Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 109: Seguranças Irritantes

Em um galpão grande, várias pessoas embalavam pacotes dentro de brinquedos infantis, desanimados e velozes, só querendo acabar com aquele trabalho ruim, mas que paga bem.

Durante seu longo trabalho entediante e arriscado, escutaram um som alto de estrondo, e o grande grupo virou as cabeças, vendo um jovem na porta de metal junto com um cão ao seu lado, a trancando. Na hora, sabiam que algo ruim iria acontecer.

Esticando seu pescoço, San alongava o seu corpo. Internamente, queria abrir um sorriso, um sentimento desenvolvido da pulseira, a energia entrando no seu corpo, selvagem.

Forçando a boca e semblante a ficar sério, olhou ao redor, a multidão de gente o encarando, assustados. O homem caiu de cabeça, soterrado de caixas, inconsciente.

Dentro, e bem calmo, San olhou ao redor, analisando o lugar. Era grande, capaz de armazenar o povo ali. Caixas de madeira espalhadas, repleta de materiais dentro.

No fundo de tudo, estava um tipo de galpão de madeira, duas janelas brilhando de luz. San sabia, facilmente, esse é o lugar onde Eugene fica, ordenando seus soldados.

Com certeza esse não era a sua casa na cidade, só uma central de comando. Ignorando os olhares em si, andou a frente, pisando forte no chão.

As pessoas abriam espaço, evitando a pessoa hostil, sabendo o que aconteceria, essa não era a primeira invasão do galpão.

Desconfiado dos perigos, falou mentalmente a Garmir:

— Fique por aqui cuidando das coisas, e de conta de qualquer um problemático.

Recebendo uma confirmação, o familiar afiou os seus sentidos na multidão.

Dando alguns passos, rangia os dentes, a raiva dentro crescendo, incapaz de se controlar. Longe das pessoas e se aproximando da cabana, coberto de caixas, parou do nada, os pelos na sua nuca arrepiando, havia mutantes perto.

Já sabendo os futuros perigos, até notou no seu caminho os guardas perto o deixando passar, esperavam que os mutantes do chefe dessem conta.

Parado, aguardava. Em poucos segundos, o chão sob os seus pés se abriu em uma explosão, a terra tomando conta e subindo paredes, cobrindo San inteiro.

Continuando imóvel, foi tampado, permitindo dos seus olhos e boca livres. Os seus inimigos surgiram na sua frente, os soldados de Eugene, aqueles que encontrou na limusine.

Três no total, um grande, vestindo uma camisa apertada, de cores pretas e pequenos detalhes amarelos, a cor da gangue, pele morena, cabelos grandes, e um pequeno sorriso vitorioso.

O segundo sendo um magrelo, corpo pálido e palito, rosto doente, e um cabelo lambido para o lado. Seu último atacante sendo um cara baixo, nada demais da sua aparência, só tendo entradas grandes no cabelo.

 Se vestiam igual, camisas da cor da gangue, e idade variadas, na sua maioria homens adultos de uns trinta anos, experientes nas suas habilidades e trabalhos.

Na sua frente, os três viram o invasor, e reconhecendo o soldado importante do Eugene, hesitaram em o machucar, e por isso, decidiram tentar falar no começo.

O cara moreno deu um passo em frente, assumindo a liderança. Limpando a garganta, perguntou:

— Por que invadiu?

Soltando uma pequena risada, respondeu:

— Invadir? Só vim visitar o meu chefe.

— Decide visitar nocauteando o nosso guarda e pondo medo nos funcionários. — O cara baixo disse, irritado.

— Bem, ele me irritou, então dei um jeitinho no cara. E agora mesmo, vocês tão me irritando também.

Ao ouvirem a resposta do companheiro, a frieza na voz e aqueles olhos, vermelho vivo, os encarando feito comida.

Tossindo de leve, o pálido disse:

— Desculpa, o chefe tá ocupado hoje, volta outro dia.

Preso dentro da terra, San revirou os olhos e respondeu, sua voz já incapaz de esconder a sua irritação.

— Quero falar com o Eugene, e por isso eu vou conversar com ele. Saiam da minha frente ou não me responsabilizo das consequências.

— Olha aqui seu muleque! Acha que só porque tá em um trabalho diferente é melhor? Mais uma palavra, e eu te mato. — O baixinho explodiu, claramente irritado por um jovem desrespeitoso ter um trabalho tão importante.

