Juiz Rúbeo
Capitulo 6: AGORA APRENDIZ
A chuva continuava lá fora, o som suave das goteiras batendo nas janelas, enquanto o vento frio fazia o silêncio da cidade ainda mais profundo.
Dentro da casa de Pietros e Niria, o ritmo da vida seguia seu curso, com o amor e a responsabilidade sendo as bases que sustentavam cada decisão, cada movimento.
Com tudo resolvido por aquela noite, o casal se retirou para os seus aposentos, cansados, mas prontos para o que o futuro traria.
A aurora seguinte traria mais respostas, mais desafios, mas também mais esperança para o treinamento de Rubreos.
Pietros e Niria perceberam que, ao contrário do que imaginavam, o treinamento de Rubreos não seria tão simples.
Pelo contrário, seria mais desafiador do que o de muitos outros jovens aprendizes, exigindo mais esforço e dedicação, especialmente devido às habilidades místicas que ele deveria desenvolver.
Niria, em particular, compreendeu que as orientações dadas por Talles, o representante do Clã dos Juízes, seriam fundamentais para o sucesso do treinamento de Rubreos.
Era por isso que ela havia decidido que continuariam praticando até mesmo na aurora seguinte, mesmo que fosse o básico, praticando no fundo de sua casa.
A noite passou rapidamente, quase como uma flecha que corta o ar em um campo de batalha.
O tempo parecia acelerar enquanto o casal descansava, imerso em seus próprios pensamentos.
As crianças já dormiam profundamente, protegidas e aquecidas em suas camas, cobertas com peles de animais e tecidos grosso.
O clima lá fora era frio, com chuva fina caindo insistentemente, acompanhada de ventos gélidos que sopravam pelas ruas da cidade.
Os passos dos soldados eram audíveis à distância, ecoando nas ruas e becos da cidade, como parte da rotina constante de patrulhas.
As rondas eram feitas por todo o perímetro da cidade murada, incluindo a alta muralha que a cercava, oferecendo segurança aos moradores.
Na Casa Hansa, os Beligerantes eram poucos durante a noite, mas estavam prontos para qualquer emergência que pudesse surgir.
Guerreiros, magos e feiticeiros de diversas raças e sexos mantinham-se de prontidão, sempre atentos aos acontecimentos da cidade.
Quando a aurora finalmente chegou, trazendo o clarear do dia, o ritmo da vida se reestabeleceu.
Os filhos mais velhos de Pietros e Niria partiram logo após a ceia para continuar com seus estudos.
Narion, com seus treinos de Herói, e Pietra, com sua própria jornada, seguiam seus caminhos.
Já Rubreos, mais jovem, estava se preparando para o que seria mais um dia de treinamento.
Niria já havia se levantado cedo, e, como sempre, estava atenta aos detalhes.
Ela preparava Rubreos para começar seus treinamentos no fundo da casa.
O espaço não era grande, mas o suficiente para o básico.
Ela queria garantir que ele começasse a se acostumar com a intensidade do que viria pela frente.
Enquanto isso, Pietros terminava seu treino matinal com a espada.
A disciplina era algo que ele sabia ser essencial, não só para si, mas também para ensinar aos filhos.
Após o banho quente em sua banheira de metal simples, mas funcional, ele se sentou para terminar de ler os últimos pergaminhos.
O tempo estava escasso, mas ele e Niria precisavam decidir juntos como proceder com o treinamento de Rubreos, agora que tinham todas as informações necessárias.
Pietros e Niria sabiam que o caminho seria árduo.
Os pergaminhos falavam de coisas que ainda estavam além da compreensão de Rubreos, e o treinamento de um juiz exigia muito mais do que apenas conhecimento teórico.
Ele teria de se adaptar fisicamente, e sua mente precisaria acompanhar o ritmo das técnicas místicas.
Quando Niria começou a praticar com Rubreos no fundo da casa, ela observou atentamente.
Seu filho caçula, com apenas sete ciclo de vida, estava começando a se acostumar com as primeiras invocações, as movimentações dos círculos místicos.
