Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 35: Adeus, Pronuntio

— A senhora diz Pedro, Donny e Jake?

— Isso, são como vocês, meninos de grandes talentos e com disposição.

Rupert se sente desafiado, ao saber que os outros podem assumir uma missão mais importante que a dele.

— Nos diga o que faremos no futrespurco.

— Forma engraçada você o chamam, válido... Vocês vão verificar planos, poderes, armas e lugares secretos, e se possível, matar pessoas importantes.

— Matar?

— Sim, mas o principal são mais informações vindas do centro do “futrespurco”, em Copus Lithy vocês terão mais parâmetros no que buscar e se informar.

— Entendi...

— Me desculpem não estender essa conversa, mas pressinto que a reunião com os outros que farão missões vai começar.

— Agora? Certeza?

— Úrsula tem uma reunião urgente com um líder de um clã do Grande Continente e pediu para chamar todos.

— Como a senhora sabe?

Ela sorri e diz, apontando o dedo para sua cabeça.

— Eu estou falando com ela nesse momento... Vocês verão e assim confiarão mais nessa missão e no que eu digo.

Antes que digam mais alguma coisa, Izolna faz com que eles voltem para o castelo Divine em Pronuntio, todos ficam com um mal-estar por causa da magia usada, mas logo se recompõem. Júlio questiona, com um olhar preocupado.

— E o que vocês acharam? Sentiram confiança?

— Vamos fazer o que ela falou, vamos à reunião e seguir com a missão de Úrsula, podemos decidir no caminho ou depois de saber mais sobre o Império.

— Que assim seja...

Em pouco tempo, o grupo se reúne com outros guerreiros e guardas de Pronuntio, que estão em um grande salão dentro do castelo; após o anúncio, Úrsula entra com outros mestres da ilha, entre eles estão os conhecidos pelo grupo, Maxmilliam, Jimu Gym, Dayan e Izolna. Meena comenta ao ver Izolna entre os conselheiros de Úrsula:

— Ela estava certa, ela faz parte do conselho.

Júlio olha atentamente para todos e questiona, ainda procurando com os olhos.

— E Onilda? Ela não deveria estar lá?

— Ela pode ter ficado com Ray, como não fomos lá, ela deve ter ficado com ele.

Depois de algumas informações e histórias inspiradoras de alguns mestres do conselho, Úrsula se posiciona e inicia seu discurso, usando magia para que todos a ouçam bem.

— Meus nobres heróis de Pronuntio, eu agradeço a todos vocês por terem aceitado as missões que nossos aliados em Arbidabliu nos requisitaram. Ajudando-os, ajudaremos o mundo como um todo. Algumas missões são mais ariscadas, mas todos aqui são heróis por colocarem o interesse do todo na frente do de vocês. Eu não quero me alongar muito, mas quero deixar claro meu apreço e gratidão por essa ajuda que estão dando. Mais detalhes das missões vocês veem nos pergaminhos, na caixa que cada grupo ganhará e com o respectivo mestre que os levará até as docas para partirem. Alguns sairão hoje mesmo, e outros têm um prazo de preparo entre três a quinze dias. Desculpem-me por não ficar muito tempo com vocês, mas espero que na volta todos nós possamos comemorar juntos... Obrigada.

Todos aplaudem e reverenciam Úrsula até a saída dela do lugar, entre os mestres que estavam com a rainha, Izolna e Jimu Gym saíram com ela; depois todos se servem de bebida e comida das mesas que estão na extremidade do lugar e conversam entre si. Rupert, Meena, Júlio e Doug se isolam em um canto antes de confraternizar com os outros.

— Izolna esteve lá.

— Mas por nunca a vimos antes?

— Boa pergunta, vamos ver com o mestre que nos levará às docas, até o momento a missão de Úrsula é oficial.

— Gostei da ideia, seguimos normalmente, como ela mesma disse, e se ficarmos mais confiantes e descobrirmos mais coisas dela ou da missão, a gente decide se prossegue ou não.

— Certo! Assim analisamos melhor as opções.

