Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 70: Missão Cumprida

A missão dos Infantes chegou ao fim, mesmo passando por situações trágicas, difíceis e que desafiaram muito de si mesmos. Os quatro se reúnem para alinhar pensamentos, ideias, fato e as informações que descobriram sobre o Império de Cristal e decidir os próximos passos.

Com a rotina e maior desconfiança do Império com os seus novatos, os Infantes tiveram que decidir por ficar distante um dos outros por um curto período de tempo, até que eles se reunissem novamente para um último plano.

Com sorte e longe dos olhos dos supervisores e líderes do Império, o grupo compartilha suas experiências individuais revelando eventos desconfortáveis que tiveram. Ao saber que Rupert e Meena mataram pessoas em suas missões individuais, Júlio se chateia.

— Vocês não deveriam ter feito isso! Quantos vocês mataram?

Rupert levanta um pouco seu tom de voz e retruca:

— E isso importa? Esse lugar só é morte, e precisamos seguir com isso.

— Não podemos agir como eles!

— Você diz como se você e o Doug não tivessem matado ninguém!

— Não diretamente como vocês dois fizeram!

— Morte é morte! Não há diferença!

— Eu e Doug sempre buscamos outras formas, e as mortes foram consequências de ações de outros, não das nossas!

— Tome as nossas como consequências também e fim do problema... É isso que vai confortar o coração da família dos que morreram?

— Talvez... Saber que eles tiveram chance de seguir e escolher outra opção além dessa? Sim! É diferente quando sabemos que nosso familiar ou amigo enfrentou alguém que segue caminhos justos e de paz, conforta sem saber, sim, que a vida e a paz foram a primeira opção.

Doug comenta triste, como se sentisse que os mortos fossem pessoas próximas dele.

— Sim, para mim faria diferença saber se quem matou pensou em outro caminho além da dor e sofrimento dos seus próximos.

Todos se calam, e Júlio diz com mais calma.

— Peço, por favor, tenham mais cuidado, não só com nossas vidas, mas com as dos outros, esse “veneno” que falei, esse poder que corrompe nossas almas pode estar chegando a um nível irreversível... Não quero perdê-los... Entendem?

— Sim... Sabemos, sim, tomaremos mais cuidado... E obrigado novamente, Júlio, por nos ajudar com esse “veneno” que o Império de Cristal nos faz ingerir para mudar nosso humor.

— Não só o humor, isso poderá mudar nossa percepção de quem somos e como pensamos, e não os chame dessa forma.

— Sei disso, Júlio... Eu quis dizer o veneno desse Império “futrespurco”.

— Mesmo assim eu peço desculpas de novo por ter atrasado a missão, fiquei dias me curando e de repouso.

— Sem problemas, todos nós passamos por situações difíceis, mas sinto que isso vai acabar graças a Meena.

— Não estou confiante, ela não contou quem é esse que nos está “ajudando”.

Meena se aproxima e responde:

— Estamos em uma situação crítica aqui, então qualquer desconfiança pode atrapalhar tudo, não?

— E não contar quem é esse informante vai deixar menos desconfiança?

— Você acha que eu vou colocar a gente em uma enrascada?

— Não! Mas, como um grupo, nós precisamos contar tudo, não foi o que acertamos?

— Tudo? Não sou seu namorado, que tenho que te contar tudo!

Rupert interrompe os dois.

— Parem com isso! Não podemos ficar assim, lembre que Júlio nos ajudou a parar a evolução desse tal “veneno” em nosso corpo, isso não cura o que já fomos afetados, estamos mais estressados, mal-humorados e devemos focar no que sabemos, somos amigos, somos os Infantes e devemos ficar juntos!

Todos se calam, e Rupert questiona:

— Estou certo?

Ambos concordam, e Rupert questiona Doug.

— E você, Doug, parece ausente, por que está calado?

— Essa espera me deixa ansioso, por isso estou me concentrando em pensamentos bons em minha mente para, quem sabe, o tempo passe mais rápido.