Ela o orientava de forma precisa, como Talles havia ensinado, e observava com atenção a execução dos movimentos.
A princípio, ele parecia um pouco hesitante, mas logo sua agilidade se fez aparente.
Ela notou que ele estava aprendendo rápido.
Suas mãos eram mais rápidas do que ela esperava, e ele começava a entender o básico dos encantamentos.
Ainda assim, Niria sabia que havia muito a ser feito.
A parte mais difícil seria a adaptação física. Mesmo com a mente afiada e a habilidade de aprender rapidamente, Rubreos ainda era uma criança.
Seu corpo precisava se ajustar à carga de poder que ele carregava: o poder do Rubi Rúbeo, algo único e raro.
O potencial estava lá, mas o treino físico seria essencial para que ele pudesse controlar essa força sem se prejudicar.
Niria, com toda sua experiência, sabia que essa parte do treinamento levaria tempo. O corpo de Rubreos precisava crescer, se fortalecer, para suportar a energia que emanava de seus olhos, os olhos de Rubi Rúbeo.
Ela se comprometeu a ajudá-lo, não importava o quanto fosse difícil. Ela não permitiria que a falta de preparo físico impedisse seu filho de alcançar seu potencial.
A aurora daquele dia parecia promissora, mas o casal sabia que cada passo, cada exercício, cada dia de treino seria fundamental para que Rubreos chegasse a ser o que ele precisava ser.
A disciplina e o esforço de hoje moldariam o juiz de amanhã. E assim, o dia começou, com mais um dia de aprendizado, de desafios e de esperança para o futuro.
Durante a manhã, houve pequenas pausas no treinamento de Rubreos para que ele descansasse.
Sua mãe, Niria, aproveitou esses momentos para continuar com as tarefas domésticas.
Ela estava acostumada a equilibrar as responsabilidades do lar com os ensinamentos que passava para o filho.
Enquanto isso, Pietros havia terminado de ler os três últimos pergaminhos que faltavam e anotado todas as dúvidas que surgiram ao longo da leitura.
Ele sabia que ainda havia muito o que discutir com Niria, então aguardaria o momento certo para conversar com ela, para ver se ela queria adicionar algo mais às anotações ou fazer algum ajuste no entendimento dos documentos.
Ambos estavam ansiosos pela chegada de Sanis, o mestre designado ao treinamento de Rubreos, para que todas as dúvidas pudessem ser esclarecidas e a admissão formal do filho caçula no Clã dos Juízes fosse concluída.
Após o almoço, Niria e Rubreos estavam na varanda do sobrado, descansando em uma rede, aproveitando a tranquilidade da tarde. Rubreos, embora ainda estivesse envolvido nos treinamentos, parecia relaxado e satisfeito.
A mãe, por sua vez, observava atentamente o filho, sempre atenta ao seu bem-estar e ao seu progresso.
Pietros, por sua vez, resolveu aproveitar a tarde para sair.
Ele foi até o centro da cidade, com a intenção de passar pela Casa Hansa para conversar com o chefe Casares.
Ele queria obter notícias sobre o progresso da investigação conduzida pelo grupo misto de Beligerantes, que havia sido enviado para a região das Montanhas Nebulosas.
Sabia que aquele grupo enfrentava missões desafiadoras e desejava entender melhor o que estava acontecendo.
Enquanto isso, Niria voltou ao treinamento de Rubreos.
Para sua surpresa, uma velha amiga apareceu.
Melina Zianes de Alfa, também conhecida como Felina de Fogo, era uma semi-humana do povo Felino Vermelho e uma guerreira de Quarto Nível, com um conhecimento vasto sobre invocações e conjurações místicas.
Melina havia sido parte de um grupo de Beligerantes que realizava missões para as Casas Hansas, e agora, como uma amiga de longa data, ela estava ali para ajudar no treinamento de Rubreos.
Embora Niria e Melina fossem de classes diferentes, suas abordagens para as invocações de círculos místicos eram diferentes.
Melina, com seu estilo próprio, demonstrou a Rubreos como realizar conjurações poderosas através de gestos em vez de palavras.
