Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 2

Capítulo 100: Absorvendo

Deitado em uma maca de rodinhas, o empurravam em um corredor branco. Médicos vinham de todos os lados, checando seu estado, batimentos, ferimentos abertos e os mais graves.

Esse era o processo para orientar o curandeiro qual focar seu poder, sendo os graves prioridade, e o restante se sobrar energia para tal. San aprendeu a tempos que as habilidades de cura desses mutantes são limitadas aos próprios pacientes.

Os curandeiros usam o corpo do ferido, acelerando o seu sistema para curar. Infelizmente, tem um máximo, e ao atingir isso, para, tendo de aguardar, descansar para repetir o processo.

Sendo levado, San escutava palavras falando do seu estado, vendo de vez em quando os rostos surpresos dos médicos ali. Foi complicado discernir ser pelas cicatrizes ou os ferimentos, tanto de garras quanto dos golpes de Francis.

O plano era bem simples: Arrumar uma briga com um oponente violento, e quando fosse levado para os médicos, deduziriam ter sido da luta esses machucados.

Ninguém suspeitaria dele, sempre revelando uma fachada de força e estado perfeito na frente das pessoas.

Sua cabeça zunia, os olhos começavam a embaçar e queriam fechar, dormir por seja lá quanto tempo. Negou, forçando a mente ruim a permanecer acordado.

Os próximos dias seriam de muita importância, e pretendia usá-los. Passando o corredor, atravessaram uma porta branca, e nisso escutou protestos do lado de fora, e achando reconhecer uma voz feminina.

Tendo esses pensamentos dispersos, sua mente parava de funcionar, nada de foco ou controle. Cenas estranhas vinham na sua mente, sons confusos, e ao virar o rosto ao canto, avistou uma sombra em forma humanoide escondida, quieta, espreitando e observando.

O restante do tempo, foi incapaz de lembrar, só sabia que um homem entrou na sala, estendeu as mãos, uma luz verde emanou, e as dores diminuíram.

Passando por um bom tempo, ao abrir os olhos ainda estava na mesma sala, os médicos soltando suspiros de alívio e indo embora, atrás dos seus pacientes aguardando.

Sentindo-se muito melhor, as dores da semana passada sumiram, seu estado praticamente perfeito. Na sua frente, o curandeiro observava pacientemente.

Seus cabelos pretos penteados e o rosto severo o analisando. Estalando a língua, disse:

— Está praticamente curado, só sobrou uns arranhões, venha daqui a uns dias ou espere curar sozinho.

Erguendo as sobrancelhas, procurava palavras para pensar ou descrever a sua alegria. Já esperava ter de aguardar alguns dias para estar no seu estado perfeito.

Vendo a confusão do paciente, o curandeiro respondeu:

— O principal foco nosso são os ossos, necessitando de tempo e muitos nutrientes para os ligar de volta. No seu caso, surpreendentemente tavam em ótimo estado, poupando trabalho.

— Obrigado, o senhor me ajudou bastante, achei ser o meu fim. — Tentava esconder o sorriso, em vão, cobrindo a sua expressão.

— Só escolha seus oponentes melhor da próxima.

Dando as costas, o curandeiro foi embora, deixando San sozinho na sala espaçosa, repleta de equipamentos médicos. Dando de ombros, levantou da maca e analisou seu corpo.

Grande parte dos machucados curados, sobrando alguns arranhões e roxos em certas áreas. “Isso já vai bastar, consigo absorver o poder.” O problema no momento foi arrumar roupas, a sua fora destroçada na batalha.

Procurando ao redor, viu um jaleco pendurado. Sorrindo em divertimento, o pegou e pôs, ultrapassando a porta enquanto fechava os botões.

A primeira visão ao sair da sala foi dos seus amigos esperando no corredor, os rostos apreensivos e nervosos. Jason e Liz, ambos vampiros cheiraram o sangue de longe, e sabiam ter bastante, só aumentado a preocupação.

Vendo ele passar, sorriram aliviados, Jason enxugando o suor dos cabelos, relaxando. Liz, imediatamente se aproximou, o apalpando.

— Ainda tem machucados? Quantos? Tá bem?

Percebendo as reações mínimas de San, deduziu estar com pouca dor, e relaxou, abaixando os ombros. 

Tendo uma relação de provocação entre irmãos, Jason deu um passo em frente, e sorrindo, disse de forma sugestiva:

— Olha só minha irmãzinha, toda preocupada, só faltou tirar a camisa e querer ver.

Ficando levemente vermelho seu rosto, se virou irritada e brigou com ele, tentando se explicar:

— E-eu, só tava preocupada pelo nosso membro do grupo tá ferido, temos aulas de combate chegando.

Recebendo o olhar brincalhão de Jason, virou o rosto procurando ajuda de um dos alvos da brincadeira, só pra ver San sorrindo igual.

