Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 115: Experimentos

Durante três dias, San treinou apenas o uso dos seus poderes de eletricidade, focando inteiramente naquela habilidade poderosa.

Nesse período de tempo, devido a usar as suas mãos para absorver a eletricidade, as feriu bastante sem ter o controle necessário para manusear a energia.

Seus braços pioraram de tanto os usar, tendo a sensibilidade reduzidas, ocorrendo tremores e dificultando segurar itens.

Independente das suas dificuldade, San sabia ser necessário controlar. Dentre todos os seus poderes, esse foi o mais complicado de usar, nem conseguia imaginar a quantidade de tempo para o seu antigo dono ter conseguido o dominar.

Claro, poderia ter outros métodos sem se ferir no processo, e San sabia que com paciência, aprenderia a fazer isso. Porém, a sua urgência por força o impedia.

Ao menos, com tanto esforço e dor, lê rendeu frutos. O aprendizado teve um pulo enorme, o fazendo compreender a capacidade das habilidades.

Para a ativar, era necessário ter armazenado a energia anteriormente, guardando no seu corpo. Cada uso gastaria uma porcentagem, e deveria supervisionar atentamente.

Nos seus treinamentos, faltou uma parte importante: a usar durante uma batalha, resultando em um mistério os seus limites.

A ideia inicial era ir à floresta e testar, de forma lenta e controlada. Mas, como tudo na vida de San, as coisas davam um jeito de dar errado, e a batalha contra o grupo contratado pela Laurem era prova.

Cercado de eletricidade, cada pelo do seu corpo ficou arrepiado, os seus cabelos levantados, e estalos no ar constantes, com pequenos raios zunindo no ar.

Um puro poder corria nas suas veias, tão rápido quanto um raio, e com isso, rasgava. No seu interior, além da sua incrível força, sentia o interior arder, queimar horrivelmente.

Teria de agir, não pela dor, e sim a preocupação de gastar as suas forças, estar a merce dessa gente desprezível.

Erguendo o rosto, focou no líder. Seu rosto revelava, pela primeira vez, preocupação de verdade.

Em poucos segundos, os homens ao redor voltaram a consciência, entrando em posição de luta novamente, e dessa vez, ativando os seus poderes o máximo possível.

Mantendo um rosto indiferente, San observava dois virem na sua direção, os braços erguidos e avançando violentamente.

Confuso, erguia as sobrancelhas. A antiga velocidade assustadora e de difícil capacidade de acompanhar, sumiu. Seus movimentos reduzidos, seus braços balançando lentamente. Seus movimentos agora viraram a de um humano normal.

Abrindo um sorriso, deu um passo em frente. Em uma velocidade assustadora, encurtou o espaço entre eles, tão rápido que os ultrapassou, ficando nas suas costas.

Parando por um momento analisando os seus movimentos, a animação no seu peito só crescia, e a raiva presa no seu peito finalmente teve uma chance para ser liberta.

Os dois atacantes ficaram confusos durante um segundo, e notando o seu oponente nas suas costas, viraram imediatamente, atacando desenfreadamente.

“Bem, eu posso me divertir e fazer alguns testes.” San pensou enquanto sabia o que fazer.

Interceptando os dois ataques vindo de diferentes posições, agiu. Pegou o braço do primeiro e o agarro do segundo, apertando violentamente, e em um simples pensamento, deixou a eletricidade fugir.

Compartilhando entre os seus oponentes, causou um choque, os fazendo tremer, e os soltando, foram jogados para longe, batendo contra árvores.

Os observando tremerem e sofrerem de espasmos, viu a sua mão. “Eletrocutar os outros gasta uma boa quantia de energia.”

Todos do grupo ficaram paralisados sob a visão de dois dos seus sendo derrotados tão facilmente por um cara de que em apenas um minuto atrás, estava nos seus pés, derrotado, gritando bobagens.

Quando San virou a cabeça, revelava um pequeno sorriso, que causou arrepios nas espinhas dos seus oponentes.

Em questão de uma respiração, a presa virou o caçador. Nem pensando muito, os mutantes na floresta deixaram os seus medos dominar e deram as costas, ignorando qualquer protesto do seu líder, pois este também fugia, sendo o primeiro.

Vendo o grande grupo correr em alta velocidade para fora da floresta, San sentiu animação, igual um animal querendo aproveitar a sua caçada.

Um usava toda a sua energia impulsionando o seu corpo a frente, desviando habilmente das árvores.

Focando nesse, apontou um dos seus dedos, e lembrando a forma de usar um tiro de energia, concentrou a eletricidade na ponta do dedo e disparou.

A velocidade ultrapassou facilmente o seu tiro de energia normal, e ao atingir o alvo, paralisou no meio da sua corrida, caindo.

Admirado com o seu poder, esperou pacientemente. Em alguns segundos, o homem recuperou-se, e ficando de pé novamente, voltou a sua corrida.

Em menos de dez passos, recebeu um segundo tiro de eletricidade, o jogando no solo.

San soltou uma risada alta, aprendendo sobre o seu poder, admirado. Queria mais.

