Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 42: Júlio & Doug

— Vamos voltar a ser criança e crescer juntos em uma eterna brincadeira e felicidade que se chama “vida”...

— “Vida essa que só faz sentido com você ao meu lado...”.

Doug ri e é puxado por Júlio, que o leva para fora do templo sem que os outros percebam; com magia Júlio encanta a si mesmo e Doug, para que corram bem rápido o que faz com que em certos momentos eles levitem um pouco do chão, como se voassem.

Eles riem, brincam, correm um atrás do outro, enquanto percorrem pela extremidade do reino, para que não chamem muita a atenção. Alguns moradores acham engraçado eles correndo rápido, e outros assobiam alto como uma forma de admiração, achando que estão fazendo alguma apresentação artística.

— Olhem! Os “Fatum Encantados”, eu nunca vi pessoalmente.

Eles entram no viveiro e com magia Júlio dá para ambos uma empatia com animais elevada, para não assustar as aves e para interagir com elas.

O momento fica cada vez mais alegre e lindo. Alguns guerreiros, porém, não gostam da invasão ao viveiro, mas Caryn aparece e diz para deixar os dois à vontade.

— Faz tempo que não via algo assim...

Alguns artistas próximos tocam seus instrumentos, com um som instrumental leve e atraente, que se casa com as brincadeiras, corrida e dança dos dois que, com aves e magia, encantam todos que os veem. Até os que não são fãs de arte param, achando interessante e diferente.

Alguns até se perguntam se são um homem e uma mulher, e ficam surpresos e um pouco receosos ao verem que são dois homens; mas a paz, aproximação e o carinho que ambos mostram faz com que todos por um momento esqueçam o julgamento.

— Espetacular!

Depois que entraram no viveiro, Júlio e Doug não viram a atenção que chamaram. O clima chegou ao ponto em que um só via o outro; o toque, o sorriso, o flutuar, as borboletas no estômago e todos os pequenos dizeres carinhosos são o auge para ambos, que finalizam tudo se deitando no chão do viveiro, um ao lado do outro, os dois vendo o céu lindo e as aves voando e cantando ao redor.

A magia de Júlio deixa tudo impecável, faz com que as sujeiras das aves não cheguem perto deles e coloca um cheiro agradável, fortificando o odor e as sensações das flores por perto.

— Obrigado por você estar comigo!

— Obrigado por querer estar comigo...

Em seguida, furtivamente, ambos saem, evitando contato visual com as pessoas, ao perceber que chamaram mais atenção do que imaginaram.

— Acho que elevamos demais a emoção.

— Então isso foi bom, e quero elevar mais com você.

— Para de falar essas coisas aqui fora.

— Paro de falar e paro de querer também?

— Besta!

Júlio ri, e os dois seguem para o dormitório, para curtirem mais uma aventura juntos, comerem algo e para descansar, como foi recomendado por Cassios.

— Espero ter mais dias assim...

— Farei de tudo para que tenhamos...

No caminho até o quarto, Júlio solta seus galanteio para Doug, que rebate com algumas ousadias, deixando Júlio ansioso.

— Provocando assim, você me deixa mais agitado.

— Bom, porque eu também estou.

— Ótimo.

Em momentos fora da visão dos outros, Júlio pega em Doug e o beija, além de cutucá-lo, fazendo-lhe cócegas. Doug retribui alguns desses gestos e mostra que está gostando da brincadeira, em alguns momentos ele entra de propósito em alguns lugares restritos ou isolados, para escapar da visão dos outros.

— Cuidado!

— Você está gostando dessa sensação de perigo?

Eles são vistos uma vez e logo correm para o quarto, antes que possam gerar algum incômodo ou discussão.

— Chegamos!

Júlio logo tira a roupa e ajuda Doug a tirar a dele.

— Vamos aproveitar que o dormitório está praticamente vazio agora.

— Sim!

Ambos têm ótimas sensações, lembrando até da primeira vez deles, seus sentidos sendo tocados e explorados um a um; eles focam em seus beijos e na busca dos lugares mais sensíveis e exclusivos um para o outro, sempre usando as pontas de seus dedos, lábios e língua.

— Vamos fazer aquela posição?