Sendo colegas de quarto e amigos, San pegou alguns gostos por certas brincadeiras, e essa foi uma delas.

Alvo dos dois, pensou rapidamente e mudou a expressão envergonhada por irritada.

— Seu idiota! Enfrentar logo aquele maluco? O tédio era tanto que queria brincar com a morte?

Pego no pulo, San formulou uma mentira rapidamente, falando:

— Queria saber quem era o mais forte.

Estalando a língua, deu as costas e caminhou a passos firmes até a porta. Os dois garotos a seguiram, soltando pequenas risadas no seu encalço.

Nesse tempo de caminhada, um pensamento veio a sua cabeça, a atitude dos seus amigos esperando na frente da porta, lembrando San na sua última cidade, aguardando o veredito da vida do seu melhor amigo.

“É, fiz merda. A sensação é horrível, esperar do lado de fora, seu ente querido lutando contra a vida, e sua única escolha sendo ficar parado.” Balançando a cabeça em negativa, disse:

— Desculpa por ter os preocupado.

Jason arregalou levemente os olhos de surpresa, sendo raro ver o amigo pedir desculpas. Liz girou o rosto levemente, e um sinal de alegria passou.

Tendo relaxado o clima, perguntou:

— E Bella? Não a chamaram pra treinar?

— Cada um tem seu estilo de treino, dependendo dos poderes e capacidades. A dela é complicado, já que precisa controlar as plantas, fazendo uma bagunça, por isso vai pra floresta.

Balançando a cabeça em concordância, só tinha uma dúvida nisso. Durante essa semana inteira ela passou treinando, e além, depois de voltar da base militar, seus horários de treinos aumentaram.

— Ela tem se esforçado bastante. — Expressou seus pensamentos em voz alta.

Caminhando ao lado de San, Liz balançou a cabeça em concordância, sua expressão complicada.

— Desde o ataque do lobisomem, ela tem forçado a si, indo ao limite para melhorar as suas plantas, e só piorou depois da missão na base militar, vendo ainda ser incapaz.

San compreendia esse desejo por força, ele queria isso, ia atrás e arriscava a sua vida, matando criminosos por mais. Na verdade, viu isso em todos os membros do grupo.

Um desejo para ficar mais forte, tendo sentido o gosto da impotência uma vez e desejando nunca provar novamente. Jason começou a levar suas orientações de lança e habilidades a sério, Liz melhorava seu controle de sangue, aprimorando dia a dia.

“Isso é bom, ficarem fortes e melhores, tendo a chance de serem independentes.” Indo embora do prédio, tomou a luz do sol, e sequer tendo tempo de acostumar a visão, avistou uma figura perto.

Seus cabelos arrepiados de sempre, os olhos animados percorrendo seu corpo em busca de desafios e uma presença de querer sangue ao seu redor.

Max, o seu oponente de nem uma hora atrás, esperando na frente do hospital. Sorrindo normalmente, confirmou a condição do amigo e comemorou falando:

— Perfeito, imaginei que iria demorar mais, assim vamos poder ir naquela missão.

“Puts, verdade, esqueci desse detalhe. Vou dar um jeito.” Indo responder, Liz se pôs na frente o encarando, raivosa.

— Quase matou ele e vem até aqui querendo ir em uma missão, você é maluco?

Dando de ombros, respondeu:

— Talvez, vai saber.

Uma veia saltou da sua testa, desesperada para criar uma espada de sangue e tirar esse sorriso no rosto do mutante violento.

Max a encarava, revelando naqueles olhos uma animação diferente, destinada a oponentes.

— Naquela hora, quando me impediu, golpes muito bons, me machucou de verdade.

— Esse é o objetivo, e da próxima vez não vai ter tanta sorte.

— Que tal testarmos agora? — Aproximou o seu rosto, os dedos contorcendo, as unhas mudando de leve.

Sentindo uma sensação incomoda, San se pôs na frente, falando:

— Só me mandar uma mensagem com os detalhes e vamos nessa missão. Ah, e só pra avisar, eu tava me segurando.

Dando as costas e caminhando embora, Max finalizou:

— Eu sei, a sua força de verdade é muito melhor. Também me segurei, nos revelar na frente daqueles alunos chatos ia ser um incômodo.

Arqueando as sobrancelhas, observou o companheiro indo embora, pensando na verdadeira força dele, e realmente curioso, pensando nas palavras e os significados daquilo.

Tendo somente os três parados no meio da calçada, San sabia o que  tinha de fazer. Virando aos amigos, falou:

— Bem, eu vou deixar vocês terminarem o seu treinamento.

