Hitman Brasileira

Autor(a): Ryan VC


Volume 1 – Arco 4

Capítulo 26: Amor Exótico

A parte mais movimentada da cidade em que o grupo estava era sem dúvida a parte cheia de lojas, diversas pessoas andando de lá pra cá com compras, e entre essas estava Hibari.

Sendo uma acumuladora ela naturalmente era uma viciada em compras e nem ao mesmo tentava esconder tal fato, trazendo consigo uma quantia enorme de bolsas de compras e pronta para comprar mais.

Ela andava por entre a multidão com um sorriso vendo as vitrines e as coisas que haviam para comprar, até que no reflexo ela viu Ogawa, a seguindo, algo que a irritou.

Ela seguiu andando até que fez uma curva entrando na multidão e sumindo e então reaparecendo um pouco atrás do velho, exalando uma raiva com sua veia saltando.

— Seu velho tarado! Por que caralhos você tá me seguindo? É bom dar uma resposta boa em menos de 3 segundos, se não…

Ela já foi cerrando seus punhos e o velho se levantou calmo e sorrindo, não se abalando pela ameaça.

— Gagagaga! Que mocinha de atitude!
Ela rosnou ficando ainda mais bravo e ele nem sequer mostrou reação a isso.

— Quando nos cruzamos mais cedo, te achei uma garota estranha por levar tantas coisas, e estava certo, veja só você! — exclamou sorrindo, apontava para a enorme quantidade de bolsas da garota que dividia nos dois braços devido a quantidade. — Por que tantas coisas? É uma acumuladora?

— Isso, eu sou uma acumuladora — respondeu bem calma e direta, fato que chocou o senhor, ela já dominava bem seu fardo, o suficiente pra falar pra qualquer pessoa sem se preocupar. — Essas coisas são para a minha coleção.

— Você também tem uma coleção?!

Ele se empolgou se aproximando dela que seguiu com a feição de desprezo dando uns passos pra trás.

— Também? Como assim, também?

— Eu também tenho a minha coleção! Quer ver? Podemos comparar as nossas coleções!

—  Até parece.

Respondeu seria e se distanciou, ela foi andando com as mãos nos bolsos e uma feição seria.
Ogawa vendo isso esboçou um sorriso nos lábios e uma feição demoníaca.

— Aposto que a sua nem chega aos pés da minha.

A garota travou, todo seu corpo ficou completamente paralisado, esboçando uma cara de puro choque, ela arregalou os olhos ficando totalmente insultada.

A personalidade daquela garota era concentrada, madura, mas aquilo, a quebrou totalmente…

Ambos foram andando juntos até que chegaram em uma casa a qual ele abriu a porta pra ela que instantaneamente sentiu um odor invadir seu nariz a qual ela rapidamente trancou com uma feição de aversão.

— Que horror! Que fedor é esse?

— Ohh, gagaga! Não é nada, acho que o sistema de canos do vizinho estourou, gagaga!

Ele adentrou junto dela com um sorriso, e fechou uma porta que levava para escadas para o porão, porão esse que estava com quatro corpos jogados.

— Bom, cadê sua coleção? Vai logo pra eu sair logo desse buraco.

Ele foi até uma mesa sem retirar seu sorriso e dela pegou uma mala preta a qual ele logo abriu para ela.

Um brilho irradiante saiu daquela maleta, com ele exibindo um largo e puro sorriso e Hibari ficou congelada, totalmente abalada.

— Minha preciosa coleção…

— I-isso… São…

Os olhos da garota tremiam sem crer no que estava vendo, dentro da maleta, havia uma grande quantidade de…

— Calcinhas?!! — exclamou a garota ainda em choque vendo aquela maleta, lotada de calcinhas de diversos tipos e cores.

Bem no topo tinha uma calcinha brilhante, rosa com um bordado dourado.

— São lindas, não é?

A garota andou pra trás totalmente chocada, ela nem sabia o que dizer, o que pensar, até que ela rosnou.

— Tarado!! — berrou bem alto, liberando todo aquele ódio vindo da situação, tamanho ódio que não foi capaz de conter em seu próprio corpo.

— O que?!

— Que lixo é esse?! Você chama isso de coleção?! Mais que belo lixo! Eu já esperava algo ruim, mas você quebrou todos os limites, você realmente é muito pior que o Kurumi!

Ela falou bem furiosa, cerrando os dentes e com veias saltando, sendo incapaz de conter tamanha frustração.

