Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 120: A Caçada Vai Começar

Caminhando no meio das ruas, o olhar de San era de pura raiva, dispersando qualquer um ao redor, e quem ficar na sua frente, recebia um empurrão forte.

Indiferente as reclamações, sua mente focava em uma coisa só, uma ideia, e muitas reclamações. “Vão soltar aquele merda, um criminoso, desperdício de oxigênio. Por que eu o deixei vivo? Uma burrice, deveria ter dado um fim na sua vida! Vou resolver.”

Durante o meio do seu caminho, escutou uma comoção, e desferindo o olhar, um grupo caminhava em uma direção reta, segurando placas e os rostos irritados.

Apertando os olhos, ficou levemente surpreso, pois o caminho era da delegacia. “Foram rápidos. Por quê?” Balançando a cabeça em negativa, deixou isso pra lá. “Protestos não resolverão nada, é preciso agir.”

Nem percebendo a velocidade dos seus passos, alcançou o seu apartamento, subindo as escadas em alta velocidade.

Empurrando violentamente a estante falsa, entrou e pegou um peitoral, que ao colocar no lugar, formou uma armadura cobrindo o corpo inteiro de San.

O metal prateado dava flexibilidade suficiente, permitindo realizar movimentos ágeis e difíceis. Pegando a sua espada, embainhou a cimitarra.

Poderia usar a sua outra, uma feita para o Diabo. No entanto, a sua proficiência estava em uma, tendo experiência, uma técnica e já começaram a misturar seu nome a cimitarra.

Quase terminando, a porta do seu apartamento foi aberta fortemente, fazendo um barulho alto.

Sentindo ser um mutante, sacou sua faca e apontou um dos dedos, indo direto na sua direção.

Na sua frente, um homem parou e levantou as mãos em rendição, vestindo uma camiseta colorida, calças jeans e chinelo. Floki simulava um sorriso, claramente nervoso.

— Calma, sou amigo.

Virando as costas, foi terminar de se arrumar, apertando certas dobradiças, sacando sua espada e pegando uma pedra de amolar, afiando incansavelmente.

Engolindo em seco, Floki caminhou lentamente para perto do amigo, em passos lentos e mostrando cada ação, igual como se faz em um animal acuado.

Tomando coragem, Floki falou:

— Na hora em que vi a reportagem, vim correndo, sabia da sua reação.

Quieto, San testava o fio.

— Olha, vou ser sincero. É idiotice, vão suspeitar de ti, e a nossa situação ruim, vai piorar.

Cravando a espada no chão, San encarou diretamente os olhos de Floki, com os olhos brilhando em um vermelho.

— Idiotice? Não, idiotice é ter deixado um verme daqueles ter sobrevivido, idiotice é eu acreditar nos outros, que me falaram da justiça sendo feita. Bem, eu sou a justiça.

Caminhando no seu apartamento, tentava conter a ansiedade. Ainda era dia, e as pessoas o veriam, e preferia manter o sigilo, por enquanto.

Na parte da noite, aí começará a verdadeira caçada, o diabo finalmente voltando. Infelizmente, Floki prosseguia nos seus ouvidos, falando, tentando o convencer.

Fechando os olhos, para acalmar a sua mente, só lembrava daquela noite, encontrando Emma ferida, perto da morte. Depois, na hora de capturar o Jairo, responsável daquilo, chegou perto de o matar.

Toda vez que fechava os olhos, lembrava do homem ferido, a sua merce, um simples movimento e poderia o matar.

Deveria ter feito, eliminado um ser daqueles, livrado o mundo de um mutante ruim. Esse é o seu trabalho, matar, roubar os poderes, e falhou.

Cuidando atentamente a velocidade do sol sumindo no horizonte, observava as ruas sendo preenchidas em sombras, as chamas no seu interior queimando.

Floki ficou no seu lado durante o tempo inteiro, falando e falando.

— O nosso plano vai ser prejudicado, a segurança vai piorar.

— Damos um jeito, é sempre assim.

Apreensivo, Floki via San em um modo estranho, diferente de quando ia atrás de um dos mutantes na sua parede de culpados.

Por algum motivo, lembrava bastante de quando via o colega falando de Laurem, a raiva contida, os olhos frios e assustadores, a expressão corporal rígida e contida.

Coçando o queixo, um nervosismo crescia em Floki, pois esse estado do amigo lembrava uma pessoa, o seu pai, devorador de almas.

A diferença, é que Dean tá sempre desse modo, sendo raro o ver feliz, sequer sorrindo de verdade. San ainda consegue fazer isso, mas por quanto tempo? Quando começará os sorrisos falsos? A aura ao seu redor assassina, de causar arrepios só de chegar perto.

“Vale a pena o transformar em um monstro para cumprir o meu objetivo?” Em dúvida, cerrava os dentes, até lembrar de um detalhe crucial: “San é assim por natureza, acho que só tem um jeito de o tirar disso.”

Engolindo em seco, demorou a tomar coragem, observando as costas de San na janela, a sua silhueta o lembrado de alguém assustador.

— Chega, para com isso! Se você continuar nesse plano horrível, então esquece a minha parceria.

A ideia de Floki era fazer San escolher entre a sua vingança ou o seu objetivo, sendo possível só um. Acreditava realmente ser capaz funcionar, poderia salvar o amigo.