Os dois se olharam, nervosos. Tavam preocupados de San fazer algo louco novamente, hesitando em o deixar sozinho. Percebendo isso, pensou: “Qual é pessoal, eu sei me virar, só vou lá absorver o poder de um criminoso e depois encontra exigir meu dinheiro a outro traficante que ajudei a chegar nessa posição. Aí, não deveria ter reclamado do dia chato, tô cheio de coisa pra fazer agora.”

— Podemos dar uma volta, sabe, pôr o papo em dia. — Jason deu a ideia.

— Valeu pessoal, mas eu vou visitar as minhas sobrinhas, deixamos pra um dia melhor.

Os dois sorriram tranquilos, acenaram e se despediram, prometendo saírem todos juntos um dia desses.

Caminhando tranquilamente no campus, esticava o corpo, apreciando a falta de dor, sua mobilidade confortável. Passando os portões, acenou novamente aos guardas. “Tô passando tantas vezes aqui que vou começar a puxar papo com esses caras.”

Acelerando o passo, ultrapassou pessoas levemente nervosas, recebendo olhares confusos ao ver um jovem de jaleco nas ruas. Carros apressados passavam, e entrando no bairro dos pobres, apreciava a falta de mendigos e bandidos nas ruas.

Em longos minutos, alcançou seu apartamento. Subindo as escadas, confirmou dos degraus e corrimão terem sido limpos, talvez uma faxineira ou vizinho incomodado.

Indiferente a esse detalhe, entrou no seu apartamento, e vendo a porta abrir, confirmou de um papel preso a ele cair no chão. Uma pequena medida de segurança para saber que tinha realmente privacidade e se deveria caçar ratos.

Trancando a sua porta, tirou o jaleco branco e jogou no sofá, ficando sem camisa. A parte de cima revelada era uma visão e tanto, seja pelos músculos desenvolvidos pelo treinamento nesses meses quanto as inúmeras cicatrizes.

A quantidade foi demais para um jovem de dezoito anos, sendo de lâminas, tiros, mordidas, queimaduras e umas estranhas, complicado discernir a origem.

Se vendo em um espelho pequeno na parede, sorriu satisfeito, sua condição realmente recuperou. Nesse tempo de verificação, avistou a tatuagem de corvos com as asas abertas no seu ombro, a marca dos criminosos, servindo na antiga cidade e essa.

Odiava a ter, o símbolo de ser um criminoso de verdade, e odiava a forma de conseguir uma dessas, os trabalhos violentos e errados feitos na sua juventude, enquanto deveria estudar ou fazer amigos na escola.

No meio da sala, sentou no chão de pernas cruzadas, as mãos por cima dos joelhos. De olhos fechados, controlava a sua respiração, acalmando, em um estado tranquilo.

Confirmando o seu estado suficiente bem, concentrou no seu interior, as energias armazenadas no seu cérebro, dividas em dois tipos, as possíveis de virar poderes permanentes e os copiados.

Tendo matado catorze mutantes desde o seu tempo nessa nova cidade, armazenou uma boa quantia, porém, eram fracas ou simplesmente não gostou da habilidade.

A única diferença entre essas energia, era uma brilhando em azul forte. Tendo pesquisado uns dias, descobriu a classificação desse poder ser épico, e capaz de evolução ainda.

Sua animação só crescia, finalmente um poder ofensivo destrutivo, capaz de subjugar os inimigos. Suprimindo a empolgação, focou, usando a essência no seu corpo a movendo.

Criou-se um caminho, a forçando pelo corpo. A classificação era grande, e necessitou uma boa força de vontade e gasto da sua essência. A energia resistia, querendo liberdade, incapaz de ter.

San criou uma teoria há meses atrás, sendo que esses pontos de energia, os poderes, ainda sobrava algum resquício da consciência do dono original, e na hora de as absorver, resistia desesperadamente.

Só reforçou essa ideia ao lembrar os eventos seguintes depois de absorver um poder, sendo pesadelos sinistros, da pessoa subindo no seu corpo junto a outras vítimas.

Obrigando o poder a passar o seu corpo, juntou ao coração, ligando. No primeiro toque, sentiu um choque elétrico se espalhar, quebrando sua concentração por um segundo.

Sem perder tempo, exerceu controle na energia fujona, voltando ao coração. Demorando longos minutos, junto no órgão, preso, ligado permanentemente.

Soltando um suspiro longo, limpou o suor da testa, sendo uma ação complicada sempre que pegasse um novo poder. Voltando a ficar de pé, desequilibrou levemente.

Balançando a cabeça, sabia instintivamente que demoraria um dia para a habilidade mudar seu corpo e realmente poder começar a usar. Se tentasse antes, aconteceria consequências depois.

Normalmente teria perguntado a Sacro o tempo necessário, no entanto, já era experiente suficiente para descobrir sozinho.

— Tá bem, agora é só esperar até amanhã, o que eu faço agora?



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