Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 106: Finalmente o Fim da Missão

A cimitarra de San caiu cortando em direção a cabeça, levando essa luta a sério, com uma condição desnecessária de dizer entre os dois, de usar somente suas técnicas.

Sonea deu um passo atrás, desviando facilmente, e pegando seu par de espadas, partiu pra frente. Sentindo o perigo, San pôs a lâmina na sua frente, e recebeu diretamente um ataque.

A força o empurrou para trás, derrapando os pés na terra, e mal conseguindo recuperar a compostura, ela corria apresada, mirando na garganta.

Apertando o maxilar, forçou o seu corpo a arrumar sua posição. Fazendo um movimento apressado, bateu na espada dela, pensando no que fazer quanto a segunda vinha a sua barriga.

Em um movimento rápido, colocou a sua mão na frente, e em instantes, foi acertado, derrubando sangue no chão. No entanto, ao invés de atravessar o membro, permaneceu preso.

Os ossos de ferro ajudavam, um truque do próprio dono original dessa habilidade. Abrindo um sorriso, aproximou seu rosto e deu uma cabeçada no nariz, forçando a recuar.

Livre e sabendo da sua inferioridade, agiu apressado, golpeando freneticamente. Seus ataques foram precipitados, nada da técnica da dança da serpente, só ideias na sua mente, e o trabalho duro dos treinamentos sozinho.

A cortou no braço, lateral da barriga, e um pequeno corte na garganta, derrubando um rastro de sangue. San se surpreendeu por ter feito somente isso de ferimentos, sabendo claramente o motivo disso.

Tendo voltado ao seu normal, Sonea utilizava dos seus reflexos sobre-humanos para desviar, e recebendo alguns golpes de vez em quando.

O estranho nessa situação foi ela ficar recuando, observando os ataques. Seus olhos eram sempre sérios, e uma pitada de animação, querendo ver mais, ansiosa.

San usou todas as suas habilidades, até ver a expressão de Sonea mudar levemente, a sua posição virar firme e determinada. A batalha mudou drasticamente.

Se San conseguia suprimir a sua oponente, nesse segundo estava sendo humilhado. Os golpes das duas cimitarras rápido demais, sendo difícil para os olhos humanos comuns acompanharem.

No meio dessa barragem de ataques, viu as duas lâminas indo para dois locais, um no braço e um no peito. Sabendo ser incapaz de desviar de ambos, e tomaria um dano, preferiu dar um jeito dela se ferrar também.

Dando um passo em frente, sua lâmina curvada apontava na direção da cabeça dela, um blefe claro. As duas cimitarras o atingiram nos lugares determinados, fazendo jorrar sangue e amassando profundamente a placa da armadura.

Porém, San fez uma finta, e em um movimento ágil, realizou um corte horizontal na barriga de Sonea, abrindo a parte da armadura, derrubando uma cachoeira de sangue.

Independente do ferimento grande em si, os movimentos de Sonea só aceleravam, piorando os cortes no seu oponente. San sabia estar em desvantagem, principalmente usando técnicas comuns na frente de uma forte dessas, da dona legitima e treinada durante anos.

Quando viu um corte vindo a sua garganta, e sabia ser incapaz de desviar, utilizou dos seus poderes de telecinese, a desacelerando. No entanto, por algum motivo, a velocidade só diminuiu levemente.

Tomando um susto, se viu incapaz de impedir o golpe, tomaria em cheio. Tentando desviar, forçava o pescoço para trás, e de nada adiantava.

De repente, uma rajada de luz atingiu seus olhos, e ainda sentindo uma dor e desconforto horrível, forçou as pálpebras ficarem abertas, sabendo ser perigoso se os fechasse, mesmo por um segundo.

Na sua frente, uma a luz atingiu a espada, desviando do seu percurso, salvando San. Recuando, olhou ao redor, e avistou Jack em um canto, tendo observado o combate do início ao fim, cuidando os limites necessários.

O agradecendo mentalmente, mudou o foco a bastarda na sua frente, tendo um pequeno sorriso. Nesse segundo, San soube, cometeu um erro.

Durante a parte em que foi atingido pelos dois ataques e a acertou, utilizou um jogo de pés da dança da serpente, o possibilitando abrir uma brecha e realizar o seu ataque.