Júlio ainda sente estranheza por Izolna, pois, mesmo ela estando com os mestres, ela não teve interação ou falou algo com alguns outros. O que conforta Júlio é que tanto Doug quanto Rupert e Meena estão otimistas. No final da tarde, todos saem do castelo com suas respectivas designações, oficialmente “Infantes” é o nome do grupo de Doug, Meena, Júlio e liderado por Rupert.

— Infantes! Que orgulho nosso grupo oficial e com uma grande missão à frente.

Chegando no acampamento, eles encontram Onilda, que está cansada.

— Tudo bem, mestra?

— Sim... Só tive um dia cansativo. Como muitos foram chamados no castelo, algumas coisas ficaram para fazer, então eu me dispus a ajudar... Mas, e vocês, como foram lá?

— Vamos comer algo e conversar?

— Claro, vamos, se me permitir, eu só vou tomar um banho e ficar mais à vontade.

— Certo, também faremos o mesmo.

Minutos depois, todos se reúnem em um dos refeitórios perto dos dormitórios.

— Você já ouviu falar dela, mestra?

— Izolna... Não conheço, mas e o treinamento para resistir ou identificar magia?

— Tudo certo...

— Vou ver se consigo mais informação com outros mestres, mas é possível que ela seja uma conselheira, sim.

— Sério?

— Sim, alguns conselheiros são ocultos, para proteção mesmo, tem aqueles que trabalham secretamente no lado do inimigo, mas ajudam o outro lado, então seu anonimato é importante, assim como a missão de vocês.

— Faz sentido.

— Mas, como vocês bem disseram, a missão oficial de Úrsula está pronta, foquem no que ela pediu e só sigam adiante com muita confiança ou com aliados, eu não recomendo que sigam para o centro de todo o mal, não me parece sensato.

— Tem certeza de que a senhora não quer saber sobre a missão toda?

— Melhor não, o tipo de missão de vocês é muito peculiar e secreta, melhor que o mínimo de pessoas fique sabendo.

Durante dez dias seguidos, os Infantes se preparam para sua missão, cada um com seus afazeres e deveres referentes ao desejo e ao requisito da missão. Doug treina mais técnicas de luta e se informa melhor sobre técnicas de lutas usadas pelo Império de Cristal, após abrir o poder do Orbis Absolute, ele precisa meditar e treinar mais sobre defesa mental e até formas de fugir ou atacar dentro desse poder.

Cada um dos dez dias, ele visitou Ray e passou um tempo com ele, falando sobre sua expectativa da missão e que deseja fazer uma com ele quando terminá-la, desejando sempre que Ray supere essa doença poderosa.

— Espero que saia dessa situação, eu gostaria muito de compartilhar uma coisa com você, entre eu e o Júlio... Mas é melhor esperar quando nos vir novamente, aí eu contarei...

Rupert pesquisa e conversa com mestres de Pronuntio sobre as cidades aliadas, tratados de comércio, líderes, cultura, entre outras informações pertinentes por onde ele passará. Ele treina sotaques para, se for preciso, se infiltrar sem que saibam a sua origem, faz treinos rotineiros, aprimorando mais a sua mira, escalada e fuga; no último dia, ele visita Ray.

— Queria muito que você fosse o líder dessa missão, mas tenho certeza de que, quando você sair dessa, você será um grande líder, e estarei ao seu lado quando isso acontecer... Saudades de você, amigo...

Meena se isola, ficando pensativa e meditando sobre tudo, ela se informa sobre costumes do Império de Cristal e dos aliados dele, faz treino com foco na luta desarmada e secretamente buscando formas mortais de finalizar seus inimigos rapidamente, além de técnicas de interrogatório de formas comuns e até doloridas.

Rupert a ajudou a estudar sotaques, e ela lhe informou sobre as técnicas de execução que viu nos últimos dias. No primeiro dia de treino, ela foi visitar Ray e ficou uma boa parte do dia com ele, falando de coisas do passado, relembrando bons momentos de treino, estudo e lazer em conjunto com o grupo; a conversa tem um tom único, como se fosse o último momento de nostalgia que ela poderá ter. No fim do dia, ela finalizou.

