Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 78: Adeus, Pedro, Donny e Jake

Doug prioriza seus ataques, forçando Donny aparar com seu ataque total. Donny sorri e diz enquanto se defende.

— Revidando, ficou difícil? Se for assim contra um “peso morto” como eu, imagine contra os grandes heróis.

Em sua mente, Donny se sente inferior aos outros, mas ele diz coisas positivas e demostra confiança para não sucumbir a esses pensamentos.

— Por eu estar aqui hoje, prova que eu sou digno como todos os outros...

— Sei que você não acredita nisso, Rupert e Meena sempre me disserem que foi bom nós termos nos afastados de vocês!

— Mentira!

— Você sabe que não, acha que nós nos afastamos por quê? Porque vocês são inúteis e descartáveis como qualquer outro soldado.

Donny fica um pouco abalado pelos dizeres, lembrando-se de situações chatas que teve em Pronuntio quando outros diminuíam sua moral. Donny é acertado por alguns golpes fortes em seu rosto e peito, e se afasta, ficando recuado. Doug pega as frutas que tem em sua armadura e as atira, as frutas ficam maiores, mas não apresentam nenhum tipo de magia ou encantamento hostil, servindo só para desmoralizar Donny, que diz, ao se ver sujo:

— Vai precisar mais do que isso para me humilhar!

Donny pega uma fruta no ar e arremessa de volta, sujando Doug. Os dois voltam a se bater, chegando a sair sangue de seus rostos. Em um golpe de sorte, Doug imobiliza Donny no chão e começa a enforcá-lo.

— Eu poderia matar você de várias formas, mas vou terminar assim, sufocando-o e lentamente você se transformará de lixo para nada.

Uma energia estranha envolve Doug, deixando-o mais forte que Donny, que tenta de tudo para se soltar.

— Não posso perder aqui, eu cheguei longe...

— Você acha que chegou longe, mas não saiu do lugar... Você terá uma pequena lápide de soldado morto em Pronuntio, isso já basta para você.

— Soldado...

O corpo de Donny não responde, mas sua alma fala consigo mesmo.

— Em situações como essa que temos que nos lembrar daqueles com os quais nos importamos e que se importam conosco.

Donny solta seu corpo e abraça sua mente, em sua memória ele se lembra de uma cena depressiva e que nela teve todo o suporte de Pedro e principalmente de Jake, que finalizou o discurso dizendo a ele:

“— Claro que existem várias pessoas melhores e piores, mas não vivemos para criar um ranking, vivemos para mostrar nosso valor e você tem o seu, começamos nossos estudos bem fracos de mente, corpo e até alma, e sei que hoje estamos bem maiores do que iniciamos e vamos crescer ainda mais... Olhe para as nossas apresentações, muitos gostam do que veem e ouvem... E veja bem, eu só aceitei esse plano do Pedro de sermos um casal falso, porque é com você! Eu não aceitaria se fosse com qualquer outro, você é meu companheiro, e para muitos até meu companheiro romântico; pode ser estranho, mas não me importo em ser sempre visto ao seu lado.”

A energia estranha desaparece, e Doug desconfia.

— Não... Ele encontrou!

— Eu não sou um soldado... Eu sou um herói!

O poder de Donny é potencializado com os pensamentos e lembranças positivas e inspiradoras que tem, melhorando seu potencial e capacidade cada vez mais.

— Me desculpe, Doug, mas vou ter que quebrar a sua cara.

Donny se solta e foca em bater na cara de Doug. Depois de uns socos, Doug revida, Donny se liberta da imobilização e volta a acertá-lo no rosto, ao quebrar o nariz do seu oponente, a cabeça de Doug vira madeira e cai, se contorcendo até que todo o corpo vire madeira oca, essa madeira floresce e gera um fruto.

— O que é isso?

Uma sapota-preta grande e bonita surge, para que Donny coma e restaure todas as suas energias e cure seus ferimentos, ninguém fala isso, mas ele sente a função dela.

