Arbidabliu: Infantes Brasileira

Autor(a): Magnus R. S. Alexandrino


Volume 1

Capítulo 10: Faifarm & Phubet

Jimu faz parte do grupo de mestres e acrescenta:

— Fenomenal, rapaziada! Tem algo sinistro também, não haverá armas ilusórias, é tudo real hoje.

Os alunos que vão assistir ficam animados com o desafio, enquanto os que vão participar ficam preocupados, Júlio comenta com seu grupo uma dúvida que o preocupa mais:

— Luta entre os alunos? Não pode ter ferimentos graves?

— Acho que sim...

Todos se aproximam dos outros participantes, e Maxmilliam termina de falar as regras, tranquilizando todos.

— Na entrada todos serão encantados com um poder por meio do qual, se forem atingidos por algo que cause algum ferimento grave, serão teleportados para fora do campo antes de serem feridos, mas lembrem-se de que ferimentos não graves são permitidos e poderão sair bem machucados desse treino... Se concordarem com o treino, anunciem alto o nome de seu grupo e se preparem!

— Infantes, preparem-se para a batalha!

— Phubet! Phubet!

— Faifarm é o último nome que ouvirão!

A frente do campo estão alguns sacerdotes, magos e Onilda, que ajudam nos encantamentos de proteção para os alunos que estão em formação para o combate; durante a preparação, todos os alunos dão as mãos e se motivam, elogiando e dando moral um para o outro do próprio grupo. Onilda ouve as frases de cada um dos Infantes na sequência em que estão: Rupert, Meena, Júlio, Doug, Donny, Jake, Pedro e Ray.

— Treinamos muito para chegar aqui, e mesmo perdendo, treinaremos para chegar mais longe.

— Obrigado pela força que vocês sempre me deram, hoje quero poder retribuir tudo isso em socos nos nossos inimigos.

— Tantos anos juntos e já parecemos mais que amigos, bom que nossos mestres nos incentivaram a fortalecer essa amizade.

— Sim, e com o tempo seremos mais fortes e mais unidos para ajudar o mundo da forma que ele merece.

— Como diria Gym, vamos mentalizar sempre e conquistar tudo à frente.

— Nossa música “Infantes” fala sobre nossa união, hoje mostraremos de perto como ela é.

— Isso, nós, Infantes, seremos o grupo de Elite de Pronuntio, treinados por grandes mestres e nos tornaremos mestres também.

— Mesmo perdendo, ainda seremos os Infantes, a vitória de hoje será para que nós caminhemos para o auge, e, se for derrota, ela nos direcionará para o mesmo objetivo, pois a união não poderá ser tirada, e sim, fortificada.

No fim todos dizem alto, chamando a atenção dos outros dois grupos:

— Infantes!

Ainda na preparação, Doug nota um integrante de outro grupo, esse aluno percebe que está sendo encarado por Doug e se apresenta.

— Oi, eu sou Khan Mendacium, sou do grupo Phubet.

— Prazer, eu sou Doug...

Júlio se aproxima, entrando entre os dois.

— Melhor não conversarmos antes do treino, pode ser uma tática.

Khan Mendacium é um rapaz humano, de dezessete anos, pele branca, olhos escuros com um deles estrábico, cabelo curto, preto e um pouco enrolado, um pequeno cavanhaque e sobrancelhas grossas, ele é bem atraente com carisma elevado.

Ele é magro de estatura média, está usando um brinco em uma orelha, colete, calça e uma sandália, tudo de pano e couro resistente; como arma ele usa duas luvas grossas com espinhos. Ele se aproxima mais dos dois e diz baixo.

— Nós, Descendentes de Ivo, temos que ficar unidos, não acha?

Doug então entende o porquê de Khan ter chamado a sua atenção. Foi a capacidade de sentir outros como ele que o fez perceber a presença de Doug.

— Que legal. Você também é um de “nós”?

— Sim, podemos sentir “amigos” por perto.

Júlio se sente enciumado e puxa Doug para o outro lado do grupo, ficando distante de Khan, que se despede.

— Nos vemos lá dentro, amigos!

Doug estranha e questiona.

— Por que você fez isso?

Júlio está preocupado e com sua intuição indicando que Khan pode ser um problema.

— Não confio nele, ele me parece falso.

— Mas ele é um de nós.

— Só porque é um de nós não quer dizer que ele seja bom.

— Eu gostei dele.

— Em que sentido?

— No sentido comum, eu o achei legal...

— Você já viu outros como nós, como ele é diferente?

— Diferente como?

— Você me entendeu, se é diferente de quando você olha para mim?

Os dois são interrompidos por Pedro:

— Vamos, por que saíram da formação? O treino já vai começar!

