Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 43: Preparação Extensiva I

Gustav olha desapontado e diz:

— Podem sentar.

Júlio e Doug sentam e Gustav questiona com um humor melhor.

— Certo... Resistiram bem, prova que realmente são treinados fisicamente... Relatório?

Meena se espanta, e Rupert afirma.

— Não houve nada de diferente.

Doug pede a palavra, mas, antes de dá-la, Gustav faz sinal com a mão e explica:

— Queria ver até aonde vai à proatividade de vocês... Diga!

— O senhor bebeu água em vinte minutos, comeu no intervalo de uma hora, e trocou água por leite gelado na última hora; em um dos momentos demonstrou vontade de esvaziar a bexiga, mas está aguentando firme pelo treinamento.

Gustav fica surpreso e, antes que esconda esse sentimento, Júlio continua.

— Dois dos seus guardas estão nos vigiando o tempo todo, um deles saiu trocado por um terceiro, julgo que esse não foi tão resistente como o senhor, ao segurar a bexiga.

Gustav ri, cruza os braços, olha para onde seus guardas estão e comenta:

— Tinha mais dois escondidos e uma coruja bem-posicionada, mas vocês foram bons, levando em consideração que eu não alertei sobre nada, e só metade prestou a atenção ao redor.

Júlio reverencia Gustav e diz com firmeza.

— Peço ao senhor que não subestime a mim e meus amigos; esses últimos dias passamos por situações arriscadas e de grande tensão, sei que a causa e a missão são importantes e arriscadas, nós faremos tudo ao nosso alcance para concluí-las. Agradeço seu esforço e tempo por nos dar esse treino, para nos preparar para o que está por vir.

Doug sente que, desde que chegaram a Copus Lithy, ele e Júlio estão mais inspirados e com moral elevado, Meena e Rupert ficam com inveja inicialmente, mas entendem e aceitam tudo que ele disse em nome do grupo, vendo que eles precisam levar mais a sério tudo que for dito e pedido. Gustav sente a concordância mútua entre eles, que o reverenciam e agradecem.

— Obrigado!

— Vejo por que foram enviados, vocês realmente têm potencial... Muito bem, vão comer e beber algo, que o dia será longo ainda...

Gustav deu um treinamento que tomou o dia todo, vendo e aprimorando a resistência do grupo. Os Infantes passaram por muita coisa em um treino, que há anos não viam, sentindo que realmente precisavam de algo forte assim, para colocá-los na linha certa, pois iriam entrar no lugar mais hostil do Grande Continente.

O dia terminou com Gustav mais contente com os Infantes; a moral perdida por Rupert e Meena é recuperada ao longo do treino, e o preconceito que ele tinha contra os Descendentes de Adéa e Ivo foi quebrado pela boa conduta e postura de Júlio e Doug, que se destacaram no primeiro dia de treino.

— Ótimo, espero que tenham pegado o ritmo, pois teremos mais alguns dias de aquecimento antes de irmos para Zara, e de lá, vocês irão seguir com a missão.

Os Infantes ficam entusiasmados e determinados a passar por tudo. No dia seguinte, Rupert e Meena estão mais sérios e focados, dando mais de si e mostrando seu potencial. O treino é árduo, mas todos continuam atingindo as expectativas de Gustav, que, em alguns momentos, dificulta mais o exercício e fica mais simpático ao ver bons resultados, vendo que a proximidade não atrapalhará o desemprenho deles.

— Achei que vocês poderiam achar que tudo isso seria uma brincadeira ou que aproveitariam de uma “camaradagem” se eu fosse mais agradável com vocês; bom que vocês são realmente guerreiros de Pronuntio.

Os quatro ficam moralmente animados com os elogios e por concluírem o treino dia após dia. Todo dia depois do treino eles se abraçam, e Rupert diz.

— Ray está aqui conosco!

— Sim!

— Juntos passaremos por tudo! E nos encontraremos de novo.

