Volume 1
Capítulo 12: O Único Caminho (4)
A espada cortou o ar com um chiado enquanto se chocava contra o torso da criatura. O impacto foi poderoso o suficiente para rachar seus ossos e espalhar espinhos pelo ar. Um gemido agudo escapou dos lábios distorcidos da criatura, mas eu não parei por aí.
Com um segundo golpe preciso, virei-me rapidamente e acertei o outro lado do corpo da criatura, cortando através da carne e dos ossos com brutalidade, partindo-a ao meio. O som de ossos quebrando e espinhos se espalhando ecoou pela floresta enquanto a criatura se despedaçava diante de mim.
Braços e pernas se contorciam no chão, e o torso e a cabeça rolavam em direções opostas. Uma visão macabra, mas eu não podia hesitar. Outras criaturas se aproximavam, rugindo de raiva e sede de sangue. Eu Respirava ofegante, me preparando para os próximos ataques, sabendo que a batalha estava longe de terminar.
Com os olhos fixos nas criaturas restantes, mantive-me alerta e pronto para o próximo embate. A visão da criatura partida ao meio era brutal. Eu me sentia tão conectado naquele momento que não parecia ser eu; fui tomado por raiva.
"O que está acontecendo comigo? A floresta parece estar tentando invadir minha mente. Tudo ao meu redor parece se mover em câmera lenta."
Foi aí que percebi que dentro de mim existe uma versão fora de controle. Não podia deixar essa versão tomar conta, pois tenho medo do que podia acontecer.
"Desde que entrei nessa floresta, tudo está estranho, pensou ele, observando as criaturas se aproximarem."
Uma delas saltou em minha direção com uma velocidade surpreendente, suas garras afiadas buscando retalhar minha pele. Instintivamente, pulei para o lado e ergui minha espada novamente.
Com movimentos precisos e calculados, desferi golpes rápidos e brutais. Cada impacto era acompanhado pelo som de ossos se quebrando e sangue espirrando por todos os lados. Uma criatura teve seu braço arrancado com um golpe certeiro, enquanto outra teve suas pernas cortadas, deixando-a agonizando no chão.
A batalha era uma dança macabra de vida e morte, onde cada movimento representava uma aposta arriscada. Esquivei-me dos golpes com agilidade e respondi com ataques rápidos e devastadores. Cada criatura que caía alimentava minha determinação, mas também intensificava a fúria das que ainda restavam.
Com um ar de malícia, aproveitei o momento para testar uma habilidade de arremesso. Peguei uma pedra, apliquei um pouco de magia de fogo e transformei-a em uma bomba explosiva que detonaria ao tocar em qualquer coisa.
— Hahaha! Esta é a melhor hora para testar minhas novas habilidades! — gritou ele, enquanto arremessava as pedras com força.
A floresta ecoava com os sons das pedras que explodiam: gritos animalescos, chiados cortantes e o ruído de galhos e folhas sendo pisoteados. O ar estava impregnado com o cheiro metálico de sangue e a tensão era palpável.
Boom! Boom! Boom! Boom!......
— Uau, esse negócio é violento demais! Tenho que tomar cuidado; não quero que uma dessas pedras exploda no meu pé! Hahaha!
Eu estava gostando de ver todas as criaturas explodindo; era intenso demais. Meus arremessos eram precisos, e aquilo se tornava algo lindo de se ver.
Finalmente, quando a última criatura caiu, o silêncio pesado da floresta voltou a reinar. Meus músculos doíam, meus sentidos estavam alertas, mas sabia que a batalha tinha sido vencida, pelo menos por enquanto.
Recuei alguns passos, segurando minha espada ensanguentada. Ainda cercado pela aura de tensão que a batalha deixou, olhava em volta.
"Está... está acabado?" murmurou ele, mal conseguindo acreditar na carnificina que tinha ocorrido.”
Mas antes que pudesse me recuperar completamente, um ruído suspeito ecoou à distância, como se mais criaturas estivessem se aproximando.
— Não posso ficar aqui! — gritou ele, mais para se encorajar do que para qualquer outra pessoa.
"Precisamos sair desta maldita floresta.”
Olhei ao redor, à procura de uma rota de fuga, enquanto me preparava para o próximo desafio que a floresta implacável lançaria contra mim.
O vento forte soprou como uma lâmina gelada, trazendo consigo uma chuva de espinhos afiados que zuniam perigosamente. Meu corpo exausto se enrijeceu instantaneamente, cada músculo gritando de cansaço, mas não havia escolha senão correr.
"Não posso deixar que me peguem agora.”
