Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 114: Nunca Mais Ser Fraco

Um bando de dez mutantes o cercava, vestiam o uniforme da academia e analisavam San de cima a baixo, o vendo como inferior, soltando risadas de escárnio. Dentre eles, continha raças variadas, tendo orelhas animalescas, peles pálidas de olhos vermelhos.

O líder, um homem de cabelos escuros penteados para trás e sorriso convencido, ficava a frente, peito estufado, mãos no bolso e cabeça bem erguida.

Encostando as costas contra uma árvore, San cruzou os braços, confuso do motivo de ter sido cercado.

Claro, durante o seu tempo na academia, meses, conheceu tanta gente, conversou e trocou ideias, e dentre essas pessoas, tem uma boca cota dos que iam contra.

Principalmente aqueles que achavam San violento demais, seja nas suas aulas de matar monstros ou treinamentos.

Essa raiva cresceu entre alunos, e só piorou durante a excursão na base militar. Quando abandonou a sua missão e ir a outra, foi colocado em uma posição boa, podendo dormir e descansar a vontade.

Muitos não sabiam o porquê disso, sendo que a verdade era só para ele descansar, pois havia uma missão extremamente perigosa e desgastante.

Porém, tirando aqueles conhecedores da verdade, a maioria imaginava San sendo um desertor e só buscando tirar vantagem, tirando as oportunidades dos seus companheiros.

Devido a tudo isso, San realmente desconhecia o motivo desse grupo o cercar, com certeza querendo entrar em uma briga.

Soltando um suspiro longo, balançou a cabeça em negativa. Queria lutar, esmurrar esses caras irritantes. Só parou preocupado de arrumar problemas desnecessários, já tava ruim demais.

— Olha gente, sei lá o motivo de estarem aqui, só vazem, tô meio estressado.

O líder de cabelo jogado para trás deu um passo em frente, silenciando o pessoal ao redor.

Balançando a cabeça, disse:

— Foi mal, cara, mas uma garota bem bonita nos pediu, e ofereceu uma recompensa incrível. Só temos que te bater bastante e deixar um machucado permanente, tipo mancar pra sempre.

Franzindo as sobrancelhas, a aura relaxada e tranquila de San sumiu. Ficando reto, seu olhar passava em cada um dos alunos ali se sentindo superiores.

Na sua mente, já sabia a culpada disso, conhecendo bem os seus truques de manipular grupos para cumprir os seus objetivos. Laurem, a assassina do seu melhor amigo.

“Então ela finalmente começou a agir. Na verdade, demorou mais do que o esperado. No entanto, se depois de tanto tempo decidiu fazer algo, quer dizer que está com medo, preocupada.”

Abrindo um sorriso grande, cuidava cada um dos seus inimigos, sabendo ser uma luta inevitável. Continuava perto dos prédios da academia, poderia sair correndo e voltaria ao bando de multidão.

Porém, seria só uma questão de tempo até tentarem o emboscar novamente, e poderia ser em circunstâncias piores.

“Certo, vamos brincar, Laurem, é só uma questão de tempo até ti ter entre os mortos na minha mente, uma na minha lista.” Focando no da sua frente, cerrou os punhos firmemente.

O cara viu isso, preparando para entrar na briga.

— Um aviso amigo, somos bons lutadores. Só deixa, vai ser mais fácil. E se tentar fugir, temos uns amigos perto daqui, virão nos ajudar.

— Engraçado, eu ia falar a mesma coisa.

Dando um passo em frente, San foi para a direita, aumentando em muito a sua velocidade, ficou de frente para um dos que o cercavam.

Sem dar reação ao seu inimigo, desferiu um soco em cheio na sua barriga, tirando o ar do seu peito, e sabendo estar em uma grande desvantagem, não se conteve.

Agarrando a cabeça do garoto, derrubou no seu joelho, acertando facilmente e arrancando um dente no processo.

Pegos de surpresa, o grupo demorou uns segundos para reagir, mas ao verem um dos seus, acertado diretamente, começaram a agir de verdade.

Em poucos segundos, um cara apareceu no lado esquerdo de San, punho fechado e atacando diretamente. Na sua frente, outro, as pernas revestidas de uma material escuro.

Agindo imediatamente, San recuou, e nessa hora, sentiu uma enorme dor de cabeça, o desestabilizando. Vendo ser incapaz de agir a tempo, pôs as duas mãos a frente do seu corpo.

A perna na sua frente atingiu os seus braços, esmagando o chão abaixo. Tendo conseguido aguentar um, o do lado esquerdo acertou, sentindo uma dor enorme, jogando longe.

Batendo contra uma árvore, a sua cabeça continuava doendo, causando um sangramento no seu nariz. Estalando a língua, procurava o causador disso.

Nada fácil. Os seus oponentes estavam espalhados, e descobrir os poderes complicado. Antes de pensar e raciocinar em um plano, os ataques voltaram.

A árvore nas suas costas ganharam vida, a madeira se estendendo querendo o prender. Desviando por pouco, o de pernas fortes deu pisadas esmagadoras no solo, encurtando o espaço.

