Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 99: Filho de Pando

Em um momento rápido a sós, Brent afronta Scarlett.

— Não sou mensageiro ou esses seus servos, para buscar mais filhos para você.

— Olhe bem para mim, Brent!

Scarlett fica séria e demonstra autoridade para convencer Brent a obedecê-la, pois tudo indica que ele não é aliado ou serve às ambições dela.

— Eu sei do que você gosta, e é por isso que eu te chamei, Khan me falou que os outros dois não são convertidos... Então preciso tomar outro caminho.

Brent se interessa e faz sinal com a cabeça, para que ela continue a falar.

— Isso mesmo, eu quero que você os mate.

— Seus “filhos” falaram que eles estão longe agora.

— Sim, mas em Majorem será fácil achá-los, use a torre de teleporte e vá para lá imediatamente.

Brent imagina que será muito esforço e tempo só para caçar dois homens comuns, ele vira o rosto como quem quer ir embora e a deixa falando sozinha. Scarlett pede a atenção dele e diz mais:

— Esses dois são como você.

— Como eu?

— Eles são daquela raça daquela “floresta misteriosa”, sei que você é bom em esconder sua presença e achar esse tipo de gente facilmente.

— Sim...

Quando Brent mostra desejo em seguir essa missão, Scarlett conclui.

— Eu não me importo e darei total liberdade para sua sede... Sim, mate quem for necessário, mas acabe com esse rastro de “traidores”.

— Não posso entrar em qualquer cidade e fazer o que eu quero.

— Pegue esse emblema de Ian Nai, isso pode te afastar de problemas “burocráticos”.

Brent sorri e falsamente responde como se respeitasse Scarlett.

— Como assim quiser, Majestade.

 

A maior parte de Floresta de Pando é composta por Populus tremuloides, um organismo vivo que gera várias árvores iguais e conectadas, essas árvores são altas, finas, de tronco claro e com folhas amarelas ou de tons alaranjadas.

O nome é por causa dessa árvore misteriosa, mas nessa imensidão florestal há outros tipos de árvores e animais em seu interior e extremidades. Algumas partes são densas, e outras mais abertas.

Para especialistas de magia, essa floresta é muito perigosa e traiçoeira, pois emana uma energia antiga e poderosa, como se algo ou alguém a vigiasse constantemente, além de conter magias ocultas e guardiões mágicos nela.

— Júlio?

Doug leva um golpe que o empurra, ele cai próximo de Júlio e, ao vê-lo desmaiado, chora por também se lembrar de Elasmot.

... Julião e meu padrinho Doug...”.

— Por que, por que tudo isso? Já estamos longe...

A imagem do pequeno Elasmot querendo uma família faz Doug perder suas esperanças, uma grande depressão afeta sua mente e alma, ficando em uma espécie de coma emocional. Brent olha e diz, fazendo movimento com suas armas.

— Longe? O Grande Continente é do Império de Cristal e, se vocês são contra eles, então vocês vão morrer como os outros!

Brent avança para atacar, mas rapidamente recua por sentir que tem algo vindo rápido em sua direção.

— Uma bola de fogo?

Uma grande bola de fogo vem em grande velocidade, diferente de uma comum, essa esfera flamejante se esquiva das árvores e da mata, não deixando nenhum rastro de fogo, detalhe que Brent não nota.

— Acham que uma magia pequena pode me ferir?

Brent faz um movimento forte com suas armas para desfazer o fogo. Quando as chamas se apagam, revela-se que era um homem que estava se locomovendo, encolhido e envolvido em chamas; essa técnica surpreende Brent, dando a oportunidade de esse homem, ainda no ar, atacá-lo com um chute, Brent cambaleia e cai para trás, sentindo que os efeitos da gosma venenosa ainda afetam seu desempenho.

— Lixos de Pando!

 

Homem, humano, quarenta anos com aparência de trinta, pele clara, olhos escuros, cabelos curtos e pretos, seu porte físico é forte, bem musculoso e de estatura alta, ele usa vestes como de um lutador, cobrindo mais a parte inferior do corpo do que a superior, em destaque está um elmo de metal, um bracelete com símbolos dos Electi da segunda era e um anel grosso de cor vermelho-escura.