Porém, San permaneceu estranhamente calmo, na verdade, o corpo imóvel. Semicerrando os olhos, se aproximou, estendendo a mão, o tocando no ombro.

Em um movimento assustadoramente rápido, San se virou, agarrando a sua mão, e apertando firme, o empurrou contra a parede, a fazendo tremer.

Apertando violentamente, o rosto de San permanecia inexpressivo, só os seus olhos vermelhos revelando um sinal do seu humor.

— Minha vida, minhas escolhas. Tenta me ameaçar tirar a nossa parceria de novo, e acabo com tudo que você têm. Afinal de contas, é por minha causa que está onde está.

Aguentando a dor, Floki resistiu a vontade de tentar se teleportar.

— Eu criei a fórmula dos meus remédios, arrumei os homens necessários, cresci do zero. Me ajudou, verdade, mas eu sou o responsável de tudo.

San inclinou a cabeça de forma estranha. Sentindo medo de dessa forma, Floki tomou coragem e disse:

— O seu pai era bem mais calmo, deveria treinar isso, posso ficar infeliz e mudar de lado.

Abrindo um sorriso grande, San respondeu:

— Bem, pode tentar. Eu duvido que ele aceitaria um desertor, eu faria o mesmo. No fim, você só tem a mim, fez uma aposta, e tá pagando o preço. Cumpra a sua parte do acordo, que eu cumpro a minha.

Soltando o braço de Floki, San deu as costas para o parceiro, abrindo a porta, foi para fora, direto para o seu objetivo.

De olhos arregalados, Floki continuou na parede, cerrando os punhos, irritado. Sabendo não ter mais o que fazer, só podia torcer o colega conseguir.

Dando um passo em frente para ir embora, desabou no chão, se ajoelhando, segurando um grito de dor.

Cerrando os dentes forte, respirava pesadamente. Descobrindo facilmente o motivo da dor, abaixou a cabeça em direção ao seu pulso, exatamente no lugar que San segurou.

Puxando a manga, sua expressão de dor foi entorpecida pela surpresa. No seu pulso, as veias escureceram, tentando crescer e ir para o seu braço.

— Que merda é essa?

***

Caminhando nas ruas escuras dos bairros pobres, San entrava no meio de tantos becos e ruelas, longe de câmeras, usando do seu sentido de eletricidade ao máximo.

Essa foi a primeira vez depois de tanto tempo que sua mente estava limpa, livre dos desejos estranhos vindo do nada, e logo descobriu o motivo, a sua pulseira.

Independente de quanta raiva sentia, a pulseira escura continuava o mesmo, parada, sendo só o que deveria ser.

Sem a interferência na sua mente, poderia pensar claramente, ser lógico e bolar planos melhores.

No meio de um beco vazio, repleto de lixo, correu em frente, pulando em uma lixeira, energizou as suas pernas, as melhorando, pulando vários metros no ar.

Agarrando o metal de uma escada de incêndio, escalou, subindo até o último andar.

Nos tetos dos prédios, corria e pulava, passando um por um, agindo agilmente, seguindo as instruções de Sacro para a delegacia.

Demorou um pouco, precisando desviar de câmeras de segurança. Se quisesse, poderia as desativar, contudo, seria necessário um controle melhor, e por enquanto, ainda faltava isso.

No topo de um prédio de dois andares vazio, usava das sombras para cobrir o seu corpo, escondido, e seus olhos focados em um lugar só, na delegacia.

Ali estava Jairo, esperando para ser liberado. Demoraria um pouco, e o mandariam embora pela porta dos fundos, já que na frente, seria complicado.

Na calçada e rua da delegacia, um bando de gente erguia cartazes, protestando contra a liberdade do criminoso.

San via tudo isso confuso. “Por que tanta gente se irritou com isso?”

Ainda tendo tempo, San abriu os contatos no seu relógio e ligou para uma mulher em questão. Demorando um pouco, foi atendido, e uma voz nervosa veio do outro lado:

— Senhor, me desculpe demorar.

Reconheceu facilmente a voz da Clara, a sua fã e ajudante. Nesses últimos tempos, ajudou bastante recolhendo informações, deixando San a par de histórias.

— Me diz Clara, por que tem tanta gente irritada na frente da delegacia:

— O senhor não sabe? — Sua voz veio em dúvida, e logo falando apresada, contendo admiração. — Desde que o povo começou a saber do senhor, das suas histórias de matar os mutantes ruins, tem atraído a admiração, e estão irritados de precisarem de um assassino para fazer justiça.

Coçando o cabelo, San via com novos olhos o protesto, esse povo dos bairros pobres sendo oprimidos durante dias, finalmente tem uma esperança da justiça sendo feita.

E aqueles no poder, a polícia e os caçadores de mutantes, estavam tentando tirar isso deles, piorar as suas vidas.

— Mais alguma informação para mim?

Clara demorou um pouco, pensando.

— Bem, não sei o que o senhor pretende fazer, nem ouso dizer o que deve. Mas se planeja fazer algo, recomendo ser na parte sul da cidade, nos bairros pobres.

— Por quê?

— Ouve um incêndio por lá nesses dias, e por causa disso, muitas casas foram desocupadas, tornando uma grande parte vazia.

Dando um sorriso sádico, San terminou falando:

— Muito obrigado, foi útil para mim.

Desligando a ligação, mudou de posição, atualizando os seus planos, e arrumando uma nova posição para fazer o seu trabalho.



Comentários