Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 101: Apelo da Mestra

— Então essa é a mestra deles... Esperava mais...

Onilda está com o mesmo estilo de roupa que ela costuma usar, confortável, cores combinando, e mais usada por mulheres bem mais velhas, sendo facilmente vista como alguém simples, humilde e com pouca capacidade de guerrilha ou que tenha grandes poderes. Meena e Rupert saem do torpor, e Onilda questiona preocupada e agitada.

— Meena! Rupert! Vocês estão bem?

— Mestra? O que você faz aqui?

Rupert e Meena se aproximam e a abraçam, ela abraça forte os dois e indaga:

— Júlio e Doug, onde eles estão? Por que eles não estão com vocês?

Scarlett se aproxima e diz:

— Mestra Onilda Roser, eu presumo.

— E você quem é?

— Claro, eu devo me apresentar...

Meena toma a liberdade e a apresenta.

— Mestra, essa é Scarlett Nilked.

Onilda identifica Scarlett pelo sobrenome “Nilked” e fica aflita.

— O que você quer com eles?

— Mestra Onilda, acalme-se, estamos todos em paz aqui.

— Eu sei muito bem o que esse lugar é e o tipo de pessoas que vivem aqui.

Scarlett fica brava e, a cada segundo perto de Onilda, mais desprezo ela tem, mas Scarlett faz o possível para transparecer empatia e calmaria.

— Mestra Onilda, me estranha alguém com tal histórico e capacidade fazer julgamentos assim, escute...

— Histórico? Devo dizer o histórico desse lugar? Do que vocês fazem? Você terá que ser três vezes rainha para falar do meu “histórico” ou da minha “capacidade”.

Scarlett estufa o peito e fixa seus olhos como se fosse atacar, mas, ao ver que Rupert e Meena estão confusos, ela recua e tenta apaziguar a conversa.

— Mestra Onilda... Seus pupilos estão aqui pela vontade deles, ninguém aqui é refém ou está obrigando-os a algo.

Onilda demostra hostilidade e olha ao redor, como se procurasse algo, Rupert e Meena tentam falar com ela, mas são ignorados. Ao ver Khan, Onilda exclama:

— Você! Khan! Porque me mandou aquela mensagem?

Khan recua, e Scarlett interrompe, ficando na frente de Onilda.

— Já basta! Eu aguentei de mais sua ousadia em meu reino.

— Agora vemos quem você é!

— Eu sou tolerante, mas você está passado dos limites, Onilda Roser.

— Rupert, Meena! Vamos embora daqui!

Onilda estranha por não ter o apoio imediato deles e questiona.

— O que houve com vocês? Precisamos encontrar Júlio e Doug.

— Não precisamos...

— Como assim? O que houve?

Rupert e Meena se aproximam e concordam com Scarlett.

— Mestra... Nós estamos seguindo outro rumo agora, decidimos por nossa vontade fazer diferente, mas não entenda errado, pois nós não estamos a favor do Império, jamais!

— Não! E o que significa tudo isso?

Scarlett ativa seu anel e fala com os dois em segredo.

“— Não podemos arriscar nosso plano em dizer detalhes para ela, ela está alterada, e isso pode prejudicar tudo que o clã já fez.”

Eles se calam, e Onilda percebe que tem algo de errado.

— O que ela fez com vocês?

— Mestra, não é isso, estamos em uma “missão secreta”...

— Missão? Missão deles?

— Mestra, por favor, se acalme.

— Eu não posso ficar calma, eu fui contatada por aquele irresponsável! Traidor!

Ao apontar para Khan, Scarlett se embravece novamente.

— Cansei! Pare de fazer acusações e exigir explicações, você nem mesmo está dando chance para uma conversa.

— Conversa?

Onilda olha para Rupert e Meena e pede, com medo em sua fala:

— Onde estão Júlio e Doug?

— Eles seguiram outro caminho... Eles estão bem.

— Bem? Vocês têm certeza?

— Sim...

Onilda sente hesitação e incerteza nos dois e questiona, apontando para Scarlett.

— Ela falou isso? Ela que diz que eles estão bem?

— Nós confiamos nela.

Onilda encara Scarlett, se aproxima dela e questiona, referente a Rupert e Meena.

— O que você fez com eles?

— Mestra Onilda, eu não estou enganando ninguém, você mesma ouviu deles, eles estão cientes de tudo, benefícios, riscos, obrigações e consequências.

— “Consequências”?

— Pronuntio fez isso?

— Como disse?

— Pronuntio os deixou cientes de tudo que eles encontrariam aqui?

Onilda tenta responder, mas Scarlett a interrompe, se aproximando de Rupert e Meena para mostrar mais apreço a eles.