 

— Júlio e Doug, vocês estão bem?

Doug não esboça movimento, mas reconhece o homem que chegou preocupado e para ajudá-los.

— Jimu Gym!?

Brent encara, analisa e estranha por sentir que Jimu não é um Descendente de Ivo e questiona retoricamente.

— Você não é como eles, por que está aqui?

— Eu sou como eles, um filho de Pando!

Jimu olha preocupado para Júlio e Doug e, antes que pense em ajudá-los ou tirá-los dali, ele é atacado. Brent avança rápido, dando vários golpes com sua espada e maça além de intercalar com alguns chutes baixos e altos.

Jimu é muito forte, tem músculos grossos e resistentes, conseguindo ignorar os chutes e resistir a alguns golpes das armas de Brent.

— Mesmo forte, você irá sangrar.

Jimu não se intimida e revida os ataques com muita força. Brent apara os golpes com suas armas e, mesmo batendo em metal, Jimu não demostra dor ou hesitação. Partes dos golpes de Jimu são envolvidas por chamas, sendo que alguns desses geram labaredas.

Brent se esquiva dos golpes, mas é acertado às vezes pelas chamas, deixando-o irritado.

— Verme!

Brent é um super-humano, assim ele resiste às chamas dos golpes de Jimu, que não lhe causam muito dano, mas, com o tempo, feridas maiores começam a se formar. Brent aumenta sua agilidade, Jimu o acompanha, consegue se defender dos golpes e, em um bom momento de sorte, chega a desarmar Brent.

Depois Jimu o acerta com um soco forte no peito, causando grande dor. Jimu vê que acertou em cheio e comenta confiante, mas sério.

— Legal, vou conseguir tirar sangue da águia também.

Brent desaparece e surge próximo de sua arma, que Jimu desarmou, e percebe que o efeito da gosma está acabando, ele sorri e avança contra Jimu, que resiste aos golpes e o desarma novamente. Na quarta vez, Brent pega a arma, desaparece e surge próximo de Jimu, para atacá-lo e apela para essa técnica de ataque, sempre desaparecendo e surgindo em outro lado de Jimu para golpeá-lo.

Depois de um corte profundo em seu braço, Jimu passa a mão no seu bracelete, ativando-o; os símbolos reluzem e em seguida o corpo dele dá um brilho como se fosse prata polida, seu corpo agora é resistente a golpes cortantes. Jimu respira fundo e se posiciona para luta, sempre se afastando de Júlio e Doug, para tirar a atenção de Brent, que está obcecado em feri-lo.

— Bate mais as asas, bate mais, que está fraco!

Chutes de Brent não causam danos ao corpo resistente de Jimu, tanto quanto os golpes da espada, que agora temporariamente não causam ferimentos fortes. Jimu se concentra em acertar seu inimigo e se defender da maça, que pode feri-lo.

Brent, mesmo perecendo que sua espada não causa grandes danos em Jimu, continua a usá-la e até a usar golpes de ponta, para tentar quebrar essa defesa mágica que Jimu usou.

— Vai quebrar! Vai quebrar!

Jimu acerta novamente Brent. Por ver que Jimu será seu único inimigo, ele exagera no gasto de energia e desaparece e aparece tão rápido, que Jimu não consegue vê-lo com clareza, Jimu só vê vultos rápidos e sente o vento cortando ao seu redor e atingindo-o.

— Você que irá sangrar, lixo de Pando!

Jimu foca mais na defesa dos golpes da maça enquanto Brent usa os golpes de sua espada, sempre no mesmo ponto, até que a magia trinca e quebra, a destruição da proteção gera um pequeno distúrbio gravitacional, que faz Brent parar por alguns segundos seus golpes. Jimu aproveita para respirar e pensar como reagir, ele olha para seu bracelete e agradece.

— Obrigado, papa, isso sempre me ajuda.

Brent sente uma vantagem na luta e provoca:

— Você é um convertido dessa raça nojenta, bom que acabei de matar um que seria como você no futuro... Matar a larva antes que se torne um verme gordo, maior e mais nojento.

Jimu deduz que Brent matou um órfão e se enfurece por imaginar tal covardia, ele aproxima o anel de sua boca e diz baixo.