Em vez de invocar de forma verbal, ela formava símbolos com as mãos e os unia, criando círculos místicos com impressionante destreza.
Rubreos, com sua curiosidade e habilidade, acompanhava os gestos de Melina e logo começou a replicá-los, executando as conjurações com uma rapidez surpreendente para sua idade.
As cores dos Círculos Místicos que ele invocava eram firmes e brilhantes, e as formações eram perfeitas.
O sorriso de satisfação no rosto da criança mostrava claramente que ele estava se divertindo e aprendendo com facilidade.
Niria e Melina observavam, admiradas com a rapidez com que Rubreos estava absorvendo o conhecimento.
Para um aprendiz tão jovem, aquele desempenho era impressionante.
Elas sabiam que ele tinha grande potencial, e aquele momento só confirmava suas expectativas.
O treinamento durou a tarde inteira, mas foi extremamente produtivo.
As expressões de satisfação em seus rostos, e a felicidade visível em Rubreos, indicavam que aquele dia de aprendizado fora bem aproveitado.
A aurora já estava se encerrando quando o clima frio começou a pesar.
Apesar do céu ainda nublado, o dia tinha sido produtivo, e a noite chegou silenciosamente, trazendo com ela uma calmaria que envolveu a casa.
Todos estavam em casa quando Niria e Melina começaram a preparar o jantar.
O aroma maravilhoso dos assados e cozidos se espalhou pela casa, e até as crianças, que brincavam no ambiente, pararam por um momento para sentir o cheiro.
Quando o jantar estava pronto, todos se reuniram na mesa.
As crianças, ainda um pouco inquietas, aguardavam ansiosamente enquanto Pietros, que havia retornado do centro da cidade e feito algumas compras, agora aproveitava uma caneca de vinho artesanal que trouxera consigo.
Ele havia comprado um pequeno barril, e como Melina estava ali, ela também se juntou a ele na bebida.
O ambiente estava repleto de alegria.
A comida era saborosa, e do suave vinho parecia fazer a conversa fluir de maneira descontraída.
Até Niria, que normalmente não costumava beber, se permitiu tomar uma caneca, compartilhando o momento com o esposo e sua amiga.
As risadas e a conversa aqueceram a noite, e quando Melina, já com algumas canecas a mais, começou a cantar, a casa se encheu de música.
Sua voz era clara e sem desafinos, e as canções que ela entoava faziam Pietros e Niria se perderem em lembranças dos tempos antigos, quando estavam envolvidos em missões para as Casas Hansas, viajando de cidade em cidade.
A música, cheia de nostalgia, trouxe uma sensação de calor e união.
O jantar se estendeu até que, com a barriga cheia e o espírito leve, todos se levantaram da mesa.
Niria, vendo que o cansaço já tomava conta das crianças, as colocou para dormir.
Foi quando Rubreos disse sonolento:
— Obrigado tia Melina...
Ela respondeu sorrindo:
— De nada meu querido tenha bons sonhos!
Despediu dele com um beijo na testa.
Ao mesmo tempo os outros dois filhos de Niria também disseram:
— Obrigado tia Melina!!
Ela olhou para eles e repetiu o gesto beijando a testa de Narion e Pietra.
— Durma crianças, tenham bons sonhos.
As duas crianças se acomodaram em baixo das grossas cobertas enquanto Niria e Melina saiam do quarto fechando a porta.
Os aprendizes, com os olhos pesados de sono, não resistiram por muito tempo, caindo em um sono profundo e reconfortante.
Na parte de baixo da casa, em uma sala que havia uma lareira.
Pietros aguardava Niria e Melina, na qual gostaria de saber o que ela havia achado da revelação que Rubreos havia recebido um Rubi Rúbeo.
Então elas se juntaram a ele e conversa prosseguiu.
Ela havia ficada admirada pelo poder dele, a facilidade em que aprendeu o que ela havia só mostrado.
A postura corporal que fazia na hora das invocações e principalmente os círculos de invocações, até mesmo os não verbais.
Pietros olhava para Niria onde via a expressão do seu rosto transbordando de alegria e satisfação, com isso ele ficou tranqüilo.