Todos são direcionados para entradas diferentes do campo. Já prontos, Maxmilliam informa:

— Como hoje teremos três grupos, os mestres Jimu Gym e Onilda Roser entrarão com alguns desafios extras.

Perto de Maxmilliam, Jimu diz, sem interrompê-lo, mas é ouvido por todos os outros mestres que os acompanham.

— Não, mestre dos mestres, é Gym, só o “Gym” é legal.

Maxmilliam olha feio para Jimu, deixando-o sem jeito e fazendo os outros mestres rirem.

— De o sinal de início, Gym!

— Oh ká! Gym! Valeu...

Jimu avança e diz alto, sem magia para ajudar no seu grito.

— Rapaziada! Vamos aterrorizar!

Ao entrar no campo Cinco Chifres, cada grupo se depara com um campo de batalha com grama baixa e um caminho para chegar a um portão do outro lado, sendo a saída dele. Obstáculos surgem e projéteis mágicos são lançados de lugares diversos, mirando nos grupos, todos iniciam uma formação defensiva e avançam.

O grupo Phubet avança mais rápido que os outros, caindo em uma armadilha, alguns são derrotados de imediato, e outros conseguem escapar, o alerta ajuda os outros grupos, que conseguem escapar das armadilhas à frente.

Os Infantes ficam recuados e ao mesmo tempo próximos aos Faifarm, aproveitando uma oportunidade para passa-los no momento certo.

Opofrelse aparece voando para dentro do campo e, com magia de ilusão, vira várias iguais atacando os grupos. Mesmo sendo ilusões, os ataques são reais, manipulados pelos mestres; esses ataques são precisos e fortes, mas cada grupo se une bem para se defender deles.

Com a distração de Opofrelse, a grama começa a ficar gosmenta, atrapalhando o movimento de todos. Armaduras de madeiras encantadas entram no campo, indo em direção aos grupos; no confronto Júlio usa magia, achando onde está a verdadeira coruja e avisa aos seus atiradores, Júlio avisa através de código para que outro grupo não saiba. Donny, Rupert e Jake acertam Opofrelse, com isso as imagens somem, facilitando para todos. Assim os Infantes mostram que são uma ameaça para os outros grupos que os atacam.

O ataque-surpresa consegue tirar Donny do treino; no contra-ataque, os Infantes conseguem tirar integrantes dos outros grupos também e avançam pelo campo. Todos vêm Maxmilliam conjurando algo forte no campo, ele debilita todos os grupos, ao mesmo tempo que o local é invadido por um grande grupo de pessoas de armadura e máscara.

— Atacar!

Entre esses estão outros alunos, guardas de Pronuntio e mestres, todos estão usando o mesmo traje para dificultar, por não saberem o nível de quem estão enfrentando. Alunos e guardas mantêm o nível equilibrado da luta com os integrantes dos grupos, mas, quando um mestre é notado. alguns já foram derrotados.

Phubet é derrotado, sobrando só Khan, que se aproxima dos Infantes pedindo ajuda, Júlio nega dar suporte, deixando Khan sozinho contra um trio de alunos.

Faifarm muda a estratégia, mantendo-se bem na defesa e ajudando os Infantes em uma das laterais.

Os Infantes avançam, com exceção de Meena, Jake e Doug, que unem forças com Faifarm, derrotando vários enquanto os outros avançam. Doug ajuda Khan, que o elogia.

— Você também é um lutador! Um dos últimos, outra coisa em comum!

Ambos agem bem com técnicas de luta similares. Em um momento, por impulso, Doug salva Khan e é acertado criticamente nisso, Júlio fica bravo em razão de não ter conseguido ajudá-lo por estar sobrecarregado, ajudando tantos simultaneamente inclusive os do grupo Faifarm, que até o momento mantém a defesa do grupo.

— Ele não deveria ter ajudado aquele falso, agora ele está fora do campo... Preciso ficar em alerta, alerta dobrado.

 Khan se une ao grupo e avançam pelo campo, chegando ao portão. Entre os oponentes, só os mestres permanecem firmes, dificultando cada vez mais a batalha, eles derrotam o grupo Faifarm, que usam seu último ato para fazer com que Jake e Meena passem pelo portão; depois de passar por um corredor estranho e mágico, Pedro e Júlio notam algo ao chegarem do outro lado.

— Onde estão Rupert e Ray?

— Eles estavam aqui conosco! Como não passaram?

Estranhamente, Rupert e Ray foram derrotados no momento em que todos estavam passando o portão. Do outro lado todos se surpreendem com uma adaptação que fizeram, o portão levou todos para “Seis Chifres”, outro campo de treinamento o que indica que o desafio irá ficar mais difícil. Nele todos são alvejados por flechas.