Junto a esse, dois acompanhavam, obviamente seus poderes sendo relacionado ao corpo. Sendo obrigado a usar toda a sua experiência e capacidade, San agiu.

Os golpes vinham em alta velocidade e força, o forçando a desviar e tendo poucas chances de revidar.

Um soco foi a seu rosto, rasgando o ar. Roçando na sua bochecha, deu um soco no meio do braço, em seguida no peito. Indo finalizar, o parceiro veio, chutando na sua perna.

Pulando para o ar, agarrando um galho na sua cabeça, um corpo vinha voando. Acertado em cheio, o arremessaram no tronco.

Agachado, um indivíduo de dois metros derrubava um braço do tamanho do seu peito. Arregalando os olhos, ao invés de recuar, avançou, ultrapassando o soco escutando o som de explosão nas suas costas.

Agarrando a cabeça do gigante, apertou os dedos nos seus olhos. Prestes a pôr força, sua cabeça explodiu de dor, desestabilizando.

Sua visão ficou turva, em poucos segundos se via voando novamente, rolando e caindo, junto a uma dor agonizante.

Colocando a sua mão no lado direito, viu a palma manchada de vermelho. Tendo um breve segundo, raiva crescia no seu peito, rangendo os dentes.

De repente, a cabeça começou a doer novamente, agonizante e insuportável. No entanto, nessa hora, captou.

Devido a sua telecinese, de mover objetos com o poder da sua mente, desenvolveu uma certa resistência mental, e no meio da luta, sob os golpes de um bando, descobriu uma forma de encontrar o causador de tanto problemas.

Nessa hora, forçando a sua essência contra a energia desconhecida entrando na sua cabeça, seguiu o fio no meio do ar, sua visão avançando, e lá estava ele.

Um jovem magrelo e escondido entre arbustos. Finalmente encontrando o seu maior problema, os olhos de San brilharam fortemente, e abriu um sorriso grande.

Notando ter sido descoberto, o garoto deu as costas e começou a fugir. Ficando de pé, dessa vez quatro corriam para o atacar, mas tanto faz, sabia o seu principal alvo.

Disparando em uma velocidade assustadora, passava as árvores, os olhos bem abertos no culpado de tantos problemas. Um braço veio de uma árvore, tentando o atrasar.

Abaixando e desviando, o de perna dura corria de frente para San. Abaixando o corpo, pulou para o lado, agarrando em um galho e virando o corpo, desviando.

Um segundo oponente esperava, o de dois metros, o braço coberto de energia na cara de San. Usando as duas mãos, segurou e posicionou as pernas na base, e em um golpe calculado e ágil, torceu, causando estalo e grito.

Soltando e voltando a sua perseguição, encurtava a distância, e então, alcançou o seu problema magrelo.

Agarrando a sua garganta, apertava violentamente, os seus olhos cheio de raiva. O rosto do jovem mudou de cor, e em pouco tempo, perdeu a consciência.

O grande bando parou, poucos metros do seu inimigo. Deixando o corpo desacordado cair ao chão, San esticou o corpo, estalando ossos.

Abrindo um sorriso sinistro, encarou cada um dos culpados da sua dor, e sem exceção, sentiram arrepios.

Do início ao fim da luta, San foi incapaz de conseguir usar os seus poderes. Na hora de formar uma bala de energia, a dor de cabeça aumentava, incapacitando de concentrar.

Agora, livre, faria o que quisesse. Recuperados do susto, o grupo avançou, vindo de vários lados.

Estendendo as duas mãos, todos os dedos apontados, em cada um esferas de energia surgiram, e em um pensamento, foram lançados.

Nada de mirar, mudar a direção ou os seus truques normais, só o puro poder, e um gasto enorme de essência. Acertou todos os seus atacantes de frente, os obrigando a parar.

Sempre sorrindo, deu um passo em frente, em encontro ao seu primeiro oponente. Subitamente, seus movimentos foram restringidos por madeira viva, o agarrando e prendendo.

Vendo isso friamente, usou da sua essência na mão, a melhorando enormemente. Em um movimento poderoso, atravessou o tronco da árvore.

Puxando de volta, trouxe consigo uma mulher, de olhos assustados e nervosa.

— Oi, já tava ficando irritado contigo.

Desferindo um golpe na sua cabeça, a fez desmaiar. Livre para realmente ter uma luta de verdade, correu aos seus atacantes no mano a mano.

O primeiro foi o de perna dura. San socou na direção do peito, e foi desviado. De novo e de novo, atacou, mirando nos pontos sensíveis, e levemente surpreso da boa agilidade do seu oponente.

Energizando as suas pernas, melhorou a sua velocidade, atacando de verdade, em uma incrível velocidade.

Um oponente apareceu ao seu lado, se jogando. Desviando, se surpreendeu ao ver o braço dele se esticar e agarrar o seu.

Levemente imobilizado, usou a sua mão livre defendendo o chute na sua frente. Misteriosamente, o de pernas duras recuou, e o seu parceiro assumiu o lugar.

