Volume 3
Extra: A História da Princesa das Estrelas
Essa é uma história que se passa há muitos e muitos anos atrás, em um tempo em que Tenkou, o Imperador Celestial, ainda se ocupava de criar as estrelas e distribuí-las ao longo do Universo. O Imperador tinha uma filha, conhecida como Orihime (a estrela Vega), a Princesa Tecelã. Essa alcunha dada a ela se dava porque ela passava seus dias completamente imersa em sua função: tecer os mais delicados tecidos, tão macios que foram pendurados entre as estrelas, para que pudessem oscilar nos céus. Hoje, conhecemos estes tecidos como nuvens, neblinas e nevoeiros.
Embora a Princesa cumprisse com sua tarefa, certo dia o Imperador notou que ela estava pálida, com um semblante muito entristecido. Ele então decidiu questionar a filha sobre o que estava acontecendo, e logo descobriu que ela estava se sentindo solitária e uma grande tristeza habitava seu coração em função disso.
Preocupado com sua filha, o Imperador decidiu apresentá-la ao jovem Pastor Celestial, Hikoboshi (a estrela Altair). Orihime e Hikoboshi imediatamente se apaixonaram e a Princesa voltou a sorrir como nunca antes. No entanto, ambos os jovens se renderam a paixão que sentiam um pelo outro e acabaram deixando de lado suas obrigações.
Enfurecido com a irresponsabilidade dos dois jovens, o Imperador decidiu separá-los, obrigando o Pastor Hikoboshi a viver do lado oposto do Rio das Estrelas (Via Láctea). Para impedir que qualquer um dos dois fugisse novamente de suas obrigações, ele também derramou uma imensa quantidade de água no rio, que até então podia ser facilmente atravessado a pé, tornando impossível que qualquer um dos dois o atravessasse.
Orihime ficou desolada e embora tenha retornado ao seu quarto, não conseguia mais tecer as nuvens, neblinas e nevoeiros. Ela passava todo o tempo chorando, triste pela distância que a separava de seu amado Hikoboshi. Notando a tristeza da filha, o Imperador tomou uma decisão: permitiria que a Princesa e o Pastor se encontrassem uma vez ao ano, no sétimo dia do sétimo mês, desde que ambos cumprissem com suas obrigações. Para isso, ele criou uma ponte sobre o Rio de Estrelas, no centro da qual o casal poderia se encontrar. Caso um dos dois não fizesse seu trabalho adequadamente, no entanto, o Imperador traria chuvas, inundando a ponte e impedindo o encontro.
De fato, as estrelas Altair e Vega estão localizadas em lados opostos do Universo e podem ser vistas juntas no céu apenas uma vez ao ano, desde que a noite não seja chuvosa. Segundo a lenda, Orihime e Hikoboshi ficam tão felizes quando se encontram que realizam todos os pedidos do mundo humano. Essa é a orgiem do Festival das Estrelas, comemorando anualmente no sétimo dia do mês de julho no Japão.