Volume 1

Capítulo 8: Criando Laços Profundos

 

No dia seguinte, Khalak estava reunido com um grupo de exploradores experientes em uma grande tenda de campanha. A atmosfera estava carregada de antecipação e tensão, pois todos sabiam que o desafio que estavam prestes a enfrentar era nada menos que uma missão de vida ou morte. A iluminação era suave, vinda de tochas espalhadas pela tenda, projetando sombras  nas faces dos presentes.

Khalak, um homem de presença imponente e olhar penetrante, estava em pé diante de um mapa detalhado das Terras Flamejantes, uma região lendária conhecida por seu vulcão gigante e ativo. Ele tinha uma voz grave e autoritária, que capturava a atenção de todos.

— Senhores, as Terras Flamejantes são uma das regiões mais perigosas e inexploradas deste continente — disse Khalak, apontando para o vulcão no mapa. 

— Ninguém que tentou atravessar este vulcão voltou para contar a história. Porém, acreditamos que os tesouros e recursos que ele esconde podem mudar nossas vidas para sempre.

Os exploradores murmuraram entre si, claramente nervosos, mas também intrigados. Um deles, um homem robusto com cicatrizes de batalhas anteriores, falou em voz alta:

— Khalak, o que exatamente estamos procurando lá? E o que nos garante que não vamos acabar como os outros?

Khalak olhou diretamente para o homem, sua expressão séria.

— Estamos em busca de minerais raros, pedras preciosas e ingredientes exóticos que só podem ser encontrados perto do coração do vulcão. Esses itens são extremamente valiosos em Glimmerwind e podem nos render fortunas inimagináveis. No entanto, devo ser claro: esta é uma missão de alto risco. Alguns de vocês podem não voltar.

Houve um silêncio pesado após suas palavras, mas Khalak continuou.

— Nossa primeira exploração será a travessia pelo vulcão. Precisamos encontrar um caminho seguro, se é que existe um. As lendas falam de câmaras ocultas dentro do vulcão onde antigas civilizações esconderam seus tesouros.

Uma jovem exploradora, com olhos brilhando de determinação, perguntou:

— E qual é o plano, Khalak? Como vamos nos preparar para algo tão perigoso?

— Primeiro, equipem-se com os melhores trajes de proteção contra calor e equipamentos. Cada um de vocês deve está preparados. Em seguida, formaremos pequenos grupos para explorar diferentes partes do vulcão simultaneamente, aumentando nossas chances de explorar mais ainda.

Ele fez uma pausa, olhando para cada um dos exploradores, avaliando suas reações.

— Lembrem-se, esta não é uma missão para os fracos. Se alguém quiser desistir, agora é a hora. Esta expedição exigirá coragem, resistência e, acima de tudo, espírito de equipe.

Um homem mais velho, com uma barba grisalha e olhos cheios de sabedoria, deu um passo à frente.

— Khalak, todos aqui entendemos os riscos. Estamos prontos para enfrentar o que vier. Vamos fazer isso.

Khalak sorriu ligeiramente, satisfeito com a determinação de todos.

— Muito bem! Preparem-se, descansem bem. Em breve, partiremos para o vulcão. Que a sorte esteja conosco.

Os exploradores dispersaram-se para preparar seus equipamentos, cada um consciente do perigo iminente, mas também empolgado com a possibilidade de riquezas inimagináveis. Khalak permaneceu um momento a mais, olhando para o mapa, suas mãos firmemente apoiadas na mesa.

— Esta será a aventura de nossas vidas — murmurou para si mesmo, antes de se retirar para seus próprios preparativos.

Após toda a explicação, saí andando pelo vilarejo, ansioso para conhecer melhor os aldeões e ajudar aqueles que precisavam.

O vilarejo, aninhado entre as árvores ancestrais, exalava um charme rústico e mágico. Pequenas casas de madeira, com telhados de palha meticulosamente trançados e ornamentos, estavam dispostas ao longo de sinuosos caminhos de pedra coberta por musgo que serpenteavam entre árvores gigantescas, criando um cenário  encantador.