— “Fenomenal!”

Donny pega o fruto e ainda diz:

— Meus amigos me deram força, esse fruto será dividido entre nós.

Jason admira a atitude de Donny e dá mais atenção para Pedro, que demora mais que os outros para resolver seu problema. Rupert encara Pedro e diz alto:

— Pedro Flavum!

— Rupert, líder dos Infames! Vai perder de novo.

Pedro explora e abusa de toda sua energia como se fosse sua última batalha, ele energiza golpes com escudo, espada e até seus golpes comuns, para causar grande dano. Rupert é forte e aguenta bem os ataques. Quando acertado, a região atingida se torna madeira e volta a ser carne novamente, restaurando todo o dano.

— Sempre trapaceando para ganhar o que quer, Rupert!

— Só eu sou assim?

Pedro diversifica seus golpes, mirando em várias partes do corpo de Rupert para achar algum ponto fraco. Nesse tempo Rupert o fere, e esse ferimento abre uma brecha para sua capacidade mental.

— Você até que luta bem, mas está longe de ser um líder, Pedro... Pena que nunca será reconhecido por andar com pessoas como Donny e Jake.

— Cala a sua boca!

— Você finge que não vê? Você mesmo os fez como “Descendentes de Ivo”, para suprir sua inveja dos Infantes... Você nem ao menos foi autêntico e fez um romance a três.

— Para de falar e lute!

Rupert luta bem, mas sempre é acertado, ele demostra dor e continua suas alegações, contaminando Pedro com suas falas nocivas.

— Admita, eles não estão aqui, você queria Doug, Júlio e até Meena com você, e me deixar com esses dois inúteis que são seus colegas.

— Eles são meus amigos!

— São mesmo? Você sempre manda neles para que sirvam ao seu ego e supram as suas necessidades...

— Mentira!

— Você nem sequer perguntou se era isso que eles realmente queriam e os forçou a ganhar ouro e fama para você.

Rupert acerta em cheio Pedro, que cai no chão e não consegue se levantar.

— O que é isso?

Rupert se aproxima dele e o olha com desprezo.

— Não, nem um bom guerreiro você é... Você não tem e nem pode dar mérito!

— Pare de trapacear! Pare, que eu te mostro que sou bem melhor que você e seus infames!

O corpo de Pedro é liberado da magia que o mantinha no chão, ele se levanta rápido e avança. No primeiro impacto dos dois, o escudo de Pedro e destruído, a energia liberada deixa a defesa de Rupert aberta, dando a chance para que Pedro o fira, essa ferida não é restaurada e debilita os próximos movimentos de Rupert, que o ataca com a mesma intensidade.

— Isso é pouco, me mostre mais!

Os golpes e a colisão das armas soam alto, podendo ser ouvidos por Donny e Jake, que fazem de tudo para chegar até seu amigo.

— Pedro? Estamos indo!

Pedro não ouve seus amigos, pois sua mente está focada em derrotar Rupert.

— Vou mostrar mais do que você merece!

— Você sabe o que significa “merecer”?

Pedro faz outro ferimento grave em Rupert, que sorri e diz:

— Eu não estou preocupado, pois, se perder, eu sei que terei reforço... E você?

— Eu não preciso!

— Será? Vamos perguntar para Onilda, depois que ela vier me resgatar, se ela se importa com você, nem que seja um pouquinho.

Pedro desarma Rupert, bate em seu tronco, em seu rosto e atravessa a garganta dele com sua espada, decepando-o. O corpo de Rupert vira madeira maciça, as folhas que estavam nela voam até o Electi, que está um pouco próximo e diz.

— Esses são bons... Enfrentaram desafios do passado. Descobriram rápido sobre o labirinto, são seres humildes em entender que são falhos e que sempre precisam melhorar... Interessante também essa admiração que eles têm um pelo outro, principalmente entre o “vermelho” e o “laranja”... Esse amarelo me intriga um pouco, mas eles estão no final, e ele será a queda, triste, mas eles escolheram enfrentar o desafio e as consequências dele.

