Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 127: Uma Energia Selvagem

Ambos ficaram encarando aquele exército, petrificados. Permanecendo nessa pose durante um tempo, Floki perguntou:

— O que foi isso?

— Peguei um cartão do cara morto, e abriu.

San foi o primeiro a dar um passo em frente, hipnotizado pela energia. O chamava, dizia para ser usada, a absorver, e internamente, queria isso.

Por algum motivo, a essência no seu corpo movia mais rápido, a eletricidade armazenada estalando dentro, implorando ser liberada, ou energizada.

Erguendo uma mão em direção à esfera longe, ia ativar o seu poder, só para testar.

Floki agiu rápido, pegando a mão de San e a baixando. Os seus olhos tavam arregalados, e suor escorria no seu rosto.

Saindo do seu estado inebriante, começou a prestar mais atenção, e descobrindo o motivo da ação do amigo, sendo bem fácil.

No meio do seu roubo, deveriam fazer o máximo para pegar o objetivo e ir embora, pois qualquer erro, descobriam que além da academia inteira os caçar, um bando de robôs poderosos ia atacar.

Focado, San voltou a ser o seu normal. Apontando aos robôs, perguntou:

— É perigoso irmos para lá?

Colocando um dedo no queixo, roçando na sua barbicha, considerava, lembrando da sua luta anterior e da dificuldade de enfrentar tantos caso fizessem um movimento errado.

Ao invés do parceiro, foi Sacro a responder:

— Esse lugar é mais perigoso do labirinto inteiro. Qualquer um sem estar no banco de dados deles, vão acordar os robôs.

Passando isso para Floki, a expressão no rosto dele endureceu, pensando se realmente era bom continuar no plano.

Quanto a San, pensava no que fazer. Tinham uma cota de opções, só deveriam fazer uma escolha de qual. Um erro, e falhariam.

— Consegue entrar no seu banco de dados e dar um jeito de nos passarmos?

Permanecendo em silêncio durante um tempo, o relógio respondeu:

— Impossível. O lugar usa um tipo de reconhecimento facial, e por isso, eu precisaria colocar seus rostos no sistema, e os descobririam depois.

Descartando essa parte, pensou na possibilidade de usar o corpo morto do segurança, por mais ruim que parecesse, talvez desse certo.

No entanto, tirou essa ideia da cabeça em segundos. Tanta tecnologia espalhada e segurança, descobririam fácil a sua farsa.

Batendo o pé forte no chão, Floki começou a esticar seu corpo, estalando ossos e articulações.

Estufando o peito, abriu um sorriso grande, e nos seus olhos, brilhavam.

— Só consigo pensar em uma opção.

Escutando atentamente, San cruzava os braços, provavelmente tendo a mesma ideia.

— Usamos meu poder de teleporte, indo até lá, pegando a esfera, e voltamos na hora.

— Até pode dar certo. Mas na hora em que tirarmos aquela esfera, vão nos descobrir na hora, e vai começar a nossa fuga.

O sorriso de Floki só cresceu, uma estranha animação tomando conta.

— Vamos ver quem é mais rápido.

Batendo o pé ansiosamente, San peguntou a Sacro:

— Retirando a esfera do lugar, vai impedir dos robôs de ganharem vida e nos atacarem?

— Negativo. A esfera é uma fonte de energia poderosa, e eles foram criados para a sugar e os fortalecer. Até longe, seriam capazes de os perseguir. Aquele seu truque de cortar a conexão daria certo, só tem de resolver o problema de fazer isso com tantos.

Concordando, San sabia ser inviável, teriam de seguir o plano de Floki. Soltando um longo suspiro, virou para o amigo, dessa vez bem mais preparado, e tendo um longo sorriso.

“Ao menos ele parece ter voltado a ser o seu normal.” San também começou a se preparar, alongando o corpo, testando a sua armadura, e tendo certeza dos poderes estarem prontos para serem usados.

Chegando no lado de Floki, o agarrou no ombro, um pouco forte demais. Tão perto do objetivo, e sendo tão perigoso, o peito de San doía, respirar era difícil, e o coração batia a mil.

Em um instante, sem avisos, alertas ou qualquer coisa do tipo, Floki ativou a sua habilidade. A visão de San começou a mudar, virando um borrão, o peso nos seus pés sumiu, e em segundos, tava de pé na frente da esfera.

Os dois agiram na hora, pegando o objeto, cabendo facilmente na mão. Na hora de puxarem, descobriram estar preso um pouco demais.

Já esperando isso, San moveu uma grande parte da sua essência para ativar um poder, fazendo o objeto que a prendia ceder, começando a quebrar.

A telecinese funcionava, sendo necessária uma grande parcela de energia. Enquanto puxavam, os robôs começaram a ganhar vida, os olhos brilhando por trás dos capacetes, e os movimentos lentos ganhando mobilidade.

Os dois começaram a suar, e San chegou mais perto, gastando toda a sua energia no ato de retirar a esfera firme, enquanto o amigo gastava toda a sua força de mutante.