— É isso, amigo... Sinto muito sua falta, espero que a gente se veja, pois tanto você e tanto eu estamos em risco... Desculpe não o visitar mais, pois vou me dedicar esses dez dias para me preparar para essa missão... Espero que nessa aventura eu “me ache”, pois ainda me sinto um pouco perdida...

Júlio conseguiu alguns dias com Maxmilliam, para aprimorar sua capacidade mágica além do treino em Orbis Absolute. Com a despedida de Jimu Gym, que sentiu que precisava fazer algo novo em sua vida, Júlio teve que aprender com outro mestre sobre técnicas de defesa desarmada, e se informou também sobre técnicas de sobrevivência longe de civilização.

Todos os dez dias, ele visitou Ray, sempre preocupado com o estado de saúde dele e se informando sempre sobre essa doença perigosa.

— Cancro, uma doença mortal para o corpo e difícil de ser vencida com poderes mágicos, que infelicidade você ter isso, Ray... Espero que um dia tenha a cura para isso e que você se restabeleça o mais rápido possível, para se tornar o herói que merece ser, como seu pai e sua mãe foram... Tenho um mau pressentimento com essa minha missão, espero estar errado sobre ela e sobre esse personagem misterioso chamado Izolna.

Passados os dez dias, os Infantes se preparam para partir, eles se despedem adequadamente de poucos e para muitos é informado que só irão fazer uma visita comum a cidades aliadas, a fim de melhorar a comunicação de Pronuntio.

No porto eles encontram Onilda, que entrega as joias que ganharam anos atrás, elas estão mais bonitas, polidas e emanam uma pequena aura própria; os quatro ficam admirados e Doug questiona.

— Essas são as nossas joias?

— Sim, eu tomei a liberdade de pegá-las e, com ajuda de outros mestres, elas foram encantadas para alguma emergência, elas podem ajudar muito em um momento crítico. Vocês lembram-se do benefício delas? Júlio?

— Por ser uma joia de família, ela se torna um material resistente e capacitado para guardar ou até conter certas magias, itens guardados por gerações ficam mais adaptados por receber energia passiva e constante do ambiente e das pessoas que as usam.

— Perfeito, e com encantamentos adequados, elas se tornam mais especiais, mas tentem guardar seu uso para ocasiões muito importantes, pois, como vocês não têm muita experiência em usar esse tipo de artefato, vocês não conseguirão usufruir totalmente de seu poder, mas outros poderão, então, tenham cuidado.

— A joia da minha família “Helena”, a joia verde dos Viridi.

— Da minha família, Hyacin, a joia azul “Ana”.

— Surrex: a joia rosa “Teresa”.

— Queria poder deixá-las tão fortes que nada machucaria vocês, mas sabem que certos artefatos têm que ter contato constante com magia para permanecer poderosos.

— Tudo bem, mestra. Um dia eu serei muito poderoso para manter o poder pleno de joias assim.

— Vocês são as joias mais belas e únicas que eu já vi e tive a honra de “polir” e “lapidar”.

Onilda se emociona em se distanciar muito de seus pupilos e se orgulhar do caminho que estão traçando. Todos abraçam forte Onilda e embarcam em direção de Coniuro; no porto Onilda encontra Dayan, que está muito triste.

— Dayan? O que houve?

— Sinto triste em ver tantos alunos que eu vi crescer irem embora assim.

— Uma hora eles têm que seguir, mas nos encontraremos novamente.

— Verdade, mestra, mas ainda assim fico com saudades e até um pouco de medo.

— Medo?

— E se não nos encontrar mais, ou se encontrar e não os reconhecer...

Onilda também sente esse receio e abraça Dayan.

— Temos que nos orgulhar do trabalho que fizemos e torcer para que sigam bem por conta própria.

— A senhora tem razão... A propósito, eu estava me despedindo de alguns grupos e esqueci-me de dar essa carta para a senhora.

— Uma carta dos meninos.

Onilda vê o símbolo e as iniciais e questiona:

— Pedro, Donny e Jake?

— Sim, eles mesmos...

Onilda fica feliz ao saber que os seus antigos alunos mandaram notícia, indicando que estão vivos em sua missão.

— São boas notícias, mestra?

— Parece que sim, vamos comer e ler ela toda.



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