— Cuidado!

Júlio, Khan e Jake são feridos, mas permanecessem no treino; à frente de todos, Pedro enfrenta um guerreiro caos de Três Chifres, esse guerreiro tem uma armadura negra corporal, grossa e pesada, cobrindo todo o seu corpo, mostrando só um espaço vazio onde ficaria o rosto do oponente, revelando ser feito de magia pura.

— Nunca enfrentamos um antes!

Pedro não se intimida e continua, Jake consegue ajudá-lo a distância, e Júlio tira a debilitação em que Pedro estava. Ao usar magia em um campo novo, Júlio sente hostilidade de Khan, isso dá a suspeita de que Khan atacou Rupert e Ray no corredor misterioso anteriormente. Júlio se mantem recuado e em alerta.

Meena está bem cansada, mas se aproxima aos poucos, esperando um bom momento para atacar o guerreiro caos. Em uma investida, Meena é pega por um golpe do guerreiro caos, mas, antes que ele quebre seu braço, ela é tirada do treino.

Jake e Khan se assustam se afastando, deixando só Pedro e Júlio à frente. Júlio acha uma oportunidade de derrotar o guerreiro caos, mas para, ao ouvir Khan dizer:

— Nada contra vocês, mas só um grupo pode ganhar.

Ao olhar para trás, Júlio vê Khan atacando Jake pelas costas, antes de ser teleportado pra fora do campo.

Jake consegue atacar Khan, deixando-o atordoado por alguns segundos, segundos que Júlio aproveita para atacá-lo com tudo; sua raiva e suspeita acumuladas sobre Khan deram mais motivação e força. Por ser um lutador, Khan resiste ao primeiro golpe e se recupera do atordoamento rápido, e, pronto para a batalha, Khan luta contra Júlio.

— Espero que a gente continue amigos depois daqui.

Júlio responde com ação, com o seu bastão ele se defende, mas não consegue atacá-lo, ficando mais bravo com a situação. Enquanto isso, Pedro luta contra o guerreiro caos, a luta de ambos impressiona todos que assistem, chegando a um nível mais do que esperado, gerando alguns elogios fora do campo de treino.

— Muito bom! Realmente esses Infantes são especiais.

— Sim, são os meninos da Onilda.

— Parabéns, mestra.

Dentro do campo, Júlio é acertado por uma sequência de socos, com magia ele mantém sua fadiga estável e contra-ataca. Vendo que Khan não tem muita variedade de golpes, com inteligência e boas manobras, Júlio vence Khan, finalizando com a quebra do seu bastão energizado com poder mágico no pescoço dele.

O golpe joga Khan no chão, causando muita dor. Khan ainda tenta se levantar, mas sem sucesso; depois de mais dor, ele é teleportado para fora. Júlio logo tenta se recuperar e concentrar-se em ajudar Pedro, que mantém uma luta equilibrada contra o guerreiro caos, todos os que veem comemoram a cada vez que Pedro atinge o guerreiro, dando-lhe mais motivação e inspiração.

— Eu sou Pedro... Pedro Flavum! Eu cheguei até aqui e não é aqui que eu vou cair! Por que eu sou um Infante!

Júlio se aproxima para ajudar, mas, antes que o faça, Pedro consegue derrotar o guerreiro, a armadura negra vira pó, e um pouco atrás dele, mostra o seu conjurador surpreendendo Júlio e Pedro.

— Mestra Onilda!?

— Parabéns, meus lindos alunos!

Todos do lado de fora vibram com a conquista, alguns integrantes do treino assistem, mas estão muito cansados e feridos para comemorar como os outros. Todos os mestres envolvidos entram no campo para parabenizar Júlio e Pedro; entre os mestres, Maxmilliam pergunta:

— Gym? Quer fazer as honras?

— Valeu, valeu! Mas esse momento é dos mestres dos mestres, mentaliza e faça-os ouvir sua sabedoria.

Alguns mestres riem, e Maxmilliam usa sua magia para que todos que os assistem ouçam também.

— Eu quero parabenizar todos que participaram. Desde os grupos aos que ajudaram a dificultar e deixar o treino mais interessante... Revisando todo o treino com outros mestres, eu quero dizer algo sobre os ganhadores... Pedro Flavum mostrou força e coragem desde o início do treino, podemos ver o seu foco a todo o momento, o que o fez, também com a ajuda de seus amigos, chegarem aqui, na luta final contra um legitimo mestre caracterizado como um guerreiro caos. Você demostrou que tem muito potencial, parabéns...