Meu coração martelava no peito enquanto meus passos pisavam no solo trêmulo. As rachaduras se multiplicavam à minha frente, e os abismos se alargavam como bocas famintas, prontas para me engolir. Saltei sobre os buracos com a agilidade de um animal acuado, enquanto o ar frio cortava meu rosto.
A cada segundo, o perigo se intensificava. O som das árvores retorcendo sob o vento misturava-se ao rugido dos abismos se abrindo, ameaçando me devorar a qualquer descuido. Não podia parar, não podia fraquejar.
Finalmente, avistei um vislumbre de esperança: uma caverna no meio da floresta à minha frente. Eu não tinha escolha; era entrar ou correr o risco de me tornar uma peneira.
Sem hesitar, pulei para dentro, quase sendo atingido pela chuva de espinhos. Senti um alívio imediato ao perceber que ali, pelo menos, os espinhos não poderiam me atingir.
No entanto, a sensação de segurança era efêmera. Sabia que ainda não estava fora de perigo.
"Uma caverna no meio da floresta... É estranho, mas me salvou. Foi por pouco,”pensou ele, consciente do quão perto estava da morte.
"Se eu não tivesse corrido a tempo, estaria estendido no chão agora.”
Dentro da caverna, a escuridão era densa e opressiva. A única luz vinha da entrada, onde os espinhos ainda choviam implacavelmente. Respirei fundo, tentando acalmar o coração que ainda martelava no peito.
"Preciso pensar no próximo passo. Esta caverna pode ser um abrigo temporário, mas não posso ficar aqui para sempre.”
— Poxa! Eu não queria, mas vou ter que explorar esta caverna e ver se encontro uma saída — disse ele, tentando enxergar mais além.
— Está muito escuro. Vou ter que usar a magia "Olhos de Coruja.” Assim, conseguirei enxergar melhor.
Caminhei mais para dentro da caverna, cada passo cuidadosamente calculado para evitar surpresas desagradáveis. As paredes de pedra eram frias ao toque, mas ofereciam um estranho consolo em meio ao caos.
O eco de meus próprios pensamentos parecia zombar da minha vulnerabilidade.
"Concentre-se.”
"Concentre-se.”
"Concentre-se.”
"pronto.........”
— Voltar não é uma opção. A chuva de espinhos não para e não vai me dar esse luxo. Hahaha!
Segui mais fundo na caverna. Tudo parecia úmido, e o cheiro era forte, uma mistura pungente de mofo e morte. Mesmo ali, encontrei alguns cadáveres em decomposição. A visão era perturbadora: restos de exploradores que se aventuraram nesse vale e não tiveram a mesma sorte que eu.
Ratos corriam por todo lado, suas pequenas patas ecoando nas paredes da caverna. O som das goteiras era ensurdecedor, um constante pingar que parecia amplificado pela acústica natural do lugar. Pedras caíam esporadicamente, seus impactos ressoando como trovões. Rugidos distantes nas profundezas.
Meus olhos de coruja me davam uma visão nítida no escuro e minha audição aguçada captava cada ruído, cada movimento. O coração batia acelerado, mas eu me forçava a manter a calma. Precisava analisar cada passo cuidadosamente, evitando qualquer armadilha ou criatura que pudesse estar à espreita.
— Que diabos aconteceu com esses exploradores? — murmurei, olhando para os restos mortais espalhados pelo chão.
"Se eu não tomar cuidado, vou acabar como eles.”
Continuei avançando, mantendo-me próximo às paredes da caverna, em busca de qualquer sinal de saída. Cada passo era uma luta contra o medo crescente, mas a necessidade de sobrevivência me impulsionava para frente.
— Preciso sair logo desta floresta! — pensou ele, tentando ignorar o pânico que ameaçava dominá-lo.
"Este lugar é um verdadeiro labirinto de morte.”
A sensação de estar sendo observado nunca me abandonava, como se a própria caverna estivesse viva e consciente da minha presença. Meus sentidos aguçados captavam sons e movimentos que, para qualquer outra pessoa, passariam despercebidos. Cada ruído era uma potencial ameaça, cada sombra, um inimigo oculto.
— Eu vou sobreviver — declarei a mim mesmo, com firmeza.
— Não vou acabar como eles............
O caminho à frente era incerto, diante o pesadelo subterrâneo.
De repente, um rugido próximo reverberou pelas paredes, fazendo meu coração disparar. Parei abruptamente, tentando localizar a origem do som. As sombras dançavam nas paredes, criadas pelas fracas luzes que se infiltravam através das fissuras nas rochas.
"Ah, não! O que foi isso?”