Doug consente com o olhar e Júlio o coloca na cama formando “seis e nove” com os seus corpos sobre ela. Ambos despertam e ativam as sensações um do outro, abusando da região genital e da virilha com beijos, lambidas e até mordidas leves. Doug é mais contido e vai se soltando cada vez mais, por Júlio ser mais invasivo e por conseguir sempre desertar o lado mais fervoroso em Doug.

— Está gostoso...

Quando Doug está totalmente entregue ao momento de prazer, Júlio o pega com mais força e desejo, nada muito agressivo, mas seus olhos e beijos ficam mais hostis e longos, Doug gosta deste momento e sempre tenta ser mais ousado que o normal, para deixar Júlio mais feliz.

— Está bom?

— Sim, muito!

Júlio também gosta de agradar a Doug e sempre foca os lugares mais sensíveis e prazerosos dele, até que cheguem ao momento de penetração.

— Isso!... Assim... Posso continuar?

— Sim, pode! Vai!

Até as posições em que Júlio coloca Doug para fazerem amor são as que sempre perecem ser as mais confortáveis e até mais prazerosas para Doug sentir mais prazer e não desanimar. O prazer de Júlio é mais focado no prazer em que ele dá; e domina Doug, tudo o faz dar mais beijos, agarrões e até chupões, que ele deixa no tronco de seu amado. Com movimentos fortes e frenéticos, Júlio faz Doug gemer com ele.

— Vamos! Vamos!

Ao ver Doug entregue ao seu membro e ao seu prazer, Júlio tem seu orgasmo pronto, mas ele segura para que termine com Doug, que demonstra estar quase no seu fim.

— Doug, eu não aguento mais, venha comigo!

— Certo... mais... um... pouco... assim...

— Agora?

— Agora! Sim! Vamos!

— Vamos!

Ambos seguram as emoções para que não urrem tão alto e sejam descobertos; para ajudar a dispersar o prazer e o orgasmo de ambos, eles se beijam forte e caem na cama, se abraçando forte, parecendo até que irão fazer novamente.

A respiração logo se acalma com o batimento de seus corações, seus olhares passam de maliciosos para meigos, fazendo voltar um clima mais romântico e afetuoso no quarto. Depois de alguns carinhos e elogios, eles vão se banhar, para tirar todo o brilho que ficou em seus corpos.

— Esse é o melhor dos treinamentos.

...

No fim da apresentação do templo, Khan sente a falta de Júlio e Doug.

— Onde estão os outros dois?

— Devem ter ido fazer coisas, ou até dormir, já que Cassios falou.

— Dormir?

— Sim, amanhã teremos treino com Gustav, e teremos que nos preparar.

— Gustav? Sei! Eu já vi alguns treinos dele, mas não se preocupem com isso, será fácil. Vocês querem ver mais lugares como esse?

Meena intervém.

— Não! Arte já foi o suficiente por hoje, tem algo mais “festeiro”?

— Em todos os reinos há um ou mais lugares de festa, vamos!

Khan leva Rupert e Meena para uma área mais vazia da cidade, nesse lugar algumas pessoas fumam algumas ervas, bebem aguardente e têm alguns rituais sociais mais ousados, envolvendo carícias e beijos em desconhecidos, tudo consentido e animado.

Ambos são atraídos pela emoção e se divertem sem ver o tempo passar; fazem disputas simples de habilidades como corrida, levantamento de peso, quem bebe mais, quem prende mais a respiração com a fumaça do fumo, entre outras coisas.

Khan participa pouco, ele observa mais do que interage, analisando a fundo Rupert e Meena que, com o tempo, ficam mais distraídos e desatentos, contando algumas coisas pessoais.

— Que dia diferente... Uma pena que Júlio e Doug estão perdendo.

— Aqueles dois têm a própria diversão, vamos comemorar a nossa aqui!

Ambos riem e continuam com o grupo novo, o dia todo se passa assim. Quando os dois se dão conta, já estão deitados em seus quartos, cansados e sem ao menos lembrarem se comeram algo.

Como não sentem fome, sede e nem consciência pesada, os dois acabam se tranquilizando e adormecem facilmente nas camas confortáveis do dormitório. A madrugada se inicia tranquila com a temperatura agradável, indo um pouco para o gelado, o sono conforta todos, sono que dura pouco tempo, pois logo os quatro são acordados por guardas de Valentin.