As árvores altas e antigas lançavam sombras protetoras sobre o vilarejo, enquanto a luz do sol se infiltrava pelas folhas esmeraldas, projetando um jogo de luz e sombra que dançava suavemente no chão como pequenos espíritos de luz. O som das folhas farfalhando ao vento e o canto distante dos pássaros misturavam-se com o suave murmúrio de um riacho próximo, compondo uma melodia natural e serena que parecia abraçar cada canto do lugar, conferindo uma atmosfera de tranquilidade e magia.

Pequenas luzes flutuantes, como vaga-lumes encantados, iluminavam os caminhos à medida que a noite se aproximava, e o aroma doce das flores noturnas enchia o ar. Em cada canto, havia sinais de antigas runas esculpidas nas pedras e árvores, contando histórias de tempos passados e protegendo o vilarejo com sua antiga sabedoria.

Ao caminhar, notei os aldeões envolvidos em suas atividades diárias. Alguns homens trabalhavam nos campos, arando a terra com arados rústicos e colhendo vegetais frescos. Mulheres habilmente teciam cestas e tapetes coloridos, suas mãos ágeis movendo-se com precisão e graça. Crianças corriam e brincavam livremente, suas risadas ecoando pelo ar, trazendo vida e alegria ao ambiente.

Observei uma jovem consertando uma cerca e fiquei curioso, me aproximei. Queria saber mais sobre ela. Chegando mais perto, perguntei:

— Qual é o seu nome?

Ela olhou para mim e respondeu com um sorriso tímido:

— Meu nome é Mei.

— Que nome bonito, hein — comentei, observando-a atentamente.

— Você é o jovem novo na vila que entrou no grupo dos exploradores. Está ficando famoso. Seu nome é Kaito, certo?

— Hahaha, isso mesmo. Fiquei até sem graça — respondi, com o rosto todo vermelho.

— Vejo que está consertando a cerca. Posso te ajudar? Estou sem fazer nada e posso te dar uma mãozinha se quiser.

— Nossa, muito obrigado! Estava aqui sofrendo nessa cerca, hahaha. Vou querer sim, ainda mais de uma pessoa famosa assim.

— Que isso, nem sei o que te dizer.

Ao observar o cenário animado da aldeia, fiquei ainda mais curioso e desejei saber mais sobre Mei e suas histórias.

— Posso saber mais sobre você? — perguntei, tentando iniciar uma conversa.

Ela parou por um momento, surpresa com meu interesse.

— Pode sim. O que quer saber, Kaito? Pode perguntar qualquer coisa, desde que eu saiba a resposta, hahaha — disse ela, toda sorridente.

— Mei, o que mais você gosta de fazer além de consertar cercas? — perguntei, tentando iniciar uma conversa mais pessoal.

Ela sorriu, parecendo contente com a pergunta.

— Além de trabalhar com animais, gosto muito de ler histórias antigas e aprender sobre as tradições de diferentes culturas. Me fascina como as pessoas viveram antes de nós, seus desafios e conquistas — respondeu Mei, com um brilho nos olhos.

— Isso é realmente interessante. Você tem alguma história favorita ou alguma cultura que mais te chame atenção? — continuei perguntando, curioso para saber mais sobre seus interesses.

Mei ponderou por um momento antes de responder.

— Bem, admiro muito a cultura dos povos  Zephyrthalis, especialmente suas habilidades de sobrevivência e conexão com a natureza. Acho fascinante como eles conseguem viajar e viver em harmonia com o ambiente ao seu redor — explicou ela, com um tom de admiração.

Enquanto conversávamos, percebi que Mei tinha uma profunda conexão com o passado e uma curiosidade genuína pelo mundo ao seu redor.

— Então, Mei, quais são seus sonhos? — perguntei, enquanto martelava um prego na cerca.

— Ah, eu sonho em viajar pelo mundo, ver além das montanhas e aprender sobre outras culturas — respondeu Mei, segurando uma tábua no lugar.

— E você, Kaito? O que espera encontrar em suas aventuras com os exploradores?

Parei por um momento, refletindo.

— Quero descobrir segredos antigos, encontrar artefatos perdidos... mas, acima de tudo, entender melhor o mundo e meu lugar nele.

— Parece um objetivo nobre. Espero que você encontre o que procura — disse Mei, sorrindo.

Após terminarmos de consertar a cerca, ofereci ajuda a Mei para alimentar os animais. Foi impressionante ver como ela cuida deles com tanto carinho. Passamos mais um tempo conversando e, então, me despedi dela antes de voltar ao centro do vilarejo. Lá, encontrei um homem que era ferreiro.