Durante esses dias de treino, Khan se aproximou um pouco mais de Rupert e Meena, e sem sucesso em falar ou se familiarizar com Doug e Rupert. Mesmo sendo questionado diretamente algumas vezes, Khan age com dissimulação, para esconder algum sentimento ou rancor escondido.

— Não quis me intrometer.

— Sem problema, Khan, só mantenha distância, agradecemos.

Caryn ainda vê o grupo às manhãs, quando acordam, e nas noites, antes de dormirem. Está sempre animada, de bom humor e preocupada em saber como eles estão e o andamento dos exercícios, vendo também com Gustav se tudo está dando resultados positivos.

— Continuem assim, vocês são jovens e corajosos, e o mundo precisa de mais pessoas como vocês para melhorar.

Em um dos dias, Júlio e Doug são surpreendidos com Khan em seu quarto. Júlio faz o possível para reprimir sua raiva e não o agredir.

— O que faz aqui?

— Tivemos problema no outro dormitório, então achei que não teria problema em dividir o quarto comigo, já que tem três camas aqui.

Júlio fica desconfiado, e Doug questiona.

— Você não teria outro lugar?

— Desculpem, mas hoje está difícil mesmo...

Caryn aparece no corredor e entra afobada.

— Quantos problemas estão tendo hoje; se eu descobrir quem foi o infeliz que estragou o dormitório leste, eu mesma vou bater nele! Sorte que Valentin pode comportar muita gente, mas hoje temos muita gente dormindo aqui, e tenho muitos para acomodar sem atrapalhar... Loucura... E vocês, o que há aqui?

Khan responde na frente dos dois.

— Como somos amigos e “iguais”, eu estava pedindo para eles me acolherem essas noites, assim eles também teriam companhia.

— Que bom saber disso. Vocês são realmente amigáveis, eu fico feliz que vocês estão se dando bem, amizade é sempre importante... Mas não.

— Como?

— Não! Não conhece a pronúncia do contrário do “sim”? É “não”! Você vem comigo, ou já esqueceu que você também é suspeito do acidente do dormitório? Então todos “vocês”, vocês, suspeitos, vão ficar amontoados juntos.

— Como assim?

— “Como assim?”? Vem! Vem que eu desenho e exemplifico e até recito um poema explicativo para você. Vamos! Agora! Hoje minha paciência zerou.

Caryn puxa Khan pelo braço, para fora do quarto, e antes de sair dá uma piscada para Júlio e Doug, que riem depois que ela fecha a porta, gritando com Khan, ao mesmo que tempo que o leva, junto aos outros, para uma tenda improvisada para todos que estavam no outro dormitório. Longe de infortúnios, Júlio comenta aliviado.

— Como é bom ter pessoas que nos entendem e nos ajudam.

— Realmente...

Júlio aproveita a situação e encara Doug de uma forma maliciosa; ao perceber, Doug se esquiva.

— Não me olhe assim, vamos dormir.

— Só dormir? Por favor, fiquei nervoso ao ver aquele desqualificado aqui, preciso de acolhimento caloroso...

— Júlio?

— Vamos lá. Eu farei uma massagem em você para se recuperar melhor do treino.

— Mas sem marcas!

— Combinado!

No quarto deles, Júlio faz o combinado e massageia o corpo de Doug com um óleo que trouxe de Coniuro, na massagem ele foca as áreas mais restritas, deixando Doug um pouco tímido com isso.

— Espere, eu também quero massageá-lo.

— Quer? Ou está evitando que eu veja você ficar excitado com isso?

— Besta! Deite-se logo.

Júlio deita-se e fica em uma posição provocante, indicando onde Doug deve massagear.

— Você quer isso? Então eu vou fazer!

Doug massageia as pernas, abdômen e a virilha de Júlio. Rapidamente Júlio fica excitado, e isso deixa Doug também excitado.

— Você sempre consegue isso!

Júlio já está com o olhar e o sorriso maliciosos e avança, agarrando Doug.

— Nós sempre conseguimos! Isso que deixa mais prazeroso!