Ogawa ficou paralisado com aquela fala e a garota foi pra trás se dirigindo a porta, pronta para ir embora, querendo apenas correr para lojas e esquecer daquela horrível experiencia.

Porém, no momento que Hibari colocava a mão na maçaneta, ela sentiu uma sensação estranha, um formigamento em seu corpo que a fez ficar paralisada.

— O que é isso?

De repente ela ouviu um som de gotas pingando, ao olhar para trás ele viu Ogawa que estava chorando.

— Como ousa? Como ousa falar assim da minha amada coleção, meus bens mais preciosos!

Ela olhou de relance para ele e viu que ele estava com 2 agulhas de tricô nas mãos.

— Um fardo… — disse a garota realmente chocada com aquilo.

— Não qualquer fardo, meu fardo “Amor Exótico”, eu ganho o poder de manipular calcinhas!

A garota ficou totalmente chocada, uma expressão absurdamente exagerada e cômica com seus olhos quase saindo da boca no puro espanto.

— Que merda de poder é esse?!!

Ele ouviu isso e ficou pensativo, ele abaixou a cabeça, ficando imerso em memórias do passado.

— Muito tempo atrás… Eu possuía esse grande amor por calcinhas, eu as amava, as achava tão lindas, porém tinha medo que descobrissem, por isso neguei… Mas descobriram e eu fui humilhado.

Suas memórias ressoaram os olhares de desprezo e ódio para com ele.

 — Me tacharam como anormal, desprezível, tentaram tirar minha coleção de mim, o medo de perder, foi ali que eu percebi o quanto as amava, aceitei tal amor e meu fardo se despertou.

Ele se posicionou exibindo suas agulhas com extrema confiança e um sorriso.

— O meu poder incrível de controlar calcinhas!

— Que nojo, que nojo, que nojo! Velho tarado!

Ela ficou dando pulinhos de puro nojo e aversão até que ela parou não conseguindo se mexer.

— Mas, por que eu não consigo me mexer?

— Você está usando uma calcinha, não está? Se consigo controlar calcinhas, pessoas que estejam usando calcinhas também são controladas por mim! Eu poderia te matar agora mesmo, mas só mantive sua vida por que quero que você admita que errou a sobre minha coleção!

Ela ficou chocada com aquilo, era um fardo relativamente poderoso, algo surpreendente para a base pervertida.

— Velho tarado!

— Eu não sou tarado! As pessoas colecionam moedas, tampas, por que não posso colecionar calcinhas?!

A garota rosnou andando até ele, porém ela logo parou sentindo uma dor enorme, Ogawa apontava suas agulhas para ela, fazendo a calcinha de Hibari a apertar de forma muito forte.

Ela mordia os lábios sentindo aquela horrível sensação, gritando enquanto a calcinha apenas ia mais forte e o homem seguiu rindo.

Ela logo abriu sua mão fazendo Colecionador surgir o que chocou o velho vendo que aquela não era uma simples garotinha.

— Um fardo? Então você também está com o Deus da Morte protegendo aquela garota?!

— O que? — ela estranhou tal frase, aquele homem sabia demais, havia informações que não havia logica nele possuir, embora pra Hibari a solução da situação era óbvia. — Você também é da Karma.

Ela moveu sua mão para até o livro, quando logo uma calcinha se enrolou nas mãos dela as juntando e fazendo seu livro cair fechado e assim sumir.

— Eu te disse que sua coleção não chegaria nem aos pés da minha.

Ogawa foi se aproximando e rindo com atrás dele estando uma quantidade enorme de calcinhas voando das mais diversas cores.

— Veja o poder da minha coleção!

Ele moveu a agulha e nisso uma quantidade realmente grande de calcinhas foi até ela se prendendo em seus braços, uma quantidade tão grande e com tanta força que embora a garota estivesse relutando e forçando muito, ela não conseguia mexer seus braços.

Hibari cerrou os dentes com uma chama de ódio no olhar seus braços estavam totalmente controlados ficando levemente impressionada pela potência daquele fardo.

— Você vai morrer, garota, esse é o preço por ter menosprezado minha amada coleção!
Logo ele começou a disparar diversas calcinhas a garota foi correndo e realizando movimentos para desviar da maioria, de repente ela saltou pronta para acerta-lo, mas ele apenas sorriu.

Ela sentiu um estalo e caiu no chão chorando e berrando, sua calcinha novamente estava a apertando, dessa vez a força era tanta que ela podia até sentir sua pele ficar assada e vermelha.

Antes que ela conseguisse reagir uma grande quantidade de calcinhas vinham para seu corpo começando a espremer ela a deixando totalmente vulnerável.

