Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 48: Guerreiro Caos

Dentro de Zara os Infantes lembram quando Onilda falou sobre esse guerreiro.

 

“— Guerreiro Caos é feito de pura energia, não necessariamente maligna, mas tem uma aparência intimidadora para assustar e até horrorizar seus inimigos, os chifres em seu elmo representam o nível de seu poder e resistência. Dentro da poderosa e grossa armadura negra, só há energia se tiver uma grande quantidade dentro de seu elmo, como um coração mágico não palpável e com olhos brilhantes, que podem ver a alma de seus inimigos. A arma que eles usam também carrega grande poder, sendo variada sempre em armas grandes e pesadas; ele é resistente a tudo e, dependendo de quem o conjura, pode até criar magias diversas.”

 

Rupert corre para o centro assim como Meena, já próximo do Guerreiro Caos está Doug, Júlio e alguns guerreiros de Zara.

— Júlio? O que faremos?

— Juntos... Juntos nós conseguiremos.

A fé de Júlio dá moral para Doug que por um segundo fraquejou diante de um inimigo nunca visto por eles. O Guerreiro Caos anda em direção à tenda de suprimentos e, ao perceber que está sendo mirado pela catapulta, ele corre rapidamente em direção a ela para destruí-la.

— Atirem!

A catapulta é acionada e acerta o Caos, que se defende com a alabarda, em seguida ele avança e destrói parte da catapulta, mesmo sendo alvo de flechas e de lanceiros da cidade que tentam feri-lo ou pelo menos atrapalhá-lo. Depois de um urro forte, os guerreiros se afastam de Caos, pensando em como destruir tal criatura.

— Ele é enorme demais!

— Nunca tinha visto um.

— Devemos fugir!

Rupert está se aproximando e grita para todos.

— Não podemos fugir, fiquem na defensiva e ataquem com tudo.

Caos é alvejado novamente, mas ignora. Com o suporte dos mágicos, os projeteis começam a ferir a armadura negra, deixando-o enfurecido. Júlio, com suas habilidades, pressente um golpe devastador e usa de tudo para preparar algo contra Caos. Doug percebe a ação de Júlio e grita assustado.

— O que você vai fazer?

— Ele vai matar todos!

— Não!

Com a alabarda, Caos emana uma grande energia e direciona uma grande onda de poder e devastação em cima de todos os guerreiros e civis próximos, antes que a alabarda pegue movimento e todo o poder, Júlio se coloca à frente e bate com as duas mãos na arma negra.

“— Não se preocupem, meus lindos alunos, vocês nunca verão um, mas, se virem, saibam que têm poderes próprios para deter um Guerreiro Caos; para você, Júlio, será mais fácil, pois tem aptidão em magia benéfica, e essa magia bem canalizada pode romper ou até cancelar a magia do caos, não por completo, mas poderá contê-la ou dar uma chance melhor contra um bem poderoso.”

Uma explosão pequena de energia estoura entre Júlio e a alabarda negra. Júlio cambaleia para trás, totalmente esgotado e até ferido; a alabarda de Caos voa da mão dele, caindo ao chão a alguns metros de distância. Ao cair no chão, ela faz um barulho alto e agudo, virando pó em seguida, e o pó desaparece.

Caos nota melhor seus inimigos e com sua mão ataca Júlio, que está indefeso, e é salvo por Doug que, com um soco forte, atrapalha o Caos e foge com Júlio.

— O que você fez? Precisamos de você acordado...

— Eu estou quase pronto para outra... Um beijo me restaura.

— Agora não é hora para brincadeira!

Nesse momento de distração, Doug é pego pelas costas por Caos, que empurra Júlio para que também não seja pego. Caos agarra Doug com uma das mãos e o ergue. Quanto mais alto ele levanta Doug, mais energia destrutiva é conjurada em sua mão, mostrando que irá destruir Doug, como ia fazer antes com todos. Doug reage, mas a energia que o Caos está conjurando afeta seu corpo e o impossibilita de se defender por completo.

— Eu não consigo... sair...

Júlio observa a cena com muita preocupação, ele se levanta um pouco, ajoelha e olha para baixo, demostrando que ainda está sem forças.

— Por favor... Eu consigo...

