Volume 1
Capítulo 86: Varken
Varken
Sodam of Smart é o nome dado a uma grande cidade e a raça que nela viveu e ali se originou. Essa raça nasce com o dom de se transformar em algum animal comum da natureza de Arbidabliu, mantendo ainda sua mente e estrutura humanoide, entre essa raça há alguns que se transformam em um animal fraco ou inofensivo, sendo sempre colocados como inferiores ou excluídos por não terem nascido com o poder de um grande ou poderoso animal.
Um grupo de Sodam “inofensivos”, chamados de Varken, montou um círculo de guerreiros para também ajudar na guerra e na causa de sua raça independente, de sua categoria ou classe. Uma pequena vitória deu moral para esse grupo, mas as futuras perdas e derrotas mostraram o porquê de sempre serem colocados como “pacíficos” e exclusos de batalhas importantes.
Com o tempo, o grupo de Varken foi diminuindo, até que seu líder propôs algo nunca antes feito: unir grande poder mágico com o poder dos Sodam of Smart pra mudar ou criar uma elite acima de qualquer outra da própria raça. Seu plano foi descoberto, e ele começou a ser perseguido não só pela sua raça, mas pelo fato de os outros verem grande perigo em seu plano.
Em seu esconderijo, o líder dos Varken determinou que cada membro leal pedisse um pouco de poder Electi para cada Electi atual, ele determinou táticas e histórias para que ninguém suspeitasse de seus subordinados, escondendo deles mesmos um pouco de suas ambições para que não fossem detectados pelos Electi. Tempos depois, seus fiéis seguidores e amigos trouxeram o que ele tanto queria.
Cada um estava abençoado, podendo se tornar outro animal de sua natureza comum, cada um pensou em escolher no que queria se transformar e abandonar a causa, mas a ambição e a determinação do líder Vakren mantiveram todos ao seu lado, pois havia um grau de amizade além de liderança e a vingança que ele queria tanto.
Todos achavam que, conseguindo o que ele queria, o tornariam um ser melhor, mas todos estavam enganados. O líder Varken fez um ritual poderoso e estranho, usando uma adaga ritualística Zordrak, a si mesmo e aos doze membros que restaram em seu grupo.
O ritual criou uma energia pura que absorveu o poder Electi de cada um dos doze membros e fundiram-se com o líder, que pôde fazer a escolha da mudança da sua transformação, tornando-se capaz de fazer algo mais ousado com esse poder.
Dois dos doze sentiram-se traídos pelo seu líder, achando que ele usaria o poder só para si mesmo. Esses dois romperam a conexão que o ritual estava fazendo entre os treze, esse rompimento fez com que a energia se expandisse e tomasse todo o salão do ritual.
Cada um deles ouviu novamente a voz do Electi que visitaram dizer “Pronto, agora você pode escolher a transformação que mais lhe agrada e te deixará feliz...”, como todos estavam conectados, o líder escutou as doze vozes em sua cabeça mais de uma vez, até que o som ficasse distorcido e rápido; isso lhe deu indício do que estava acontecendo.
Temendo pelo pior, ele gritou para que ninguém escolhesse nada ainda e que tentassem esvaziar as suas mentes, mas a óbvia perda do controle deixou todos apavorados ao ponto de pensarem em várias coisas horríveis.
Em um rápido instante, todos foram sugados pelo corpo do líder, que estava no meio do salão; a energia conectou todos novamente e os fundiu em um único ser, uma abominação de treze Sodam of Smart, formando uma única criatura que os impedia de voltar ao normal ou de se separarem; um tremor causou a destruição do esconderijo, o que deixou essa criatura em estado de hibernação, uma hibernação mágica que a fez dormir até o dia em que precisasse se alimentar.
Moradores próximos já viram essa criatura dormindo e temem pelo dia que iriam descobrir qual mente e sede essa criatura teria quando acordasse; tal medo nomeou esse ser único e temido, assim batizaram-no de Otokogomzhu.
— Essa história é um pouco macabra, mas eu gostei.
— Sim, dá até medo de imaginar tudo isso.
— Não seu preocupe, eu estou aqui!
— Não se vanglorie! Você conseguiria enfrentar algo assim?
— Sim, só não sei se eu conseguiria derrotá-la.
Doug ri e questiona, olhando para o livro e imaginando um pouco mais da história.
— Não conta onde está essa criatura? Ou como ela é?
— Não diz, mas parece que tem uma continuação em outro livro.
— Detesto quando fazem isso...
Júlio e Doug ainda revisam um pouco das histórias que leram e adormecem em uma posição aconchegante e carinhosa. Rupert vê a cena e comenta para si.
— Às vezes sinto que ainda não cheguei ao lugar que eu gostaria ou mereço estar... Estranho...
Meena vê que Rupert está acordado e dialoga com ele:
— Estamos vivos e prontos para partir... Eu acho.
— Você não me parece animada.
— Não, e você também não.
— E o que você sugere? Que fiquemos?
— Sim... Pode soar ruim, mas eu sinto que tem mais para descobrir, sinto como se tivesse algo grande e bem próximo.
— Por que você acha isso?
— Não sei dizer, mas sei que Khan nos ajudaria.
— Você viu o que Júlio falou, se nos encontrarmos novamente com Ian Nai, estaremos mortos.
— Prefiro estar morta a estar nessa situação, e também, sem Júlio e Doug, esse general nunca nos encontrará.
— Você sugere que a gente se separe?
— Não gostaria, mas sei que eles nunca mais voltarão só pela nossa “intuição” de querer continuar.
— Você voltaria se fosse eles?
— Não, por isso não quero pedir para me seguir, ou nos seguir, pois sei que essa escolha é muito arriscada e foge do que propomos inicialmente.
— Sim, mas como acharíamos Khan?
— Podemos usa o emblema de Ian Nai para localizá-lo.
— Mas sem ele, Júlio e Doug não conseguiram fugir.
— Ajudamos na fuga deles e seguimos com o nosso plano.
Rupert fica pensativo, ele se sente dividido, pois deu sua palavra, como líder do grupo e amigo, de que sempre agiriam juntos e com o acordo de todos, mas ele sente que precisa voltar para o castelo, como se algo o chamasse; a motivação de Meena o ajuda a decidir com ela, e juntos acordam que conversarão com Júlio e Doug para tomar a última ação juntos.