Melina disse com a voz alegre de satisfação:
— Nunca havia vistos Círculos Místicos tão perfeitos e nítidos, olha que tanto eu e Niria viemos de ensinamentos, treinamentos, locais e mestres diferentes, onde levamos anos para que chegassem a perfeição que são hoje. Mas seu filho chegou pouquíssimo tempo.
Pietros e Niria ficaram alegres e com uma enorme satisfação com as palavras de Melina.
A conversa durou mais um pouco e então decidiram irem dormir.
Niria havia preparado um quarto que sempre era usado para visitas dormirem, pois estava muito tarde e muito frio naquela hora da noite para Melina ir embora.
Ela aceitou de bom grado e assim se retirou para descansar, ao mesmo tempo o casal também foram para seu quarto, pois amanhã seria uma aurora muito importante.
Onde o indicado a ser mestre do jovem Aprendiz de Juiz, iria voltar para saber da resposta dos pais de Rubreos.
Enquanto a casa se silenciava, e o vento frio ainda soprava lá fora, Pietros e Niria, exaustos, mas satisfeitos, se acomodaram em sua própria cama.
O amanhecer daquela aurora foi sereno e bonito, com o céu limpo de nuvens, mas ainda sem o calor do sol que tanto se esperava.
Os ventos frios persistiam, como se a primavera hesitasse em chegar.
Os dois filhos mais velhos de Pietros e Niria já haviam tomado a ceia da manhã e saído para seus respectivos estudos e treinamentos, cada um em seu próprio caminho.
No fundo da casa, Pietros seguia sua rotina de treino, focado e disciplinado.
Perto dele, Melina, que ainda estava hospedada, realizava uma meditação mística sob uma estrutura coberta.
Niria, por sua vez, estava cuidando de Rubreos.
Ela o alimentou com a ceia da manhã e, com cuidado, o preparou para o encontro com seu futuro mestre, o juiz Sanis.
O menino, ansioso e animado, não parava de falar sobre o que aprenderia com o mestre e o que esperava do treinamento.
Após Melina terminar a refeição, ela se levantou, sorrindo para a família.
Agradeceu pelos momentos alegres compartilhados, pela refeição deliciosa e pelo descanso proporcionado.
Abraçou Niria, Pietros e, por último, Rubreos, que estava radiante com a presença dela. Ele, com um sorriso largo, estava visivelmente feliz por tê-la ali.
Melina se despediu, dizendo, enquanto se afastava em direção à porta de entrada:
— Nos veremos muito em breve!
Rubreos, sem perder o entusiasmo, gritou em resposta:
— SIM, EU VOU ESPERAR!
Ela olhou para trás, sorrindo, e acenou com a mão antes de seguir seu caminho para o centro da cidade.
A porta se fechou lentamente, e, com isso, Pietros, Niria e Rubreos ficaram em silêncio por um momento.
A casa, agora mais tranquila, aguardava a chegada de Sanis, o mestre que guiaria o mais novo aprendiz de juiz da cidade de Zelanes.
Niria voltou para a cozinha, onde continuava suas tarefas matinais, enquanto Pietros se acomodou na sala, esperando pacientemente pela chegada do mestre.
Ele observava Rubreos brincando no chão, sentado sobre um grosso tapete de couro de animal selvagem, imerso no seu mundo de brinquedos e risos.
Como o tempo passava e Sanis ainda não chegava, Pietros se levantou da sala e foi até a cozinha, onde se juntou a Niria para tomar um chá quente.
A atmosfera estava tranquila, e o som suave do chá sendo servido trazia um toque de aconchego ao ambiente.
Foi então que, no silêncio, ouviram um leve bater na porta. Pietros trocou um olhar com Niria, que sorriu suavemente e disse:
— Vai lá, meu amor. Deve ser ele!
Pietros, com um gesto afirmativo, deixou a xícara sobre a mesa e se dirigiu até a porta.
O som dos passos ecoava levemente na casa enquanto ele se aproximava.
Ouviu novamente o toque da porta, mais forte desta vez, e com um gesto rápido e discreto, utilizou seu olho místico para verificar quem estava do lado de fora.