— Papa, me protege... Papai, me dê força... Pai dos pais, me perdoe pelo ódio e a vingança em meu coração!

O anel de Jimu radia um calor forte, que não o afeta e cria uma aura em forma de manopla em sua mão. Brent sabe que o enfureceu e pede:

— Mostre para o que servem vocês, mortais e servos pervertidos de Pando.

Jimu dá um impulso que surpreende Brent, esse impulso é similar a sua técnica de desaparecer e surgir a poucos metros de distância, Brent se esquiva e se concentra, sabendo que Jimu está com uma arma desconhecida em sua mão.

— Ainda é lento para mim, lixo.

Jimu avança sem parar e usa sua manopla, que às vezes solta alguns espinhos de chamas, Brent se esquiva de tudo e até consegue aparar alguns golpes da manopla com sua maça, que resiste bem à arma mágica.

— É para isso que eu estou perdendo tempo?

— Se é tão forte, por que não me matou ainda?

Brent cospe em Jimu e o ataca ferozmente, ferindo-o com vários golpes da espada e da maça, chegando até a quebrar uma de suas costelas dele. Jimu se esforça para acertar com sua manopla, mas sem sucesso.

Jimu percebe que se fadigará, se continuar mantendo o poder da manopla ativa, e faz algo arriscado: ele se deixa levar um golpe da espada e segura a lâmina dela, para que Brent não fuja, e o ataca com sua manopla.

— Peguei!

Brent usa a maça para se defender, mas a maça estoura com o poder da manopla, empurrando os dois um longe do outro. Brent vê que a manopla sumiu da mão de Jimu e canta vitória.

— Lixo... Lixo de Pando! Morrendo aqui deve ser uma honra para vocês.

Jimu machucou sua mão nesse golpe e pensa que segurar Brent para que ele não fuja foi uma boa ideia para acertá-lo.

— Eu sou Filho de Pando!

— O quê? Você é tão pequeno que eu não ouvi.

Brent desaparece e volta com seus ataques rápidos e em direções aleatórias, Jimu tenta o máximo agarrá-lo e acaba sendo acertado mais do que planejava. Brent gosta da cena de ver Jimu desesperado por acertá-lo, e sangrando cada vez mais. Os golpes se tornam sérios, e Jimu continua determinado, otimista e fala baixo para si mesmo:

— Eu preciso de só uma oportunidade.

Brent está mais atento, mesmo assim, em um instante preciso, ele acaba sendo agarrado por Jimu, que pega em seu braço e segura firme, como se quisesse quebrá-lo. Jimu sorri, torce o braço para que ele não consiga manusear a espada, obrigando Brent a revidar com a outra mão desarmada.

— Verme!

Os socos de Brent, depois de tantos ferimentos, acabam sendo doloridos, mas a força de Jimu é maior; com um único soco, Jimu quebra o nariz de Brent, gerando um impacto que faz com que ele vá para trás.

Jimu ainda o segurando, gira seu corpo e punho para acertá-lo na nuca e depois volta à frente com um gancho, que atinge seu queixo. Jimu não para e empurra Brent contra uma árvore, ainda segurando seu braço e torcendo-o, Brent usa sua técnica e estranha que, ao ativar seu poder, o anel de Jimu brilha e faz com que Jimu seja levado com ele aonde quer que ele vá.

— Como isso?

Brent tentou se distanciar, mas Jimu aparece com ele, o joga contra a árvore e o soca na barriga e no peito, até que o tronco da árvore quebre. Brent cospe sangue e acerta Jimu, ferindo-o, e grita.

— Morra, verme!

Brent faz um ferimento grave em Jimu com sua espada e recebe outro soco forte como contra-ataque

 Para se livrar de Jimu, Brent corta o dedo que está com o anel mágico, Jimu não revela dor e inicia um grande movimento: ele desequilibra Brent, gira seu corpo com o dele, joga-o no ar e pula com o adversário, girando os corpos no alto e os envolvendo em chamas.

Brent sente medo e usa sua técnica para sair desse golpe, mas, mesmo sem o anel, Jimu ainda o segue, na mesma posição e em uma altura maior que antes. Jimu prende os membros de Brent no ar e diz:

— Me ouve agora, passarinho? Eu sou “Filho de Pando!”.

