Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 102: Adeus, Onilda I

— Suas habilidades são iguais as suas vestes! Pobres...

Os estilhaços batem no escudo invisível ao redor de Scarlett, enquanto Onilda se concentra para não ser ferida, Scarlett energiza outra magia para atingi-la, antes de atacar, Onilda usa seu poder e cancela a magia que Scarlett estava conjurando.

— Não me subestime!

Com a defesa baixa, Onilda é atingida por um espinho que danifica sua armadura, ela pega impulso e avança para bater em Scarlett, que se defende novamente com o escudo invisível, Onilda bate de frente com seu escudo, deixando a face da coruja frente a frente com Scarlett.

— O que é isso?

Os seis olhos da face da coruja brilham um amarelo forte, gerando uma grande carga de energia, essa energia força o escudo tão intensamente que assusta Scarlett, esse poder força o escudo até que o quebre. Ao quebrar a proteção, uma explosão é gerada, que joga Scarlett contra um pilar.

— Maldita!

Com um tabefe cheio de magia, Scarlett joga Onilda longe e, com outro movimento de mão, ela desarma Onilda de seu escudo; em seguida, Scarlett ataca com uma bola de energia, que é destruída pela maça de Onilda, que pensa em algo favorável a ela. Onilda se prepara e bate forte no chão com a maça; ao danificar o chão e através de seus dons mágicos, Onilda sente algo positivo no seu plano.

— Sim! Dá para fazer isso!

Onilda bate mais de uma vez com toda força no chão, trincando-o e causando tremor em todo o salão, Scarlett olha ao redor e a ofende.

— Sua idiota! O que está fazendo? Eu estou na sua frente, velha cega!

Cada palavra de Onilda é uma batida forte no chão com sua maça.

— Seu! Mundo! Caiu! Rainha burra!

Scarlett tenta pará-la, atacando com mais estacas de cristal, mas, mesmo acertada e com a armadura negra sendo danificada, Onilda não para de bater.

— Essa é a desvantagem de você não ser experiente em magia!

O chão do salão inteiro trinca e cede. Onilda, por ser mais experiente em magias, muda o cenário da Orbis a seu favor, mas antes tem que passar por uma desestabilidade mágica que cria um ambiente diferente.

— Isso! Orbis Absolute!

Com a destruição e a queda do chão de cristal, ambas caem de um céu como se estivessem saindo de uma nuvem, ambas tentam usar seus poderes para voar, mas uma cancela o poder da outra, fazendo com que continuem a cair.

Scarlett admite para si mesma que Onilda é uma adversária poderosa e que precisa ser eliminada, ela estica seu braço, libera algo de dentro dela e diz alto e em bom som.

Magnum Crepitus!

Um cajado negro surge atrás de Onilda e explode, jogando-a e fazendo que sua queda seja mais rápida do que de Scarlett, que precisa derrotar Onilda antes que ela atinja o solo, pois sabe que suas defesas sempre serão canceladas.

— Aproveite a queda, velha mestra!

Scarlett se delicia com sua vitória e conjura mais energia para atacar Onilda.

— Ou você será morta por mim ou pela queda que você mesma causou!

Scarlett ri alto enquanto usufrui o poder que conseguiu emprestado. Onilda usa magia para se estabelecer melhor no ar e manipula o ar ao redor para ajudá-la a se defender e até a atacar Scarlett com rajadas de vento e redemoinhos pequenos, que são esquivados facilmente, esses redemoinhos, ao passarem por Scarlett, acabam se unindo e formam um grande furacão, que impede que Scarlett conjure mais magia.

— Acha que isso é o suficiente?

O anel de Scarlett brilha e desfaz o furacão, em seguida ela é acertada pelo escudo de Onilda, que quebra sua coluna e a arremessa contra o chão. Onilda ainda tenta usar magia de vento para que a queda não surta muito dano, mas o poder usado pelo anel anteriormente não a deixa se defender.

Ambas caem fazendo um grande estrondo e devastação. Onilda perde a armadura do Caos, que desaparece, e mesmo assim se mantém firme para continuar a luta. Scarlett se levanta sem revelar danos e zomba da batalha ocorrida, arrumando seu cabelo e suas roupas como se tudo tivesse sido fácil.