Rapidamente, os seus olhos mudaram completamente de cor, para um laranja forte, então, um raio saiu.

Primeiro veio o calor, logo o baque, jogando San. Rolando na grama, tossia fortemente, e ao ver o conteúdo, se preocupou ao cuspir sangue.

Tocando no seu peito, um calor enorme, nem queria ver a pele por baixo. Só conseguiu estar inteiro e capaz de lutar, devido a mover a sua essência defendendo a parte do peito.

Uma ação feita puramente por instinto, e provando ser uma boa ideia. Levantando o rosto, confirmou que poucos foram nocauteados, e o restante ainda de pé.

“Tá legal, isso é mais complicado do que o esperado. Só posso usar o tiro de energia dos meus poderes.” Rolando no chão, forçava as suas pernas a voltar ficar de pé, usando um galho de apoio.

O grupo vinha rapidamente, querendo vencer. Abatido, teve uma ideia. “Ei, eu só revelei um dos meus poderes porque os outros eram fracos demais, e eu queria um forte, mas agora eu tenho um.”

Considerando, avistou um par de olhos laranjas brilhando. Pulando para o lado, se jogou, e logo escutou a árvore espatifada no solo, causando um alto som.

“É perigoso, já que todo mundo sabe que o alvo mais recente do diabo que ri tinha esse poder. E pra piorar, uso o tiro de energia normalmente.” Um soco o acertou no rosto, cansado para desviar.

Sem tempo para pensar, um chute forte na barriga, causando um vômito, misturado a partes estranhas de carne e sangue.

Ficando de pé, cambaleava, instável. Levantando as mãos, entrava na posição de luta. Na sua frente, o líder do grupo, desferindo um soco no rosto de San.

Caindo, até para San isso essa luta foi demais. Tantos mutantes, poderes, e focados em uma pessoa só.

— Admito, isso foi impressionante, conseguir resistir por tanto tempo, nocautear dois dos nossos e quebrando o braço de um, sério, esperava menos.

Respirando pesadamente, San disse:

— Valeu, e cara, os seus companheiros são fortes.

— Eu sei. — Olhou aos seus companheiros. — Poderiam ter tentado fazer menos barulho, atraiu a atenção de uns alunos. Os nossos amigos tão agora os afastando.

San escutava as reclamações, pensando rapidamente o que fazer. “Usar aquele poder é arriscado, as suspeitas sobre mim só piorarão, tenho que usar a inteligência.”

— Aquela garota exagerou. Nos mandou trazer tanta gente, e até nos deu umas informações desnecessárias.

Confuso, ergueu o rosto.

— Do que tá falando?

— Ah, ela me disse que poderíamos usar os seus amigos. Eu sei que são fortes, mas qual é, os números ganham. Até bolamos uns planos contra eles. Se desse errado aqui, iriamos os encontrar, e já sabe o resto.

Paralisado, San encarava o líder, a respiração paralisada, e lembranças voltando na sua cabeça.

A época da sua cidade natal, o seu melhor amigo, um cara legal, morto, só porque San era fraco.

Raiva, uma pura crescendo no seu interior, o fazendo ranger os dentes. “Eu posso fugir, e então, eles vão nos meus amigos. De novo, sou fraco, não consigo os ajudar.”

Esmagando a terra sob os seus dedos, uma vontade de tossir o dominava, o gosto de sangue na boca crescendo, e uma chama no seu interior.

Erguendo bem a cabeça, no seu rosto ferido, não mostrava nem um sinal de medo, só indignação.

Engolindo o sangue, falou, com uma voz rouca e difícil:

— Deveria ter me matado quando teve a chance.

Soltando uma risada, o líder só balançou a cabeça.

— O grandão, pode o espancar.

O gigante de dois metros deu um passo em frente, segurando o braço ruim.

— É melhor correr, vou pegar cada um de vocês!!

San soltava gritos, igual um animal, e o líder deu as costas, junto a seus soldados, achando uma bobagem.

Quando o gigante ergueu a mão, em uma longa distância, impossível de saber, todos em um raio de inúmeros metros, escutaram o som, forte, reverberando nos seus interiores.

Um trovão, chamando atenção de todos. Um vento violento foi jogado no líder, e virando o corpo, arregalou os olhos ao ver aquela cena.

O homem de dois metros, forte e com um poder bom, jogado no chão, o corpo completamente carbonizado, respirando com dificuldade. Onde o gigante estava há alguns segundos, só uma pessoa de pé, a eletricidade passando no seu corpo, estalando no ar.

Usando todo o enorme reservatório de essência, San sentia a eletricidade passar no seu corpo, violentamente e machucando.

Abrindo e fechando a mão, nunca sentiu tanta força antes, talvez só quando a máscara assumia o controle, porém, esse era o seu poder, no seu controle.

Os seus olhos vermelhos focaram no grupo a frente, petrificados, assustados.

— Não vou cometer o mesmo erro, nunca mais.



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