Jimu gira rápido, jogando-o contra o chão. O peso de Jimu mais as chamas causam grande dor e dano ao corpo de Brent, que fica atordoado por alguns segundos. O impacto e o gasto de energia deixam Jimu fadigado, mas ele continua, ele olha para Brent no chão e diz, enquanto prende mais firme o corpo dele abaixo do seu:

— Acha que é o único ser poderoso, “pássaro de sangue”...

Jimu sacode Brent para que ele saia do atordoamento e entenda suas palavras.

— Está vendo esse mortal? Olhe!

Jimu dá uma sequência de socos fortes, fazendo com que Brent sangre muito. Jimu diz enquanto incha a cara de Brent na pancada.

— A diferença entre mim e você é que eu tive Pando para me dar o que você nunca vai ter! A tudo o que você matar e destruir, nós daremos vida e reconstruiremos de volta.

Jimu trinca e chega perto de quebrar o maxilar de Brent e diz bravo e alto:

— Sede de sangue? Então beba o seu próprio sangue, aberração!

Aparentemente o golpe final de Jimu é parado por um amuleto que Brent consegue ativar, esse amuleto gruda em Jimu e o paralisa; ele ainda tenta resistir, mas Brent diz enquanto sai de baixo dele.

— Forte, mas não contra isso... Esse tipo de amuleto já parou um imortal antes...

Brent cospe sangue, chuta a cara de Jimu, que fica ajoelhado no chão, e diz feliz:

— Veja você, deu tudo de si e mesmo assim não conseguiu me matar ou salvar seus parceiros nojentos.

Brent cospe em Jimu e sorri, ele sente que seu rosto está doendo e bem ferido tentando até se curar um pouco através de sua energia.

— Curar não é meu forte...

Brent pega sua espada, e energiza-a, dando-lhe brilho e poder, e corta o braço de Jimu fora.

— Aqui está! “Reconstrua” isso de volta, miserável!

Brent mira a ponta da espada na garganta de Jimu e o ataca; em nenhum momento Jimu manifesta medo ou arrependimento, tendo um último pensamento em sua mente.

“Obrigado, Deus, por ter me dado Pando com amigos, famílias e amor... Por favor, receba-me de braços abertos.”

A espada de Brent se estilhaça, virando pó antes de acertar o golpe, ele se afasta, achando que é mais um truque de Jimu, mas identifica que não foi ele.

— Impossível... Aqueles dois... Também não foram...

Brent sente mais dor em seus ferimentos e percebe que a floresta está se agitando, os galhos e as folhas estão se mexendo sem vento forte aparente. Brent fica bravo e percebe.

— Ele está na floresta...

Uma energia invisível mira em Brent, que desaparece e foge para fora da floresta. Um vulto envolvido em energia pura se aproxima e rapidamente manipula magicamente o membro de Jimu, restaurando o braço e o dedo dele. O amuleto desaparece com o seu poder, e Jimu reconhece esse personagem.

— Senhor... Musou... Hoje é um mau dia...

Musou aparenta ser alguém poderoso e importante, pois a floresta o ouve e segue seus movimentos, como se ele fizesse parte dela.

— Tente não falar por agora.

— Senhor... Que dia de azar...

Musou segura Jimu, deitando-o no chão. Enquanto ele o deita, o chão cria flores e folhas para que fique mais confortável. Jimu está exausto e preocupado, Musou segura firme a mão em que o braço foi restaurado; verifica que está quase curado por completo e o responde.

— Eu sei, estamos com pouca guarda hoje, obrigado por dar sua vida por nós.

— É um prazer, morrer defendendo Pando é morrer defendendo a família.

— Obrigado por agir assim, descanse, você vai ficar bem.

— Senhor, por favor, pegue aquele monstro...

— Ele conseguiu fugir. Por ser um dionamuh-s, ele já está bem longe agora, mas não se preocupe, o tempo dele está chegando, ele sentirá toda a dor que ele já causou aos outros na vida dele, é uma promessa que lhe faço, Jimu Gym.

— Jimu não senhor... Gym...

— Desculpe Gym, filho de Pando...

Musou encanta o corpo de Jimu para que ele se recupere mais rápido e não sinta tanta dor ou desconforto, em seguida Musou faz o mesmo com Júlio e Doug.