"Preciso ficar alerta,”pensei, ajustando minha postura e empunhando a arma com firmeza.
O rugido se repetiu, desta vez mais alto e mais perto. Uma sombra se moveu rapidamente na escuridão à minha esquerda, e eu me encolhi, preparando-me para o que estivesse por vir.
Sem aviso, uma criatura emergiu da escuridão. Era uma aberração horrenda, uma mistura de carne putrefata e ossos expostos, com olhos vermelhos brilhantes que pareciam perfurar minha alma. Sua mandíbula estava repleta de dentes afiados, e suas garras longas e letais refletiam a luz fraca que conseguia escapar das fissuras nas paredes.
— Maldição! — exclamei, recuando rapidamente, mas tropecei em um dos cadáveres espalhados pelo chão. Caí de costas, o impacto me tirando o fôlego por um instante, enquanto a adrenalina pulsava em minhas veias.
A criatura avançou, seus rugidos reverberando pela caverna como um eco aterrador. Com um esforço desesperado, empunhei um pedaço de madeira endurecida que encontrei no chão. A besta pulou, com a boca escancarada. Segurei a madeira contra suas mandíbulas, lutando com todas as minhas forças para não ser dilacerado. Sua força era esmagadora, e a pressão estava se tornando insuportável.
Desesperado, alcancei rapidamente minha faca na cintura e, com um movimento ágil, cravei-a em sua barriga. A criatura urrou de dor, suas garras cortando o ar e atingindo-me com um impacto brutal, fazendo-me bater contra a parede da caverna. Caí no chão, uma dor intensa corria pelo meu corpo, mas consegui me levantar, ofegante.
Olhei para a criatura enquanto seu sangue quente escorria, manchando o chão e revelando a ferocidade do nosso confronto.
"Olha que maldita aberração! Ela está destruindo a madeira e limitando minhas opções!” exclamei, a adrenalina correndo pelas minhas veias. Avistando uma nova, um raio de esperança brilhou em meio ao desespero.
" Achei outra!” gritei, com meus instintos em alta, preparado para atacar mais uma vez.”
"Tenho que ser rápido.”
Nesse momento, a criatura percebeu minha intenção e disparou em minha direção. Sem hesitar, fui contra ela também. Ao me aproximar, deslizei por baixo dela, pegando a madeira e continuei a correr. Ela virou rapidamente, vindo atrás de mim, e a única coisa à minha frente era uma parede de pedra. Corri até ela, subindo executei um mortal, colocando a madeira em posição de ataque.
Com um grito de guerra, acertei a criatura. O golpe foi brutal; a madeira se partiu ao meio, mas não antes de rachar o crânio da aberração, que recuou com um uivo de dor. Sangue negro jorrou da ferida, mas a criatura não estava derrotada. Ela se lançou sobre mim novamente, eu me vi forçado a lutar pela minha vida com todas as minhas forças.
Com uma combinação de socos e chutes, tentei manter a criatura à distância, mas ela era incrivelmente forte. Suas garras rasgaram minha pele, e eu senti uma dor aguda se espalhar pelo meu corpo.
— Não vou morrer aqui! — gritei, minha determinação crescendo. Consegui agarrar uma pedra grande no chão e, com todas as minhas forças, bati contra a cabeça da criatura repetidas vezes.
— Morra, criatura maldita!.....
— Morra, criatura maldita!.....
— Morra, criatura maldita!.....
Finalmente, com um último golpe, a criatura tombou, morta aos meus pés. Ofegante e coberto de sangue—tanto meu quanto dela—recuei alguns passos, lutando para recuperar o fôlego e processar a carnificina que acabei de presenciar.
— Preciso sair daqui! E logo! — exigi a mim mesmo, a adrenalina ainda pulsando em minhas veias.
— Ufa! — exalei aliviado, ao me curar de uma ferida que não era tão profunda quanto pensei. O alívio foi momentâneo, mas necessário.
Continuando meu caminho pela caverna, cada passo se transformava em uma batalha contra a dor e o medo que se infiltravam em minha mente. Eu sabia que não podia parar. Aquela caverna tornou-se um campo de batalha, e eu era o único sobrevivente, lutando por minha vida.
— Droga! Não aguento mais este lugar. Não tenho um minuto de paz!
De repente, avistei um caminho sinuoso à frente. Não havia outra opção; uma ponte de pedras irregulares se estendia à minha frente, ameaçadora e parecia instável. Não parecia nada segura, mas era a única passagem disponível para seguir em frente.
— Eu preciso atravessar, não há escolha! Vamos em frente, mais uma jornada sem fim! Hahaha!