— Kaito, poderia me ajudar a forjar algumas ferramentas? Estou um pouco atrasado com as encomendas.

— Como você sabe o meu nome?

— Ah, você é bem conhecido por aqui. Eu me chamo Leif. 

— Ahh, sim, agora entendi. Será um prazer trabalharmos juntos— respondeu Kaito, entrando na forja.

Enquanto trabalhávamos juntos na forja, trocávamos histórias e experiências. Leif ficou impressionado com minhas habilidades, especialmente com minha destreza na criação de ferramentas mágicas.

— Você tem um talento extraordinário para isso, Kaito. Tenho certeza de que suas criações serão de grande ajuda para os exploradores lá fora — comentou Leif, admirando o trabalho de Kaito.

— Obrigado, Leif. Significa muito vindo de você, um mestre ferreiro como você — respondeu Kaito, sentindo-se lisonjeado com o elogio.

Enquanto terminava as encomendas, Leif perguntou casualmente:

— Como você acabou aqui no nosso vilarejo? É incomum ver alguém com suas habilidades se estabelecer por aqui.

Compartilhei um pouco da minha história com Leif, explicando como havia decidido explorar novas terras em busca de aventura e como o vilarejo me acolheu calorosamente desde então.

— E como você ficou sabendo de mim? — perguntou Kaito, curioso sobre como Leif havia ouvido falar dele.

hahahahahahaha.............

— Bem, digamos que as notícias sobre você entrar no grupo dos exploradores chamaram a atenção de algumas pessoas por aqui. Além disso, Mei, a filha do khalak, mencionou que você estava ajudando várias pessoas no vilarejo. Sua reputação já se espalhou rapidamente.

— Filha do Khalak? Não fazia ideia disso.

— Sim, é verdade. Ela tem o mesmo espírito generoso do pai, é uma jovem bastante respeitada por aqui.

Fiquei muito surpreso, mas também grato pela oportunidade de contribuir de alguma forma para a comunidade. Agradeci a Leif pela informação e pela oportunidade de trabalharmos juntos.

— Estou feliz por estar aqui, Leif. E estou ansioso para continuar ajudando como puder — disse Kaito, sentindo-se mais conectado com o vilarejo e seus habitantes a cada dia que passava.

Depois de algumas horas........

— Leve isso com você. É um símbolo de nossa gratidão e amizade — disse Leif, após lhe entregar um amuleto de proteção.

— Obrigado, Leif. Isso significa muito para mim — disse Kaito, emocionado.

Deixei a forja e caminhei tranquilamente pela vila. Ao passar perto da casa de uma senhora chamada Rowan, que já havia ajudado anteriormente a coletar lenha, ela me avistou da varanda e me chamou.

— Kaito, venha tomar um chá comigo. Tenho algumas histórias novas para contar.

— Claro, senhora Rowan — respondeu ele, subindo os degraus.

— Você sabia que esta vila tem uma lenda sobre um tesouro escondido? — perguntou ela, enquanto servia o chá.

— Não, nunca ouvi falar. O que diz a lenda? — indagou ele, pegando a xícara de chá que a senhora Rowan lhe ofereceu.

— Conte-me mais — disse ele, curioso.

Ela sorriu e começou a contar a história. Eu a ouvi atentamente, sentindo-me mais conectado com o vilarejo e sua rica história.

— Dizem que há muitos anos, um nobre guerreiro vindo de terras distantes chegou a este vilarejo em busca de um tesouro lendário. Dizem que ele escondeu suas riquezas em algum lugar secreto da floresta, mas ninguém jamais conseguiu encontrá-lo.

Inclinei-me para frente, interessado na história que se desenrolava diante de mim.

— E o que aconteceu com o guerreiro e seu tesouro? — perguntou ele, envolvido pela narrativa.

A senhora Rowan sorriu, parecendo apreciar a atenção.

— O guerreiro desapareceu misteriosamente, levando consigo o segredo de onde escondeu suas riquezas. Desde então, muitos têm procurado pelo tesouro, mas poucos retornaram. 