E Sonea, tendo usado esse mesmo jogo de pés durante anos, facilmente reconheceu. Encarando a sua possível inimiga, San considerava os perigos a seguir, talvez tendo que a matar.

Quando começou a luta, San sabia dos riscos de usar a sua técnica, e ainda assim aceitou lutar, seu estado mental e sentimentos uma confusão, contudo, uma parte racional persistia em funcionar.

Lutando na frente de Jack, um garoto puro, defensor da justiça, os riscos de Sonea o matar seriam severamente reduzidos, e se escolhesse prosseguir a luta, teria o apoio do jovem forte.

A variável Max entrou na sua mente, sendo descartada facilmente. Se o que ele falou fosse realidade, impediria dela o matar.

— A luta acabou. — Jack declarou em voz alta e forte.

San concordou, esperando a resposta da sua oponente, só para a ver se curvar em uma árvore e tratar seus ferimentos. Duvidando da veracidade disso, manteve a guarda levantada, sempre olhando na sua direção.

Em mais ou menos dez minutos, ela falou:

— Os seus golpes são bons, precisos, mas uma dica: mantenha o peso do corpo variado, assim consegue desviar melhor.

Erguendo uma sobrancelha, considerava as suas palavras, a veracidade e o motivo de estar contando aquilo. Depois de falar isso, Sonea explicou outros detalhes, ajudando a compressão de San.

Durante a explicação, ouvia atentamente, sua compreensão da dança da serpente evoluindo bastante, tendo ideias de golpes e entendendo como ela fazia os seus.

Tendo terminado e deixando San pensar, ela finalizou:

— Dá próxima vez, vamos lutar de verdade, as duas técnicas no seu máximo.

Pego de surpresa, essa era a última alternativa na sua cabeça, até considerava começar uma briga verbal ou física, o forçando admitir a revelar ter roubado a sua técnica.

Ao invés disso, recebeu dicas e um convite para repetirem essa seção. “É real as intenções dela? Isso é estranho, a reação normal seria raiva.” Considerando, pensou em duas opções.

A primeira, sendo uma mentira. Deu dicas simples e o convidou para repetirem esse treinamento para Sonea o matar, eliminar um perigo e conhecedor dos seus golpes.

A segunda, foi ser verdade, e pensando em inúmeros motivos de ter ganhado a simpatia dela. Um na sua mente, foi por ela ser uma bastarda, abandonada da sua família, e provavelmente os odiando, nem ligando para quem aprende a dança da serpente.

Duas opções, boas e ruins. San preferia acreditar na segunda, facilitando em muito a vida. Entretanto, depois do caso de Max, começou a adotar uma abordagem de sempre desconfiar, e consideraria ser a primeira, isso até provar a veracidade da segunda, ou talvez, uma terceira opção ainda em segredo.

Ficando em silêncio, San tinha muito a pensar, e as dicas de Sonea o ajudar de duas formas: tirando sua mente da conversa com Max e tendo a oportunidade de melhorar.

Tendo passado quase meia hora, o sol tava alto, e subitamente escutaram o som de vegetação sendo mexido. Mal precisaram virar o rosto, sabia claramente o responsável.

Seu corpo treinado coberto de lama, a primeira coisa a ser visto, os cabelos cobertos de sujeira, as roupas rasgadas, e andando descalço. No seu rosto, um sorriso tranquilo.

Parando no meio da clareira, olhou ao redor e acenou em aprovação. Tirando um saco do seu bolso, jogou a Jack, que pegou desastradamente.

O abrindo, deu de cara em uma pilha de olhos feios e gosmentos, amontoados e esmagados. Fechando o saco, guardou junto ao restante.

— Certo, infelizmente acabamos a missão, vamos retornar.

Estando todos juntos, só concordaram, e começaram a sua caminhada direto para a cidade. Mantiveram a mesma posição de antes, Max na frente, Sonea atrás e Jack junto a San perto.

Encarando as costas do lobisomem, a mente de San considerava um ataque surpresa, só para ser descartado, sabendo ser uma ideia péssima, pois teria de eliminar os outros dois colegas, que claramente teriam uma reação forte.

Durante a caminhada, se perguntava seus próximos passos, uma pulga atrás da orelha de estar lento demais. Sabia, instintivamente e da sua última luta, que perderia contra Max.

No seu interior, queria negar, protestar, dar desculpas, mas sabia a verdade. Independente do tanto de poder dentro do seu corpo, sob o seu controle, ainda iria perder.