Ele viu, então, que era Sanis.
Sem hesitar, abriu a porta. Ao ver o mestre, saudou-o com educação, já demonstrando sua cordialidade:
— Bom dia, senhor Sanis! Estávamos aguardando sua chegada. Por favor, entre!
Fazendo um gesto com a mão, indicou o caminho para que Sanis entrasse.
— Bom dia, senhor Pietros! Agradeço pela recepção — respondeu Sanis, com um aceno de cabeça, enquanto adentrava a casa.
Enquanto Sanis entrava, foi recebido também pelo Rubreos no corredor.
Sanis falou:
— Olá Rubreos como foram essas auroras?
— Foram muito boas! Eu treinei muito com minha mãe! — disse ele sorrindo.
Vendo a satisfação da criança Sanis sabia que estavam no caminho certo.
Então antes de chegar à sala onde iriam tratar do assunto, Niria chegou e disse colorosamente:
— Bom dia senhor Sanis, tudo bem? Aceitaria um chá quente com biscoitos caseiros que acabei de fazer?
— Bom dia senhora Niria! Estou bem. Só o chá, por favor, eu... já realizei uma ceia da manhã na hospedaria onde estou.
— Está bem eu vou trazer para o senhor! Meu marido aceita também uma xícara de chá?
— Sim minha esposa, por favor!
Ela sorriu e saiu na direção da cozinha.
Nesse momento Sanis perguntou:
— Conseguiram ler todos os pergaminhos?
Pietros respondeu:
— Sim!
— Tem alguma dúvida?
— As que tivemos, fizemos anotações de todas elas!
— Muito bem deixa ver elas, por favor!
Os dois já estavam na sala onde iriam tratar do assunto.
Sala na qual estava bem arejada e iluminada com suas janelas entre abertas.
Sanis puxou uma cadeira enquanto Pietro trazia as anotações e os pergaminhos que o futuro mestre de Rubreos havia deixado.
Então Sanis começou a ler as anotações feitas tanto por Pietros como Niria.
Nessa hora a mãe de Rubreos trouxe as xícaras de chá em uma bandeja e um bule.
Onde ao servir para Sanis e Pietros, deram para sentir o aroma de um bom chá de ervas naturais.
Sanis ao tomar logo disse sorrindo:
— Obrigado senhora Niria, seu chá é excelente!
Ela respondeu com um sorriso cordial.
Então o futuro mestre de Rubreos disse:
— Vamos começar!
Pietros puxou uma cadeira para sua esposa sentar ao lado dele, enquanto ele ficaria ao lado de Sanis.
Sendo assim Sanis foi lendo em voz alta as duvidas e respondendo em seguida detalhe por detalhe.
Rubreos veio e puxou uma cadeira ao lado de sua mãe e ficou assistindo toda a conversa.
O tempo estava passando com a conversa, em certo momento Niria teve que sair deixando todos ali e havia se encaminhado para preparar o almoço.
Havia chegado a hora do almoço, Sanis se juntou ao casal e o filho caçula na sala reservada para refeições.
Sanis ficou surpreso ao ver a mesa arrumada: farta de todos os tipos de alimentos eram dois tipos de carne assados e outros cozidos e até uma espécie de salada.
O aroma já fazia encher a boca de água e a fome aumentarem ainda mais.
Pietros e Niria pela expressão do rosto de Sanis viram que ficou muito satisfeito pelo almoço servido.
Depois do almoço: Pietros convidou Sanis para sentar em umas cadeiras confortáveis na varanda. Enquanto Niria iria preparar um novo bule de chá, para ajudar na digestão, enquanto eles descansavam.
Pietros aproveitou para passar o tempo, contou muitas historias de sua vida antes de conhecer Niria. Foi quando a conheceu realizando uma missão.
Começaram a realizar varias missões juntos, o romance cresceu, o pedido em namoro e por último o casamento.
Uma conversa distraída e agradável aos ouvidos de Sanis na qual em certas partes ria das trapalhadas de Pietros em tentar conquistar Niria.
Tomara o chá que Niria havia acabado de fazer, que antes mesmo de chegar neles dava para sentir o cheiro maravilhoso.