Todos o saúdam, e Maxmilliam continua:

— Júlio Surrexerunt! Desvendou algumas ações em campo, tanto dos grupos competidores quanto a dos próprios mestres que produziram o treino, e, mesmo indo para a linha de frente, demonstrou que é muito capaz, meus parabéns... Mas não paro por aqui... Como falei, revi com os mestres e quero parabenizar mais alguns; ainda nos Infantes, quero parabenizar Meena e Jake, se mantiveram firmes no início e no final tiveram grande demonstração de habilidade e controle da situação, ajudando outros que não eram do seu grupo. Falando em ajudar, eu quero acrescentar Doug, que se sacrificou para salvar alguém em perigo, mesmo que ele tenha demonstrado algumas atitudes duvidosas depois. Doug, Meena e Jake, meus parabéns... E, para finalizar, do grupo Faifarm, eu quero parabenizar Ezequiel Monk, Haziel Monk e Jaziel Monk, eles fazem parte de um grupo que veio treinar aqui temporariamente, outros “Monk” que estão em outros grupos devem estar orgulhosos também, esses rapazes no momento certo uniram força para um inimigo em comum e se sacrificaram para ajudar Meena a passar do portão, congratulações para todos vocês!

Bebidas, peixes, pães e frutas são servidos para todos. Um atendimento de primeiros socorros para os que foram feridos e uma mesa especial para os que ganharam destaque na competição.

Os mestres se direcionam para seus grupos, até para os que não competiram, para motivar e celebrar um dia de treino em conjunto. Na mesa especial, Onilda se aproxima e entrega caixas simples de madeira para cada um e diz, conforme cada um abre a caixa:

— Ezequiel Monk. Dou-lhe o bracelete de prata da coleção de joias de Úrsula... Haziel Monk, esse é um anel que trará sorte, ele também é da coleção de joias de Úrsula... Jaziel Monk, um brasão de ouro de Pronuntio que lhe dará alguns benefícios em outros treinos e em seus trabalhos aqui na ilha também... Jake, um conjunto de sete linhas para a criação de um instrumento musical para você, pode parecer pouco, mas essas linhas foram feitas pela própria Úrsula, espero que entenda a importância disso... Meena, a joia de sua família “Helena”, a joia verde dos Viridi, agora é sua... Doug, para você, a joia azul “Ana”, de sua família Hyacin, guarde-a bem... Júlio, a sua é a joia rosa “Teresa”, de sua família Surrex, saiba usá-la com sabedoria, depois terão conhecimento melhor sobre suas propriedades...

— Obrigado, mestra.

— E para Pedro, aquele que ganhou grande destaque hoje, um fragmento bruto de Zordrak.

— Zordrak?

— Sim... Falamos pouco sobre elas, mas essa semana eu te levarei para a biblioteca e vou explicar mais sobre esse material incrível.

— Certo. Obrigado!

Todos ficam satisfeitos pelos presentes, sabendo que são mais que itens comuns, podendo trazer benefícios mágicos e até status no futuro. Depois da celebração, alguns integrantes fazem uma despedida para alguns alunos que terminaram seus estudos em Pronuntio e decidiram ir para reinos ou cidades aliadas; entre eles, Khan, que se despede de Doug.

— Foi bom conhecer você, pena que não nos aproximamos mais cedo, espero que a gente se veja por aí.

— Não gostei de você ter atacado meus amigos.

— Não leve para o pessoal, era só um treino.

— Certo... Então, tudo de bom para você e boa sorte.

— Obrigado.

Júlio se próxima de Doug, mas não fala nada, seu semblante bravo é autoexplicativo para Khan, que comenta.

— Por um momento, eu achei que aquele seu golpe foi propositalmente, para que eu sofresse antes de ser puxado para fora.

Júlio sorri e diz.

— Não ache, pois eu realmente fiz pensando nisso.

Khan se afasta rindo e acena com a mão. Doug segura na mão de Júlio e diz:

— Não é bom ter inimizades entre os nossos.

— Mas você viu o que ele fez?

— Vi, mas vamos esquecer, ele vai sair da ilha, não trará mais problemas.

— Certo... E você pensou sobre irmos usufruir o prêmio? No hotel?

Os outros interrompem a conversa para unir mais pessoas para uma despedida mais animada para outros que também se despedem. Onilda, por estar cansada, vai para seu dormitório com Opofrelse, que está fadigada.

— Obrigada por ter me ajudado hoje, fiel amiga...

Opofrelse demostra animação e apreço por Onilda, mesmo estando bem exausta. Em seu dormitório, Onilda escreve algumas informações do dia em seu diário e vê novamente a carta que seus alunos fizeram agradecendo por tudo que ela fez, ainda faz por eles e o grande significado que “Infantes” tem para eles. Orgulhosa e feliz, ela comenta:

— Que honra vocês terem chegado tão longe, espero que tudo continue como está... Maravilhosamente fenomenal.



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