“Por quê? Eu me esforço, treino, e tenho mais habilidades do que um humano comum, e por algum motivo perco. Sou fraco? Incapaz de entrar em uma luta sem aquela máscara.” Tendo seus pensamentos corroídos, roía as unhas, seus olhos mudando de cor entre vermelho e azul constantemente.

Demorando um bom tempo de caminhada, retornaram a sua cidade, e passando os portões, o antigo nervosismo e pressão tendo evaporado, a preocupação de San tendo mudado.

Ao entrarem, foram revistados severamente, uma grande diferença de antes, pois mercenários só passavam, sendo ignorado os seus equipamentos e itens.

Na verdade, essa era uma boa forma de trazer ou levar coisas para fora da cidade, fazendo uma grana extra, e agora barrado.

Tendo terminando essa parte, caminharam juntos nas ruas, recebidos de leve olhares curiosos, o motivo dos seus membros feridos sendo um mistério interessante para a gente dos bairros ricos.

Na base dos mercenários, pegaram sua quantia de dinheiro e dividiram, uma quantia bem generosa, deixando os membros satisfeitos. Parados de pé, tiveram uma breve conversa da possibilidade de fazerem missões dessas novamente.

A maioria das respostas foram boas, concordando, só San preferindo adiar, falando das várias coisas necessárias na academia, os seus dias uma bagunça, e demoraria para ficar livre de verdade.

Tendo resolvido essa questão, recolheram suas coisas e se separaram. No seu apartamento, San tratava os seus ferimentos, sabendo ser incapaz de utilizar da cura da academia por enquanto, tendo de aguar uns dias para funcionar novamente.

Tendo partes diversas do seu corpo tampado, sentava no seu sofá, apoiando o queixo no punho, a noite chegando, deixando o apartamento em um ambiente sombrio.

Mantendo o silêncio por um longo tempo, perguntou a Sacro:

— Por que eu sempre perco para essas pessoas? Max, Sonea, os militares na base. E se não perco, a dificuldade da luta é alta, me fazendo pensar que realmente cometi um erro.

Mantendo um silêncio longo, San até estranhou a demora. No seu interior, o relógio inteligente considerava as suas respostas, modificando a respostas e procurando a melhor forma.

— Seu despertar foi tarde, dezoito anos, mal tendo tempo de se acostumar ao seus poderes, e nem faz um ano desde então. Na visão dos mutantes normais, casos da sua idade são considerados atrasados, potencialmente tendo poderes debilitados.

Escutando pacientemente, a chance de ter suas habilidades enfraquecidas nem passou na sua mente, afinal de contas, roubava a de outros, e só esperou.

— No entanto, os seus poderes são diferentes, e ao roubar um, tem que aprender a utilizar, se acostumar, experimentar. Enquanto você treina e se aperfeiçoa em muitas, os mutantes comuns, os que interage, teve as suas nas idades iniciais.

— Então, por eu focar em mais de um, me atrasa?

— Não, é questão de tempo, estar acostumado, experiencia, saber usar os poderes no seu ser. Conseguir enfrentar esses mutantes de frente, já é impressionante. Espere, tenha paciência, e logo os superará, pois esses de que falou, são considerados fracos perante aos grandes.

Em uma expressão sombria, foi desnecessário perguntar quem seria os grandes, sendo obvio a reposta: as grandes famílias. Pensar que os seus maiores oponentes mal são considerados fortes perante a essa gente só piorava o seu estado.

— Acha que Max falou a verdade?

Novamente, um silêncio, dessa vez pior.

— Max quer um tipo de amizade homicida, e vai manter o seu segredo, acredito firmemente nisso.

San se sentiu decepcionado, pois não era isso que a pergunta foi direcionada. Queria saber a opinião de Sacro das coisas faladas pelo lobisomem, de gostar de matar.

O relógio sabia disso, era óbvio, até demorou para formular uma resposta, e ainda preferiu evitar, claro o motivo.

Fechando os olhos, soltou um suspiro. Encarando a parede, mais precisamente a tomada, concordou em dar tempo ao tempo. Evitaria de exagerar, só esperar e ficaria mais forte.

“Por enquanto as coisas tão tranquilas, só vou viver normalmente, roubar aquela esfera, fazer um plano contra Laurem e finalmente viver normalmente, um mutante comum.”



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