— Esse ventinho bagunçou meu penteado, não imaginei que você teria tanto poder para amarrotar minha roupa fina.

Onilda estranha e conclui.

“Eu vi a coluna dela sendo quebrada pelo escudo, mas ela ainda está recebendo ajuda externa... Mestres de poderes do Império deram muitos artifícios para ela agir.”

— Acabou seu reforço, Scarlett?

— Sim, estou com a defesa baixa e sem esperança para o que vem agora.

Onilda percebe o sarcasmo e não mede esforços.

Estrigiformes!

Penas e plumas grandes, brancas, marrom e cinzas aparecem ao redor de Onilda, algumas ficam flutuando ao seu redor, e outras se fundem a sua roupa, formando uma espécie de proteção; a roupa de Onilda é categorizada como pobre e simples, mas com essas penas moldando e alterando um pouco o traje, ela acaba ficando com a aparência e semelhança de vestes reais ou de grandes sacerdotisas.

A maça e o escudo ficam menores para que Onilda os use, além de eles retornarem para ela. No percurso das armas, Scarlett usa seu poder para destruí-los, ao conseguir, ela provoca.

— Mãos limpas deixam as coisas mais civilizadas e equilibradas.

— Eu não acho!

Onilda puxa com as mãos algumas penas e plumas que flutuam ao seu redor e diz, fechando seu punho.

Glaucidium!

Na mão de Onilda, se forma a “Glaucidium”, nome dado a sua vara feita a partir de magia natural e das penas e plumas. A vara ganha cor roxa, garras de ave na parte inferior e na ponta um pequeno broto cristalizado.

Scarlett sabe que esse tipo de “arma” é usado por magos mais simples e comenta, querendo diminuir Onilda.

— Uma varinha à altura do seu poder?

— Sou uma professora dedicada e que aceita qualquer mente vazia, bruta ou infantil...

— Como ousa me equiparar a isso?

— Eu sou Onilda Roser, professora de Pronuntio, e vou te ensinar umas lições!

Onilda manuseia Glaucidium como um mestre de orquestra e assim molda Orbis à imagem da praia de Pronuntio, onde conheceu Rupert, Meena e os outros. O céu está limpo e bem ensolarado. Onilda sorri e comenta para si:

— A nostalgia me faz bem.

Scarlett se preocupa por ver que Onilda está ganhando vantagem dentro da sua própria armadilha e também não mede esforços.

— Mestres de Maldição! Mestres de Magia! Ambos e todos eles me fizeram mais do que qualquer mulher, me fizeram a Rainha do poder!

Scarlett extrai uma energia estranha do seu anel, formando dois cajados, os dois são macabros, com ossos de animais e de humanos, além de seguirem o mesmo estilo do anel: madeira escura com um cristal branco encravado em cada um. Com um cajado em cada mão, Scarlett inicia seu ataque.

— Vamos ver se esses mestres do Império me deram poder de verdade.

Scarlett ataca e queima as penas que flutuam ao redor de Onilda. Ao mesmo tempo que Onilda conjura esferas de água da maré alta da praia para atacar Scarlett, as esferas são pequenas e fortes, uma grande sequência de esferas se formam e acertam Scarlett, empurrando-a para trás além de deixá-la molhada e irritada.

— Maldita!

Scarlett usa sua destreza com os dois cajados e destrói as próximas esferas uma a uma, mostrando que os cajados são de alto nível mágico. Onilda faz a temperatura diminuir e deixa Scarlett com frio.

Ao usar magia para se secar, Onilda faz Scarlett ficar congelada por alguns segundos, tempo que Onilda usa para atacar com um raio mágico que sai da ponta da Glaucidium. Um dos cajados de Scarlett se solta do gelo e a defende, Onilda força e descarrega mais de seu poder até quebrar o cajado; esse cajado estoura e libera Scarlett do congelamento.

“Esse território está dando vantagem a essa velha... Preciso mudar minha tática”.

Onilda aponta Glaucidium para o mar e conjura uma grande quantidade de água para perto dela. Depois faz com que essa água avance e tenta atingir Scarlett, que usa o poder do cajado restante para mudar o cenário.