— Eles passaram por muito no território inimigo e dependeram da sorte e de poucos aliados no percurso, senão, estariam mortos agora. Pronuntio não fez nada!

— Não fale de Pronuntio como se conhecesse!

— Você está certa, “Mestra Onilda”, mas eles conhecem Pronuntio, digam a ela o que eles fizeram por vocês!

Rupert lembra que Sodorra tem um clima estranho, em que todos ficam mal-humorados e tenta parar a discussão das duas, mas Meena o ignora e responde a Scarlett:

— Pronuntio não foi um péssimo lugar, mas ele não está nos dando outras opções, sempre devemos seguir e agir conforme os de cima mandam.

Onilda fala com Meena com mais calma, sendo só e sempre agressiva com Scarlett.

— E aqui será diferente? Em Pronuntio vocês têm, sim, opções, vocês escolheram seguir com essa missão, e aqui? Se negar algo ou escolher fazer diferente, vocês serão ouvidos?

Scarlett aproveita a fala de Onilda e rebate.

— “Vocês” não parecem ser tão bom “ouvintes” como você diz, “Metra Onilda”!

Rupert fica bravo e grita para todos.

— Parem! Por favor, parem! O que vocês estão fazendo?

Scarlett se cala, faz sinal com as mãos, indicando paz e respeito com Rupert e Meena, e observa Onilda, que responde.

— Eu vim aqui para levá-los...

Rupert está bravo e interrompe Onilda:

— Mestra! Com todo respeito, se você veio aqui para saber se estamos bem e se precisamos de ajuda, eu respondo: nós estamos bem e sabemos o que queremos, iremos seguir outro plano, um plano nosso.

— “Nosso”? Não, esse plano é deles!

— Não é assim!

— Rupert, preste a atenção em como você saiu de Pronuntio e como você está agora, por que se separaram de Júlio e Doug? Por que escolheram esse “plano”?

Scarlett responde, querendo demonstrar preocupação.

— Você não confia nas escolhas deles, você os ensinou para que, “Mestre Onilda”?

Onilda vê que Scarlett a está colocando contra seus alunos e não dá atenção a ela.

— Eu aceito tudo que vocês fizerem, Rupert e Meena! Mas que tenha sido da pura e justa escolha de vocês.

Scarlett novamente se aproveita e diz para eles:

— Então é isso, ela acha que vocês estão sendo manipulados, uma pena ela ver vocês dessa forma; mesmo depois de tudo que passaram, ainda são vistos como meros subordinados.

Onilda ainda tenta conversar com eles, mas Meena interfere:.

— Então é isso? Mestra, nos deixe seguir nosso caminho. Júlio e Doug fizeram isso e aceitaram o nosso, por que você não aceita também?

Scarlett ri alto e diz com certeza:

— Ela representa Pronuntio, meninos, eles querem vocês assim, sempre sob controle, como simples espiões e peões, ela não aceita saber que estão recebendo muito mais aqui...

— “Mais”? Vocês não estão ganhando mais aqui.

— Sim, mais! Vocês chegaram pequenos e agora seguem para outro lado maior, grandes, e isso incomoda a “Mestra” de vocês que não tem mais o que mestrear.

Onilda fica triste por ver que Rupert e Meena foram corrompidos e pede:

— Vocês podem me prometer que nunca irão machucar ninguém?

Scarlett vê que Onilda não está entrando no confronto em que ela queria e decide confrontá-la mais incisivamente.

— Cansei! A mestra de vocês claramente os vê como inimigos! Vilões que agora farão mal a tudo no caminho.

— Meninos...

— Responda! Olhe para mim!

Onilda ainda olha para os dois com apreço e preocupação, Meena e Rupert se afastam e concluem:

— Mestra, obrigado por ter vindo, mas estamos bem.

— Sim! Siga seu caminho ou veja se Júlio e Doug precisam da senhora, pois nós estamos bem aqui. Obrigada.

Onilda pensa em fazer algo, mas nada tão simples vem em sua mente, tudo é complicado em território inimigo e com Scarlett disposta a fazer de tudo para mantê-los leais.

— Meena... Rupert... Não tem nada que eu possa fazer para que vocês mudem de ideia?

Antes que respondam, Scarlett interrompe:

— Mestra Onilda, eu não sei se a senhora percebeu, mas você está em um território bem perigoso e não posso assegurar sua vida aqui por muito tempo, peço que se decida.

Onilda olha para Scarlett e diz, apontando para Khan.

— E a “senhora Rainha de Cristal”! Por que mandou seu aliado me chamar? O que você quer com tudo isso?

— Como pode fazer tantas acusações? Uma mulher como você acusando outra, eu achei que fosse mais amiga da nossa causa.

— Não misture as coisas!