 San virou os olhos ao homem, e pela primeira vez, abriu um sorriso, permitindo dos seus instintos se soltarem, a vontade de matar libertada.

— Bem, se tá dispostos a matar, tem que aceitar a possibilidade de morrer também.

Antes do pálido poder falar para acalmar o clima tenso, San abriu a palma da mão na parede de pedra, e uma explosão ocorreu, jogando destroços para todos os lados.

Uma poeira espalhou no ar, cegando temporariamente os guardas. Quando recuperaram a visão, o seu oponente sumiu, só para verem ele na frente do baixo.

Agindo rapidamente, desferiu um soco no meio do rosto do seu oponente, esmagando o seu nariz e derrubando. Parado em cima do cara, sangue derramando.

Indiferente a qualquer coisa, apontou um dedo a cabeça calva, energizando o seu dedo. Disparando o tiro, uma parede de terra o tampou segundos antes, causando somente uma rachadura.

Vendo quem era o culpado do seu aborrecimento, viu o pálido erguendo as mãos. Soltando um bufo, avançou na sua direção, tendo paredes de terra criadas na sua frente, e algumas tentando o tampar novamente, impedir os seu movimentos.

O alcançar foi rápido, até de repente o seu oponente ficar tampado completamente. Sem perder tempo, disparou um tiro, quebrando a base temporária.

Querendo dar um fim no seu inimigo, ficou surpreso de não ver nada.  Confuso, procurou ao redor, até o ver correndo para longe, perto do moreno.

Indo em frente, o baixo se ergueu, o ignorando por enquanto. Um erro, pois em pouco tempo depois, ele abriu a boca, e dela um grito enorme disparou.

San abaixou o corpo inconscientemente, mas logo foi arremessado contra a parede de caixas. Atordoado, insultava mentalmente o cara. Voltando a ficar de pé, cambaleou levemente.

Arqueando as sobrancelhas, pôs a mão na sua frente, a vendo dupla, e os seus olhos mais pesados, um sono enorme o dominando. Deduzindo ser o único que não entrou no combate, imaginou o culpado.

No início, não queria se mostrar demais, no entanto, cansou. A raiva no seu ser impedia de pegar no sono imediatamente, forçando a sua mente permanecer acordada.

Fazendo a essência a circular no seu corpo, as madeiras destruídas começaram a flutuar no ar, dando um susto nos seus inimigos.

— Vamos brincar de verdade agora.

Dando um passo em frente, as estacas de madeiras voaram nos seus três inimigos. Paredes de terra surgiram rapidamente, os protegendo, e com isso, tampando as suas visões.

Correndo em alta velocidade, alcançou o baixinho, entrando no seu campo de visão e o dando um susto. Usando da sua experiência, abriu a boca, pronto para atacar novamente.

San agiu rápido, e ao invés de atacar, estendeu a mão e agarrou a sua cabeça, tampando a cabeça com a mão inteira.

A última visão do seu alvo foi um sorriso sinistro, para então sentir uma corrente elétrica passar no seu corpo inteiro.

Controlar a eletricidade ainda estava fora de questão, contudo, San ainda podia a liberar, sem restrições ou preocupações de gastos.

Seu inimigo caiu no chão, o corpo queimado, carbonizado. Os cabelos destruídos, a pele eletrificada e chamuscada. No seu interior, San sentia uma sensação crescendo, era o poder do homem, faltando só um passo para ser seu.

Esse era o poder do baixo, sendo atraído para o seu assassino. Se San o eliminasse, teria um fim. Erguendo o pé, só abaixou na direção da sua cabeça.

Sabendo do perigo eminente, avistou um tronco de terra vindo na sua direção, disparando do chão.

Desviando por pouco, seus olhos focaram nos dois inimigos, e viu os seus rostos preocupados, sentindo uma animação crescendo.

Correndo nas suas direções, paredes o atrapalham, e sentia os seus movimentos desacelerarem, um sono crescendo. Cansado dos dois jeitos, dessa luta e do poder, ia acabar com eles.

Criando duas balas, as disparou, e logo as pares foram feitas. No entanto, perto de as atingir, mudou de direção. Contornando as obstruções, atingiu os dois oponentes em partes diversas.