Pedro olha para o corpo de madeira e, antes que fale, ele é atingido pelas costas, pega a arma de Rupert, ficando com duas espadas. Ele se prepara para contra-atacar, mas se espanta ao ver seu adversário.

— Ray?

 Ray está vestindo o uniforme básico de Pronuntio, está usando uma espada pequena e uma funda com um escrito nela.

— Pedro, não acha que esse ódio durou muito tempo?

— Do que você está falando?

— Esse ódio pelos Infantes... Por favor, tome hoje como o fim desse ressentimento.

— Você está aqui para defendê-los!

— Por favor...

Pedro fica com raiva e avança contra Ray, que diz sem ser ouvido.

— Não! Estou aqui por todos nós!

Pedro chega perto de Ray, mas hesita em atacá-lo por não ter nenhuma mágoa contra ele e lembra-se de sempre olhá-lo com apreço. Ray sorri e volta a dialogar:

— Amigo... Largue sua arma, por favor...

Pedro recua, olha para suas mãos e, ao olhar para Ray, ele larga uma das armas, Ray larga também a sua e, vendo que Pedro ainda está armado, diz:

— Eu estou orgulhoso de você, Donny e Jake também estão.

Jason aparece um pouco distante deles, sem ser notado, ele olha para Pedro, fixa depois seu olhar em Ray e comenta para si:

— Que pressentimento estranho... Esse rapaz da memória dele me parece familiar... Ou será familiar?

Atrás de Ray, um pouco distante, aparece Rupert, que pergunta alto:

— Pedro! Você está bem?

A raiva de Pedro volta, ele se posiciona e avança para atacar Rupert, que recua.

— O que você está fazendo?

Em seu percurso, Ray diz para Pedro:

— Perdoe-o, ou esse mal que você cultiva machucará outros.

— A única pessoa que eu quero machucar é ele!

— Não!

Pedro ataca Rupert, que se defende bem. Como se conhecesse totalmente o estilo de luta dele, Rupert tenta se armar, mas Pedro o impede. Meena também aparece e ajuda Rupert, focando em separar os dois.

Pedro vê que Rupert está preocupado com Meena, então a ataca, mas, antes de atingi-la, Rupert se coloca à frente e é ferido, Pedro não hesita e continua atacando até acertá-lo mortalmente.

— Aqui está o meu perdão para você!

Quando a espada atinge o ponto mortal, os três são paralisados, e uma aura azulada emana deles, Ray abaixa a cabeça e desaparece enquanto Jason se aproxima.

— Triste, como a maioria deles...

Jason faz um movimento com a mão e desfaz a ilusão, nessa última parte Rupert era Donny, e Meena era Jake. Eles têm seus movimentos de volta e caem no chão; Donny está por um fio de vida, Jake está com um conjunto de emoções forte, que o impede de falar, e o pouco que consegue ele escolhe para se mover na direção do amigo ferido.

— Donny...

Pedro olha paralisado pelo que fez, se questionando o que aconteceu.

— Por quê? O que eu fiz?

Jason olha para ele e diz:

— Mortais não sabem o preço que têm as consequências que vêm com o ódio, mas você aprendeu... Tarde, mas eu espero que aprenda.

Pedro olha com tristeza para Jake e diz.

— Você consegue fazer algo?

Jake usa sua energia e tenta dar algumas das flores que eles pegaram no labirinto, a dor diminui um pouco e atrasa o nível do ferimento, mas sem sucesso de curá-lo completamente, deixando claro que ele morrerá logo. Pedro se aproxima do Electi e implora para que salve Donny, como resposta Jason observa:

— Foi pedido para você que perdoasse, para que largasse esse ódio antigo, o que foi que você fez?

— Por favor!

— Qual foi sua resposta para seu amigo que pediu o seu perdão?