— Alguns dizem que o espírito do guerreiro ainda guarda seu tesouro, esperando por alguém digno o bastante para encontrá-lo — concluiu ela, deixando um ar de suspense.

 Fiquei pensativo por um momento, absorvendo a história.

— Fascinante. Quem diria que essa  vila escondia segredos tão intrigantes? — perguntou ele, admirando a riqueza de histórias que o vilarejo guardava.

— Sim, nosso vilarejo tem uma história rica e cheia de mistérios. Quem sabe, talvez você mesmo encontre o tesouro um dia — disse ela, com um brilho nos olhos.

Ao sair da casa da senhora Rowan, observei duas crianças tentando consertar um brinquedo quebrado.

— Precisam de ajuda? — perguntou Kaito, agachando-se ao lado das crianças.

— Sim, por favor, tio! — respondeu uma menina com os olhos fixados nele.

 — Nosso brinquedo quebrou e não sabemos como consertá-lo.

— Deixe-me dar uma olhada — disse Kaito, pegando o brinquedo nas mãos. Examinou a peça quebrada por um momento.

 — Acho que consigo arrumar isso para vocês.

— Como vocês se chamam?

— Eu sou Hana — e esse é meu irmão, Kenji — disse a menina.

Acabei sorrindo para elas enquanto trabalhava no conserto.

— Prazer em conhecê-los, Hana e Kenji. 

 Trabalhei pacientemente, ajustando as peças e consertando o brinquedo com cuidado. As crianças observavam com atenção, fascinadas com a habilidade que eu demonstrava.

— Você é mesmo bom nisso, tio! — exclamou Kenji, admirando o trabalho de Kaito.

— Eu costumava consertar brinquedos para meus amigos quando tinha a idade de vocês — explicou ele, sorrindo enquanto apertava o último parafuso.

 — Pronto, está consertado!

— Eita, haha! O boneco está vivo! Nunca vi um brinquedo desses na minha vida. Achava que era só um boneco normal. — disse ele, totalmente surpreso enquanto observava o boneco.

— Sim, tio! Ele é um boneco articulado. Só funciona com a nossa magia. Não estava funcionando porque estava quebrado — disse Hana,toda animada.

— Nossa, nem sabia disso. Vou procurar me informar melhor.

As crianças pegaram o brinquedo, testando-o com entusiasmo.

— Obrigado, tio! Você é um herói! — disseram elas em uníssono, correndo felizes com o brinquedo consertado.

— Não foi nada, fico feliz em poder ajudar — respondeu ele, observando as crianças correrem.

Uma das crianças parou e ficou me olhando.

— Você pode brincar com a gente um dia desses? — perguntou Hana, com um sorriso tímido.

— Claro, adoraria — respondeu Kaito, acenando enquanto as crianças se afastavam. Ele se levantou, sentindo-se contente por ter feito uma diferença, por menor que fosse, no dia daquelas crianças.

Com passos aqui e ali, continuei a caminhar pelo vilarejo quando fui abordado por uma jovem garota.

— Preciso da sua ajuda; ouvi dizer que você é bom nisso — disse ela, com um tom sutil de urgência.

— Desculpe-me pela falta de educação, eu me chamo Elowen. E o seu nome? Você está no grupo dos exploradores?

— Meu nome é Kaito. Sim, faço parte do grupo de exploradores — respondeu ele, notando a ansiedade nos olhos de Elowen. — O que você precisa?

Elowen respirou fundo antes de continuar:

— Estou procurando algumas ervas medicinais e cogumelos raros na floresta próxima, mas é uma tarefa difícil sozinha. Será que você poderia me ajudar a encontrá-los?

— Claro, Elowen. O que aconteceu? 

— Minha avó está doente e precisa de ervas medicinais que crescem na floresta. Também precisamos de alguns cogumelos, mas são difíceis de pegar. Poderia me ajudar a coletá-los? — perguntou Elowen, segurando uma cesta de vime.

— Vamos lá, Elowen. Não podemos perder tempo — disse Kaito com um sorriso, pronto para a tarefa.

Nos aventuramos pela trilha que levava à floresta, o som das folhas sob os pés e o canto dos pássaros criando uma sinfonia natural. A floresta era densa, com raios de sol se infiltrando pelas copas das árvores, criando um jogo de luz e sombra.

— As ervas medicinais estão mais adiante, perto do riacho — explicou Elowen enquanto caminhavam. 

