Hyouka Japonesa

Autor(a): Honobu Yonezawa


Volume 3

Capítulo 13: E assim, acaba


HOUTAROU OREKI

 

— ENTÃO, QUANTAS CÓPIAS NÓS TEMOS SOBRANDO NO FIM?

Virei silenciosamente as caixas de papelão de cabeça para baixo.

Apenas cinco cópias de Hyouka caíram das caixas. O efeito "Juumoji" foi incrível, em mais de um aspecto.

— Uau… e pensar que chegaríamos tão longe! — Satoshi disse, cheio de emoção.

— Mas… é uma pena, ter só isso sobrando.

Chitanda estava surpreendentemente irritada.

Enquanto Ibara.

— E eu pensei que seria impossível, e estava pensando em como eu poderia compensar isso…

Sua voz tremia enquanto ela falava.

Conseguimos ultrapassar o ponto de equilíbrio. Se considerarmos as cópias que Irisu vendeu para nós, na verdade tivemos lucro. Infelizmente, as regras da escola determinam que todos os lucros do clube sejam devolvidos à escola. Acho que também estou irritado, mais ou menos.

— Mas nós realmente vendemos mais de cem cópias durante a tarde?

Não importa o quão emocionada ela estivesse, Ibara ainda era bastante perspicaz. Como não havia mais motivo para esconder isso, limpei a garganta e disse.

— Na verdade, providenciei que Hyouka fosse colocada à venda no site da Escola de Kamiyama. Entreguei 30 cópias ao Comitê Geral.

— Quê? Quando!?

Chitanda arregalou os olhos.

— Desculpe, eu não pretendia surpreendê-la. Eu só não tive a chance de contar pra você.

A primeira parte era verdade. A segunda, não.

— Mas Oreki, e se o site não conseguir vender todas elas?

— Isso não seria um problema — disse meu cúmplice Satoshi, dando tapinhas no ombro de Ibara — Como todas as cópias foram compradas pela Comissão Geral, agora são problema da Comissão Geral. O Clube dos Clássicos não tem nada a ver com elas.

— Oreki-san, quando você fez esse acordo…? Eu não percebi.

Bem, afinal, fiz com que você não percebesse quando fiz o acordo.

Antes de perceber que era Tanabe, eu já tinha planejado vender as cópias de Hyouka para "Juumoji" para começar. Dependendo de quem fosse, eu poderia fazer alguns ajustes no meu plano dependendo do nível de risco. Para ser mais preciso, recorreria à chantagem, algo que nunca poderia contar a Chitanda.

Então "Juumoji" acabou sendo Tanabe, o que facilitou as coisas, já que ele está no Comitê Geral. Em vez de uma extorsão, consegui fazer uma transação decente com ele, o que foi uma sorte para mim e para o Clube dos Clássicos. Pensando bem, foi estranho para mim assumir o papel de chantagista.

É isso mesmo. Pensando bem, estes três dias foram uma sorte. Não apenas a existência da loja virtual, mas também tivemos sorte porque o alvo final de "Juumoji", um clube que começou com KO, foi o nosso clube. Receber uma cópia de Cinzas ao Crepúsculo da minha irmã, entre todas as pessoas, também pode ser atribuído à sorte, pois sem Cinzas ao Crepúsculo, era impossível resolver o incidente "Juumoji". Segundo Satoshi, aqueles aspirantes a detetives com certeza andavam por aí à toa, com as condições que eles tinham, não seria possível resolver isso. Os que mais se aproximaram fui eu, e provavelmente Satoshi, se eu tivesse que escolher uma segunda pessoa. O fato de eu ter conseguido encontrar Tanabe foi uma questão de sorte. E não tenho ideia para que servia aquela coisa do milionário de palha. 

Alguém se importa em me esclarecer isso?

Ainda assim, não seria esta uma aplicação perfeita do meu provérbio favorito: "Coisas boas acontecem para quem espera"? Se você ficar quieto, a sorte virá sobre você. Embora possa se aplicar a mim, não tenho certeza sobre Satoshi ou Chitanda.

De qualquer forma, o que deveríamos fazer com as cinco cópias restantes?

— Não faz sentido deixá-las. Vamos comprar uma cópia cada um.

Rapidamente aceitamos a sugestão de Satoshi e cada um colocou 200 ienes na caixa de doces.

Chitanda segurou sua cópia contra o peito, Satoshi colocou a sua em sua bolsa com cordão, enquanto Ibara acariciava a capa com a mão.

Isso deixa uma cópia.

Eu coloquei outros 200 ienes na caixa.

— Houtarou?

— Eu vou comprar essa no lugar da minha irmã.

É em agradecimento ao mangá que ela me deu. Não tenho certeza se ela sabe que sou eu que estou agradecendo. Se não tiver utilidade, sempre posso usá-la como suporte para vasilhas.

Eu peguei a última cópia.

Olhamos para a caixa vazia.

Mesmo emocionada e com vergonha, Chitanda falou primeiro.

— Nós… esgotamos.

— Esgotamos…

— E-Esgotamos…

Esgotamos, hem?

A montanha de desespero de cor marrom escuro que vimos no primeiro dia foi agora completamente esmagada.

No entanto, Chitanda continuou, como se estivesse encantada.

— Ah, quanto a isso — Satoshi sorriu enquanto falava — eu acho que o Houtarou descobriu alguma coisa.

— Quê? Sério?

De repente, o olhar de Chitanda mudou quando ela se aproximou de mim. Ei, você não precisa chegar tão perto, sabe quantas vezes você já me assustou assim?

Mesmo que eu não entre em pânico, ainda tínhamos muito tempo. Como se escapasse dos grandes olhos de Chitanda me encarando de perto, recostei-me no encosto da cadeira e disse.

— Bem, sobre isso, que tal fazermos uma festa também para acompanhar? Para comemorar as nossas vendas?

— O que diabos aconteceu? Oreki dando uma sugestão?!

O que isso deveria significar?

De uma vez, Satoshi subitamente disse.

— Eu concordo! Até o Comitê Disciplinar está em festa! Só uma festa pode dissipar as tristezas desta vida passageira, afinal! E amanhã é domingo, então por que não?

Ibara, que por algum motivo parecia desanimada nos últimos três dias, finalmente se animou.

— Sim, você está certo. Não consegui aparecer no Clube dos Clássicos nesses últimos dias. Gostaria de saber o que está acontecendo... Algo interessante aconteceu, certo?

Olhando de lado, Chitanda deu um sorriso calmo. Ao fazer um sorriso tão elegante, ela realmente parece graciosa assim. Isso é tão injusto.

— Então que tal fazermos isso na minha casa? Embora não seja muito animado, vocês são mais que bem-vindos.

A casa da Chitanda, hm? É um pouco longe, mas é amplo e tranquilo. Então, estou grato por isso.

— Então, está decidido. Vamos.

— Sim, a escola fechará em breve.

— Ah, que tal eu fazer alguns sushis?

— Chi-chan, você é realmente humilde…

Como se fosse combinado, o sinal da escola tocou assim que levantamos.

Foi um sinal sonoro sinalizando aos estudantes para irem para casa, um sinal sonoro para declarar que o Festival Cultural de três dias chegou ao fim. Também parecia um sinal sonoro para comemorar uma conclusão satisfatória das coisas.

Eu tenho certeza que todos nos sentimos da mesma maneira.

(ESGOTADOS)

 


Este capítulo foi traduzido pela Mahou. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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