O líder corria a frente dos seus membros, usando do seu físico de mutantes ao máximo, atento aos mínimos sons e os subordinados ao redor.

Ainda faltando para sair da floresta, escutou de repente um som alto, e virando a cabeça, avistou um dos seus homens cair, uma marca de queimadura nas suas costas soltando fumaça.

Um medo começou a crescer no seu peito, as mãos a suar e o peito a bater descontroladamente. Fazia esse trabalho por um bom tempo, machucando qualquer um por dinheiro.

Teve aqueles poderosos, capazes de enfrentar vários, e foram derrotados. Uns tentaram fugir, só para serem capturados poucos dias depois.

Era simples, só teria de usar a violência para resolver as coisas, fazia isso sempre. Os números sempre ganham, o mutante pode ser forte, capaz de mover montanhas, mas sozinho, seria derrotado.

No entanto, pela primeira vez na sua vida, corria de um oponente, do seu antigo alvo. Pela primeira vez, sentia medo, e por algum motivo, temia por sua vida.

De novo, um dos seus caiu, e temendo o que visse, manteve o seu rosto a frente.

Os sons de batidas no chão continuaram, acompanhando gritos, agoniados, implorando, suplicando piedade, e o monstro nas suas costas prosseguia a sua tortura, indiferente.

Uma vez, olhou só de relança para as suas costas, e lá estava ele, de cabelos arrepiados, pondo uma mão na cabeça de um dos seus homens, passando eletricidade ao corpo dele.

Em um estalo na sua mente, entendia o motivo de ter conseguido ir tão longe. O ser nas suas costas estava se divertindo, fazendo experimentos, testando as suas capacidades.

As esperanças no peito do líder diminuíram, pois sabia ser incapaz de fugir. Seria alcançado uma hora ou outra.

Finalmente avistando a saída da floresta, via uma multidão de pessoas, sendo impedidas de passar por seus homens.

Ultrapassando as árvores, implorava desesperadamente os alcançar. Então, do nada, sua visão mudou, incapaz de sequer acompanhar, saiu voando.

A passos calmos, San saiu da floresta, dessa vez sério. Suas energia acabavam em uma velocidade alta, e teria de dar um fim no seu último oponente a tempo.

Só disparou um ataque fraco porque queria dar um fim de verdade ao líder, e mandar uma mensagem a qualquer um que quisesse entrar no seu caminho.

Ignorando completamente a multidão ao redor, o olhando espantados, alcançou o líder. Seus cabelos escuros bagunçados, o braço chiando e fumaça subindo.

Seus soldados, impedindo das pessoas avançar, vendo a cena, atacaram.

Uma leve preocupação tomou conta de San. Eram cinco, e os derrotar gastaria as suas últimas energias. Só queria o seu parceiro para o ajudar, infelizmente Garmir foi explorar as cidades fora da cidade, aprimorando a sua força.

Considerando o que fazer, a mente de San corria, já pensando nos gastos.

Do meio da multidão, uma figura avançou, superando em muito a velocidade dos outros, ficando na frente de San.

Devido a visão aprimorada de San, sabia quem era. De cabelos espetados, um olhar afiado, com os olhos brilhando em amarelo e seu sorriso animalesco no rosto.

Max, o lobisomem sedento de sangue, na frente do seu amigo, forçando aos ataques pararem.

Virando o rosto a San, falou:

— Achei mais apropriado o parabenizar pessoalmente. Meu caro amigo.

Ainda que odiasse fazer isso, San sorriu de leve, balançando a cabeça em concordância.

Voltando ao seu objetivo origina, foi ao líder, onde usava o seu único braço bom restante para se arrastar, desesperado para fugir.

A passos calmos, viu aquele homem, de incrível força, desesperado, só queria viver. Pisando nas suas costas, o ouviu gritar, erguendo bem o rosto.

— Foi mal, nada pessoal.

Usando as últimas forças dentro de si, permitiu a eletricidade correr, entrando no homem, passando o seu corpo. Gritos vieram, suplicando ajuda.

Usando toda a sua energia restante, se deleitava com os gritos, e finalmente, terminando o seu trabalho, permitiu do seu corpo tão cansado, fatigado e ferido a descansar.

Mas, ao cair no chão, seu olhar varreu a multidão, vendo os seus rostos enojados, apavorados. No meio dessa gente, um grupo se destacou.

Bella, Liz, Jason, Hana. San via, nos seus rostos, medo. Isso doeu no seu peito, o dilacerando. “Não importa mais, já aceitei, sou o monstro que me chamam, pra que negar? Então me vejam, descubram a verdade, para finalmente me deixarem, como todos.”

Os seus olhos fecharam, perdendo a consciência.

A descarga elétrica fez o corpo de San ficar ligado, ao ponto de mesmo ferido e sua mente implorando descanso, tanta energia corria dentro, os seus sentidos ativos.

Incapaz de permanecer dormindo, sentia o seu arredor, sem poder interagir. Ouvia as exclamações dos guardas vindo, surpresos demais para falar.

