Volume 1
Capitulo 10: Reencontro
O caos se espalha pela capital, soldados faziam a linha de frente, defendendo a cidade a qualquer custo. Errand observava pela janela com frieza em seu quartel-general, enquanto era vestido por suas servas. Seu corpo era coberto pelo ferro da armadura, peças reluzentes que demonstraram seu status. Por fim, colocou sua capa vermelha que esbanjava o símbolo de Dracena.
Ele guardou sua espada na bainha de seu cinturão, logo a sala foi invadida pelos soldados desesperados. Errand somente revirou os olhos, desdenhando deles.
— Para que tanto alarde? — disse com arrogância.
— São os rebeldes, senhor — disse o soldado ofegante. — Nunca vimos tantos, até mesmo Carrasco de Reis está participando da invasão.
A expressão arrogante de Errand dá espaço para a incredulidade, nunca esperou um ataque tão direto da Armada. Ele apertou os olhos em fúria e acelerou o passo.
— Quero todas as tropas no portão principal — Ordenou enquanto andava — A guarda real deve escoltar a imperatriz para possível evacuação.
— Senhor… — disse temeroso em dar a notícia. — A imperatriz não está no palácio.
O silêncio toma conta da sala dos corredores, acompanhado do rosto de desespero de Errand.
Na parte nobre da cidade, abaixo da Arena, os magos escravizados eram mantidos em suas celas, frias e escuras. Os magos olhavam para baixo, desesperançosos, somente esperando para a próxima batalha que decidirá se viverão mais um dia.
Figuras de pedra brotam do chão e se tornam pele e carne, os magos olham com espanto, as figuras se revelam Ky e o restante do grupo. Os magos mantêm o silêncio para não alertar os guardas.
— Vai ficar tudo bem — sussurrou Tritan. — Viemos resgatá-los.
— Quem diabos são vocês? — murmurou um ancião raquítico.
— Só precisam saber que está tudo bem agora — Tritan se aproximou do ancião e tocou em seu colar de ferro. — Liberar — O colar se desintegrou em ferrugem.
O velho homem sentiu sua magia em pleno controle, seus olhos lacrimejaram, mal se lembrava dessa sensação.
Ky observava os homens e mulheres ali presos, não encontrando Nair. Se aproximou de duas mulheres que esperavam ser soltas.
— Vocês conhecem uma mulher de cabelos brancos? — indagou e começou a descrevê-la — Ela tem desenhos de fogo em seu corpo, seu nome é Nair.
— A serva dos espíritos foi levada para o combate — disse uma das mulheres. — Ela era gentil, mas não sei se sobreviverá a mais uma luta.
— Não cancelaram as lutas com o ataque? — perguntou Tritan perplexo. — Mudança de plano, temos que partir agora.
— O quê? Eu não vou deixar minha Nair novamente! — proclamou.
— Não podemos arriscar, temos que levar esses magos para um lugar seguro — tentou argumentar.
O ancião botou as mãos para trás com olhar confiante.
— A madame Nair foi muito boa para nós — explicou. — Será uma batalha árdua com tantos guardas, mas eu peço — Sua ponte espiritual expande de forma assustadora. — Deixe esse pobre senhor se vingar de seus carrascos.
Os outros magos agora libertos fazem o mesmo, desejando salvar Nair e destruir aqueles que os escravizaram para seu divertimento.
Acima de todos eles, a Arena era cercada por arquibancadas de nobres ansiando pela violência. No campo de batalha, Nair se aproximava com olhar de desprezo para aqueles que desejavam vê-la lutar. Sentia os grãos de areia em seus pés e a brisa quente em seus cabelos, estava vestida com um vestido vermelho que revelava sua barriga e um pouco de suas pernas e era decorada com joias e brincos dourados, até mesmo o colar que guardava seu selo era dourado.
Ao seu lado, um homem de peso considerável portava um anel que o permitia libertar sua magia, além de fazê-la sentir grande dor caso necessário. Esse homem se chamava Collius, ele vestia um sobretudo negro com detalhes prateados nas costas que formavam o símbolo de sua família.
— Veja como eles estão animados em ver a Dama Solar. — disse o homem com um sorriso repugnante. — Dez batalhas vencidas não são para qualquer uma, agora você será imortalizada na Grande Arena.