— Levantem! Agora! Vamos!

Rupert, Meena, Júlio e Doug são acordados às pressas e no corredor se deparam com Gustav, que mede os quatros com os olhos.

— Ótimo, já iniciamos o dia e junto iniciaremos com o treino.

Meena estranha.

— Treno a essa hora? Mas é madrugada ainda...

Rupert tenta impedi-la de fazer o comentário, mas sem sucesso, Gustav se aproxima com um tom sério, de poucos amigos e diz, olhado para todos como se punisse todo o grupo pela ousadia de um.

— Vejo que são amigos do inimigo, o Império deve mandar uma carta avisando para vocês quando e onde serão atacados, talvez depois do almoço? Uma hora depois do almoço para que não atrapalhe a digestão?

Antes que respondam, Gustav se aproxima de Rupert, que é líder do grupo e diz bravo.

— Em cinco minutos! Ou podem pegar a próxima carruagem para casa de vocês.

Gustav sai com os guardas, e os quatro ficam parados processando a informação, Meena, ainda sonolenta, questiona Rupert.

— Ele falou onde será o treino?

— Não, mas que bom que você não perguntou.

— Depois do “onde e quando” eu pensei é em bater nele, isso sim.

— Acalme-se...

Doug questiona Júlio.

— Lembro vagamente... Quando íamos com Caryn até o castelo, ela comentou de um lugar de treino específico, lembra?

— Sim, deve ser lá.

Rupert se espreguiça e diz sem muito ânimo:

— Então vamos nos arrumar, pois já estamos atrasados.

Em seis minutos, os quatro chegam ao lugar onde está Gustav; ele está bem equipado e sentado no meio do campo de treino, que é relativamente pequeno.

— Cassios deve ter dito para vocês descansarem, não gosto quando ele avisa, mas isso significa que ele tem confiança em vocês, espero que a mantenham.

Meena e Rupert se olham, e Gustav diz com chateação:

— Sei que metade de vocês não ouviu seu superior, devem achar que, por serem mandados como reforços, serão tratados como lordes ou que estão acima da lei local; claramente prova que nunca foram em uma missão assim... Se estão aqui, saibam que são soldados de Copus Lithy, o único benefício que têm por não serem nativos é que não serão desonrados e não verão pessoas por quem têm apreço morrerem, a única vantagem é que podem escolher ir embora a qualquer momento.

Júlio responde de imediato.

— Ir embora não é uma opção!

— Ótimo! Espero que seja uma visão dos quatro.

Os quatro respondem juntos.

— Sim!

Gustav se aproxima, olhando desconfiado para Júlio e Doug.

— Descendentes de Ivo... Não é bom, mas admito ter certa “desconfiança” de seres como vocês dois, mas tenho a mente aberta em acreditar que eu só tive más experiências com pessoas ruins e que não posso ver todos assim.

Gustav coloca todos de costas um para o outro com a distância de um metro entre eles, cada um olhando para uma direção; após isso, ele senta, dentro do campo de visão de Júlio e Doug, e diz.

— Fiquem parados e calados... Um treino fácil.

Meena concorda.

— Realmente.

— Espero não colocar muita pressão em vocês dois, pois ficarei aqui analisando melhor... Expectativas, vocês devem imaginar.

— Sim, senhor!

Gustav é sério o tempo todo, em alguns momentos ele bebe, come e admira o céu e ao redor. Com o tempo, todos sentem fome, sede e cansaço, por ficarem em pé por muito tempo; eles mudam pequenos movimentos, esperando ver se Gustav reclama de alguns deles. Meena e Rupert demostram mais fragilidade e fadiga, perdendo o equilíbrio algumas vezes. Ao completar cinco horas, Gustav diz.

— Venham aqui!

Todos se aproximam com grande cansaço, Meena e Rupert se jogam e sentam-se próximo de Gustav, esboçando satisfação.

— Finalmente...

Doug se coloca a segui-los, mas Júlio o segura, indicando para que continue de pé. Rupert percebe que se esqueceu da cordialidade e se chateia, tentando se explicar.

— Me desculpa, estamos cansados, ontem...

— Não importa, afinal de contas, ontem vocês estavam de “folga”...



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