— Entre esses pensamentos está o nosso amado “Júlio Surrex”?

Meena ri, e Júlio comenta, se aproximando de Doug.

— Pare com as brincadeiras.

— Temos que ter tempo para isso. Esqueceu que estamos moralmente afetados pelo ambiente “imperiano”? Nós precisamos de desconcentração amigável e animada.

— Falando assim, faz sentido.

Meena se aproxima de Júlio e pede:

— Me desculpe. Vocês têm razão, eu acho que esse tempo longe de casa e com tudo que está acontecendo nos deixaram... piores...

Júlio abraça Meena e diz:

— Eu sei, mas obrigado por se desculpar.

Rupert e Doug abraçam os dois, e Meena diz, se separando deles.

— Certo, certo! Já está bom, já pensou o que seria de nós se nos vissem assim?

Rupert comenta com tom jocoso:

— Vamos dizer que estamos lutando.

— Difícil... Mas, Júlio, eu não quis falar antes sobre quem está me ajudando, pois isso poderia gerar mais discussão.

Doug sente uma presença e comenta:

— Sinto como se tivesse outro como nós...

Júlio também pressente isso e diz:

— Estranho ter outros descendentes aqui em Sodorra... Ainda mais aqui...

Meena o interrompe.

— Deve ser o meu “contato”... Khan.

— Khan Mendacium?

Júlio e Doug estranham, e Júlio questiona, controlando sua raiva.

— O que ele faz aqui? Por que você confiou nele? Não lembra o que ele já fez?

— Calma, Calma... Vou responder tudo isso!

Júlio vê que Rupert não está surpreso e questiona antes que Meena fale.

— Você sabia disso?

— Sim! Eu sou o líder do grupo, tenho que saber!

— Só você? E nós? Eu me sinto traído!

Doug pega no braço de Júlio, como um gesto pedindo calma. Ao olhar para Doug, Júlio se acalma, e Meena responde brava.

— Viu? É por isso que eu não quis dizer!

Rupert pede para ela se acalmar também e, com mais tranquilidade, ela esclarece:.

— Khan é um recrutado do Império, um espião de uma cidade aliada como nós, eu confiei nele, pois coincidiu muita coisa. Já tínhamos nos aproximado em Pronuntio e em Copus. Além de ele me passar a confiança necessária para o plano, ele me mostrou pontos bons desse plano, e eu acredito que dará certo, coisa que vocês pouco sabem fazer!

Doug fica entre Júlio e Meena e diz para ela com sorriso.

— Eu confio em você, Meena, se você diz que esse plano tem que ser feito dessa forma, então seguiremos... Certo?

Todos se olham e concordam. Doug pega na mão de Meena e acrescenta:

— Me desculpe, Meena, é que nós estamos receosos, pois estamos preocupados com todos nós, além de todos que serão beneficiados se nossa missão for concluída.

— Entendo, mas confie em mim, eu também fiquei receosa no início, mas em um lugar como esse... Veja! Vocês confiaram nessas pessoas que vocês viram em suas missões na prisão... Aqueles homens, eu esqueci o nome deles.

— Gon e Juno.

— Isso! Então deixe-me trazer um aliado para nós também.

— Certo!

Rupert toma a frente e questiona:

— Mas vejam! Precisamos decidir se isso é o melhor a se fazer agora. Já temos tudo que precisamos.

— Sim, informações alinhadas do que é útil para os reinos aliados, localização e pontos importantes para ataque e retirada de inocentes, fraquezas e pontos fortes de Sodorra e de algumas cidades do Império.

— E um dos mais importantes, tudo o que o Império sabe dos outros.

— Além de não estar com “A Relíquia”.

Meena se lembra do convívio com as mulheres e diz:

— Passamos por muitas coisas chatas, horríveis e difíceis, bom que tudo isso deu esse dossiê completo.

— “Dossiê”?

