante, o problema sendo a identidade. “Bem, o único a saber de mim aqui deveria ser Floki ou Max, tanto faz.”

Avançando encurtou a distância entre os dois, atacando mirando na garganta desprotegida da sua oponente.

Agindo em uma velocidade surpreendente, Laurem colocou a mão na frente, voando faíscas, interceptando o ataque e revidando, com a mão aberta, como se tivesse garras.

Pretendendo recuar, o aperto na arma era forte. Caso decidisse desviar, teria de abandonar a arma.

Contra essa ideia, picou forte no chão, e foi em frente, a outra mão segurando uma faca e atacando novamente.

Em poucos segundos, sentiu a manopla acertar a armadura, abrindo um buraco e cortando uma parte do braço do de San.

Indiferente a esse detalhe, encurtou o caminho, e dessa vez pegando Laurem desprevenida, conseguindo a cortar, infelizmente sendo só um corte pequeno na bochecha.

Longe um do outro, ambos se encararam, surpresos dos movimentos.

San, sabendo precisar acabar com a luta rápido devido a baixa essência, atacou com tudo, derruabando a espada com força e agilidade.

Usando da armadura e manoplas, Laurem interceptava cada golpe, causando faíscas no ar. Entrando no ritmo, San aumentou a velocidade, e sua força melhorava.

Porém, a sua oponente deu conta, conseguindo manter a sua defesa, e impedindo de receber sequer um golpe.

Enquanto lutava, San analisava os mínimos detalhes, descobrindo o poder dela, e tinha uma suspeita. Querendo confirmar, fez uma série de movimentos.

Os golpes mirando em partes criticas sendo desviados agilmente, sendo acertado por uma grande força, por mais que San tentasse ser ardiloso, falhava.

Confirmando a sua teoria, sabia a habilidade de Laurem, e a odiando. Esses movimentos e golpes selvagens, considerando tudo que viu agora, o poder são sentidos animalescos.

Dá a capacidade do usuário de ter os sentidos de um animal, com reflexos incríveis, conhecimento da melhor hora para atacar ou desviar, e uma agilidade felina.

Ao menos, não muda a estrutura do corpo ou dá melhorias exageradas, facilitando um pouco.

Sabendo com o que lida, San repetiu os movimentos, e na hora em que iria ser repelido, recuou a espada, apontando três dedos.

Na hora, brilharam forte, em menos de um segundo, explodiram em um tiro de energia, tão rápidos quanto os sentidos da oponente.

Acertada em cheio no peito, foi jogada para longe, derrapando no chão e batendo as costas contra uma parede.

Ofegante, Laurem viu o estado da sua armadura, e ficou realmente surpresa de ver um amassado. A armadura foi feita de peças de um monstro muito resistente, e ter um dano assim a assustava.

Levantando a cabeça, avistou a ponta de uma espada vindo para seu rosto.

Desviando para o lado, recebeu um golpe profundo na bochecha, e prestes a desviar, sentiu o corpo ficar mais lento, como se algo forçasse a parar.

Devido à espada ter entrado na parede e cada segundo importar, abandonou temporariamente a arma, e encheu seu punho de essência.

Socando diretamente na barriga da Laurem, a fez recuar alguns metros, e ainda no ataque, apontou todos os dedos para ela, disparando uma rajada de tiros.

Levemente ofegante, San pegou a espada de volta, esperando a nuvem de poeira abaixar.

Poucos segundos, avistou sua presa parada no lugar, tendo sangue caindo de alguns lugares, a respiração forçada e cansada.

— Eu, lutei tanto… passei a minha vida servido aos outros… me recuso a morrer aqui!

Essência começava a sair do corpo de Laurem, a cobrindo completamente, surpreendendo bastante San, entendendo o que ela tentava fazer.

Correndo a frente querendo impedir, atacou usando o seu máximo, e quase a acertando, teve a espada desviada e recebeu um chute no peito.

Sendo arremessado para trás, rolou até parar, sentindo uma dor enorme. De olhos arregalados, olhou o enorme amassado no peito, e a dificuldade de respirar.

“Tá brincando. Em menos de um mês, encontro dois mutantes que me fazem ficar preocupado de ter os ossos quebrados.” A observando irradiando essência, sabia ter ficado complicado a luta.

O que Laurem fazia era reforçar o corpo, o melhorando. Aprenderam na academia, e os alunos treinam sempre, visando melhorar o seu ser inteiro.

Até para San há uma certa dificuldade nisso, sendo preciso um longo treinamento, e na sua frente, alguém conseguiu. Para piorar, o corpo dela já é forte, sendo por ser uma mutante e seus poderes. Adicionando essa nova variável, ficou assustador.

“Teria sido mais fácil comigo cheio de energia, e agora, tenho de me contentar com essa quantia insignificante.” De pé, voltou para o segundo round.

Nessa luta, administrar a energia é de suma importância, sabendo ser necessária uma precisão enorme, do contrário, ficar sem é simples.

Os dois avançaram, batendo de frente. Dessa vez, San perdeu na força, sendo forçado a recuar. Trocando os lados, um atacava e o segundo repelia.

Diferente da sua oponente, foi pior para desviar dos golpes, recebendo uns, abrindo cortes no seu corpo e derramando sangue.

Notando um vindo na sua garganta, desacelerou utilizando Telecinese. Ainda assim, serviu para pouco, chegando perto. O tiro de energia seria incapaz de a afastar, senão gastaria demais.

Irritado, abriu a palma da mão e uma descarga elétrica ganhou vida, a acertando e paralisando de leve.

Aproveitando a chance, mirou um golpe na cabeça dela, bem no meio da testa.

Laurem recuperou as funções rapidamente, dando um pulo enorme para trás.