— Merda! Eu tô lutando com um monte de calcinhas… E perdendo!

Ela realmente estava furiosa se debatendo, ao mesmo tempo que estava feliz por não ter mais ninguém ali para presenciar aquela situação que na mente dela era tão humilhante.

— É isso que ganha por subestimar a minha coleção!

Ela seguiu sentindo a pressão e ouviu algo estalar, seu osso estava perto de quebrar, aquelas calcinhas faziam uma pressão enorme em seu corpo devido à alta quantidade.

Ela estava com os olhos fechados agonizando até que os abriu de leve vendo uma calcinha no ar, a mesmo anterior que estava no topo das demais.

— De todas as calcinhas, essa é a melhor do mundo, a joia suprema da minha coleção! Um modelo tão confortável que se tornou raro e proibido, só existem 3 dessas em todo o Japão! A rainha das calcinhas, a melhor calcinha do mundo e será ela que irá pôr um fim na sua vida!

Hibari seguiu agonizando, a pressão havia feito ela ficar assim, mas aquela situação força não iria adiantar, o necessário de fato era inteligência.

— A melhor calcinha do Japão? Aonde?

— Ah?

— A calcinha que EU tô usando nesse momento, é muito superior a essa sua ”rainha”.

— O que?

Ela esboçou um sorriso sentindo também que a pressão das calcinhas havia parado.

— O meu modelo, é um modelo sueco antigo, criado antes da guerra, só existem 2 dessa no mundo inteiro, é tão rara e por isso foi tão cara, eu poderia ter comprado todas essas calcinhas dessa sua coleção idiota e ainda sobraria o suficiente pra sutiãs!

Ela seguiu sorrindo com Ogawa ficando abismado com aquela fala.

— Acho que você não tem uma dessas na sua coleção, não é?

— E-eu, eu nunca ouvi falar de um modelo assim!

— Ora, ora, parece que o grande mestre das calcinhas… Não é mestre de nada! Como eu disse, a minha coleção é totalmente superior a essa sua ridícula!

O velho ficou irritado, ele rangia os dentes e ficava pensativo.

“Deve ser mentira, não é? Eu sei que é, mas… Mas e se não for?! A Suécia antes da guerra realmente fazia calcinhas de conforto enorme, então parece verídico! Uma calcinha lendária, superior até a minha rainha?!... Maldição! Eu preciso ver isso com meus próprios olhos!”

Ele moveu a agulha até ela que sentiu uma sensação de desconforto, era como se estivessem puxando a calcinha dela fora até ela rasgar, ela ouviu um estalo com a calcinha de fato rasgando.

 — Mesmo que ela rasgue, eu posso concertar facilmente qualquer calcinha com meu fardo!

Ele estava com o coração mil em pura ansiedade e um grande brilho no olhar com a calcinha voando até ele, até que ele a teve em mãos e tal brilho simplesmente sumiu.

— É… Uma calcinha normal? É apenas uma calcinha qualquer!

Ele se tocou e logo olhou pra frente vendo que ela havia sumido, ele ficou em alerta olhando ao redor e logo achou ela vindo pelas costas, estando com a parte de baixo totalmente nua.

Ele lançou diversas calcinhas contra ela, ela não apenas desviou como as usou de apoio para se aproximar e nisso realizar um ataque de cima, pegando impulso ela abriu sua perna direita o máximo possível e a desceu com uma força imensa contra o rosto do velho, afundando sua perna ali no rosto dele pela força.

Assim que pousou ela girou trocando a perna e acertando um chute giratório no maxilar do velho o jogando para o outro lado da sala.

O homem caiu longe no chão e logo levantou apenas para ter a cabeça pisoteada por Hibari, ela estava com um olhar sádico, um sorriso para liberar o ódio que tanto foi acumulado perante toda aquela situação.

Logo ela desceu sua perna com uma força enorme contra as costas dele, ela começou a pisotear sem parar, uma série enorme de pisões cada vez mais fortes até que ela atravessou as costas dele, fazendo um grande buraco na coluna dele.

As calcinhas pararam de flutuar e o velho apenas ficou caído morto no chão.

A garota apenas bufou com isso e olhou para baixo levemente corada, lembrando que estava nua, a adrenalina da luta havia a feito até mesmo esquecer esse detalhe, ela logo olhou ao redor e viu a calcinha “rainha” de Ogawa.

Ela apenas pegou e colocou e deu um leve sorriso.

— É realmente bem confortável.



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