Meena e Rupert chegam para ajudar, chamando mais guerreiros para acertar o Caos, que se defende e se esquiva bem.

— Como ele pode ser rápido sendo tão grande?

— Acalme-se, Meena, precisamos abrir uma brecha na armadura dele.

— Júlio! O que está fazendo? Seu homem está correndo perigo. Levanta!

Questtis tenta conjurar energia do caos novamente para potencializar ou até criar outro, mas não consegue e fica irritado.

— Maldito eunuco! Ele usou um golpe místico que feriu minha energia...

Questtis deixa de evitar Gustav e se aproxima dele.

— Mago covarde, resolveu me enfrentar como homem?

— Não, homens como eu não precisam enfrentar meios-homens como você.

Em uma investida, Gustav acerta Questtis que, com magia, se defende, empurrando Gustav por alguns metros; com habilidade, ele não cai e nem sofre com o poder usado.

— Acha que eu não sei quebrar esses escudos mágicos?

Gustav olha atentamente e confiante, preparando uma técnica que irá quebrar a defesa magica de Questtis, mas, antes de atacá-lo, ele é parado por uma energia estranha. Questtis sorri e se aproxima.

— Eunuco... Um homem eternamente “desarmado” é facilmente derrotado.

Gustav estranha o que está sentindo, e Questtis diz alto, apontando seu cajado.

Medo!

Gustav sente como se todo o seu corpo trincasse como vidro e paralisa, sua mente é conturbada, relembrando do dia em que tomou sua ferida na genitália e o desespero de quase perder a sua própria vida e de seus amigos e familiares.

A dor no corpo e em sua mente é tão grande que ele não consegue gritar e com isso fica fraco e cai ajoelhado, sem ver ou sentir mais o que está acontecendo ao seu redor. Questtis aproveita e usa sua magia através do Caos, dentro de Zara.

— Medo é uma arma mortal!

Uma energia sai da armadura negra, dando um mal-estar na maioria das pessoas próximas. Alguns param de atacar e outros fogem. Rupert permanece normal, se vangloriando de sua resistência e atacando Caos, que apara seus golpes; por um instante Rupert vê Meena e fica chocado ao ver que a magia a afetou muito. Meena está caída, tremendo, próximo de uma pequena casa.

— Meena... O que houve?

Na distração, Rupert é lançado longe por Caos, ao cair ele grita para Júlio:

— Estamos precisando de ajuda! Não está vendo?

Doug tenta resistir mais uma vez, e, sem sucesso, ele pede:

— Júlio... Fuja...

Caos sente uma ligação entre Júlio e Doug e mira seu próximo ataque em Júlio, que rapidamente olha para o céu e grita depois de conseguir reunir forças e energias para ativar o poder.

Superbus Magister!                             

O soco de Caos para perto de acertar Júlio na cabeça, a armadura fica imóvel por um instante e Caos urra ao olhar para a mão em que está Doug. A joia rosa Teresa, que está com Doug, o envolve com parte do braço de Caos, em energia pura e rosada; uma eletricidade corre pela armadura toda, deixando Caos um pouco desfocado.

Em seguida a mão do Caos desaparece, causando uma explosão de energia forte, que o empurra, fazendo-o cair em uma casa vazia. Doug levita até o chão, entendendo que, mesmo fraco, Júlio conseguiu reunir força para ativação do poder da joia. Doug corre até Júlio e o ajuda levantar-se.

— Nos salvou de novo... Levante!

— Não consigo.

— Você consegue! Levante-se, precisamos nos agrupar para derrotar o guerreiro negro.

Caos ataca Júlio e Doug e é aparado por Doug, que, mesmo segurando o grande punho negro, é empurrado para trás.

— Ele é muito forte...

Caos aproveita a oportunidade e, de dentro do elmo negro, sai uma energia poderosa em direção a algumas casas, em linha reta; entre elas, a tenda de suprimentos e casas com itens importantes para a manutenção e construção da cidade, além de armas e artefatos aparentemente mágicos, são atingidos.

Rupert surge de surpresa e joga um escudo no braço de Caos, que ainda está disputando força contra Doug. O escudo acerta um ponto trincado, abrindo uma pequena fenda, em seguida Rupert salta e acerta a ponta da sua espada, que penetra a armadura e abre a fenda, deixando o braço fraco. Doug puxa para o lado o braço do Caos, com muito esforço, dando chance para Rupert subir.

