Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 15: Doulio e Romakuri II

Doug, Júlio, Taikuri e Romanze se olham e estranham o bom humor de Pedro com a situação. Pedro se levanta feliz e diz, fazendo referência a palavras normalmente usadas por Jimu.

— Obrigado pela companhia, “rapaziada”, foi “Fenomenal”... Vejo vocês depois.

Doug, Júlio, Taikuri e Romanze ficam sem entender, e Doug comenta.

— Mas Donny e Jake não são como nós... Ou são?

— Jakdon? Pior que esse nome ficou bom...

Doug, Júlio, Taikuri e Romanze conversam mais sobre seres Descendentes de Ivo e um pouco sobre suas relações, deixando Júlio e Doug menos receosos e de mente aberta para assumirem a relação sem medo de represália, pois estão em um reino livre e focado no amor ao próximo. Doug se abriu mais e até é mais carinhoso com Júlio por estarem próximos dos seus. Júlio percebe isso e comenta com ele em um momento a sós.

— Esses dois são diferentes dos outros que já encontramos.

— Sim, eles mantêm uma postura arrogante, mas são legais e sem falsidade... Gostei deles.

— Seria bom se eles se tornassem Infantes também, não acha?

— Poderíamos ver, pois o grupo é mais que colegas de treinos.

— Sim, depois falamos com os outros para ver o que eles acham, assim aumentamos nossa turma também.

Pedro se encontra com Donny e Jake, que reclamam:

— Você está atrasado.

— De novo!

Pedro está contente e comenta, abraçando os dois.

— Mas eu cheguei, e cheguei com boas notícias.

— Não me diga que é aquele plano novamente.

— Sim!

— Não! Por que você acha que nossa popularidade com as mulheres ficará melhor se a gente fingir que ama um homem?

Jake se revolta e questiona, gritando.

— Qual a lógica nisso?

Pedro ri e responde, também gritando:

— Eu não sei! Mas funciona!

— Não, isso não faz sentido, você está enfeitiçado, amaldiçoado... Você andou frequentando cultos malignos recentemente?

— Não acreditam? Então eu vou provar... Lembrem da última vez que vocês queriam saber se fariam sucesso com a música de vocês?

— Sim, um fiasco, porque você achou que a glória da luta traria fãs.

— Certo, certo, eu admito, mas vocês farão a mesma apresentação que deu errado.

— Viu? Você está louco...

— Escute! Escutem, por favor, eu chamei vocês e pedi um treinamento para nós; depois dele vocês cantaram aquela mesma música a que vocês se dedicaram tanto a fazer.

— Você nos quer pregar uma peça.

— Confiem! Quer fãs aplaudindo e pedindo suas músicas?

— Sim, claro!

— Então, só por hoje, façam tudo, mas tudo o que eu disser; eu tenho algumas anotações para seguir e se basear... Se der errado, eu farei tudo o que vocês quiserem por uma semana.

— Um mês!

— Fechado: um mês!

— Deveria ter falado dois.

— Parem de enrolar, vamos para o campo de treinamento.

— Quatro Chifres? Por que tão difícil?

— Precisamos de destaque, os chifres menores têm pouca atenção, e com os maiores eu não consigo “ajuda”.

— Mas, para um campo assim, você precisa de um mestre. Quem concordou em ajudar nessa loucura sua?

Pedro ri e grita.

— Mestre Gym! Tudo pronto?

Jimu aparece no alto do muro na parte de controle e criação de dificuldade do campo e diz com o jeito empático dele.

— Tudo certo, rapaziada, fiz tudo que pediu.

— “Fenomenal”, mestre Gym!

Jake resmunga:

— Bajulador...

Donny e Jake fazem cara de desânimo por saber que Pedro tem auxílio de professor para o seu plano. Os três entram no campo de treinamento Quatro Chifres e se preparam para o desafio, que aparenta ser difícil.