Foi um tempo bem aproveitado com as conversas e tomando chá, quando Sanis disse:
— Vamos terminar de concluir o nosso assunto?
Pietros com um gesto positivo de cabeça concordou e ambos se levantaram como a porta estava aberta: Sanis entrou primeiro em seguida o pai de Rubreos e por último Niria e o filho caçula.
Foram todos direto para a sala onde estava os pergaminhos e lá voltaram ver sobre as duvidas.
Já havia passado do meio da tarde quando tudo finalmente foi concluído.
A satisfação estava clara nos rostos de Pietros e Niria; todas as dúvidas e questionamentos que tinham sido esclarecidos minuciosamente, sem deixar nenhum ponto em aberto. O contrato estava finalmente selado.
O processo de assinatura foi realizado de maneira mística, através de invocações, reunindo Sanis, Pietros e Niria em um único círculo de poder.
O ato foi formalizado com Rubreos dizendo seu nome completo em voz alta, selando o compromisso.
— Pronto, está concluído! — disse Sanis com um sorriso satisfeito. — Agora, o contrato será enviado imediatamente para a cidade capital de Sophianes, ao Clã dos Juízes de Iriarnes.
Pietros, com um olhar curioso, perguntou:
— E quando ele começa?
— Muito em breve! — respondeu Sanis, ajustando sua postura com um semblante confiante. — Agora, há apenas alguns detalhes a serem finalizados. O local onde ele irá estudar e treinar já foram escolhidos. Vou solicitar ao Clã dos Juízes que enviem os livros e materiais necessários. As bibliotecas da cidade e dos templos não têm tudo o que precisamos, mas já preparei uma lista com o que será essencial para o começo dos estudos. Durante os próximos dias... vou dedicar alguns auroras a levar seu filho para as bibliotecas... focando nos estudos teóricos enquanto esperamos que os materiais cheguem e o local de treinamento seja adaptado adequadamente.
Sanis sorriu, com um ar tranquilo e decidido, como se estivesse pronto para começar o trabalho que tinha pela frente.
No momento em que os pais de Rubreos haviam recebido os pergaminhos para lerem.
Sanis se dedicou ao tempo do prazo dado, em dar início à busca por um imóvel que pudesse ser adequado aos estudos e o treinamento do jovem aprendiz.
Andou pela cidade inteira, explorando várias opções. Até que encontrou um lugar apropriado.
Era um pouco afastado, próximo a um dos três portões que ficavam na imensa e imponente muralha da cidade, mas parecia ser a escolha certa.
Após terem assinado o contrato, Niria perguntou:
— O Senhor já encontrou o local para os estudos?
Sanis fez um leve aceno de cabeça, seu sorriso denotando certeza.
— Sim, encontrei! — Ele fez uma pausa, olhando para Rubreos, que o observava com os olhos brilhando de entusiasmo. — Em breve, ele começará a treinar lá. Esse será o novo ponto de partida para sua jornada.
E, enquanto as palavras de Sanis se dissipavam no ar, todos ali sabiam que o futuro de Rubreos estava finalmente selado.
— Logo estarei de volta e começaremos seu estudo meu aprendiz. — falou sorrindo e continuou: — Peço que o senhor e senhora continuem os treinamentos de Rubreos, pois percebi pela invocação do selo para finalizar contrato que foi muito forte por parte dele.
Com essa informação: Pietros e Niria olharam para seu filho caçula com um sorriso tão gratificante viu que todo o treinamento havia sido valido e estava dando resultado.
Aos poucos vira ele se afastando lentamente indo na direção da cidade, então os três entraram na casa e fecharam a porta.
A tarde Niria levou Rubreos para praticar artes místicas no Clã das Feiticeiras dando continuidade.
Pietros foi até a Casa Hansa para ver se havia alguma missão disponível nas redondezas.
Caminhou até os quadros onde eram postados os pedidos de missões e começou a procurar algo que pudesse fazer.
Seus olhos se iluminaram ao encontrar uma missão de escolta para uma caravana, que partiria em direção à capital Sophianes, nas terras de Iriarnes.