— Vai!

Rupert escala e pula no braço de Caos e, próximo do elmo, ele mira seu próximo golpe no elmo.

— Boa! Doug!

Júlio oferece um suporte para Rupert, dando mais força para o seu golpe. Ao mirar dentro do elmo, Rupert é lançado longe por uma energia defensiva do Caos. Com suas habilidades, ele aterrissa sem receber muitos danos. Caos se livra de Doug e se afasta, preparando outro ataque.

A energia caótica é canalizada em seu punho e o brilho dos olhos dentro do elmo reluzem forte, mostrando a fome por morte. Antes que Caos pudesse reunir energia o suficiente, quem está ao redor ouve:

Lygus Elisus!

Djal aparece novamente e, voando com as asas de inseto, atravessa o elmo do Guerreiro Caos. Djal aterrissa e cambaleia, precisando de ajuda para se manter em pé. Caos dá um passo para trás e vira pó por completo e do pó vira nada. Questtis sente a destruirão de seu Guerreiro Caos e se embravece.

— Aquele inseto novamente... Preciso descobrir de onde ele é, para saber qual o reino está ajudando essa floresta pobre.

Questtis olha para Gustav, que está no chão, e para os guerreiros de Zara, que estão perdendo a batalha fora dela.

— Pelo menos consegui devastar esse lugar, o medo os afastará... E você, eunuco! Cortarei seu pescoço fora!

Questtis conjura uma lâmina negra, mirando em Gustav, mas, ao usá-la, a lâmina é cancelada por magia dos mágicos que estão se aproximando para ajudar os guerreiros da linha de frente.

— O reforço deles é tão pequeno que não notei a chegada... Acham que pequenos truques podem me deter?

— Acha isso pequeno?

Questtis é pego de surpresa e é acertado por uma adaga em seu tronco e um soco em sua cara, pelo susto ele se afasta e identifica:

— Magia de invisibilidade!

— Sua arrogância me ajudou a me aproximar!

— E quem é você, mulher idiota?

Prisa não responde e usa um pó dentro de um pequeno saco, com o qual cria uma pequena névoa que atrapalha a visão de Questtis e se expande, afetando os guerreiros do Império, ela aproveita essa chance e com alguns companheiros resgatam Gustav e os outros.

— Vamos, nós conseguiremos!

Mágicos próximos lançam uma magia na névoa que Prisa soltou causando dano, e atrapalham os guerreiros do Império de avançarem; todos os aliados se aproximam dos portões e Prisa sente algo estranho, ao olhar para trás, ela vê que Questtis dispersa a névoa com uma pequena dificuldade e, sorrindo, diz.

— Estão ficando bom nos truques, mas ainda são inferiores...

Ele ri e solta flechas negras através de magia, com seu cajado, tendo o foco maior em Gustav. Todos se unem e conseguem defendê-lo, infelizmente alguns guerreiros morrem e todos entram em Zara. No topo do muro aparece Djal e ordena que usem a catapulta que durante esse período foi parcialmente consertada.

— Usem a arma!

A catapulta atira uma pedra estranha que, ao chegar ao ponto mais alto, explode, soltando várias pedras menores que ao caírem explodem novamente; o Império tem uma perda significativa de guerreiros nesse ataque inesperado, o próximo disparo Questtis bloqueia com sua magia, mas se esgota.

— Técnica do Antigo Mundo... Vamos recuar.

— Senhor?

— Sorte deles que eu preciso resolver alguns assuntos em Caelum, mas voltarei assim que possível para me vingar dessa raça.

O Império de Cristal recua, ficando longe do alcance das flechas e da artilharia de Zara, e se encontram com um grupo de carruagens e cavalos que estavam escondidos em algumas rochas ao longe. Após estarem seguros, o restante dos soldados do Império vão embora. Questtis ainda da á última olhada para Zara e comenta feliz.

— Volto da batalha com uma cabeça de recompensa.

Em Zara todos se reúnem e verificam os feridos e mortos, entre eles um grupo de aldeões se entristecem, eles veem Prisa morrendo, com uma flecha negra em seu peito.



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