O campo está cheio de armaduras de madeira encantadas, e o número delas preocupa Donny e Jake, que perguntam, enquanto terminam de se equipar.

— Qual o objetivo, Pedro, apanhar até a morte?

— Na cabeça de Pedro, deve fazer sentido: morrer e assim nossa música pode fazer sucesso.

— Vocês estão exagerando, sejam mais otimistas e entrem animados. O objetivo é simples, Jake focará no ataque a distância, e Donny fará de tudo para defendê-lo.

— Eu não vou atacar?

— Não, e você tem que fazer de tudo para defender Jake, ele é a missão.

— Já entendi... E você, o que fará?

— Vou liderar tudo e ir para a linha de frente.

— Então vamos acabar logo com isso.

— Como eu falei, façam tudo o que eu disser, entrem juntos, olhem para os inimigos, deem as mãos e cantem o início da canção de vocês.

— O quê?

— E não se esqueçam das anotações que mostrei.

— É sério mesmo?

— Não vou repetir, só obedeçam, lembrem que vocês concordaram.

Donny e Jake respiram profundamente, se olham, desejam sorte, se concentram e seguem o combinado. Eles entram primeiro no campo, olham para os inimigos, veem que tem mais gente que o de costume assistindo e comentam entre si:

— Pedro deve ter arrumando um jeito de chamar mais gente...

Mesmo tendo mais gente, a atenção dada a eles é pouca, eles focam nos inimigos, se olham, pegam em suas mãos e começam a cantar. A cena é simples, e a música é boa, ela fala sobre amigos enfrentando desafios em batalha, e que a união deles é a melhor arma e abrigo para os desafios à frente.

Ambos gostam de música e dão tudo de si para ter um bom desempenho. Pedro entra em seguida, anunciando a batalha que se inicia.

— Aqueles que querem atingir e ferir um amor proibido serão dizimados!

Donny e Jake ficam surpresos com a frase de Pedro e, mesmo envergonhados, seguem o plano. Jake avança um pouco e inicia o ataque; sem se preocupar com sua defesa, Donny toma a sua frente e diz alto:

— Não se preocupe, eu te defenderei!

Pedro direciona mais a sua atenção às arquibancadas, vendo que rapidamente Donny e Jake estão ganhando atenção além de uma pequena torcida.

— Ótimo, está dando certo...

Pedro avança para a linha de frente e luta contra vários guerreiros de madeira; mesmo ele não sendo experiente, sua ação é muito eficaz, ganhando de todos facilmente, o que chama a atenção de Donny, que vê mais dificuldade em seu objetivo.

— Como ele conseguiu deixar fácil a luta de perto e deixou a nossa a distância difícil?

Jake sabe o que Pedro quer e responde a Donny:

— Ele quer a atenção da dificuldade para nós, ele quer deixar quem assiste ansioso, para mostrarmos nosso desempenho juntos.

Jake fica focado e, sabendo que não precisa se preocupar com sua defesa, descarrega sua fúria nos seus ataques. Jake também aproveita e testa alguns truques que aprendeu sobre técnicas do Antigo Mundo; pequenas adagas com símbolos mágicos, que causam pequenas explosões, são lançadas, gerando bom resultado.

— Ótimo!

Donny se esforça ao máximo para defender Jake dos ataques a distância com um escudo, e de alguns que se aproximam para o ataque corpo a corpo. Por orientação de Pedro, Donny sempre defende Jake de perto, demonstrando sua plena atenção e preocupação a ele, se jogando sempre na frente para defendê-lo, mostrando sua importância.

— Não se preocupe, Jake, eu o defenderei!

Em cada momento juntos e de proteção, Donny e Jake ganham mais atenção, e a torcida aumenta para que eles consigam cumprir o desafio. Pedro fica cada vez mais alegre e animado, avança rápido entre seus oponentes, para terminar a missão do treinamento. Jimu avista tudo, ordenando os ataques e comenta.

— Nunca vi esses três interessados em defesa e em proteger os outros... Fenomenal!