Pegaram San e o levaram correndo ao centro médico no campus. Carregado em uma maca macia, sentiu os seus ferimentos do seu corpo sararem em uma grande velocidade, já sentindo bem.

Nisso, escutou os médicos relatarem o seu estado. Era uma sensação estranha ficar assim, mas escutou atentamente.

— Órgãos internos feridos, pulmões machucados, causando tosse capaz de expelir partes, queimaduras graves no seu peito…

O relato foi grande, entediando levemente San, sua mente às vezes desligando e ligando.

— Retirem a sua camisa, quero verificar uma coisa.

Essa fala fez San parar de divagar, atento. Os médicos ao redor permaneceram em silêncio, até uma mulher falar:

— Por quê?

— Preciso dar explicação? Só façam!

Sentindo a movimentação nas suas roupas, sabia estar sendo despido, e iriam ver a sua tatuagem.

Aproveitando uma boa parte do seu corpo ter sido curado, usou do seu estado confuso.

Utilizando o máximo de força para superar o cansaço, levantou a mão e agarrou um braço. Abrindo os olhos vermelhos, puxou o braço da pessoa, aproximando o seu rosto.

— Estão procurando alguma coisa?

Vendo o rosto de um enfermeiro tentar recuar e ser impedido, negou com a cabeça firmemente.

O soltando, fechou os olhos novamente, e sua mente realmente desligando e ligando constantemente, sendo difícil raciocinar direito.

Em um período de tempo desconhecido, abriu os olhos, vendo o teto branco. Estalando o pescoço, abriu um sorrio. Se sentia tão bem.

Ficando de pé, as dores persistiam, querendo o forçar a continuar deitado. Resistiu, sabendo que cada segundo descansando deveria ser gasto o aprimorando.

Suas roupas ainda eram as rasgadas, e protegiam bem a sua tatuagem. A pior coisa disso tudo, foi ao ver para baixo, na direção da sua pulseira, veias negras surgiram.

Cresciam subindo até o seu cotovelo. Sentindo um arrepio no corpo, San engoliu em seco. Tava piorando. Antes, a máscara tentava sussurrar no seu ouvido, o tentando.

No entanto, isso começou a mudar, ela tava silenciosa. Inovou a tática, e começou a fazer escondido, estendendo a sua força sem San pedir, o forçando.

Sabendo que por enquanto as suas opções eram limitadas, posicionou o braço para ficar atrás do seu corpo e abrindo a porta do seu quarto, saiu, andando de volta nos campus.

Vários olhavam na sua direção, surpresos e assustados. Ninguém tentou o impedir, a escola inteira ouviu o seu feito.

Voltando ao seu quarto escuro, estava vazio. Abrindo o guarda-roupa, pegou uma nova muda de roupas e vestiu.

Abrindo e fechando a mão, a dor diminuiu. Pensando no que deveria fazer, uma batida veio da sua porta.

Confuso, a abriu, e viu a visitante. De cabelos curtos soltos, Liz mantinha um rosto sério, determinado.

— Como sabia que estou aqui? — A sua primeira troca de palavras foi direta.

— Esqueceu que consigo o sentir?

Revirando os olhos, abriu espaço para ela entrar. Liz só passou, e ainda de pé, encarava San de cima a baixo.

Fechando a porta, aguardou as palavras de Liz, já conseguia imaginar. Iria ser contra, falando que foi errado machucar tanto aquelas pessoas, o insultar e talvez mais.

No fim, depois de uma discussão, já que San se defenderia, se separariam. Era só uma questão de tempo até os outros repetirem o gesto.

Liz relaxou os ombros, e em uma expressão gentil, confundindo San, perguntou:

— Você tá bem?

Demorando um pouco para responder, acenou.

— Dou conta.

— Ufa. — Soltou um suspiro longo, enxugando o suor na testa. — Nos disseram que aquele grupo sempre machucava os alunos, deveriam querer algo contra ti.

— Tá bem com isso?

— Não! Te emboscaram e queriam te machucar, eles deveriam ser expulsos.

“Espera, eu literalmente cacei e fritei um cara, e ela tá de boa com isso?”

— Eu, sinceramente, esperava uma outra reação.

Arqueando as sobrancelhas, Liz perguntou:

— Por quê?

— Bem, eu machuquei bastante aqueles caras.

Ela só deu de ombros.

— Eu sei, vi. Mas é o seu jeito. — Soltou uma curta risada. — Bom que todos estão vivos, aí seria um problema bem pior.

San só a encarou, realmente surpreso da sua reação. Esperava tanta coisa, rejeição. Ao invés disso, ganhou compaixão, solidariedade. Isso o fez abrir um sorriso.

— Infelizmente, mesmo tendo sido autodefesa, a escola quer te punir, e por isso vão chamar os seus pais para discutir o caso.

“Há, que pais? E sou um adulto já, por que iriam chamar os meus país? A única teoria é que a academia tem muitos membros das grandes famílias, e isso deve ser normal.”

Completamente despreocupado, já que para isso Eugene deu um jeito, só esperaria um soldado para estar lá e o representar.

— Quando vai acontecer?

— Amanhã, querem resolver isso o mais rápido possível.



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