— E os cogumelos corredores... bem, eles são complicados. Crescem em lugares úmidos e se movem rapidamente.

 franzi a testa, intrigado. — Cogumelos que correm? Nunca ouvi falar disso.

— Sim, eles têm um mecanismo de defesa que os faz “correr” quando se sentem ameaçados. Precisamos ser rápidos e precisos para pegá-los — Elowen riu suavemente.

Quando chegamos ao riacho, Elowen começou a mostrar as ervas que estávamos procurando.

— Esta é a erva-do-sol, e aquela ali é a raiz-dourada. Ambas são essenciais para o remédio da minha avó.

Observei atentamente enquanto Elowen coletava cuidadosamente as ervas. Imitando seus movimentos, garanti que as plantas fossem retiradas com suas raízes intactas para preservar suas propriedades medicinais.

Depois de algum tempo, com a cesta quase cheia de ervas, Elowen olhou para mim.

— Agora vem a parte difícil. Os cogumelos corredores crescem perto da base daquela grande árvore ali. Precisamos nos aproximar devagar e pegá-los antes que comecem a se mover.

Fomos para a grande árvore onde os cogumelos corredores eram conhecidos por crescer. Elowen lançou um olhar cauteloso ao redor, seus olhos fixos no solo coberto de folhas.

— Olha aquele, é de cor laranja brilhante e tem pequenas pernas que parecem um ser vivo — disse ele, soltando uma gargalhada.

— Aqui está o desafio — murmurou ela, apontando para os cogumelos que se moviam ligeiramente perto da árvore.

— Esses pequenos corredores são mais espertos do que parecem. Temos que ser rápidos e silenciosos.

Cada passo era calculado, cada movimento feito com precisão. Estendi a mão para pegar um cogumelo próximo, mas antes que pudesse tocá-lo, o fungo começou a se mover, deslizando para longe com uma rapidez surpreendente. Era como se os cogumelos soubessem que estavam sendo caçados e estivessem determinados a escapar.

— Eles são rápidos demais para mim! Parece uma corrida de obstáculos! — exclamou ele, rindo enquanto tentava pegar um cogumelo.

— Tente novamente, mas desta vez use isso — orientou Elowen, entregando-lhe um pequeno saco de tecido. — Coloque o cogumelo no saco rapidamente.

Perseguimos os cogumelos fugitivos, mas a cada tentativa, os fungos corriam mais rápido, desaparecendo entre as raízes da árvore ou se escondendo sob folhas caídas. Foi uma verdadeira batalha de agilidade e astúcia entre os caçadores e sua improvável presa.

— Se ao menos pudéssemos negociar com eles! Talvez trocássemos cogumelos por um pouco de paz e sossego. — sugeriu Elowen, enquanto tentava cercar um cogumelo fugitivo.

Concentrado, esperei pacientemente, observando os movimentos do cogumelo. Quando ele se acalmou, fiz um movimento rápido, conseguindo pegá-lo e colocá-lo no saco antes que pudesse escapar.

— Consegui! Seu danadinho — exclamou ele, sorrindo.

— Muito bem, Kaito! Agora só precisamos de mais alguns.

Após vários minutos de perseguição, finalmente conseguimos reunir alguns cogumelos que não conseguiram escapar. Com respirações pesadas e sorrisos de triunfo, retornamos ao vilarejo, sabendo que cada cogumelo corredor colhido era uma pequena vitória conquistada na selva misteriosa.

— Muito obrigada, Kaito. Você não sabe o quanto isso significa para mim e minha avó — disse Elowen, com uma expressão de gratidão no rosto.

— Fico feliz em poder ajudar, Elowen. Qualquer coisa que precisar, é só me chamar — respondeu Kaito, sentindo-se satisfeito com o trabalho bem feito.

Com o coração aquecido pela gratidão genuína das pessoas que ajudei ao longo do dia, eu sabia que, apesar dos desafios que enfrentaria como explorador, sempre haveria um lugar para mim naquele vilarejo, entre pessoas que agora considerava amigos.

Olhando para o céu estrelado, senti uma determinação renovada. Prometi a mim mesmo que faria o possível para proteger e retribuir a bondade daqueles que me acolheram.

 

 

 

 

 


 



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