Infelizmente, até para Floki havia restrições, e uma delas sendo impossível de teleportar um objeto preso, só em um estado livre.

Rangidos foram aumentando, a esfera movendo de lugar, e os sons de passos a se aproximar.

Rangendo os dentes, San soltou um grito, explodindo a máquina, e libertando a esfera.

Caindo de joelhos no chão, respirava pesadamente, as mãos tremendo e uma fraqueza querendo tomar conta.

Floki, encarava a esfera de Dyson, admirado com a luz azul emanando dela, fazendo os cabelos espetarem, os pelos de cada parte do corpo arrepiar e uma nova animação querendo o fazer andar.

Os pensamentos dos dois foram interrompidos com muitos passos chegando. Virando a cabeça, uma espada de energia descia para a cabeça de San.

Rolando apresadamente, o chão foi amassado, e querendo voltar a ficar de pé, uma espada de outro robô vinha querendo o eliminar.

Agindo, Floki chegou nas costas do parceiro e o segurou, teleportando para alguns metros.

Nem trocando palavras, Floki olhou em direção à saída, impedindo da sua mente agir e raciocinar, teleportou novamente.

Infelizmente, por ter só ido, não percebeu um erro, fazendo os dois atingirem algo sólido, os fazendo cair desajeitados.

San ficou de pé na hora, tentando entender o que acontecia, enquanto os robôs descobriram sobre os dois.

Virando para as costas, um frio tomou conta da barriga de San, e um caroço na garganta formou. A respiração parou, e os olhos petrificados em um lugar.

Mais precisamente, em uma porta, enorme, e diferente de poucos minutos atrás, fechada firmemente, trancada.

Floki ficou de pé e começou a procurar ao redor, a respiração acelerando, batendo contra o metal.

Os robôs vinham, criando espadas de energia, marchando em frente.

San teve de pensar, considerar uma forma de fugir, pois o seu parceiro perdeu a cabeça, batendo desesperadamente contra a porta, gritando.

A essência de San tava baixa, o corpo cansado, e um exército marchava querendo os eliminar.

Só havia uma coisa a fazer, sendo fugir, tendo um pequeno problema nesse plano.

— Floki!

Dando um tapa na sua cabeça, atraiu a atenção do colega.

— Tenho uma ideia, mas depois disso, vou ficar cansado. Tem certeza de ser capaz de nos tirar daqui caso conseguirmos fugir?

Abrindo e fechando a boca, Floki queria discutir, contudo, ao ver tantos vindo, estando a apenas poucos passos, acenou em concordância.

Uma espada descia para San, que por algum motivo gostavam de focar nele.

Estendendo a mão, agarrou a esfera de Dyson da mão do amigo. No mínimo toque, uma energia violenta começou a crescer. As veias do seu corpo ficaram energizadas, mudando para um azul forte.

Tomado de eletricidade, e a sugando, San nunca sentiu nada assim antes. Tanta energia, que o fazia achar ser capaz de explodir, e talvez até acontecesse isso.

Ignorando esses pensamentos, descobriu ser capaz de pensar por tanto tempo devido à velocidade de tudo. O seu corpo tava em um estado carregado, semelhante a quando se cobria completamente, melhorando o seu ser inteiro.

Os movimentos dos robôs diminuíram, a espada vindo para si era uma piada comparada aos responsáveis de guardar a porta.

No entanto, a cada segundo que segurava, suportava essa eletricidade, uma ardência o dominava, sentindo seu corpo queimando por dentro.

Querendo grita, fechou bem a boca, e dando um passo em frente, passou todos os robôs, criando um rastro de raios por onde passava.

A velocidade foi tão rápida que se comparava ao teleporte de Floki, ultrapassando o lugar inteiro, e por ter tanta energia descontrolada, voou para os lados, atingidos o tanto de oponentes.

Independente de quantos eram atingidos, enquanto tivessem pernas, voltavam a ficar de pé, atacando San.

Logo, todos focaram somente em um, querendo o sufocar. Com tanta energia no seu corpo, San queria testar, finalmente tendo o gosto por poder que ele sempre quis.

O primeiro a vir ia acertar uma espadada na sua barriga. Desviando facilmente, agarrou o braço dele, e só querendo, sugou o robô, o fazendo cair desligado.

Achando divertido, fechou bem o punho, e desferiu um soco no primeiro a vista, destruindo a sua cabeça e levando consigo raios, acertando os de trás.

Abrindo um sorriso enorme, enquanto segurava a esfera, San se divertia, atacando qualquer um, os matando em segundos, eliminado facilmente.

Queria continuar, acabar com todos, provar ser capaz de derrotar qualquer um, ninguém seria capaz de o parar.

Um robô com metade do corpo destruído voou em San, e dando um passo para trás, desviou facilmente.

Pronto para virar ao próximo, perdeu o equilíbrio, quase caindo. Franzindo as sobrancelhas, olhou para baixo.

Suas pernas tavam fracas, quase nada de força restante, e notando a sua condição, viu ser o seu corpo inteiro enfraquecendo.