Era uma tarefa em grupo misto de Beligerantes, o que o agradou bastante.
Dirigiu-se então ao chefe Casares para obter mais informações, principalmente para saber se já havia um grupo formado para a missão.
Casares confirmou que um grupo estava sendo montado e que Pietros poderia se juntar aos Beligerantes para a escolta.
Ele logo registrou seu nome como membro da missão, e soube que faltavam apenas alguns outros integrantes para completar o grupo.
Assim que estivessem todos reunidos, Casares organizaria a reunião para passar os detalhes da missão, que deveria ser realizada com certa urgência.
Pietros também sugeriu que o esposo da irmã de Niria, que poderia estar sem missões, fosse chamado para se juntar ao grupo.
Casares, concordando com a sugestão, enviaria um mensageiro para verificar o interesse dele e, se fosse o caso, pediria que fosse até a Casa Hansa.
Aproveitando a oportunidade: Pietros perguntou sobre o outro grupo de Beligerantes que havia sido enviado para as Montanhas Nebulosas.
Casares informou que o grupo havia subido um pouco mais, seguindo por uma trilha indicada por um líder de aldeia, mas até aquele momento não havia recebido nenhum retorno.
Pietros franziu a testa, preocupado. Sabia que as trilhas nas Montanhas Nebulosas podiam ser traiçoeiras, com armadilhas e emboscadas.
Embora o grupo fosse experiente, o risco ainda era grande.
Com isso, Pietros se despediu de Casares e voltou para o centro da cidade, onde aproveitou para fazer algumas compras de suprimentos para a casa e para a família.
Era o fim da tarde quando Niria retornou com Rubreos.
Ela contou para Pietros que seu filho estava cada vez melhor nas conjurações e invocações de círculos místicos.
O filho, sem ter um conhecimento específico, já conseguia invocar o mesmo selo que Sanis usou para finalizar o contrato, o que a deixou bastante impressionada.
Pietros, visivelmente orgulhoso, abraçou Rubreos, sorrindo com a descoberta do prodígio que estava se tornando.
Quando a noite chegou, Pietros e Niria estavam na cozinha conversando enquanto ela preparava o jantar.
As crianças estavam na sala, observando e comentando o progresso de Rubreos.
Seus filhos mais velhos viam com admiração como o caçula estava se destacando nas invocações.
Ele já conseguia criar Círculos Místicos de vários tamanhos e cores, com bordas repletas de símbolos diferentes.
Pietros contou para Niria sobre a missão que iria participar.
Seria uma escolta de caravana, com um grupo de Beligerantes experientes, o que o deixava ainda mais tranquilo.
A recompensa iria valer a pena e não seria nada longo e até na volta poderia pegar uma nova escolta.
Também comentou sobre a possibilidade de o marido de sua irmã se juntar à missão, já que ele poderia estar sem tarefas no momento.
Niria só pediu que tomasse devidos cuidados, pois havia ouvido falar lá no Clã das Feiticeiras que inegmaticos fatos estavam acontecendo por todos os cantos de Iriarnes.
Ele abraçou por trás e disse que iria tomar todos os cuidados, não iria abandonar ela tão cedo.
Ela se virou e deu um beijo ardente nele, até serem interrompidos pelo seu filho mais velho, deixando os sem jeito.
— Mãe a comida está pronta? Estamos com fome! Ainda vai demorar em sair o jantar?
Ela respondeu:
— Está quase pronto querido! Pede para sua irmã para ir pondo a mesa e ajude ela a arrumar!
— Sim senhora!
Nirion foi falar com a irmã dele.
Pietros voltou e falou no ouvido dela sussurrando:
— Mais tarde em nosso quarto continuamos.
Ela olhou para ele com um sorriso malicioso.
Um pouco depois: o jantar estava sendo servindo, com todos na mesa, comeram aquelas saborosas refeições, onde o cheiro havia espalhado pela casa inteira.
Niria sempre foi uma excelente cozinheira até mesmo quando era uma Beligerante, pois ela que ajudava cozinhar para os grupos nas quais participava das missões!