Os dois lados ofegavam, incapazes de tirar os olhos do oponente, prestando atenção nos mínimos movimentos.

Ambos gastaram uma grande soma de energia, e precisavam terminar essa luta. Correndo, se chocaram no meio do caminho, atacando em grandes velocidades.

Diferente de antes, lutavam de igual. O motivo sendo simples. Usar essência no corpo inteiro o melhoraria bastante, contudo, gastaria muito, e nesse momento, a condição de Laurem teve uma reduzida.

San batia de frente, os braços se cansando, as pernas fraquejando e os olhos querendo fechar.

Fez muito em pouco tempo, impedindo do seu corpo ter um descanso apropriado. Enfrentou os caçadores de mutantes, estando gravemente ferido. Roubou a esfera, exagerando e se desgastando, e lutava novamente.

Mutantes normais teriam desmaiado de cansaço por permanecer sem dormir durante tantos dias. Todos sabem o quão ruim é ficar com essência baixa, suprimindo o corpo do seu normal.

Ainda assim, San ia até o limite, ignorando qualquer perigo, jogando para o fundo da mente os riscos para sua saúde ao fazer isso, focado somente em uma coisa: vingança.

A luta prosseguiu, os dois tendo machucados, acumulando e tentando superar um ao outro.

Subitamente, Lauren fez uma expressão de dor e falhou em um movimento, revelando uma abertura, capaz de vira o jogo.

Atacando com tudo, mirou certeiro, sabendo ser incapaz de errar ou o oponente desviar.

Quase acertando, seu corpo inteiro parou, paralisado. Um formigamento tomava conta de cada parte.

Vendo para Laurem, havia um sorriso no rosto. Reunindo o máximo de essência, atacou com tudo. Fazendo um ataque extremamente forte na sua espada.

Sabendo estar em apuros e iria ser acertado, San ganhou o ataque com tudo.

Uma enorme força acertou a espada, e já estando fraca por causa da rachadura, quebrou ao meio, voando estilhaços.

O ataque não parou aí, ao menos, na quebra da espada, San recuperou os movimentos, recuando, ainda assim, incapaz de fugir.

As garras o acertaram, e em um dos piores lugares possível, na garganta.

A única coisa capaz de San fazer, foi tentar reduzir a quantidade de gravidade. Virando o rosto, teve a parte do lado cortada.

Jogado para longe, um jato de sangue caia, sujando a sua armadura, cobrindo o chão. San permanecia vivo, sentindo uma ardência enorme.

Sabendo estar com a vida em risco, fazia pressão no ferimento, querendo impedir de morrer sufocado ou por perda de sangue.

Vendo o estado do diabo, Laurem soltou uma risada de escárnio. Em um sorriso enorme, se vangloriava da vitória.

— Seu idiota! Esqueceu que os mutantes têm duas habilidades? Foi tão arrogante ao ponto de achar estar na vantagem.

Escutando aquela maldita voz, enchia a mente de San, os pensamentos e memórias vindo.

Leo e San crianças juntos, comendo e rindo, brigando contra crianças ruins, ajudando nos momentos ruins.

Uma forte memória veio. San ajoelhado na grama, o rosto morto, as lágrimas já secas, encarando uma lápide. Um dia só depois da sua mãe morrer.

Uma criança, sozinha no mundo, sem país ou irmã, com uma dívida enorme para pagar. Por um segundo, considerou se realmente valia a pena todo esse sofrimento.

Antes que seus pensamentos ruins tomassem conta, sentiu uma mão no seu ombro, e do seu lado, Leo sentou.

Tirando do bolso um odre de metal, engoliu com tudo, fazendo uma cara de nojo, e passando pra San.

Confuso, só aceitou e tomou, quase cuspindo fora.

— Não temos o mesmo sangue, e somos completamente diferentes. Ainda assim, você é meu irmão, e vamos passar por isso juntos.

Tendo alguém do seu lado, foi um pouco mais fácil superar a dor, e conseguiu ficar de pé novamente.

Deitado no chão sujo, com o seu sangue caindo, isso passava na sua cabeça, supondo talvez ser os momentos finais.

“No fim, eu to sozinho de novo, ou era isso que eu achava.” Novos rostos vieram na cabeça, dos amigos feitos na academia, os momentos ruins e bons.

E morrendo de rir, Laurem longe, o único obstáculo.

Fracamente, mexeu fundo na armadura, tirando um objeto pequeno, um controle com um botão.

Apertando, nada aconteceu externamente, mas sentia, um tipo de domo cobrindo uma enorme área.

Estendendo a mão, reuniu a essência. Longe, em uma das casas abandonadas, uma caixa começou a se mover, levitar no ar.

Atravessando qualquer obstáculo, veio direto para as mãos de San. A caixa já destruída no caminho, sobrando somente uma esfera cabendo na palma da mão.

Sendo tão rápido, Laurem nem teve tempo de reagir, e só viu uma esfera estranha na mão do diabo, sentindo um medo enorme do que estava por fim.

Tentou correr para a frente, impedir se já lá o que pudesse acontecer.

De repente, uma explosão enorme ocorreu, tremendo a terra, e uma onda de energia passou, desequilibrando Laurem.

Arregalando os olhos, a boca caiu. Voltando a ficar de pé, o diabo se erguia, coberto de eletricidade, da cabeça aos pés. O sangue sendo queimado, e o corte na garganta cicatrizando.

Não por uma habilidade de cura, e sim por eletricidade acertando a pele, impedindo do ferimento abrir. E na mão livre, a cimitarra quebrada.

Aqueles olhos a encararam, e uma risada profunda veio do fundo da garganta, histérica e animada.

— Hora do terceiro round. — Sua voz de doer os ouvidos causando arrepios.



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