— Esse mundo terá a imagem que eu quero!

Uma grande seca toma o lugar, fazendo da praia paradisíaca e úmida, um deserto quente e seco, esse clima também traz benefícios para Scarlett. Com movimentos de Glaucidium em sua mão, Onilda mantém a água que usou para atacar, mas o poder da área manipulada por Scarlett começa a vaporizar essa água.

— Se estou no deserto, devo precisar de camelo, ou camelos.

Onilda realiza movimento circular com Glaucidium, fazendo a água virar um espelho grande e redondo, de dentro dele saem camelos que avançam em direção de Scarlett, que entende o plano.

— Uma distração!

Scarlett mira seu cajado no espelho e o arremessa, o cajado passa pelos camelos, fazendo todos eles virarem areia.

Alguns camelos tentam pegar ou parar a trajetória do cajado, mas esses são destruídos pelo poder do cajado que, no final, bate forte no espelho de água e o destrói, Onilda faz agitações com Glaucidium, alterando a gravidade ao redor para que os estilhaços e o impacto não a atinjam. Scarlett desaparece e surge onde está seu cajado, frente a frente com Onilda, Scarlett ataca fisicamente com o cajado, Onilda apara com Glaucidium, que mostra ser bem resistente e diz.

— Eu não luto assim, então me dê espaço!

Onilda cria uma energia para atacar Scarlett, mas ela é contra-atacada, faz essa energia explodir, ferindo ambas e jogando-as a uma grande distância. Ainda no ar, Scarlett bate com seu cajado no chão, fazendo uma quantidade de areia ir para cima de Onilda.

Glaucidium ganha uma aura amarela e quente e, através da vara, Onilda usa magia e faz a areia ser direcionada para outro lado, Scarlett chega ao chão sem sofrer danos e lança outra onda de areia. Onilda sente que tem algo por trás desse golpe e usa mais de sua energia, apontando Glaucidium para o céu.

— Não serei derrotada facilmente.

Um grande raio vindo do céu a atinge, causando uma grande descarga elétrica e magia, o que faz a areia ao redor cristalizar e parar no meio do caminho. Scarlett não se intimida e destrói a onda de areia que virou vidro, fazendo vários estilhaços voarem em direção de Onilda que os destrói com raios da Glaucidium, mas é atingida por alguns, causando alguns cortes e danificando seu traje mágico.

“Fui ferida, mas precisei usar esse tempo para me ajustar melhor.”

Scarlett solta um raio de energia contra Onilda, que se defende fazendo círculos com Glaucidiume cria uma barreira. O raio se aproxima de quebrar a barreira, mas sem sucesso; mesmo assim, Scarlett demonstra ânimo.

— Isso! Falta pouco!

Onilda percebe que Scarlett está fazendo algo além da luta e age. Scarlett escorrega no gelo e cai; ao cair, o gelo quebra, fazendo com que ela tombe em um lago de água gélida, que a puxa para baixo.

“Ela mudou a Orbis novamente! Velha desgraçada!”

Onilda faz vários movimentos de mão e com Glaucidium, formando uma avalanche de neve que cobre o lugar onde Scarlett caiu. Em seguida ela usa mais energia para que a água congele totalmente para acabar de vez com essa luta.

— Isso tem que acabar!

Onilda vê que a Orbis não se desfez e teme, ela se prepara e se afasta, esperando algum sinal da sua inimiga. Ao sentir um calor repentino e suspeito, ela usa magia.

— Ele tomou a Orbis novamente...

Abaixo de Onilda, surge uma explosão de lava, como um vulcão em erupção, em segundos tudo muda novamente, Scarlett manipula a Orbis, fazendo o gelo sumir; a terra fica aquecida com grandes rachaduras e excesso de magma; o céu fica escuro, e dele caem pequenas chamas. Scarlett sai do magma e procura por Onilda.

— Essa velha escapou novamente?

Uma bola de fogo acerta Scarlett pelas costas, jogando-a a uma boa distância.

— Golpe baixo, “professora”?

— Não, a Orbis é sua, as regras também.



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