O grupo na arquibancada não é muito, mas é maior do que de costume, e com o acréscimo de alguns torcendo para que eles vençam.

Donny e Jake nunca tiveram essa atenção e juntos simulam situações mais afetivas, lembrando-se de relatos de grandes casais de heróis da história.

— Obrigado, Donny, não sei como seria sem você.

— Eu sem você não existo!

Assim, falando alto para que todos ouçam, a ideia da mensagem é captada. Pedro ouve algumas dessas frases de ânimo e ligação entre eles e tenta contagiar quem assiste.

— Jakdon! Jakdon! Jakdon!

Um e outro entram na moda, torcendo junto. A torcida é contagiada quando Pedro derrota o oponente-chefe, e a missão do campo é concluída. Jimu comemora e comenta ao se aproximar deles.

— Fenomenal! Pedro falou que vocês queriam fazer um teste de defesa, parabéns!

Donny e Jake estão bem exaustos e gradecem.

— Obrigado, mestre Gym.

Pedro, no lugar de comemorar, os leva para algumas pessoas que querem parabenizá-los. Depois de alguns elogios e muitas perguntas, Pedro dá uma saída estratégica, quando o assunto se aprofunda muito em saber se eles são um casal de verdade.

— Obrigado, mas nosso Jakdon está cansado, mas fiquem de ouvido em alerta, eles farão algumas apresentações de suas músicas, algumas são inspiradas em Pronuntio, nos nossos mestres, na nossa boa amizade e em “amores proibidos”.

Pedro termina a frase com uma piscada, dando a entender que esse amor é o amor deles, gerando mais fofoca e interesse. Um tempo depois, com os três a sós, Pedro conta vantagem.

— Não tinha razão? Agora é só vocês seguirem com isso.

— Ainda não sei... Temos que fingir namorar sempre?

— Sim, mas não precisam fazer igual àqueles namoros explícitos, eu anotei tudo. Elas gostam desse ar secreto, de como a maioria é contra essa relação, e vocês se contêm para não mostrar todo esse amor em público.

— Confuso isso...

— Sim, mas com o tempo fica mais fácil.

Depois dos afazeres, Júlio e Doug se encontram com Taikuri e Romanze em frente à grande biblioteca de Pronuntio.

— Vocês não têm tarefas?

— Nós somos feiticeiros grandiosos, fazemos tudo mais rápido e bem-feito, não gastamos muito tempo para isso.

— E é permitido?

— Antes não, mas eles têm que ajudar todos com suas habilidades, o único ruim é que precisamos de mais tempo de descanso, mas vale.

— E por que marcaram esse lugar conosco?

Taikuri e Romanze se olham com um plano em mente e dizem:

— Vocês têm que explorar mais a mente de vocês.

— Tem uma ala na grande biblioteca que nós conhecemos e usamos às vezes, pouco usada, deserta e que vocês podem usar para fazer “algo junto” e sem interrupções.

Doug se anima e comenta com Júlio.

— Muito bom, Júlio, um lugar onde ninguém vai nos incomodar.

— Parece bom mesmo.

Taikuri e Romanze estão animados e apresentam essa ala que está vazia para Júlio e Doug.

— Ali! Aquele lugar, vocês entram nessa parte, e nós ficaremos com aquele lado.

Doug está animado também e puxa Júlio pelo braço para irem logo.

Romanze olha para Taikuri e diz, pegando em sua cintura.

— Você corrompeu os meninos.

— Eu? Eu não fiz nada.

— Nada? Assim como você fez comigo?

Romanze dá uma mordida no pescoço de Taikuri, que retruca, já gostando da situação.

— Agora a culpa é minha?

— Sim, sem sombra de dúvidas... Você me corrompeu...

— E o que você vai fazer a respeito?

Taikuri acaricia o pescoço de Romanze com uma das mãos, com a outra massageia o braço dele e diz com tom carente.

— Vamos?



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