Os olhos começaram a ficar pesado, a respiração irregular. Nesse estado debilitado, sua mente começava a funcionar normal de novo, e descobriu o porquê estar assim facilmente.

Poderia estar cheio de energia, em um estoque infinito na sua mão, contudo, a essência, o que movia e o tornava capaz de fazer isso, começava a acabar.

Sabendo ter pouco tempo, olhou a frente, nas pequenas fissuras de robôs o tampando. Floki parado na frente da porta, preocupado, achando ser o seu fim.

Abrindo um sorriso, San reuniu o restante de essência, a movendo, focando inteiramente na palma da mão.

Fazendo o mesmo para a eletricidade, um forte brilho se formou, crescendo, cobrindo seu braço inteiro.

Rangendo os dentes, deixou sair, o ataque mais forte que San já fez sozinho, um raio tão grande quanto um carro, e a velocidade sendo assustadora, de piscar os olhos tendo alcançado a porta.

Floki, só de ver a mão do parceiro daquele jeito, sumiu do nada, fugindo do ataque.

Um forte estrondo foi ouvido, e todo o lugar tremeu, até os robôs perdendo o equilíbrio e caindo. A porta grande, capaz de suportar fortes explosões, dizimada.

No meio de tudo, um buraco fumegante, soltando fumaça e brilhando em vermelho, com faíscas de eletricidade saindo.

Completamente debilitado, San permanecia deitado, os olhos bem abertos, ainda tendo energia para manter acordado.

Os robôs começaram a ficar de pé, voltando ao trabalho original. “Deu, fiz o meu trabalho, vamos lá Floki.”

Tentando simular tranquilidade, tava complicado, pois estavam se aproximando, fazendo sombras em San. “Qual é cara, Floki!”

Subitamente, sentiu um aperto nas suas costas, e sua visão mudou completamente, estando fora da porta.

Com o rosto sujo de suando, Floki tava agachado, com certeza esgotado também.

— Você é maluco, cara. Eu quase morri naquele raio gigante. Ainda tive que me teleportar que nem louco pra não ser atingido do que sobrou.

Tendo dificuldade para falar, San forcou as palavras a sair da boca:

— Da próxima vez… tu abre a porta.

Rindo um pouco, Floki focou a frente. Mesmo San debilitado, conseguia ouvir um novo conjunto de sons, vindo diretamente de frente, sendo claramte pessoas.

Ativando o seu poder, Floki se teleportou para o mais longe possível, nunca parando por um segundo, mudando de lugar constantemente.

Sendo carregado, de vez em quando San via o que acontecia. O lugar tava cheio de soldados da escola, um número enorme, correndo para a porta destruída.

A esfera, Floki guardou em um compartimento secreto, os poupando um pouco de trabalho na hora de a esconder. Infelizmente, seria uma medida temporária, o poder era demais.

Nesse teleporte por um tempo, a expressão do Floki só piorava, o rosto suando, uma palidez tomando conta. San queria vomitar sempre, porém, forçou a manter a comida no estômago.

Finalmente alcançando o ponto de partida, a sala do San, abriram a porta, e a passando, Floki jogou o amigo no chão, trabalhando.

Tirando da sua mochila uma série de equipamentos, passou ao redor da porta secreta. Era uma substância especial, capaz de tampar qualquer coisa.

Isso faria a portar parar de ser uma porta, virando uma parede normal, tirando a possibilidade de San virar um suspeito pela sua sala ser capaz de entrar no labirinto.

Pouco antes de terminar, um alarme tocou na academia inteira, e uma voz alertando os alunos a voltarem para seus quartos.

Floki agarrou San, e se teleportando de novo, evitaram as câmeras de segurança, indo até o prédio mais alto possível.

Vendo de cima, San ficou sem palavras. Várias pessoas corriam no campo, sendo alunos voltando para os quartos, quanto soldados revistando cada um suspeito, e fechando os portões.

San sabia o que aconteceria em seguida, que iriam revistar todos os quartos, procurar incansavelmente o culpado de roubar a esfera.

Para a sorte dos dois, consideraram essa possibilidade, e por isso Floki demorou em cima do prédio.

Segurando um binóculo antigo, mesmo debilitado, San sentia tecnologia nele, sendo bem avançado. A habilidade de Floki consistia em se teleportar até onde vê, e por isso, usando um binóculo, daria para potenciar o poder.

Os soldados começaram a correr aos prédios, vasculhando cada andar.

— Achei, toca em mim.

Obedecendo, San estendeu a mão, segurando o braço do parceiro, e em um segundo, sumiram, estando muito longe, diretamente dentro de um quarto.

Caido no chão, San tinha um sorriso enorme, respirando acelerado. Finalmente, deu certo, roubou a esfera, poderia ser livre, e melhor ainda, a segunda parte do plano poderia começar, um objetivo separado, desconhecido para todos.

“Com essa esfera, consigo derrotar muitos, e por isso, vou me divertir um pouco antes de dar ao Eugene.” Um sorriso sinistro preenchia o rosto de San, pensando só em uma coisa. “Vingança.”



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