— O que foi? Não posso falar “bonito”?

Todos riem, e Rupert comenta.

— Saudade de Pronuntio... Onilda foi uma grande mestra.

Júlio reforça.

— Com certeza é! E tem o Ray também, não só eles, mas eu também quero saber como estão nossos outros amigos em suas missões.

Rupert se lembra de seus outros companheiros e diz:

— Sim, do Ray eu tenho saudade.

Doug olha pela janela e diz sorrindo.

— Não vejo a hora de voltarmos e viver momentos assim de novo, simples, felizes e calorosos.

Júlio o abraça e responde:.

— Nosso descanso chegará, em breve.

Rupert se aproxima também, olhando pela janela e completa:.

— Mas esses momentos podem ser expandidos para outros, por isso estamos aqui, e por isso temos que ter certeza se seguimos com isso ou não.

Doug olha para todos e diz com convicção:

— Você está certo! Eu tenho saudades, mas tem muitos que nem tiveram a oportunidade de vivenciar algo assim como nós, eu quero ajudá-los.

— É assim que se fala! Meena?

— Eu ajudei a elaborar esse plano final, então estou focada e otimista!

— Ótimo! Júlio?

— Me desculpem, mas eu ainda acho que não devíamos estar aqui, temos todas as informações para a nossa missão, essa missão da Izolna é um suicídio.

— Você não acredita no nosso potencial?

— Sim, mas tivemos sorte até agora e muita ajuda, já imaginou se a gente encontra com Questtis, por exemplo?

— Eu acho que consigo matá-lo!

— Falando em morte de novo... Não podemos arriscar tudo que já conquistamos...

— Não fale assim! Então por que está aqui? Lembra onde estamos?

— Sim...

Os quatro estão no salão de tesouros do Império, dentro do Castelo de Cristal, símbolo principal do Império de Cristal, é o pedestal da tirania e do poder do imperador, o castelo é a maior construção de Arbidabliu feita por seres mortais, comparando-se a grandes montanhas do mundo, ele é famoso pela sua grandiosidade, resistência, pelo seu poder e segredos, a maior parte dele é feita de cristal maciço e corrompido, de cores diversas e escuras.

No interior há grandes salas com móveis bonitos, grandes e detalhados, salões bem esculpidos com escadarias e estátuas de homens e animais que representam força e sabedoria, portas feitas por artistas e passagens que dão acesso para vários lugares diferentes, sendo alguns secretos; possui torres de tamanhos diferentes e com boa visão para a cidade de Sodorra e para seu horizonte, os dormitórios de luxo têm o tamanho de casas comuns e são para os cargos hierárquicos elevados e para os mais próximos da realeza, todos os banheiros do castelo são grandes, bem-feitos, bem-arrumados e limpos, o castelo também possui vários depósitos espelhados que guardam coisas diferentes, entre elas, condimentos, itens mágicos, itens comuns, ouro e tesouros.

O lugar tem armoriais e forjas especiais para criar itens e armas de cristais corrompidos, uma cozinha matriz, com todo tipo de utensílio comum e mágico, que liga outras cozinhas menores através de corredores pequenos para trabalhadores, grandes poços de água para abastecer toda a cidade, tendo o racionamento só para os aldeões.

O castelo tem piscinas para treinos e outras para lazer da nobreza e realeza, belos jardins com pouca variedade de flora, portões de cristais em lugares importantes, belas cortinas, ótimos tapetes e belos quadros. Por todo o lugar tem armaduras e armas negras feitas de cristais corrompidos.

Todo o castelo é iluminado por cristais específicos e com formato de velas, lustres, tochas e braseiros, que absorvem energia solar e lunar para se manterem brilhantes. No subterrâneo foram construídas alas ocultas e equipadas com os melhores itens para a prática, pesquisa e treino de ocultismo, alquimia, química, biologia entre outros.

Atos ilícitos e libidinosos também são praticados em alas secretas e mais profundas do castelo.



Comentários