— Esses são dois de nós, mas nunca vieram para Pando antes... O que será que houve...?

Olhando para o caminho de onde eles vieram, Musou acha o corpo de Eohippus e se entristece.

— Um Cavalo Electi, raro e infelizmente... Morto.

Musou sente pensamentos recentes de Júlio e Doug e diz, olhando novamente para o caminho que eles percorreram.

— Elasmot...

Musou respira fundo, olha para o céu e, mesmo distante, ele vê que há animais grandes se aproximando do corpo do menino para se alimentar, ele olha sério e exige com autoridade:

— Esse corpo não é de vocês... Tragam para mim.

Os animais obedecem e, sem causar mais danos ao corpo, eles levam Elasmot para dentro de Pando, Jimu já consegue se levantar e diz contente.

— O senhor me salvou!

Jimu abraça forte Musou, que ri e diz.

— Se acalme, homem, não terminamos ainda, quem são aqueles dois?

— Verdade! Eles são estudantes de Pronuntio, estavam em missão.

— Certo...

— Mas por que eles ainda estão assim?

— Vejo muitos danos e ferimentos que vão além do corpo, eles passaram por muita coisa ruim e traumatizante... Alguns homens chegarão para levá-los e cuidar melhor deles.

— Obrigado, senhor e, por favor, eu quero ser mais útil, deixe-me segui-lo nessa jornada que o senhor irá fazer.

— Não! Será muito arriscado e, quanto menos pessoas souberem o que eu vou fazer, melhor.

Jimu reverencia Musou pedindo uma chance, Musou sabe do potencial de Jimu e sente que é um grande desejo dele servir a causas maiores.

— Gym... Assim que esta situação estiver resolvida, eu terei uma missão importante para você, se é isso que você deseja.

— Sim, senhor!

— Preciso que você proteja alguém para mim.

Um grupo de guerreiros de Pando chega e ajuda Jimu a verificar se há algum outro inimigo ou ameaça próxima. Eles resgatam os corpos de Elasmot e Eohippus, encaminham Júlio e Doug para ser medicado, cuidam de seus próprios ferimentos e verificam se há alguma armadilha ou magia hostil na área deixada pelo inimigo.

Musou não é mais visto depois que conversou sobre a missão que deixou para Jimu. Por se tratar de uma missão importante, Jimu não pode ficar e ver Júlio e Doug se recuperarem, mas deixou uma carta.

 

Meninos,

Peço desculpas por não ter chegado mais cedo para ajudá-los e ter tentado salvar mais vidas, mas estou feliz por saber que ambos estão bem e juntos. Bonito ver que esse amor que apareceu tão cedo ainda cresce e evolui mais e mais em vocês. Eu aprecio muito o amor de vocês e sempre torço para que dê certo, pode até parecer estranho um “Não Descendente de Ivo e Adéa” ser tão apaixonado pelo amor e a forma de amar de vocês, mas lembrem de que sou um filho de Pando, fui adotado por dois homens e também sofri muito preconceito como vocês, ser criticado, inferiorizado entre outras demonstrações de ódio só por estar perto de quem me ama e que quiseram me dar um lar. O que esses monstros pouco sabem é que não importa o quanto ódio eles propaguem para cima de nós, pois aqueles que nos amam darão mais amor para cobrir esse mal e curar nossas cicatrizes.

 Mesmo não sendo mestre de vocês, eu acompanhei de perto a evolução dos dois e dos “Infantes” que também cresceram e seguiram seus destinos. Se vocês dois chegaram aqui em Pando, é que decidiram descansar ou até viver uma vida mais calma e longe de batalha. Aqui vocês estão seguros e podem ficar sossegados além de que serão bem tratados como irmãos... Mas...

Contudo eu peço que pensem bem, pois o mundo ainda precisa de pessoas como vocês; qualquer que seja o caminho que vocês escolherem seguir, eu estarei orgulhoso e apoiando-os, assim como a grande mestra Onilda e sua adorável coruja Opofrelse.

Gym

P.S.: Se um dia vocês forem para o Antigo Mundo, me procurem, eu ficarei feliz em revê-los no futuro.



Comentários