— Sim... Hoje eu quero escolher!

— Certo! Diga!

— Eu quero ficar em cima de você.

— Como em um cavalo? Você quer cavalgar em mim?

Doug bate em Júlio e diz envergonhado.

— Não diga essas safadezas, não tenho costume com isso.

— Ainda não...

— Pare com isso ou eu vou desistir deste “treinamento”.

— Não mestre! Por favor, vamos treinar!

— Besta!

Júlio vai devagar para restaurar o prazer de Doug. Ele aproveita que seus corpos estão oleosos e, além de se esfregar mais, também beija Doug de uma forma bem carinhosa e calma, sem pressa, para fazer amor e para aproveitar melhor cada momento.

Doug gosta da sensação que o óleo dá e volta a ficar animado. A excitação de ambos aumenta aos poucos e a cada vez que os beijos ficam mais atrevidos.

— Isso está muito bom.

Com o tempo, além dos beijos, as mãos avançam pelo corpo de seu amado, deixando o momento pronto para o amor pleno e carnal. Júlio contém seu desejo e fome por algo mais agressivo e penetra Doug com calma e com cuidado, para que não desanime seu parceiro.

Doug reage bem e sente como se o membro de Júlio atravessasse seu corpo; depois de alguns gemidos soltados por ambos, eles começam a se movimentar. Doug quer agradar a Júlio e faz movimentos rápidos, mostrando que o parceiro pode ficar parado só apreciando o momento e o prazer.

— Doug... Assim eu não resisto!

— Eu também não!

— Vamos abusar um pouco hoje?

— Você desperta esse meu lado... Está muito bom... Vamos!

— Eu te amo tanto.

— Eu também te amo!

Ambos abusam do tempo e do êxtase, seus músculos tonificam como se estivessem fazendo exercícios físicos, seus corpos ficam mais atrativos e suados, elemento que aquece mais o desejo e a paixão um do outro.

No último dia, Gustav espera os Infantes no campo de treinamento, que está com várias tendas e carruagens quebradas e espalhadas, simulando uma cena catastrófica de guerra. Os quatro entram em alerta e, na defensiva, Júlio, ao ver Gustav mais de perto, se preocupa.

— É uma ilusão! Aquele não é o verdadeiro.

A ilusão estoura, espalhando uma pequena névoa verde, que atrapalha a visão deles. Com magia, Júlio defende todos, suspeitando de que haja algo nocivo no ar. Eles se afastam para ganhar mais visão do lugar e veem vultos cercando e passando por perto deles.

Alguns ataques surgem, mas todos esquivam e se defendem bem. Doug se coloca a proteger Júlio, para que ele foque mais no suporte e em descobrir onde está o verdadeiro Gustav.

— Estranho... Consigo ver quatro Gustavs no campo.

— Não são ilusões ou sósias?

— Nunca me enganei antes...

Todos sentem algo puxando seus corpos; eles se defendem, mas são afastados um dos outros, e a névoa fica mais densa nessa manobra. Cada um se depara com Gustav, que os ataca.

— Aqui, Júlio! Ele está comigo.

— Não! Ele está aqui!

Uma magia entra na névoa e bloqueia o som deles, impedindo a comunicação. Júlio fica na defensiva contra o Gustav que o está atacando e usa seu poder para restabelecer a comunicação de uma forma que só eles se ouçam. Certificando-se de que todos o ouvem, ele informa.

— É a técnica que eu estou treinando.

Doug se preocupa.

— Aquela que você vira dois?

— Sim, só que a dele está em um nível maior, sendo quatro dele mesmo.

— Mas não é arriscada?

— Sim, mas também poderosa e muito útil.

Júlio usa da mesma técnica e se clona. Com magia, o clone entra na névoa e a usa como vantagem para si mesmo. Dentro dela, ele vê que alguns guardas se aproximam para ajudar Gustav no combate contra os Infantes; rapidamente o clone os alerta.

— Cuidado, tem outros!



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