— Humanos não podem ser imortais — disse Nair com frieza. — Muito menos por meio de um espetáculo hediondo.
O homem revirou os olhos e, com um simples cruzar de dedos, seu anel emanou um brilho vermelho. No mesmo instante, as runas esculpidas no colar de Nair brilharam da mesma cor. A mulher sentiu uma dor insuportável em seu crânio, ela se ajoelhou gritando, apertando sua cabeça contra o chão.
— Às vezes é importante lembrá-la de sua situação — disse virando as costas — Divirta nossos convidados e voltará para sua cela de luxo com todas as regalias de uma campeã.
O homem já havia sumido da arena quando a dor cessou. Do lado oposto, Nair percebe o aparecimento do seu oponente, era um jovem assustado, não mais velho que Ky. A madame se levantou hesitante, porém se pôs em posição de batalha.
— Não sou mais digna de você — sussurrou. — Mas por favor, dei-me a chance de encontrar meu Ky de novo — Uma lágrima caiu de seu olho — Por favor, me conceda sua chama.
As tatuagens de Nair brilham em vermelho e lançam esferas de fogo na direção do jovem que desviou no último segundo.
— Espera, espera! — O garoto suplicou. — Eu não quero lutar!
— Muito menos eu, menino — As chamas se espalharam pelo seu braço. — Mas sou eu ou você, se acha que sua vida vale algo, lute e tente me matar. — disse com pesar.
Um rastro de chama circula os dois, impedindo a fuga do garoto. Nair se aproximou com pesar em seu coração e movimentou seu punho em chamas na direção do jovem, um golpe que seria fatal.
Nair apertou os olhos, se recusando a olhar para o que estava prestes a acontecer, porém, sentiu seu braço sendo segurado. Ela abriu os olhos vendo Tritan.
— Não precisa mais fazer isso — disse Tritan enquanto libertava Nair de seu colar.
Os magos libertos invadiram a Arena, os guardas não podiam conter a chuva de magias distintas. Collius tenta se esgueirar, porém, é pego pelo ancião.
— Mestre cão — disse Collius, chamando o velho homem pelo seu apelido. — Solte-me imediatamente e me ajude com esses magos estúpidos, quem ousou soltá-los?
— Meu nome é Nemen — disse com convicção. — Não obedeço a você e a ninguém mais, todos aqui são livres e, como tal, tenho liberdade de despejar minha ira naquele que me fez mal. — O grito de Collius se espalha por toda a arena.
Em seu pódio, Celia observava a batalha com um sorriso no rosto, protegida na área mais alta da arena. Ela parecia interessada nas batalhas que ocorriam, porém, sabia que nada daquilo fazia parte do espetáculo.
— Devemos intervir? — indagou uma voz escondida nas sombras.
— Espere um pouco — ordenou — Vamos nos divertir enquanto temos tempo, chame os magos e ordene que esperem minhas ordens.
Em meio à batalha, Nair sentiu uma presença familiar, olhou para trás procurando por algo. Seus olhos umedeceram ao se deparar com Ky, ela correu em sua direção e o abraçou com tanta força que parecia querer esmagá-lo, desabou em lágrimas de felicidade ao vê-lo. O garoto permaneceu em silêncio, planejava tanto o que iria dizer, mas agora nada vinha em sua mente.
— Meu Ky, meu lindo e forte Ky — quebrou o silêncio em meio a gemidos devido ao choro. — Eu sabia, eu sabia que te encontraria de novo, todos aqueles dias, todas aquelas lutas…
— Eu… — Tomou ar para falar. — Eu voltei para a senhora, minha Nair — Se calou de novo, tentando conter o choro. — Desculpa ter demorado, ter feito você esperar — Finalmente, a emoção tomou conta e as lágrimas vieram aos montes. — Minha Nair…
Ventos sopraram, vindo do centro da arena, as rajadas fortes cegaram os olhos e arremessaram aqueles que não conseguiram se segurar. Quando olharam, viram a imperatriz Cilia ao lado do Grão-mestre Aeolus.
— Bravo, belíssimo, maravilhoso — disse a imperatriz. — Um belo espetáculo, devo dizer, porém, me pergunto: por que meus escravos estão sem seus selos?
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