De sorriso em rosto, criou mais balas de energia, atirando constantemente. As paredes incapazes de o impedir, os ferimentos acumulando, o cansaço incapaz de parar os seus ataques.

Sabendo que estavam em perigo, e que esse jovem estava realmente disposto a matar, as preocupações dos dois cresceram, beirando ao desespero, adotando medidas desleixadas.

Sobrando somente os dois ali, o moreno era claramente o com o melhor corpo, e por isso, abandonou as defesas do seu companheiro e avançou a frente, pretendendo usar do seu segundo poder para lutar na mão.

San viu um vulto correr da parede de terra, e parou de disparar seus tiros, o vendo se aproximar em alta velocidade. Se fosse antes, lutar contra, seria problemático, teria de se controlar e restringir a força, no entanto, não queria mais se preocupar.

Aguardando pouco tempo, o moreno apareceu na sua frente, um soco vindo em direção a sua cabeça. Desviando rapidamente, uma elevação na terra surgiu, tentando o atingir.

Parando o seu desvio, foi na direção do soco. O punho quase atingindo o seu rosto, e nada de hesitação, só o desejo por lutas.

A milímetros de ser atingido, o seu braço se moveu, desferindo um ataque no meio do braço dele, tirando a força e impedindo de acertar.

Dessa vez na vantagem, atacou de frente, usando o estilo da dança da serpente o melhor possível, atacando nas partes sensíveis do seu oponente.

O estado do seu inimigo só piorava, seus golpes fortes o atingindo sempre, conseguindo desviar da maioria revidados. Na hora em que viu uma abertura para dar fim nessa luta, a reivindicou.

Socando direto na sua barriga, uma parede foi criada, mas essa era mais fina, criada as pressas. Sem parar, só acelerou a velocidade do golpe, e pelos seus ossos melhorados, a atravessou, atingindo as entranhas do moreno.

Tirando o ar do seu inimigo, agarrou a cabeça dele com as duas mãos e abaixou na direção do seu joelho, arrancando uns dentes no processo.

Permitindo dele cair no chão, viu o pálido tremer, assustado do resultado do que poderia acontecer, da possibilidade de morrer de verdade, e pra falar a verdade, a sua essência estava baixa.

Os corpos dos três já repleto de ferimentos, perto de perderem a consciência, até a própria vida.

Vendo os seus estados, San andou em frente, calmamente, de mãos no bolso.

— Foi mal galera, mas tentaram me impedir, e esse foi o seu erro.

Devido aos seus corpos já enfraquecidos, fazer o que fez foi fácil. Usando do seu poder da telecinese, apertou as suas gargantas, tirando o ar, as suas vidas sumindo.

A cada momento, San sentia os poderes entrando no seu corpo, crescendo, solidificando. Sorrindo levemente, já pensava nos seus futuros poderes.

Subitamente, foi atingido na barriga, arremessado longe, derrapando no chão. Confuso, procurou o seu inimigo, já sabendo da sua existência anteriormente.

Vindo direto da cabana, um cara careca de terno vinha para o campo de batalha. Ele parou no meio e começou a analisar os seus subordinados, vendo os seus estados, as condições dos ferimentos e gravidade.

Acenando, ignorava completamente o causador dos ferimentos deles, já de pé e pronto para a luta.

— Impressionante, derrotou os três, e sem nada de ferimentos. É realmente o homem certo para o trabalho.

Disparando um tiro de energia, San nem ligou, a sua paciência para conversa esgotada, só querendo dar um fim em qualquer que tentasse o incomodar.

O braço direito de Eugene ignorou, permitindo ser acertado, direto na cabeça. San se surpreendeu, e infelizmente nada aconteceu, pois o corpo evaporou em fumaça.

Erguendo as sobrancelhas, sua mente considerava o que acabou de acontecer, até de repente o seu sentido de mutante apitar, falando da localização do careca.

Mal podendo agir, o cara apareceu do seu lado, tocando levemente no seu ombro.

— O chefe disse que pode te ver.

Suprimindo o nervosismo de ter sido pego desprevinido e a velocidade assustadora do cara, engoliu em seco. Acenando a cabeça, falou:

— Perfeito, temos uns assuntos a tratar.

O segurança foi em frente, deixando os seus soldados caídos, e San indo atrás, considerando o que fazer caso tivesse que lutar contra ele, e sabia ser complicado.



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