— Olhe para você... Seu modo de agir, suas roupas, que roupas são essas? Parece mais uma escrava do que uma professora.

— Esse é o discurso da “amiga das mulheres”?

Scarlett sorri, olha para todos ao redor e ri alto:

— Claro, acho que fui um pouco indelicada com você, vamos nos acalmar e relaxar... O que acha?

Onilda fala com sarcasmo:

— Sim, vamos meditar juntas e tomar um chá.

O corpo de Onilda paralisa, mas logo relaxa, ela deixa de sentir o próprio corpo, não podendo nem falar; em um piscar de olhos, ela se vê dentro de Orbis Absolute e se espanta ao ver que Scarlett fez isso.

— Como? Você não tem poderes para isso.

Onilda ainda tenta sair do poder da Orbis, mas sem sucesso. Scarlett sorri e rebate com orgulho e superioridade.

— Você subestima demais uma mulher como eu, “Mestra Onilda”. No lugar em que estou, na altura na qual eu me encontro, eu posso adquirir qualquer coisa.

Essa Orbis Absolute traz Onilda e Scarlett para um grande salão similar à construção do Castelo de Cristal: grandes janelas, pilares, uma grande distância do chão ao teto, tudo feito de cristal corrompido maciço com alguns reluzentes e sem móveis.

Onilda entende que terá que enfrentar Scarlett e se prepara sem dizer nada, Scarlett não gosta da serenidade de Onilda e diz alto, apontando suas mãos.

— Não quer conversa? Então morra!

Uma energia poderosa se forma nas mãos de Scarlett e em segundos atinge o nível necessário para agir, Onilda se concentra, mas teme por não ser capaz de escapar.

— Preciso me manter firme! Confie, confie...

Scarlett não quer estender a luta e usa seu grande poder guardado para eliminar Onilda. O raio grande e extenso sai de suas mãos em grande velocidade e potência, Onilda sente a gravidade mudando ao ponto de não conseguir sair do lugar, o raio cobre todo o seu corpo e destrói parte do salão de cristal, Scarlett ri, mas logo para, ao ver que Onilda está bem.

— Ela passou... Achei que fosse mais fraca...

A fumaça da destruição dos cristais cessa, e Scarlett vê que Onilda está revestida com uma armadura do Caos de Oito Chifres, nesse momento cada uma faz uma análise mental de sua adversária.

“Scarlett não tem grandes poderes ou habilidades mágicas, mas, contudo, ela tem auxílio dos grandes feiticeiros do Império, consigo sentir itens mágicos com ela, itens de alto nível e com grande capacidade. Ela usou metade desse suporte para esse golpe único, achando que iria me derrotar em um só ataque, sorte que eu também vim preparada!”

“Essa velha veio protegida com poder de nível Electi, consigo identificar pela armadura dos Oito Chifres, quatro são de cor diferente, ela está com essa vantagem temporária, o poder que usei tirou parte disso... Bom... Perdi um dos meus trunfos, mas equiparou com um dos truques dela também. Agora eu devo ser cautelosa, pois vejo que ela também está preparada para guerra!”

Onilda faz um teste para avaliar melhor a defesa de Scarlett, ela ataca com magia, projéteis encantados que têm como intenção causar dano e de identificação. Os projéteis acertam algo invisível ao redor de Scarlett sem causar danos a ela. Scarlett não se abala com o ataque e anda em direção de Onilda que, mesmo tendo um ataque bloqueado, conseguiu ter a visão do que está protegendo Scarlett.

“Um anel... Isso será um grande problema... Não tenha medo daquele que usa a coroa, mas daquela que usa o anel...”.

Onilda ainda tenta outros ataques, mas cada ataque tem uma função de pesquisa para informá-la melhor sobre o que está ajudando Scarlett e como derrotá-la, entre esses ataques estão encantamentos, armas em forma de energia, projéteis mágicos e elementais. Scarlett se esquiva de alguns ataques e apara a maioria com magia. A magia que ela conjura para se defender também serve como contra-ataque. Onilda mostra que é habilidosa e evita consumir o poder emprestado, usando só seus dons e experiência.

Strigidae! Tytonidae!

Em uma das mãos de Onilda, surge uma maça negra, grande e com espinhos curvados, semelhantes a garras de ave; na outra mão se forma um escudo negro, arredondado, tendo uma pequena proximidade ao formato de um coração, o desenho desse escudo é a face de uma coruja com seis olhos.

Onilda avança para atacar, mas é surpreendida com estacas de cristais que saem das colunas e do chão para atingi-la; com a maça e o escudo, ela se defende e quebra essas estacas tendo dificuldade às vezes. Com magia Onilda faz os estilhaços voarem em direção de Scarlett, que ri.

— Suas habilidades são iguais as suas vestes! Pobres...



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