— Me leve no lugar dele, eu imploro, por favor...

— A vida não funciona assim, tem coisas que não podemos negociar.

No último suspiro de Donny, o tempo paralisa, uma esfera mágica toma Pedro, Donny e Jake. Jason se afasta e diz bravo.

— Como ousa agir dentro do meu território?!

Um grande som de águas como ondas do oceano é ouvido, e Jason fala.

— Vir a favor dos seus é contra as nossas regras, Úrsula.

Jason ouve a voz dela em sua mente e responde, sacando sua tesoura dourada da cintura.

— Não vi nenhum ser digno ou “herói” aqui... Esses são os mesmos que buscam algo, sendo que nem ao menos se encontraram na vida!

Jason aponta sua tesoura em direção à esfera mágica, para desfazê-la; mas, não conseguindo, ele diz baixo e olhando ao redor:

— O “Tempo” às vezes favorece uns mais que os outros...

Novamente Jason ouve a voz de Úrsula em sua mente e se acalma.

— Certo... Então o que a “Senhora da Água” propõe?

Depois de um longo tempo, Jason se cansa e fala:

— Não! Eu sei o que você está tentando fazer, não a culpo, também falaria a favor daqueles que residem sob a minha proteção, mas eu vou fazer como você disse, levarei em consideração que os outros dois passaram no teste, esse rapaz chamado Donny não morrerá...

A esfera mágica desaparece com o ferimento de Donny. Pedro e Jake veem e logo o abraçam.

— Me desculpe!

— Você está vivo!

Depois de um abraço forte, Pedro se ajoelha e agradece a Jason.

— Obrigado...

— Não! Não me agradeça ainda, tem algo para você pagar.

— Pagar?

— Sim! Você não passou no teste, então ficará no jardim Electi para pagar e aprender sua lição, as consequências de suas ações pesam agora.

Donny e Jake não concordam, mas Pedro aponta para que eles se calem e questiona sério e convicto.

— E eles, podem ir embora?

— Sim, mas tomarei o pedido do “Grande Poder Electi” como a vida desse jovem que você iria matar.

Donny e Jake não concordam e se aproximam. Pedro está triste e concorda com Jason.

— Justo...

Donny e Jake abraçam Pedro, cada um de um lado, e Donny diz para Jason:

— Ficaremos e pagaremos com ele.

— Como disse?

Pedro se assusta e os proíbe.

— Jamais! Vocês estão doidos?

— Sim, sempre fomos.

— Parem de brincadeira, estamos em um lugar sagrado...

— Nossa amizade também é sagrada.

Com os olhos cheios de lágrimas, Pedro diz:

— Olha o que eu fiz com você, eu não mereço a punição...

— Calado! Vamos terminar juntos esse desafio, levará mais dias, meses, anos? Não importa! Nossa amizade durará tudo isso.

Pedro olha para Jake, que concorda com tudo que Donny diz.

— Não precisamos de reforço, pois somos nosso próprio exército.

Jason não sabe como reagir desde que Donny disse que ficaria com Pedro para pagar pelo erro dele, e diz baixo:

— Ele perdoou o amigo logo depois do acontecido...

Jason ouve novamente Úrsula em sua mente e fica bravo.

— “Razão”? Se for isso que eles querem, então você não poderá me criticar depois!

Jason guarda sua tesoura, bate as palmas de sua mão e explica para eles:

— Conseguiram! Aproveitem bem a estadia de vocês, pois viverão por muito tempo no Jardim Electi!

Pedro, Donny e Jake ficam presos dentro da Magia Electi com alguns outros, que não atingiram com êxito o desejo final de Jason. Os novos desafios que enfrentarão estão longe da morte, mas eles ficarão próximos da monotonia, cansaço e praticando muito a paciência, ou, como Jason gosta de dizer, e disse:

 — Um dos mais básicos seres são “plantas”, veremos como será a humildade de vocês depois de serem algo tão “pequeno”.



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